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N.º 20

Maio 2007

Ver e ouvir / Ler e escrever


SAPO Challenge 2007- A aventura do conhecimento

Sleepsoul

A lembrança de anteriores adrenalinas provocadas por participações em desafios da net foi o suficiente para que nos organizássemos numa equipa concorrente ao “SAPO challenge”. E a equipa não esteve sozinha. Os variados e múltiplos desafios lançados quotidianamente necessitavam de espaço, físico e virtual, disponibilizados pela Escola, que não deixou de corresponder quando foi preciso apoio técnico, científico, e afectivo.

O desafio consistiu em duas fases: a de Pesquisar e a de Criar. Na primeira, as equipas punham à prova a velocidade de pesquisa na Internet, deparando-se diariamente com questões relacionadas com vários temas. Na segunda fase, os clãs leram uma obra, e criaram um blog referente a esse estudo, sendo semanalmente confrontados com uma tarefa.

Lúcia Neves e Maria Miguel - 10º C
              http://sleepsoul.blogs.sapo.pt

O clã sleepsoul escolheu a obra “Leah e outros contos” de José Rodrigues Miguéis, que viveu como emigrante retratando a realidade da migração nas suas obras. Em “Leah e outros contos”, refere-se à vida de um emigrante e das suas peripécias, longe da família, da casa, e de todas as suas raízes. A interpretação deste livro permitiu perceber a realidade dos nossos colegas oriundos de outros países, encarar as diversas opiniões da comunidade escolar em relação aos imigrantes, nomeadamente às relações amorosas, e conhecer um pouco melhor a vida de um autor cuja popularidade da escrita não é proporcional ao seu interesse literário.

Ao longo dos meses de participação, a equipa multiplicou-se pelas experiências vividas, pelas certezas verificadas, pelas fragilidades superadas, pela tenacidade de acabar, mêsmo sem tempo e sem número suficiente de elementos.

A adrenalina produziu-se, o trabalho avaliou-se e ficou a certeza de que estamos prontas para ser novamente desafiadas.  n
 

O concurso levou-nos a fazer uma leitura minuciosa e exaustiva da obra. Aprendemos a pesquisar em diferentes meios, lemos sobre a vida e a obra de Eça de Queirós, analisámos estudos d’A Cidade e as Serras.
 

Há alguns meses, começou a segunda edição do  “SAPO Challenge”, uma parceria da PT com a Sapo, em conjunto com o Ministério da Educação, que promoveram, há dois anos, um concurso baseado na rapidez de pesquisa na Internet , no qual alguns de nós participámos. Este ano, mal vimos o desafio, formámos uma equipa de cinco elementos, para embarcar nesta grande Aventura do Conhecimento. O desafio era entusiasmante e o facto de o grande prémio ser “A Escola do Futuro PT” levou-nos a conjugar ainda mais as nossas vontades para aceder ao desafio e constituímos a nossa equipa: Ana Marta, Daniel e Paulo (10º C), Bernardo e Filipe (10ºB). Criámos o clã Mahatma.

Mahatma

Ana Marta Pinto - 10º C
                   http://mahatma.blogs.sapo.pt

Numa primeira etapa, respondemos semanalmente, na Internet, a vários desafios, relacionados com Actualidade,   Desporto, Música, Tecnologia e Moda. O mais difícil surgiu na segunda fase do concurso: Criar. Nesta, era-nos solicitada a criação de um blog sobre uma obra de um consagrado autor português. Ao longo de quatro semanas, teríamos que o actualizar. A  professora Teresa Correia foi a nossa responsável coordenadora; foi ela que nos sugeriu a abordagem de A Cidade e as Serras de Eça de Queirós. Tal não podia ter sido mais acertado, pois passámos a conhecer uma das suas obras mais interessantes. Esta confronta  duas  realidades: a vida parisiense do final do século XIX, onde se vivia em redor da tecnologia e a serenidade das Serras Portuguesas.

Jacinto, a personagem principal enfrenta uma mudança brusca, ao ir para Tormes, e aprende a viver sem todos os instrumentos tecnológicos que, se num momento lhe pareciam indispensáveis, depois se revelaram inúteis e supérfluos.

As tarefas centraram-se numa entrevista imaginária ao autor da obra, numa reportagem sobre a mesma e tema livre. Para a entrevista, fizemos um vídeo, em que simulámos uma viagem no tempo, em que voltaríamos ao século XIX, na Costa Nova, para entrevistarmos o nosso Eça, no palheiro de José Estêvão. Para realizarmos a reportagem deslocámo-nos a Tormes, espaço privilegiado de Eça, e visitámos o Museu da Imprensa.

Apesar de não termos chegado à final, sentimos que foi bastante positiva a nossa participação e empenhámo-nos para que a nossa Escola saísse a ganhar. Aprendemos  uns com os outros e constatámos que é muito importante sermos organizados e responsáveis.

Não queremos deixar de agradecer profundamente aos professores que nos apoiaram, principalmente a nossa Directora de Turma, professora Isabel Órfão, e a professora Teresa Correia que nos prestou incansável ajuda na realização de todas as tarefas! O nosso muito obrigado! A Menção Honrosa que obtivemos (2º lugar) é fruto do trabalho árduo que todos desenvolvemos. Já que não ganhámos a Escola do Futuro, podemos construir o Futuro na Escola!  n


Um bom cartoon é aquele que faz pensar. Um cartoon faz disparar o cérebro.
“Eça em caricatura” no Porto

Clã Mahatma no Museu da Imprensa, em 2 de Março de 2007 e Prof. Teresa Soares Correia

No Museu Nacional da Imprensa, o visitante pode conhecer outras facetas de Eça de Queirós: descobrirá não só o modo como este autor realista se via, mas também o modo como os seus contemporâneos e os caricaturistas da actualidade o retratam.

Os nossos agradecimentos ao Museu da Imprensa, que permitiu a captação de imagens para esta reportagem.

Dos vários caricaturistas, destacam-se os portugueses Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), Stuart Carvalhais (1887-1961), Mário Botas (1952-1983), João Abel Manta (1928) e Vasco (1935). É de realçar igualmente a presença de vários caricaturistas brasileiros, o que prova que Eça de Queirós tinha uma boa relação com o Brasil. De facto, sabemos que Eça é um autor muito querido no Brasil, tendo mantido com os brasileiros ligações estreitas aquando da sua vida diplomática.

Podem citar-se as tertúlias que dinamizava diariamente na sua residência em Paris, quando ali desempenhava as funções de Cônsul, às quais acorriam os portugueses e os brasileiros que se encontravam na capital francesa. Aí trocavam impressões sobre a vida económica, política e literária, o que permitia que Eça se mantivesse actualizado em relação a Portugal e ao Brasil. Curiosamente, existe ainda em Tormes uma mesa que terá sido a “mesa das sessões de espiritismo ” que se realizavam na casa de Paris, provavelmente uma das influências dos amigos brasileiros que a frequentavam.

Outro aspecto que chama a atenção são as cinco auto-caricaturas originais, em que Eça se retratou de forma burlesca, o que demonstra que o seu espírito crítico não se aplicava unicamente aos outros, mas também a si próprio, revelando o sentido de humor tão característico deste escritor. Ajusta-se a este género humorístico da caricatura a expressão destacada logo no início da exposição: «O humor e olhar satírico fazem parte integrante da sua escrita. Esta particularidade começa na imprensa, nas famosas Farpas, partilhadas com Ramalho Ortigão. O objectivo do jornal é “farpear” o país. “As Farpas são pois o trait, a pilhéria, a ironia, o epigrama, o ferro em brasa, o chicote, postos ao serviço da renovação.” disse. Eça não tinha qualquer pejo em acrescentar que “a galhofa deve ser posta ao serviço da justiça.” Aos 21 anos, ele tinha já uma ideia muito clara sobre a importância do humor gráfico. E disse frontalmente o que pensava sobre a Caricatura: “O meio mais poderoso de desacreditar, no espírito do povo, os maus governos.” E explicou porque: “mais que torná-los odiosos, torna-os desprezíveis.”

Além dum busto original de Rafael Bordalo Pinheiro, de 1901, um ano após a morte de Eça de Queirós, pode apreciar-se a revista “A Gaiola Aberta”, de 1 de Julho de 1978, com texto de Eça de Queirós sobre os Açores, havendo ainda uma caricatura de José Vilhena que apresenta a ironia de Eça na expressão “Os Açores? O melhor é dá-los e depressa.”

Como dizia José Bandeira, à revista “notícias magazine” (20/11/2005), “Um bom cartoon é aquele que faz pensar. Um cartoon pode ser muitas coisas, desde que faça disparar o cérebro.” Esta mostra dedicada a Eça demonstra exactamente que o autor despertou, no seu tempo, e ainda hoje, o espírito crítico, graças ao seu sentido de observação e à sua análise mordaz da sociedade. n


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