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Como se sabe, a Desertificação tende a agravar-se, pelo que a
Humanidade pode estar prestes a enfrentar o seu maior desafio. Este
problema ambiental afecta 1/10 do planeta, ou seja, 1/3 da parte
terrestre.
A desertificação é um dos principais problemas ambientais do mundo.
O seu principal sintoma é a degradação dos solos, e as suas causas
são essencialmente duas: as alterações do clima e a actividade
humana. Como fenómeno, a desertificação é antiga: segundo estudos,
algumas regiões actualmente áridas abrigaram uma rica vegetação no
passado. Mas, à medida que aumentam os factores que causam a aridez,
os desertos avançam.
África é o continente mais afectado pela desertificação. A
degradação dos solos tem impactos económicos, sociais e até humanos.
Kofi Annan, quando era secretário-geral das Nações Unidas,
classificou as consequências da desertificação como uma ameaça à
saúde. Os meios de subsistência de mais de mil milhões de pessoas
estão afectados por este fenómeno. |
Estima-se que, todos os anos, a desertificação e a seca causem uma perda
da produção agrícola da ordem dos 42 mil milhões de dólares. Um problema
grave que tem sido desvalorizado. Por isso, as Nações Unidas escolheram
2006 para Ano Internacional dos desertos e desertificação. No planeta,
as zonas secas ocupam 41%.
Causas
As principais causas da degradação das zonas áridas são o sobreuso ou
uso inapropriado dos recursos da terra, agravados pelas secas. Dentre os
usos mais prejudiciais para o ambiente, podemos citar o uso intensivo
dos solos tanto na agricultura moderna quanto na tradicional; a seca dos
rios; a pecuária extensiva; o desmatamento em áreas com vegetação
nativa, áreas de preservação, margens de rios; as práticas inapropriadas
de irrigação, particularmente sem o uso de drenagem; a alteração dos
padrões de pluviosidade; o cultivo em terras inapropriadas tais como
pendentes, ecossistemas e matas remanescentes; e menos terra para pasto.
Consequências
As consequências da desertificação podem ser divididas em vários grupos:
económicas e institucionais, a saber: a queda na produção e
produtividade agrícolas; a diminuição da renda e do consumo das
populações; a desorganização dos mercados regionais e nacionais; a
desorganização do estado e inviabilização de sua capacidade de prestação
de serviços e a instabilidade política; as naturais, como a perda de
biodiversidade (flora e fauna), a perda de solos por erosão, o aumento
das secas edáficas por incapacidade de retenção de água dos solos, o
aumento da pressão antrópica noutros ecossistemas; as urbanas, que se
verificam no crescimento da pobreza urbana devido às migrações, na
desorganização das cidades, no aumento do desemprego e da marginalidade
e no aumento da poluição e problemas ambientais urbanos; por fim, temos
as sociais: o abandono das terras pelas populações mais pobres, a
di-minuição da qualidade de vida, o aumento da mortalidade in-fantil e
diminuição da expectativa de vida da população e a desestruturação das
famílias como unidades produtivas
no Planeta
O aumento da temperatura do mar está a fazer definhar os corais; na
Austrália, no espaço de uma geração, a Grande Barreira de Coral pode
morrer.
O aquecimento global põe em risco a sobrevivência de espécies na
Antártida, como os pinguins.
A temperatura da Terra bateu um novo recorde ao atingir 15 graus
Celsius, a média mais elevada dos últimos 12 mil anos. É o que revelou
um estudo do Instituto Goddard de Ciências Espaciais da Nasa, nos EUA.
Os dados mostram que o clima aqueceu 0,6 grau Celsius nos últimos 30
anos. Neste ritmo, estima-se que os termómetros mundiais irão sofrer um
acréscimo médio de um grau em 2050.
Cientistas europeus e americanos concluíram que as estimativas actuais
do aquecimento no futuro podem ser até 75% mais baixas do que a
realidade. Segundo estes, as estimativas correntes não levam em conta o
aumento da emissão de gases causadores do efeito da estufa em
determinados ecossistemas por causa do aumento da temperatura.
Depois da onda de calor na Europa, que matou em 2003 cerca de 30 mil
pessoas, no início de 2006, o Velho Continente acordou para uma vaga de
frio incomum, batendo vários recordes de temperatura mínimos; na
Península Ibérica a seca é agora a grande preocupação.
Na
Amazónia
Na Amazónia, o grande inimigo, de aparência inofensiva, minúsculo e
quase invisível, é uma planta de dimensões bastante modestas para um
habitat de floresta. Uma planta que produz pequenos frutos. Rica em
proteínas, é utilizada para o fabrico de óleo, manteiga e outros
produtos alimentares e, acima de tudo, para produzir alimentos compostos
para animais. Chama-se “Glycine Max”, mas é mais conhecida pelo nome de
soja. Recentemente, a soja tornou-se a principal responsável pela
desflorestação da Amazónia. Nos últimos anos, enquanto foram destruídos
70 mil quilómetros quadrados de floresta, a soja expandia-se ao ritmo
vertiginoso de um milhão de hectares por ano. Segundo o Instituto de
Investigação Aplicada (organismo dependente do Ministério do Urbanismo
brasileiro), a superfície das plantações de soja na parte brasileira da
floresta aumentou 13,5 por cento entre 2001 e 2004. O Brasil contabiliza
já 23 milhões de hectares de superfícies cultivadas. Com uma colheita
anual de 50 milhões de toneladas, o país tornou-se, assim, o primeiro
produtor mundial. A pressão desta cultura é tal que a soja até invadiu o
parque nacional de Tapajós, perto de Santarém. O conhecido fotógrafo
brasileiro Ricardo Beliel estava a bordo do “Arctic Sunrise” quando este
chegou a Santarém. As fotografias aéreas que tirou mostram os terrenos
devastados e imensos campos de soja. Em pleno coração da floresta. “Não
estão apenas a destruir a biodiversidade amazónica. Também estão a
provocar a migração das populações locais, que se vêem obrigadas a
abandonar as suas terras para se empilharam nos primeiros bairros de
lata de Santarém ou de Altamira”, explica o fotógrafo. »»» |