– O –
oleastro,
s. m. Oliveira brava, espontânea nos sítios incultos do centro e sul
de Portugal, que dá um fruto muito pequeno (ver cap. IV, pp. 140-147).
óleo,
s. m. Líquido gorduroso obtido de várias substâncias. Este nome,
seguido de um determinativo, é frequentemente usado para designar o
azeite, em expressões como óleo d'azeitona, óleo de oliveira, óleo
d’olípio.
olípio,
s. m. Termo popular para designar a oliveira.
oliva,
s. f. O mesmo que azeitona ou oliveira. Juntamente com o substantivo
sumo, na expressão sumo d'oliva, é usado em relação a
azeite.
orcela,
s. f. São as orcelas duas pedras do lagar que suportam a vara
e nas quais é enfiada a agulha, também conhecidas por agulheiras,
agulheiros, gateiras, madres, sacos e virgens (ver figs. 77 a
80).
ouvido do fuso
Orifício do fuso onde é enfiada a vara com que é accionado. (ver fig.
82, nº 4).
– P –
panal,
(de pano), s. m. O mesmo que toldo, pano comprido de lona, linho ou
serapilheira, que colocam sob as oliveiras durante a vareja, a fim de
nele cair a azeitona; conhecido também por mandil, pano, tolde e
toldo.
panca,
(do lat. *palanca, por palanga ou phalanga, do gr.),
s. f. 1.Vara comprida e roliça de madeira com a qual é tocado o fuso,
obrigando a descer a prensa, também conhecida por torteiral, tranca,
tranqueta, etc. 2.Vara comprida de madeira com que é endireitado o
enseiramento, também conhecida por tranca.
panela,
(do lat. panna), s. f. Recipiente cilíndrico de lata munido de
comprido cabo de madeira, de dimensões variáveis, com o qual, é tirada a
água a ferver da caldeira, para deitar nas seiras. É também conhecido
por agueiro, cabaço, cace, caço, coco, copo, garabano, gravano e
trolho (ver fig. 104, página 241).
pano,
(do lat. pannu), s. m. O mesmo que panal.
parafuso,
s. m. O mesmo que fuso.
partir as seiras
Operação que consiste em dobrar as seiras ao meio para destorroar
a massa, também conhecida por cobrar.
pasta,
(do lat. pasta, do gr. páste), s. f. Azeitona depois de
reduzida a massa (ver massa).
pastor,
(do lat. pastore), s. m. Pilar cilíndrico de pedra, protegido
em cima por um disco metálico, situado no centro do pio do moinho, à
volta do qual giram as galgas, a ele fixo pelo eixo horizontal (ver figs.
49, 50 e 52).
pejadoiro,
(de pejar), s. m. Alavanca que acciona uma caleira suplementar móvel
que, interpondo-se entre a saída da conduta e a roda, desvia a água para
o lado, parando o movimento da roda de água do moinho (ver figs. 21 a
23).
pejar,
v. tr. 1.Encher. 2.Carregar. 3.Impedir. 4.Estorvar. 5. (prov.) fazer
parar (o moinho) 6.Diminuir a velocidade devido ao excesso de água sobre
a roda da água.
pela;
s. f. Também conhecida por pulão, é a pela o eixo vertical ao qual
estão fixos o rodízio e o roquete no chamado moinho de
rodízio (ver moinho de rodízio e figs. 34 a 37).
pena,
(do lat. penna), s. f. Paletas horizontais ou verticais do
rodízio (ver rodízio e moinho de rodízio).
penago,
s. m. Recipiente circular do moinho com o formato de grande prato ou
cilindro, com base de pedra, dentro do qual giram as galgas ou mós, que
reduzem a azeitona a pasta, também conhecido por alfarja, balsão,
basa, base, baso, farneiro, lagariça, moega, pia, pio e vasa.
penedo,
(do Iat. pinna), s. m. O mesmo que peso.
peneira,
(do lat. penna ou pinna), s. f. O mesmo que dobadoira,
vocábulo registado nos distritos de Coimbra e Guarda (ver dobadoira).
peso,
(do lat. pensu), s. m. Elemento da prensa de vara, também
conhecido por penedo e pouso, que se caracteriza pela sua
forma geralmente tronco-cónica, mas também cilíndrica e esférica, cujo
objectivo é o de aumentar a potência da vara. E fixo ao fuso por meio de
um veio e uma chave, chaveta ou chavetão (ver figs.
81 a 85).
pia,
(do Iat. pila), s. f. 1.Recipiente onde, em certas regiões, é
conservada a azeitona. 2.O mesmo que tarefa, i. é., recipiente para onde
corre o azeite da prensagem e onde se separa da água e impurezas.
3.Recipiente de pedra milheira, no qual é deitado o azeite da maquia.
4.Recipiente circular do moinho, com o fundo de pedra e o formato. de um
prato de paredes bastante inclinadas, feito de aduelas ou de cimento,
dentro do qual é deitada a azeitona, que é triturada pelas galgas,
também conheci do por alfarja, balsão, basa, base, baso, farneiro,
lagariça, moega, penago, pio e vasa (ver figs. 42 a 48).
piada,
(de pia), s. f. Quantidade de azeitona moída de cada vez no moinho,
também designada por moagem, moedura, moenda, moinho e moldura.
Pião,
s. m. O mesmo que pion ou pastor, pilar cilíndrico de
pedra, protegido normalmente em cima por um disco metálico, situado no
centro do pio, vasa ou vaso do moinho, à volta do qual
giram as galgas, a ele fixas pelo eixo horizontal, engatado no beio
de ferro (ver figs. 49, 50, 52 e 53). No lagar das Carvalhosas, P. 286,
o pião caracteriza-se pela sua enorme largura e reduzida altura, o mesmo
acontecendo com o moinho do lagar do Dianteiro, P. 256. (ver fig. 55).
Picadeira,
s. f. O mesmo que gibardeira e pica-folha.
pica-folha,
s. f. Arbusto de folhas pequenas e pontiagudas, usado para picar o
azeite, a fim de o descoalhar, também conhecido por azevinho,
gibardeira, picadeira e visqueira.
pilão,
s. m. Palavra existente também no italiano registada no Alentejo como
«depósito de zinco onde o azeite assenta e deixa as suas impurezas.
Encontrámo-lo também no dist. de Braga com o sentido de tarefa.
(pp. 266-267).
pilhão,
s. m. O mesmo que pilão.
pio,
s. m. 1.O mesmo que pia, recipiente circular do moinho, de formato e
estrutura variável, onde giram as galgas. (ver pia). 2.Esporadicamente,
indica também o alguerbe, i. é., a zona circular onde se colocam
as seiras para serem espremidas pela vara. 3.Parte inferior do moinho,
sobre a qual giram as galgas, equivalendo a rasto 4.Aparelho de
moer na sua totalidade, i. é., o mesmo que moinho.
pion,
s. m. Vocábulo registado no distrito do Porto, o mesmo que pio.
pipa,
(cf. esp. pipa, fr. pipe, it. pjpa), s. f. Vasilha bojuda de tanoaria,
usualmente usada para guardar vinho e azeite, em certas regiões também
utilizada para conservar azeitona.
pisa,
s. f. Conjunto de massa enseirada (Guarda), também designado por
madura.
pistão,
(do fr. piston), s. m. Êmbolo que suporta o carro com a coluna
de seiras e que, elevando-se, efectua o aperto (ver prensa e fig. 96, nº
2).
piston,
(do fr. piston), s. m. Vocábulo com elevada difusão e que
designa o êmbolo que suporta o carro com a coluna de seiras e que,
elevando-se, efectua o aperto (ver prensa e fig. 96, nº 2).
poceiro,
(do lat. puteariu), s. m. Cesto alto de verga, característico
da região de Coimbra, no qual é transportada e conservada a azeitona nos
lagares (ver figs. 12 e 13).
poço,
s. m. – de decantação: dá-se o nome de poços de decantação a
geralmente três recipientes de grandes dimensões ligados entre si por
meio de sifões, situados em zona própria do lagar, para os quais
escorrem as águas das caldas, misturadas com almofeira e restos
de azeite dissolvidos no líquido que, após algum tempo de decantação,
vêm à superfície, sendo ainda aproveitados. Entre o povo, estes poços
são vulgarmente conhecidos por inferno ou ladrão, em
virtude de certos lagareiros permitirem que, durante a sangra das
tarefas, passe algum azeite, que mais tarde vão aproveitar, com
prejuízo do freguês.
pontaria,
s. f. Grande roda horizontal fixa à árvore do moinho de roda ou do
moinho de rodízio, constitui, juntamente com o roquete, um
sistema de transmissão característico, dentro do mesmo tipo de moinho.
Semelhante e com funções idênticas à chamada dobadoira,
caracteriza-se pelo facto de os dentes ficarem não verticais, mas no
mesmo plano da roda (ver fig. 30 e 31) e no lado externo desta, formando
como que uma coroa de pontas; daí provavelmente a origem do vocábulo
pontaria. Feitos de madeira, os dentes da pontaria apresentam
a forma de pequenas espátulas, presas à roda por um cabo fino que a
atravessa de um lado ao outro. Para que não saiam da pontaria, os
dentes ou pontas são presos por pequenas cavilhas de madeira,
enfiadas verticalmente num orifício existente na extremidade que fica
voltada para o interior (ver fig. 3a e 31 e moinho de roda e moinho de
rodízio).
porta,
s. f. Prancha circular de madeira que se coloca sobre as seiras,
também conhecida por adufa, tampa e trincho, cuja função é
a de distribuir uniformemente por toda a superfície das seiras a pressão
exercida pela vara.
porta da base
Abertura existente na parede da vasa (ver fig. 26) por onde sai a massa,
expulsa do moinho mediante dispositivo mecânico.
porta da vasa
O mesmo que porta da base.
pote,
s. m. 1.Recipiente de pedra ou barro de formato e dimensões variáveis
de região para região, no qual é conservada a azeitona. 2.Recipiente de
metal destinado a guardar o azeite. 3.Vaso cavado na pedra da tarefa
(Beira Alta). 4.O mesmo que tarefa: no lagar de Canelas de
Baixo, P. 118, conc. de Arouca, dist. Aveiro, os potes são duas tarefas
de aduelas de madeira ligadas entre si e nas quais se separa o azeite da
água-ruça, fazendo-se a sangra automaticamente.
pouso,
(de pousar), s. m. 1.O mesmo que peso. 2.Mó jacente do moinho. 3.Zona
onde são colocadas as seiras com massa da azeitona.
prato,
(do lat. plattu, por sua vez do gr. platys), s. m.
1.Disco delgado de ferro que colocam de permeio entre a chaveta e
a galga, para impedir que a fricção desgaste esta última. 2.Base
de pedra do pio sobre a qual assentam as galgas, também conhecida por
mó de baixo, lastro e rasto. 3.O mesmo que carro ou
carrinho.
prato forte
Parte superior da prensa hidráulica e também da prensa de parafuso,
conhecida também por cabeça e cabeça da prensa (ver fig.
96, nº 5).
prensa,
(do lat. pressu, -a, por sua vez de premere), s. f.
1.Aparelho, manual ou mecânico, que serve para comprimir, apertar ou
achatar qualquer objecto que nele se coloque. 2.Aparelho para apertar a
massa da azeitona, previamente distribuída por seiras ou capachos, a fim
de se extrair o azeite. A prensa é também conhecida pela designação
popular imprensa. Tipos de prensa para azeite: I – Prensas
de vara; II – Prensas de parafuso; III – Prensas hidráulicas.
I – Prensa de vara: Conhecida em Espanha pelas
designações prensa de libra, prensa de romana ou simplesmente
prensa, trujal e viga; em Itália, por turcio, trabocco
e trappito; em Portugal, por prensa de vara, vara, feixe e
trabe. É constituída por um enorme tronco de árvore, que funciona
como alavanca, e por um sistema de accionamento. A vara, fixa entre as
agulheiras por meio de uma agulha, pode apresentar uma
extremidade mais grossa, a chamada cabeça da vara, que
corresponde às raízes da árvore. O sistema de accionamento é constituído
por um fuso de madeira, na extremidade do qual existe o peso,
e que enrosca numa peça chamada concha. O fuso é accionado
por meio de uma tranca, pau comprido que é enfiado no buraco ou
ouvido do fuso. (ver prensa de vara).
II – Prensa de parafuso: tipo de prensa, de madeira ou
de ferro, mais evoluído que o anterior e com múltiplos modelos, dentre
os quais se destaca o chamado cincho, prensa de dimensões
reduzidas, constituída por um parafuso vertical de ferro e uma prensa
(sentido restrito) de tipo Mabille.
III – Prensa hidráulica: Prensa das mais eficientes,
resultante da aplicação prática do princípio de Pascal. Compõe-se de um
corpo de bomba de elevada resistência e de um sistema de accionamento.
Este é formado pela chamada bateria, que pode apresentar uma ou
mais bombas de tipo aspirante-premente e que é normalmente munida de
manómetro. Além do corpo de bomba, a prensa hidráulica apresenta outros
elementos, tais como pistão, coluna, cabeça da prensa e um carro
móvel de secção quadrada, no qual são colocadas as seiras ou capachos
para prensagem (sobre prensas de azeite, veja-se o cap. VI, pp.
165-214).
prensada,
(de prensa), s. f. 1.O mesmo que aperto ou prensagem (Aveiro). 2.O
mesmo que enseiramento, i. é., conjunto de seiras ou capachos
sobrepostos em pilha para serem apertados pela prensa.
prensa de cincho
Ver prensa e cincho.
prensa de cinchos
Prensa hidráulica com um carro próprio, no qual se sobrepõem diversos
aros metálicos. Destina-se à prensagem do bagaço da azeitona.
prensa de libra
Designação pela qual é conhecida, em Espanha, a prensa de vara. (ver
prensa de vara).
prensa de parafuso
Ver prensa e cap. VI, pp. 199-206, e ainda figs. 87 a 92 e 107 e 108).
prensa de romana
Designação pela qual é conhecida, em Espanha, a prensa de vara (ver
prensa de vara).
prensa de vara
Tipo de prensa conhecido em Espanha por prensa de libra, prensa de
romana, prensa, trujal e viga, em Itália, por turcio,
trabocco e trappito, e, em Portugal, por vara, feixe e
trabe. Compõe-se essencialmente de vara e fuso.
A vara (ver fig. 80) é um enorme tronco de
árvore (nº 3), fixo na parede entre as agulheiras (nº 2) por meio
de uma agulha (nº 1), e possuindo, no extremo oposto, a cabeça
da vara (nº 8), junto da qual fica a concha (nº 6), segura
por um torno (nº 7), no qual enrosca o fuso (nº 9). Para
que a vara não decline para o lado, existem de cada lado dois prumos
verticais chamados virgens (nº 5).
O fuso (nº 9), que constitui o sistema de
accionamento da vara, apresenta ainda um enorme peso (nº 13) na
extremidade inferior, a ele fixo por uma chave, chaveta ou
chavetão, que é introduzida na ranhura nº 12. O fuso, que
enrosca na concha (nº 6), é tocado por meio de uma tranca
(nº 11), enfiada no ouvido do fuso (nº 10).
prensagem,
(de prensar), s. f. Operação que consiste em comprimir fortemente, por
meio de prensa, a massa da azeitona, previamente colocada em seiras ou
capachos, vulgarmente conhecida por apertar, aperto, espremedelas,
espremedura, espremer, espremimento, esprimento e fazer gemer o
azeite.
prensa hidráulica
Ver o que se diz em prensa e ver ainda as figs. 94 e 96.
prensar,
v. tr. Apertar a massa da azeitona previamente distribuída por seiras
ou capachos e colocada na prensa a fim de se lhe extrair o azeite.
pulão,
s. m. Também conhecido por péla, é o eixo vertical ao qual
estão fixos o rodízio e o roquete (ver moinho de rodízio e
figs. 34 e 36).
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