– D –
dar as caldas
Expressão que indica um operação que consiste em deitar água a ferver na
massa das seiras, depois da primeira prensagem a seco. A massa é então
muito bem remexida até ficar num caldo líquido, voltando a ser prensada.
(ver escaldão e fig. 104, pág. 241).
deciplo,
(do lat. discipulu), s. m. Empregado do Iagar ao qual compete,
entre outras tarefas, encher e levar as gamelas com massa para o
enseiramento. É também conhecido por ajuda, ajudante, cagarracho,
mancebo e moço.
dente,
(do lat. dente), s. m. Pequenos tornos de madeira existentes
nas rodas de engrenagem dos moinhos de roda e nos de rodízio, podendo
ter a forma de pequenas espátulas, na chamada pontaria (ver
entrosga, dobadoira e pontaria).
descoalhar,
(do lat. descoagulare, de coagulu), v. tr. Tornar líquida
a massa da azeitona.
desembagaçar,
v. tr. Operação efectuada depois da primeira prensagem a seco e que
consiste em remexer e deitar água a ferver na massa, a fim de facilitar
a extracção do azeite. (ver escaldão e fig. 104, página 241).
desencapachamento,
s. m. Operação que consiste em tirar o bagaço dos capachos.
desmoiçar,
v. tr. O mesmo que desembagaçar.
discípulo,
(do lat. discipulu), s. m. Empregado do lagar ao qual compete,
entre outras tarefas, encher e levar as gamelas com massa para o
enseiramento. É também conhecido por ajuda, ajudante, cagarracho,
mancebo e moço.
dobadoira,
s. f. Também conhecida por peneira, redoiça, reduça e capela,
é uma das peças do sistema de transmissão de energia do moinho de
roda. Consiste numa roda horizontal, normalmente de madeira, fixa a
um eixo vertical, conhecido pelo nome de árvore. É esta roda que
recebe o movimento da roda de fora através da entrosga,
comunicando-o, por sua vez, às galgas, presas por um eixo horizontal à
árvore do moinho (ver moinho de roda e figs. 28 e 29).
dobadoura,
s. f. O mesmo que dobadoira.
dorna,
s. f. Vasilha de grandes dimensões formada de aduelas, de boca mais
larga do que o fundo, normalmente usada para pisar a uva e conservar o
mosto e, em certas regiões, também utilizada para conservar azeitona –
Leiria, conc. Alvaiázere.
durázia,
(de durázio, do lat. duracinu), s. f. Variedade de
oliveira cujo fruto se caracteriza por ser escuro e ligeiramente grosso,
propícia em terrenos húmidos e resistente ao frio, embora necessitando
de ser protegida do vento. O seu azeite é de qualidade regular e
bastante espesso. É também conhecida por salgueira e
salgueirinha.
– E –
embafordar,
(de bafordo), v. intr. Diz-se da oliveira que não produz fruto ou que,
produzindo-o, não se desenvolve.
encapachador,
s. m. Homem que distribui a massa pelos capachos.
Encapachadura,
pal. esp. Conjunto de seiras sobrepostas com massa.
encapachamento,
(de capacho), s. m. 1.Operação que consiste em distribuir a massa pelos
capachos. 2.Conjunto de capachos em pilha para serem apertados pela
prensa.
encapachar,
v. tr. Operação que consiste em fazer o encapachamento, i. é.,
distribuir a massa pelos capachos. Em Espanha, consiste em distribuir a
massa pelas seiras.
engenheiro,
(de engenho), s. m. Designação dada ao individuo que trabalha no
engenho. Termo recolhido nos distritos de Braga e Porto.
engenho,
s. m. Aparelho para moer a azeitona; edifício onde é feito o azeite, o
mesmo que lagar.
ensacador,
(de saca), s. m. Nome dado ao homem que transporta a azeitona, também
conhecido por carreiro e carreteiro (ver carreiro).
ensardinhar,
v. tr. Provavelmente forma verbal derivada de sardinha,
registada em alguns lagares para designar que o azeite toldou ou coalhou
devido ao frio (ver pp. 289-290).
enseirador,
s. m. 1. Homem que distribui a massa da azeitona pelas seiras. 2. Homem
que distribui a massa da azeitona pelos capachos, o mesmo que
encapachador.
enseiradouro,
s. m. 1. Toda a zona onde é feito o enseiramento. 2. Zona circular
existente sob a prensa de vara, onde são empilhadas as seiras para serem
espremidas, também conhecida por alguerbe e sertã. 3.
Bagaço proveniente de uma moedura de azeite (“Revista Lusitana”, vol.
XXVIII, p. 106). 4. Vasilha onde se deposita a pasta moída e se procede
a introduzi-la nas seiras (?). 5. Mesa de folha de Flandres sobre a qual
estão todas as seiras vazias.
enseiramento,
(de seira), s. m. 1. Operação que consiste em distribuir a massa pelas
seiras, também conhecida por encapachamento, enseramento e
inseiramento. Em Espanha, esta operação é conhecida pelo termo
encapachar. 2. Conjunto de seiras umas sobre as outras, formando
uma pilha, também conhecido por castelo e coluna. 3.
Operação que consiste em distribuir a massa pelos capachos. 4. Conjunto
de capachos sobrepostos em pilha. Zona de – : zona do lagar onde
a massa é distribuída pelas seiras.
enseirar,
v. tr. 1. Actividade que consiste em distribuir a massa pelas seiras.
2. Actividade que consiste em distribuir a massa pelos capachos.
enseramento,
s. m. O mesmo que enseiramento.
enseradouro,
s. m. O mesmo que enseiradouro.
entijolar,
v. tr. Ficar duro como tijolo.
entrós,
(do lat. introsu ?), s. f. O mesmo que entrosga.
entrosa,
(do lat. introsu ?), s. f. O mesmo que entrosga.
entrosga,
(do lat. introsu ?), s. f. Registada nos dicionários com a forma
entrós e entrosa, a entrosga é uma das peças do
sistema de transmissão do chamado moinho de roda. Consiste numa
roda vertical de madeira, de dimensões variáveis, presa ao mesmo eixo da
roda da água e situada no interior do lagar. Assente sobre uma espécie
de almofadas, as chamadas chumaceiras, transmite o movimento da
roda de fora a uma roda horizontal de madeira – a dobadoira –,
por meio dos chamados dentes, tornos pequenos de madeira,
perpendiculares ao plano das rodas. A entrosga é também conhecida por
rodete (ver moinho de roda e figs. 27 a 29).
entulhamento,
(de tulha), s. m. Operação que consiste em guardar a azeitona nas
tulhas.
entulho,
s. m. – da azeitona: o mesmo que entulhamento, operaçao que
consiste em guardar a azeitona nas tulhas.
erguida,
s. f. Operação realizada no fim de um dia de colheita e que consiste em
lançar contra o vento a azeitona misturada com folhas. Estas ficam para
trás, indo a azeitona cair sobre os toldos completamente limpa.
escalda,
s. f. O mesmo que escaldão.
escaldão,
s. m. Operação que se compõe de duas caldas –normalmente – e que
consiste em lançar água a ferver sobre a massa remexida das seiras, a
fim de facilitar a extracção do óleo. Esta operação é mais vulgarmente
conhecida por calda, caldar, caldeação, caldeamento, caldear, dar as
caldas, escalda, escaldar, escaldar a massa, escaldear e
escalfiar. (ver cap. VII, pp. 240-250, e fig. 104, pág. 241).
escaldar,
(do lat. excaldare), v. tr. Veja-se escaldão.
escaldar a massa
O mesmo que escaldão.
escaldeamento,
s. m. O mesmo que caldeamento, acção de escaldar o azeite com
água a ferver para ajudar a separar o azeite das águas-ruças
durante a prensagem.
escaldear,
v. tr. O mesmo que caldar ou escaldar.
escalfiar,
v. tr. O mesmo que caldar ou escaldar.
Escantilhão,
s. m. O mesmo que frade.
escudela,
s. f. Recipiente de dimensões variáveis, feito de lata, zinco e
madeira, também conhecido por gamela, malga, masseira e
masseiro (ver figs. 61, 98, 105, 106 e 111).
esminhão,
s. m. Azeitona que, pelo seu diminuto tamanho, raramente é
aproveitada, também conhecida por arredolho, azambujeiro, azeitoninho,
etc. (ver cap. IV pp. 139-147).
espera da base
Caixa de madeira de fundo inclinado, tapada por uma portinhola de
correr, existente em alguns lagares sobre o bordo do pio, na qual
é deitada a azeitona, donde vai sendo vertida, a pouco e pouco, no
moinho. É também conhecida por funil, tramóia, tremoia e
tremónia (ver fig. 65, pág. 138).
espicha,
s. f. Torno de madeira colocado no interior da tarefa que, por
pressão do líquido, tapa o orifício por onde se escoam as águas-ruças,
bastando o moço do lagar empurrá-lo ligeiramente para dentro para se
efectuar o sangramento das tarefas. Também designado por bichaneira,
rolho e torno. (Ver cap. VIII, pp. 296-301 e fig. 131 da pág. 297).
espremedeira,
(de espremer, do lat. exprimere), s. f. Vocábulo isolado que
designa o aparelho de espremer, ou seja, a prensa.
espremedela,
s. f. O mesmo que prensagem.
espremedura,
(de espremere, do lat. exprimere), s. f. O mesmo que prensagem,
ao lado de espremedela, espremimento e esprimento –
Bragança e Coimbra.
espremer,
(do lat. exprimere), v. tr. O mesmo que prensagem, operação
também designada por espremedela, espremedura, espremimento e
esprimento.
espremimento,
(do lat. exprimere), s. m. O mesmo que prensagem.
esprimento,
s. m. O mesmo que espremimento.
esqueleto,
s. m. Armação que constitui a estrutura do capacho, caracterizada pela
sua forma radial (fig. 72, pág. 160).
esticador,
s. m. Peça da prensa de cincho.
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