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N.º 19

Janeiro 2007

Desertos e Desertificação


Evitar a Desertificação, uma Miragem?

A Desertificação é um tema que deveria preocupar todos, pois este planeta não é de ninguém, mas é de todos. Por isso, neste ano, como se comemora o Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, as turmas B e C do nono ano da nossa Escola, pesquisaram sobre esta temática, na disciplina de Área de Projecto. 
 

Como se sabe, a Desertificação tende a agravar-se, pelo que a Humanidade pode estar prestes a enfrentar o seu maior desafio. Este problema ambiental afecta 1/10 do planeta, ou seja, 1/3 da parte terrestre.

A desertificação é um dos principais problemas ambientais do mundo. O seu principal sintoma é a degradação dos solos, e as suas causas são essencialmente duas: as alterações do clima e a actividade humana. Como fenómeno, a desertificação é antiga: segundo estudos, algumas regiões actualmente áridas abrigaram uma rica vegetação no passado. Mas, à medida que aumentam os factores que causam a aridez, os desertos avançam.

África é o continente mais afectado pela desertificação. A degradação dos solos tem impactos económicos, sociais e até humanos. Kofi Annan, quando era secretário-geral das Nações Unidas, classificou as consequências da desertificação como uma ameaça à saúde. Os meios de subsistência de mais de mil milhões de pessoas estão afectados por este fenómeno.

Estima-se que, todos os anos, a desertificação e a seca causem uma perda da produção agrícola da ordem dos 42 mil milhões de dólares. Um problema grave que tem sido desvalorizado. Por isso, as Nações Unidas escolheram 2006 para Ano Internacional dos desertos e desertificação. No planeta, as zonas secas ocupam 41%.

  

Causas

 

As principais causas da degradação das zonas áridas são o sobreuso ou uso inapropriado dos recursos da terra, agravados pelas secas. Dentre os usos mais prejudiciais para o ambiente, podemos citar o uso intensivo dos solos tanto na agricultura moderna quanto na tradicional; a seca dos rios; a pecuária extensiva; o desmatamento em áreas com vegetação nativa, áreas de preservação, margens de rios; as práticas inapropriadas de irrigação, particularmente sem o uso de drenagem; a alteração dos padrões de pluviosidade; o cultivo em terras inapropriadas tais como pendentes, ecossistemas e matas remanescentes; e menos terra para pasto.

 

 Consequências

 

As consequências da desertificação podem ser divididas em vários grupos: económicas e institucionais, a saber: a queda na produção e produtividade agrícolas; a diminuição da renda e do consumo das populações; a desorganização dos mercados regionais e nacionais; a desorganização do estado e inviabilização de sua capacidade de prestação de serviços e a instabilidade política; as naturais, como a perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de solos por erosão, o aumento das secas edáficas por incapacidade de retenção de água dos solos, o aumento da pressão antrópica noutros ecossistemas; as urbanas, que se verificam no crescimento da pobreza urbana devido às migrações, na desorganização das cidades, no aumento do desemprego e da marginalidade e no aumento da poluição e problemas ambientais urbanos; por fim, temos as sociais: o abandono das terras pelas populações mais pobres, a di-minuição da qualidade de vida, o aumento da mortalidade in-fantil e diminuição da expectativa de vida da população e a desestruturação das famílias como unidades produtivas

 

no Planeta

 

O aumento da temperatura do mar está a fazer definhar os corais; na Austrália, no espaço de uma geração, a Grande Barreira de Coral pode morrer.

O aquecimento global põe em risco a sobrevivência de espécies na Antártida, como os pinguins.

A temperatura da Terra bateu um novo recorde ao atingir 15 graus Celsius, a média mais elevada dos últimos 12 mil anos. É o que revelou um estudo do Instituto Goddard de Ciências Espaciais da Nasa, nos EUA. Os dados mostram que o clima aqueceu 0,6 grau Celsius nos últimos 30 anos. Neste ritmo, estima-se que os termómetros mundiais irão sofrer um acréscimo médio de um grau em 2050.

Cientistas europeus e americanos concluíram que as estimativas actuais do aquecimento no futuro podem ser até 75% mais baixas do que a realidade. Segundo estes, as estimativas correntes não levam em conta o aumento da emissão de gases causadores do efeito da estufa em determinados ecossistemas por causa do aumento da temperatura.

Depois da onda de calor na Europa, que matou em 2003 cerca de 30 mil pessoas, no início de 2006, o Velho Continente acordou para uma vaga de frio incomum, batendo vários recordes de temperatura mínimos; na Península Ibérica a seca é agora a grande preocupação.

 

 Na Amazónia

  

Na Amazónia, o grande inimigo, de aparência inofensiva, minúsculo e quase invisível, é uma planta de dimensões bastante modestas para um habitat de floresta. Uma planta que produz pequenos frutos. Rica em proteínas, é utilizada para o fabrico de óleo, manteiga e outros produtos alimentares e, acima de tudo, para produzir alimentos compostos para animais. Chama-se “Glycine Max”, mas é mais conhecida pelo nome de soja. Recentemente, a soja tornou-se a principal responsável pela desflorestação da Amazónia. Nos últimos anos, enquanto foram destruídos 70 mil quilómetros quadrados de floresta, a soja expandia-se ao ritmo vertiginoso de um milhão de hectares por ano. Segundo o Instituto de Investigação Aplicada (organismo dependente do Ministério do Urbanismo brasileiro), a superfície das plantações de soja na parte brasileira da floresta aumentou 13,5 por cento entre 2001 e 2004. O Brasil contabiliza já 23 milhões de hectares de superfícies cultivadas. Com uma colheita anual de 50 milhões de toneladas, o país tornou-se, assim, o primeiro produtor mundial. A pressão desta cultura é tal que a soja até invadiu o parque nacional de Tapajós, perto de Santarém. O conhecido fotógrafo brasileiro Ricardo Beliel estava a bordo do “Arctic Sunrise” quando este chegou a Santarém. As fotografias aéreas que tirou mostram os terrenos devastados e imensos campos de soja. Em pleno coração da floresta. “Não estão apenas a destruir a biodiversidade amazónica. Também estão a provocar a migração das populações locais, que se vêem obrigadas a abandonar as suas terras para se empilharam nos primeiros bairros de lata de Santarém ou de Altamira”, explica o fotógrafo.  »»»


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