Tem sido prática desta Escola a
promoção de reflexões sobre temas de carácter social, profissional,
cultural, ambiental, etc., estimulando a pesquisa, a análise crítica e
eventuais reajustamentos comportamentais dos alunos e da comunidade
educativa em geral, face às diversas questões em análise.
Nesse sentido, uma vez que 2006 foi,
sob proposta das Nações Unidas, o Ano Internacional dos Desertos e da
Desertificação, resolveram os professores do Departamento de Línguas e
Literaturas da Escola propor aos seus alunos a realização de algum
trabalho a esse respeito, aquando da comemoração do Dia Europeu das
Línguas. A relação entre os dois temas está patente, sobretudo, na
celebração da diversidade, biológica, no primeiro caso, e linguística,
no segundo.
Assim, ao longo das duas primeiras
semanas do 1º período foram realizados trabalhos na área da produção
escrita (ensaios, poemas, comentários de citações e imagens...), artes
visuais e multimédia, em Português, Francês, Inglês e Alemão. Esses
trabalhos foram expostos por toda a Escola no dia 26 de Setembro, Dia
Europeu das Línguas.
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Pretendeu-se sensibilizar a
população escolar para as consequências ambientais da desertificação
e do avanço dos desertos, incentivando a adopção de medidas que
visem a gestão do património ambiental de uma forma mais
sustentável. Afinal, não é surpresa para ninguém que são cada vez em
maior número os fenómenos e sinais de transformação das condições de
equilíbrio que, até há bem pouco tempo, considerávamos estáveis. É,
por isso, com alguma ansiedade que nos vamos apercebendo que a vida
do nosso planeta parece ter adquirido uma inesperada aceleração,
provocando sérias alterações ambientais e climáticas, que irão
necessariamente pôr em risco as nossas condições de
sustentabilidade, caso não sejam tomadas medidas adequadas.
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Entre estas alterações, encontra-se o
dramático aumento das superfícies desertificadas, originando menos
diversidade, menos produtividade e, consequentemente, mais fragilidade,
mais pobreza e movimentações populacionais motivadas pelo instinto de
sobrevivência.
As regiões secas constituem
aproximadamente 41% da superfície terrestre e são habitadas por mais de
dois biliões de pessoas. Grande parte desse território está ameaçado de
desertificação total, devido à falta de água e à perda de
biodiversidade. Lembremo-nos de que, para o desencadeamento e incremento
desta situação, muito têm contribuído as irresponsáveis acções
desenvolvidas pelo Homem, em busca de conforto, lucro, “progresso”...
O problema da desertificação é
indubitavelmente um problema global que não podemos ignorar, sob
pena de colocar em risco toda e qualquer forma de vida no planeta.
Como tal, urge agir, não só institucionalmente, mas também em nome
individual, zelando pela conservação das espécies, do solo e da
água, pela fixação das populações nos meios rurais, pela recuperação
das áreas afectadas e pela sensibilização da população em
geral para a problemática da desertificação. |
Temos de agir, não só institucionalmente, mas também em nome
individual, zelando pela conservação das espécies, do solo e da
água, pela fixação das populações nos meios rurais, pela
recuperação das áreas afectadas e pela sensibilização da
população em geral para a problemática da desertificação. |
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E nada melhor do que começar a despertar consciências precisamente aqui,
na Escola, onde as pessoas passam tanto tempo das suas vidas!
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Quando escolhemos a Desertificação como tema para enquadrar as
actividades desenvolvidas com as todas as turmas da escola para
assinalar mais um Dia Europeu das Línguas, fizemo-lo para plantar mais
uma semente: a da necessidade de olharmos o nosso planeta como um espaço
finito. Se o conceito de aldeia global é sobretudo
sócio-económico-cultural, a expressão não deixa de ser razoável para dar
a dimensão do mundo em que vivemos - uma aldeia - cujo equilíbrio é cada
vez mais periclitante.
A conquista de alguma estabilidade só poderá vir da junção de esforços
de todos os aldeãos, e deverá começar pela tomada de consciência dos
comportamentos individuais que conduzem ao desperdício dos recursos
naturais e à degradação das condições das formas de vida que conhecemos
actualmente no planeta. Entre as muitas instituições que são chamadas a
intervir nesta fase encontra-se, forçosamente, a escola.
Terminou o Ano Internacional dos Desertos e Desertificação, Portugal
passou o Verão a arder, o nosso clima começa a ter traços
irreconhecíveis e os nossos aldeãos mantêm a sua atenção nos desertos
porque é neles (ou ali à volta) que se produzem o petróleo e os
terroristas.
(Atrevendo-me a “corrigir” Exupéry, ou a completá-lo, diria) É preciso
abrir os olhos para o essencial... |