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Fabrico Tradicional do Azeite em Portugal (Estudo Linguístico-Etnográfico), Aveiro, 2014, XIV+504 pp. ©

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GLOSSÁRIO(1)

 

– Q –

 

quebra seca    Nome dado no lugar de Assafarge, P. 284, à segunda calda.

quentura, (do lat. calentura), s. f.    Relativamente à azeitona, é usada para indicar a sua fermentação, quando amontoada na tulha.

quintura, s. f.     O mesmo que quentura.

 

– R –

 

rabadão, s. m.   1.Designação dada a duas pedras do lagar que suportam a vara e nas quais é enfiada a agulha, também conhecidas por agulheiras, agulheiros, gateiras, madres, orcelas, sacos e virgens.   2.Rabo da vara do lagar. (ver fig. 77 a 80).

raio, (do lat. radiu), s. m.   Braço metálico de tocar a prensa de parafuso (ver fig. 107).

raspa, (de raspar), s. m.   Peça de madeira com o formato aproximado de uma régua em T, fixa no interior do vaso ao moirão, um pouco abaixo do eixo horizontal da galga (ver fig. 44) e cuja utilidade é a de fazer cair a massa que se agarra às paredes do vaso. Esta peça, feita também de metal, é conhecida mais        vulgarmente por raspadeira e raspador.

raspadeira, s. f.   Pá de ferro ou de madeira para fazer cair a massa que se agarra às paredes do moinho e, nos moinhos modernos, obrigar a massa a deslocar-se para o caminho das galgas e também expulsá-la da vasa, quando convenientemente moída, para dentro de gamelões ou caixas.

raspador, s. m.   O mesmo que raspa, raspadeira e raspador, peça de madeira ou metal que, durante o movimento do moinho, desprende a massa que se agarra às paredes do recipiente; no caso do moinho de Izei, P. 76, o raspador, de madeira, está preso não ao moirão ou ao eixo das galgas, mas ao próprio baldão (ver fig. 54). Nos moinhos mais modernos, a massa pode ser expulsa automaticamente do moinho pelas raspadeiras ou raspadores.

rasto, (do lat. rastru), s. m.   Base de pedra do moinho sobre a qual assentam as galgas, também conhecida por mó de baixo, lastro e prato.

rebolho, s. m.   O mesmo que rebolo.

rebolo, s. m.   Palavra proveniente provavelmente do latim pullus ‘rebento de qualquer árvore’ e, seguramente, do lat. vulgar *repullus, designa uma azeitona que, pelo seu diminuto tamanho, raramente é aproveitada. Também conhecida por arredolho, rebolho, redolho e outros termos. (ver cap. IV, pp. 140-147).

redoiça, s. f.   Também com a forma reduça, o mesmo que dobadoira.

redolho, s. m.   O mesmo que rebolo.

redouça, s. f.    O mesmo que redoiça.

reduça, s. f.    O mesmo que redoiça ou dobadoira.

regueira, (de rego), s. f.   Sulco cavado a toda a volta da pedra do alguer por onde corre o azeite que ressuma da compressão das seiras (ver alguer).

reigão da vara    O mesmo que cabeça da vara, i. é., região mais grossa da vara que corresponde à raiz da árvore de que a prensa é feita (ver fig. 80).

reima, (do gr. rheuma, através do lat.), s. f.   Vocábulo pouco documentado, surge no distrito de Coimbra, P. 243, 244, com o sentido de água-ruça.

remigar, v. tr.   Esboroar ou desfazer a massa, durante a operação de caldeamento.

rescalda, (de calda), s. f.    Segunda operação de caIdeamento.

revolta seca   Quarta prensagem efectuada a seco e cujo objectivo é o de conseguir um maior enxugamento da massa.

roda, (do lat. rota), s. f.   Roda hidráulica que faz girar as galgas do moinho de azeite. Feita de madeira ou de ferro, e situada dentro ou fora do lagar, é formada por duas grandes rodas circulares paralelas, firmes ao eixo por quatro ou mais pares de raios e assente sobre mancais de bronze, ferro ou madeira. Entre as duas rodas paralelas, apresentam concavidades chamadas copos ou cubos, sobre as quais cai a água. A roda é também conhecida pelas expressões roda hidráulica, roda de fora, roda exterior, roda de balanço e roda de peso (ver moinho de roda e figs. 20 a 23).

roda bolante    O mesmo que roda volante, roda horizontal superior de madeira, fixa por quatro braços ao eixo vertical do moinho, que serve para desmultiplicar a energia do motor (ver fig. 57).

roda da água      O mesmo que roda.

roda da árvore    Roda horizontal dentada do moinho, fixa à árvore ou eixo vertical por meio dos raios (ver moinho de rodízio).

roda de balanço    O mesmo que roda da água e roda de peso.

roda de coroa    Roda dentada que constitui, juntamente com outra ou outras, um sistema de engrenagem para transmissão ou desmultiplicação da energia fornecida pela roda da água. Em alguns lagares, as rodas de coroa ocupam uma concavidade da parede.

roda de fazer corda    Maquineta tosca de madeira, constituída por um trapézio (nº 4), construção rectangular formada por quatro barras horizontais paralelas e quatro suportes verticais, uma roda (nº 1), uma tábua pregada ao alto (nº 3) com outra colocada horizontalmente, na qual giram cinco carris (nº 2), destinada ao fabrico de corda para as seiras e capachos (ver figs. 66, 69 e 70).

roda exterior    O mesmo que roda ou roda da água.

roda de fora    O mesmo que roda ou roda da água.

roda de tocar    Peça circular da prensa de cincho com orifícios junto ao seu bordo e que enrosca no parafuso de ferro da prensa (ver fig. 91, nº 2).

roda hidráulica    O mesmo que roda ou roda da água.

roda de peso   O mesmo que roda ou roda da água. A origem desta explicação deve residir no facto de a roda trabalhar devido ao peso que a água exerce dentro dos cubos, o que a obriga a girar.

roda volante   Roda horizontal de madeira, fixa por quatro braços ou raios ao eixo vertical ou árvore do moinho e que serve para desmultiplicar as rotações do motor (ver fig. 57).

rodete, s. m.    Nome dado no distrito da Guarda, P. 206, à entrosga.

rodízio, (do lat. *roticinu, de rota), s. m.   Roda horizontal de madeira do moinho de rodízio, em cuja extremidade estão as penas, nas quais a água bate, fazendo-a girar. O rodízio compõe-se de uma roda horizontal de madeira, fixa a um eixo vertical por meio de dois braços perpendiculares, formando quatro raios, e no qual existem, vertical ou horizontalmente, palhetas de madeira chamadas penas (ver moinho de rodízio e figs. 34 c e 35).

rodo, s. m.     1.Vara comprida com que o empregado do lagar vai empurrando para baixo a massa que se agarra às paredes do farneiro, a fim de ser apanhada pelo rasto das galgas e ficar bem moída (ver fig. 59). 2.Utensílio metálico em forma de concha e com um cabo de madeira com mais de um metro de comprimento, com que a massa era retirada do pio do moinho (Coimbra, P. 303).

rolho, s. m. Espécie de batoque ou torno de madeira colocado no interior das tarefas que por pressão do líquido impede a saída pelo orifício de sangramento, o mesmo que espicha, bichaneira e torno.

roquete, s. m. Peça constituinte do moinho, idêntica quer no moinho de roda com sistema de roquetes e pontaria, quer no chamado moinho de rodízio; é construída de madeira, sendo constituída por duas placas circulares paralelas, entre as quais se fixam uns pequenos tornos verticais, a igual distância uns dos outros, assemelhando-se a uma pequena gaiola cilíndrica. (ver moinho de roda e moinho de rodízio e ainda as figs. 31 a 34 e 36 e 37).

rosedda, pal. it.    Base de pedra sobre a qual são colocadas as seiras na prensa de vara italiana (ver vara italiana e fig. 86).

roto del fiel    Nome dado em Espanha a umas ranhuras existentes nas virgens, nas quais é introduzido um varão de ferro, conhecido por fiel (ver cap. VI, pp. 178 a 188).

 

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