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N.º 19

Janeiro 2007

Desertos e Desertificação


Tratar do lixo, antes que ele trate de nós
Ana Carina Hungria, Maria do Carmo Rendeiro e Susana Barbosa - 12º E

A 12 de Dezembro, oito alunos do 12º E do Agrupamento das Ciências Socioeconómicas e três professoras do Clube de Jornalismo visitaram o Aterro Sanitário Multimunicipal de Aveiro (Sistema Multimunicipal de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos do Litoral Centro) – uma empresa sem fins lucrativos que faz a triagem e separação do lixo, enviando-o posteriormente para a reciclagem, contribuindo assim para um desenvolvimento sustentável. A visita teve por objectivo exactamente a aquisição de conhecimentos no que se refere à componente separação de resíduos e respectiva reciclagem.

Entende-se por Aterros Sanitários, as infra-estruturas consideradas técnica e ambientalmente adequadas para o tratamento e destino final dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) e não podem ser nunca confundidas com lixeiras a céu aberto (estas contaminam os solos e as águas, cheiram mal, atraem animais indesejáveis, têm um aspecto horrível e provocam incêndios, enquanto os aterros não. Inclusive, o aterro visitado “sustentava” uma águia que “afastava” os possíveis animais indesejáveis, mas a alimentação a 2650 € /mês impossibilitou a sua manutenção, pelo que teve de ser dispensada). Os aterros são unidades de tratamento e valorização de resíduos indiferenciados. Lá são depositados os resíduos que não são passíveis de serem reciclados. Há todo um conjunto de operações básicas a garantir:

 

Controlo, Passagem e Registo dos resíduos à entrada do Aterro; 

Organização da frente de trabalho por células diárias, de modo a organizar a zona de descarga dos resíduos; 

Manuseamento e compactação dos resíduos sólidos/ enfardamento, para que haja uma optimização do espaço; 

Cobertura dos resíduos com terra ou outro material artificial adequado, evitando os maus cheiros bem como a aproximação de animais vectores de doenças; 

Crescimento em altura do Aterro Sanitário por estratos justapostos.

 

No seguimento do processo de separação e enfardamento de resíduos, estes são enviados para indústrias recicladoras, que reaproveitarão estes materiais como matéria-prima para a produção de novos produtos. Em contrapartida, os resíduos que não são possíveis de serem valorizados, quer devido à tipologia, dimensão ou degradado estado de limpeza, são conduzidos para a deposição em Aterro. Infelizmente, porque as pessoas não fazem a separação do lixo, mais de 80% do que vai para o aterro podia ser reciclado.

A ERSUC dispõe de três Aterros Sanitários (Aveiro, Coimbra e Figueira da Foz), nos quais são tratados os RSU dos 36 Municípios. Claro que os aterros só por si não resolvem o problema do lixo. É necessário REDUZIR a quantidade de lixo que cada um de nós produz, REUTILIZAR, escolhendo produtos e embalagens que possam ser utilizadas várias vezes e RECICLAR.

A nós, cabe a simples tarefa de fazer a divisão do lixo e colocá-lo nos respectivos ecopontos, que estão referenciados por três cores:

Amarelo (plástico e metal)

 

Garrafas de plástico (sumos águas, iogurtes líquidos, produtos de higiene), latas de bebidas, aerossóis.

Não colocar embalagens que tenham contido: óleos, margarina, manteiga e banha, copos de iogurte, cosmética gordurosa, talheres e panelas, pilhas e baterias;

 

Verde (vidro)

Garrafas, frascos, boiões de vidros.

Não colocar cerâmicas, lâmpadas, rolhas, cristais, loiças, espelhos, pirex (contentor de lixo normal);

 

Azul (papel e cartão)
 

Jornais, revistas, cartão, papel, pacotes de leite, sumo e de vinho.

Não colocar papéis vegetais, autocolantes, encerados, papel sujo ou que contenha plástico, fotografias.

 

Após esta divisão, o metal é separado em aço e alumínio. O plástico é subdividido em cinco categorias, PET, PEAD, Filme, PVC e EPS. As embalagens de vidro não sofrem qualquer triagem. O papel e o cartão são encaminhados para a indústria papeleira, onde serão subdivididos em várias dezenas de categorias e depois reciclados.

É graças à ERSUC que o lixo que cada um de nós produz por dia desaparece dos contentores que a entidade referida colocou à disposição dos munícipes, em 2004, 7506 contentores de recolha selectiva: 3515 vidrões (Aveiro - 292), 2049 papelões (Aveiro - 203) e 1942 embalões (Aveiro - 153). Desta forma, atingiram-se os rácios de 276 habitantes por vidrão, 474 por papelão e 500 por embalão, superando o rácio indicativo da União Europeia de 500 habitantes por Ecoponto, com a vantagem de economizar energia, poupar matérias-primas e reduzir a quantidade de resíduos depositados nos aterros sanitários.

Visitar a ERSUC alertou-nos para a urgência de seleccionarmos os lixos. Todos deveríamos “tratar do lixo antes que ele trate de nós”. n


Desenvolvimento económico e poluição atmosférica
Daniel, Marisa e Sara - 12º D

Portugal encontra-se no topo dos países europeus que mais gases poluentes liberta para a atmosfera

O desenvolvimento económico tem originado em todo o mundo um aumento crescente das emissões de poluentes atmosféricos. O acréscimo das concentrações atmosféricas destas substâncias, a sua deposição no solo, nos vegetais e nos materiais é responsável por danos na saúde e nas florestas, redução da produção agrícola, degradação de construções e, de uma forma geral, origina desequilíbrios nos ecossistemas e consequências para a vida humana.

A atmosfera do planeta é um dos raros recursos naturais que é comum ao mundo, pelo que os efeitos negativos sobre esta são globalmente sentidos.

De acordo com as estatísticas, Portugal encontra-se no topo da lista dos países europeus que mais gases poluentes liberta para a atmosfera. Destacam-se pelas suas emissões, as unidades industriais e de produção de energia. Os problemas de qualidade do ar não afectam o território de uma forma sistemática, encontrando-se localizados em algumas áreas onde é maior a concentração urbana e a presença de grandes unidades industriais (Sines, Setúbal, Barreiro-Seixal, Lisboa, Estarreja e Porto).

 Como a poluição do ar é responsável por alterações ao nível planetário, obriga à conjugação de esforços internacionais. São, deste modo, exigidas acções para prevenir ou reduzir os efeitos da degradação da qualidade do ar, acções essas que não impedem o contínuo desenvolvimento industrial e social. A gestão da qualidade do ar envolve a definição de limites de concentração dos poluentes na atmosfera, a limitação de emissão dos mesmos, bem como a intervenção no processo de licenciamento, na criação de estruturas de controlo da poluição em áreas especiais e apoios na implementação de tecnologias menos poluentes.

Em suma, o desenvolvimento económico tem sido a principal fonte da poluição do ar. Hoje, existe cada vez mais a preocupação de criar um desenvolvimento sustentável que evite a degradação do ambiente. n


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