N.º 19

Janeiro 2007

Decorreu no dia 8 de Novembro a primeira eliminatória das XXV Olimpíadas Portuguesas de Matemática.

Os enunciados, soluções e critérios de correcção da primeira eliminatória podem ser consultados em

http://www.mat.uc.pt/~opm/

Na nossa escola, participaram 11 alunos da categoria A e um aluno da categoria B.

Em nome do grupo de professores de Matemática e de toda a comunidade escolar, a todos o nosso obrigado pela vossa participação e boa sorte para as etapas que se avizinham. n

A nossa escola na Galeria dos vencedores

http://www.mat.uc.pt/
opm/OPM/vencedor.htm

4 em Finais Nacionais

1983

1 aluno na categoria A

1984

2 alunos na categoria B

1987

1 aluno na categoria B

Será que iremos inscrever, este ano lectivo, mais alguns na galeria de vencedores? Os resultados da primeira

eliminatória são bastante

animadores. Outras etapas terão que ser ultrapassadas.

Organizadas anualmente pela Sociedade Portuguesa de Matemática, as OPM são um concurso de problemas de matemática, dirigido aos estudantes dos 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, que visa incentivar e desenvolver o gosto pela matemática.

Os problemas propostos neste concurso fazem  apelo à qualidade do raciocínio, à criatividade e à imaginação dos estudantes e são factores importantes na determinação das classificações, o rigor lógico, a clareza da exposição e a elegância da resolução.

Devido ao desenvolvimento mental inerente à idade dos participantes e à maturidade matemática que decorre do aprofundamento das matérias escolares, os participantes são divididos em três categorias:

Pré-Olimpíada destinada a alunos que frequentem o 7º ano de escolaridade, sendo aberta a participação a alunos que frequentem os 5º ou 6º anos de escolaridade;

Categoria A para  8º e 9º anos;

Categoria B para o   Ensino Secundário.

Para as categorias A e B, as OPM decorrem em três fases:

uma Primeira Eliminatória, que se realiza em todas as escolas que manifestem a intenção de participar, sendo aberta a todos os alunos;

uma Segunda Eliminatória, que funciona como uma final regional, que decorre em algumas escolas do país;

uma Final Nacional, que decorre numa escola que aceite a sua organização; em que participam 30 alunos de cada uma das categorias, seleccionados  na segunda eliminatória.

Tal como é expresso no regulamento das OPM um dos objectivos do concurso é a detecção precoce de vocações científicas e, em particular, para a matemática. É com agrado que se verifica que muitos dos vencedores de edições anteriores das OPM têm iniciado carreiras científicas que auguram bastante sucesso.

Adaptado do site das OPM

Como nos referimos ao nosso corpo? O que significa a expressão “o meu corpo”? Será que o meu corpo se distingue de mim do mesmo modo que os meus óculos? Por que razão dizemos “dói-me a cabeça” e não “dói a minha cabeça” ?

Foi com estas questões que o Professor Doutor João Maria André iniciou a sua conferência, na Biblioteca da nossa Escola, no dia 10 de Novembro de 2006.

Ao modo como nos relacionamos com o nosso corpo corresponde uma determinada concepção do mesmo. Assim, podemos partir de uma noção do corpo como objecto / instrumento ou da  ideia do corpo como sujeito, vivo, pessoal, que é constitutivo de nós.

Na segunda metade do séc. XX, assistiu-se a uma explosão do corpo na cultura, da qual somos herdeiros. Surgem novos valores que se traduzem em práticas como o culturismo e as artes da produção do corpo (body modification), o desenvolvimento da cirurgia plástica, etc..

No que diz respeito aos valores estéticos, há o culto de determinados padrões de beleza e, do ponto de vista ético, colocam-se questões acerca do que podemos ou não fazer com o nosso corpo – o que envolve domínios como o aborto, o dopping, a manipulação genética, a eutanásia, por exemplo. Mas há também aqui valores de carácter económico, pense-se nas companhias de seguros e nos chamados seguros de vida.

As artes da produção do corpo podem espelhar uma relação com o corpo como sujeito ou como objecto. As marcas corporais como as tatuagens e piercings, se inicialmente eram sinónimo de integração em grupos como o dos marinheiros, soldados, prisioneiros e de pessoas socialmente relegadas, passam a ser valorizados por grupos juvenis. O pressuposto filosófico das marcas corporais é do corpo inacabado, que pode ser construído, corpo em devir. Assim, essas marcas constituem formas de afirmação de pertença a grupos, identidade cultural, mas também significam um corpo que se diz através das marcas que lhe faço. Contudo, as identidades proporcionadas pelos piercings e tatuagens foram hoje absorvidas pela lógica de mercado, não constituindo já, a maior parte das vezes, marcas de individualidade. David Le Breton, que estudou esta questão, mostrou que é possível construir uma semântica das marcas corporais. Podem significar um momento crucial da vida, remeter para uma estética da presença, quando se pretende que olhem para nós, constituir uma narrativa em que nos contamos a nós mesmos nessa memória à flor da pele,  ou podem ser um modo de erotizar uma parte do corpo.

Quando queremos fazer uma tatuagem ou colocar um piercing, devemos pensar no que realmente pretendemos: assumir o nosso próprio corpo ou fazer dele um objecto? Não encontramos no discurso do filósofo, João Maria André, uma crítica a estas marcas, apenas um convite à reflexão sobre o seu significado. n