Editorial
«As pessoas não gostam de ler, porque nunca pegaram
no livro certo.» afirmou um aluno, no momento em que se discutia a
importância de ler. O comentário do Vítor Cruz do 7º C apareceu no
momento exacto. Melhor, no momento
certo. E
a afirmação encerra uma verdade intuitiva! E esta verdade é tão
evidente que muitas vezes a esquecemos. Mas há quem no-la relembre,
por exemplo quando entra na sala dos professores contente com uma
aula que deu, quando uma turma cumprimenta com alegria o professor
que não via desde o ano anterior, mesmo que isso signifique umas
escassas duas semanas, quando um funcionário da escola ou um
encarregado de educação nos saúda com votos de bom ano. As palavras
certas no momento certo, como o livro certo, levam-nos a gostar.
Levam-nos a acarinhar quem nos presenteia gratuitamente com um Bom
dia! sorridente. (o inverso é mais que verdadeiro: quando nos falam
“com sete pedras na mão”, ou com “ar de poucos amigos” é meio
caminho andado para rejeitarmos o nosso interlocutor.)
A persistência de cada um de nós, mesmo que só nos
apeteça desistir [daquele assunto, daquela matéria, daquele
professor, daquele aluno, daquele colega], leva-nos a cativar, a
aprender e a ensinar. Às vezes temos de dizer que, mesmo que o outro
tenha desistido de si próprio, porque as vicissitudes da vida, ou a
sua teimosia (!), o levam a abandonar os seus ideais, nós não
desistimos dele. O difícil é convencê-lo das suas capacidades.
Nem sempre é fácil, a maior parte das vezes
parece-nos mesmo uma tarefa hercúlea, pejada que está a nossa vida
[pessoal, familiar e profissional] de problemas e de dificuldades.
Todavia, somos recompensados [a médio ou a longo prazo, nem sempre a
curto prazo] quando encaramos de forma positiva os desafios que os
outros nos colocam.
E se de repente alguém nos oferecer um sorriso, isso
é… a recompensa do nosso empenho, que se manifestou no momento
certo.n
Teresa Soares Correia |
Desertificação - Inquérito a 80 alunos da Escola
- 9º C
Depois de termos pesquisado sobre a temática da
Desertificação, considerámos pertinente elaborar um inquérito para
auscultar a população escolar acerca desta problemática. Assim ,
foram realizados 80 inquéritos a alunos da escola: 30 a alunos do 9º
ano e 10 em cada um dos restantes anos de escolaridade. Desta forma,
pensamos que a amostra poderá dar uma ideia mais aproximada do
conhecimento que existe sobre esta realidade.
Dos resultados obtidos, concluímos que a maioria dos
alunos sabe o que é a desertificação e tem consciência da situação
em que se encontra o nosso país, afirmando ser o interior a zona
mais afectada. No entanto, 52 dos 80 alunos inquiridos não têm
conhecimento da existência de informação sobre a temática da
«desertificação». Também nos preocupámos em saber se a nossa
população escolar conhece as medidas a tomar para combater a
desertificação. A grande maioria respondeu afirmativamente e
referiu as «campanhas de sensibilização», como sendo a medida mais
indicada para fazer chegar informação sobre o tema e, assim,
conduzir a uma alteração de alguns hábitos, no sentido de cada
indivíduo fazer aquilo que está ao seu alcance para combater este
fenómeno.
A conclusão a que se pode chegar, depois de
analisados os resultados, é que, apesar de estarem informados, os
alunos não sabem da existência de informação acerca deste tema, o
que se revela um pouco contraditório.
Então, para os que estiverem interessados em saber
mais, aqui ficam alguns sítios da Internet onde podem pesquisar:
http://www.tierramerica.net/2001/0603/pconectate.shtml
http://pessoal.educacional.com.br/up/4770001/1306260/t1329.asp
Cultivar o deserto
como um pomar às avessas
(A árvore destila
a terra, gota a gota;
a terra completa
cai, fruto!
Enquanto na ordem
de outro pomar a atenção destila
palavras maduras).
Cultivar o deserto
como um ponto às
avessas:
então, nada mais
destila; evapora;
onde foi a maçã
resta uma fome;
onde foi palavra
(potros ou touros
contidos) resta a severa
forma do vazio.
Micheliny Verunschk, poetisa e
historiadora brasileira,
natural do Recife, nasceu em 1971 |
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