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N.º 18

Junho 2006

Ver e ouvir / Ler e escrever


Cenários para Garrett

Ana Marinho_11º B

Maquete de Joana Órfão_11º B

John Stuart Mill afirmou em vida que "o aluno a quem nunca se pediu para fazer o que não é capaz, nunca faz aquilo que realmente consegue fazer". Partindo desta citação infiro que o verdadeiro professor deve motivar os alunos a elaborarem tarefas que à primeira vista suscitam ao aluno a sensação de incapacidade de as elaborar. Com estas actividades o professor deve ambicionar que o aluno se supere, vá além do que já sabe, desenvolva outras capacidades. Foi esta superação que a professora de Língua Portuguesa, Aurora Cerqueira, pretendeu ao pedir aos alunos do 11º B para criarem cenários possíveis de acordo com a descrição existente no início do Acto II da obra Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett.

Este trabalho apelava sem sombra de dúvidas à criatividade de cada aluno podendo ser feito um desenho ou uma maqueta. Não era um trabalho vulgar e poderia ser levemente abordada a descrição do cenário durante as aulas não implicando esforço aos alunos.

No início, todos, ou pelo menos a maior parte, sentiu-se incapaz, ou pelo menos desmotivado, para o realizar. Mas o trabalho apenas assusta as almas fracas como declarou Luís XIV e portanto aqueles cuja "alma é forte" persistiram e realizaram a tarefa pedida. Foram feitas maquetas e desenhos que estiveram expostos na Biblioteca da nossa escola para que fossem de alguma maneira reconhecidos pelos demais elementos da escola.

Espero muito sinceramente que outros professores aspirem a que os seus alunos se transcendam e, acima de tudo, que eles próprios sejam ambiciosos no sentido de desenvolverem outras capacidades para além das exigidas pelos programas, para além daquilo que é avaliado em provas quer sejam testes ou exames. n


Pensar o SILÊNCIO

Andreia Santos_12º

«Se não tens nada de mais belo para dizer que o silêncio, então cala-te!»

O silêncio é o sossego, a abstenção de alguém falar. Mas talvez o silêncio seja algo um pouco mais profundo. O silêncio é tudo e nada. Está em todo o lado e em lado nenhum. Talvez seja, por isso, algo difícil de explicar.

Quando nos encontra-mos no meio de uma multidão, o sossego parece ser um bem inexistente. Pessoas a falar, música, sons diversos que se propagam no ar e que nos "enchem" a cabeça de ruídos. Porém, o silêncio está ali pressente. Se fecharmos os olhos, podemos senti-lo à nossa volta, quando nos abstraímos de todos os sons. E como sabe bem senti-lo!

Dizem os populares, "se não tens nada de mais belo para dizer que o silêncio, então cala-te!". De facto, o silêncio é algo de muito belo, que nos permite pensar e pode surgir num simples instante. Pode ser tudo o que temos num momento e no momento seguinte não ser nada, pois já se perdeu. Aparece nos piores e nos melhores momentos. Pode transmitir alegria, consentimento, sentimento de perda, desilusão, tristeza… o silêncio é uma imensidão de coisas.

Por vezes, encontramo-nos fechados no nosso mundo, afastados de tudo o que nos rodeia, deixando o silêncio ser o único elemento que nos envolve e ser ele o nosso meio de fugir ao que nos perturba. Contudo, até a mais bela rosa tem os seus espinhos e, portanto, o silêncio pode ser devastador. Poderá indicar-nos a solidão e fazer-nos sentir pequenos, tão peque-nos que quase desaparece-mos. O silêncio pode conter a beleza de uma poesia, ou ser tão aterrador como o medo.

Em suma, o silêncio consegue ser tão oportuno como inoportuno. Pode ser o génio saído da lâmpada ou o monstro que afastamos. Enfim, este simples vocábulo é ao mesmo tempo algo tão difícil de explicar.


A leitura no desassossegar das consciências

Andreia Santos_12º D

Quanto mais desenvolvermos a percepção do que nos rodeia, mais cultos e conscientes ficamos.

Todos nós temos consciência daquilo que somos. E temos, por isso, ideias e teorias acerca das coisas. Opiniões que se formam de acordo com o que vivemos. A experiência torna-nos inteligentes e conscienciosos do que somos e do que fazemos. Quando a nossa consciência é posta em causa, sentimo-nos perdidos e inquietos, pois não sabemos que caminho seguir. A leitura é um dos elementos que nos faz ficar apreensivos.

Por todo o mundo, existem livros que nos ensinam. Ao longo dos séculos, os amantes da leitura foram aumentando e tornando-se mais exigentes. Os livros podem ser os nossos professores, os nossos mestres. Os seus autores podem pretender transmitir uma ideologia, fazendo-nos ver o mundo com outros olhos. Podem tecer criticas à sociedade em que vivemos, aos nossos costumes, à nossa forma de encarar os obstáculos. Podem, portanto, ser designados como intemporais. Por vezes, apesar de escritos numa época, eles adequam-se a outra, ainda que tenham passado anos, como por exemplo, Os Maias de Eça de Queirós, ou Memorial do Convento de Saramago. Apesar de não terem sido escritos no nosso século, as críticas sociais neles patentes encaixam na perfeição na actualidade. Tornaram-se obras "revolucionárias" e dignas de serem estudadas.



Filipa Rocha, Victor Marquez e André Pires_8º A

O desassossegar da nossa mente pode ser conseguido de muitas formas, mas sem dúvida que a leitura nos fará pensar se estamos a fazer as escolhas certas ou erradas, se devemos seguir o caminho do "bem" ou do "mal". Até as obras menos complexas, como alguns livros de aventuras, nos ensinam a viver e nos transmitem juízos de valor.

Quando estamos certos de que sabemos tudo e não precisamos de aprender mais nada, estamos completamente errados, mas não nos apercebemos e, portanto, quando lemos alguma coisa, que, de certo, irá pôr em causa essa certeza, ficamos baralhados e inquietos. Ficamos na dúvida se afinal estaríamos correctos. A leitura faz-nos desassossegar a mente, e, ao mesmo tempo, faz-nos crescer, ao questionarmos a sociedade em que vivemos.

O despertar da consciência parte da sua inquietação, conseguida quando posta em causa. Os livros mostram-nos o mundo em que vivemos, que não é o melhor, mas o único que temos. Quanto mais desenvolvermos a percepção do que nos rodeia, mais cultos e conscientes ficamos. Assim, podemos aperfeiçoar o nosso ser e tornamo-nos cada vez melhores e mais interventivos.


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