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Fabrico Tradicional do Azeite em Portugal (Estudo Linguístico-Etnográfico), Aveiro, 2014, XIV+504 pp. ©

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GLOSSÁRIO

 

– B –

 

badarel, s. m. O mesmo que caleira ou caIeiro, conduta pela qual vem do açude a água que faz accionar a roda do moinho (ver ainda moinho de roda e roda de água).

bafordo, s. m. Azeitona que, pelo seu diminuto tamanho, raramente é aproveitada, também conhecida por bafurro (ver cap. IV, pp. 140-147, em especial p. 144).

bafurro, s. m. O mesmo que bafordo.

baga, (do lat. baca- ou bacca-), s. f. Termo registado nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança e Vila Real, designa os resíduos da azeitona depois de espremida, também conhecidos por bagaço, baganha, brolho, brulho. (ver bagaço).

bagaceira, s. f. Local onde se junta o bagaço.

bagaço, (do lat. *bacaceu-, de baca), s. m. Resíduos da azeitona depois de prensada, também conhecidos por baga, baganha, baganho, brolho e brulho. As aplicações do bagaço são múltiplas: combustível das fornalhas, alimentação do gado, adubo, extracção de óleos de bagaço, etc.

baganha, (de baganho), s. f. Termo registado nos distritos de Castelo Branco, Coimbra e Porto, designa os restos da azeitona depois de prensada (ver bagaço).

baganheiro, s. m. Homem que anda pelos lagares a comprar baganha.

baganho, s. m. O mesmo que baganha. (ver bagaço).

bailarina, s. f. Nome dado em certos lagares do concelho de Coimbra à caldeira.

balaúste, (do lat. balaustiu), s. m. Os balaústes são duas colunas verticais paralelas de madeira, colocadas uma de cada lado da vara, para impedir que esta decline para algum lado. São também conhecidas por alçapremas, colunas e virgens.

baldão, s. m. Vara a que se atrelam os animais para puxarem as galgas do moinho (Bragança, Vila Real), também conhecida por almanjarra, manjarra, cambão e cangado. Em certos moinhos, o baldão é atravessado por um veio vertical, à volta do qual gira (ver figs. 42 e 43).

balsa, s. f. (do ibér. *balsa ’montão, reunião de águas’)  1.Película que separa a água do azeite, constituída por impurezas; 2.Zona que na tarefa separa a água do azeite, permitindo que o mestre sinta a diferença no deslizar da varinha quando efectua o sangramento das tarefas.

balsão, s. m. Recipiente circular do moinho com o formato de um grande prato de base de pedra e faces oblíquas ou verticais, dentro do qual giram as galgas, que reduzem a azeitona a massa, também conhecido por alfarja, basa, base, baso, farneiro, lagariça, moega, pia, pio, vasa (ver cap. III, pp. 91 a 104).

balurde, s.m. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara, também conhecida por balurdo, barrana, braçal, panca, tâtuêràdo, ternel, torteiral, tortual, tranca e tranqueta.

balurdo, s. m. 1. Vara comprida do moinho, a que se atrelam os animais, também conhecida por almanjarra e outros termos. 2. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara, também conhecida por balurde, barrana, braçal, panca, tâtuêràdo, ternel, torteiral, tortual, tranca e tranqueta.

barela, s. f. Peça de ferro que suporta o peso da prensa de vara, quando em suspensão, também conhecida por veio (ver figs. 82 e 83).

barrana, s. f. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara, também conhecida por balurde, braçal, panca, tâtuêràdo, ternel, torteiral, tortual, tranca e tranqueta.

basa, s. f. Recipiente circular do moinho com o formato de um grande prato ou de um cilindro e com base de pedra, dentro do qual giram as galgas, que reduzem a azeitona a massa, também conhecido por alfarja, balsão, base, baso, farneiro, lagariça, moega, pia, pio, vasa.

base, s. f. 1. O mesmo que basa. Nas Carvalhosas, P. 286, a base do moinho caracteriza-se pelo seu grande diâmetro e por possuir um bordo com cerca de 50 cm. de altura. 2. Porta da – : abertura existente na parede da base ou vasa (ver fig. 26), por onde a massa é expulsa mediante dispositivo mecânico.

baso, s. m. – Distrito de Aveiro e Porto – Recipiente circular do moinho onde, giram as galgas, que reduzem a azeitona a massa (ver basa).

bassourinho, (dim. de vassoura, do lat. vereoria-), s. m. Pequena vassoura feita de ramos ou de piaçaba, com que os ajudantes varrem muito bem as paredes de aduelas e o rasto do moinho do lagar de azeite, para que nada se perca – Aveiro, P. 118.

bataria, s. f. O mesmo que bateria.

batedeira, (de bater), s. f. Máquina tecnicamente conhecida por termo-batedeira e repartida por dois tipos – batedeira de tipo horizontal e batedeira de tipo vertical. Encontra-se, normalmente, apenas nos lagares mais modernos, servindo para aquecer e bater a massa de azeitona de maneira a torná-la mais homogénea e facilitar a extracção do óleo. Compõe-se, para a descrevermos sumariamente, de um cilindro de chapa de paredes duplas, entre as quais circula água quente, e de um enorme parafuso sem-fim rotativo que, além de bater a massa, a vai arrastando até a expulsar pelo lado oposto ao de entrada. No caso dos moinhos de martelos, a batedeira encontra-se accoplada ao moinho, formando como que um todo.

bateria, s. f. Caixa de ferro de dimensões variáveis, contendo água no seu interior e com uma ou mais bombas de tipo aspirante-premente, accionadas manual ou mecanicamente, e cujo objectivo é o de fazer elevar o pistão da prensa (ver figs. 93 e 95).

bica, s. f. Extremidade do alguerbe ou sertã por onde sai o azeite que durante a prensagem, escorre das seiras.

bichaneira, s. f.   Torno de madeira que tapa interiormente por pressão do líquido o orifício de sangramento das tarefas, o mesmo que espicha. (ver. Fig. 131, página 297).

biolão, s. m. Nome dado pelo povo a uma peça da prensa de cincho ou prensa de tipo Mabille, em virtude de ela se assemelhar ou, pelo menos, fazer lembrar o instrumento de onde tirou o nome (ver cincho, e fig. 90 e 91 nº 3 e  pág. 204).

birge, s . f. O mesmo que virgem.

birgem, s. f. O mesmo que virgem.

boca da seira,  Abertura circular da seira através da qual é introduzida a massa no seu interior (ver seira).

boieiro, s. m. Homem que conduz os bois durante a moenda da azeitona – Bragança.

bordo, s. m. Parte superior do recipiente circular onde é deitada a azeitona e onde giram as galgas.

botadoiro, (de botar), s. m. Construção de madeira através da qual o ajudante e o mestre despejam as sacas da azei tona na base do moinho. (ver figs. 18H, 19 e 60).

braçal, (do lat. brachiale), s. m. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara, também conhecida por balurde, balurdo, barrana, tâtuêràdo, ternel, torteiral, tortual, tranca e tranqueta.

braço, (do lat. brachiu), s. m. Cada uma das bielas da prensa de cincho que, avançando e recuando sucessivamente, fazem rodar o disco da roda de tocar (ver cap. VI, pp. 200-204 e fig. 91, nº 4).

braço da redoiça   Um dos quatro raios que suportam a redoiça ou dobadoira.

brama, paI. esp.  Em número de duas, as bramas são uns travessões que ligam as madrinas e que firmam as varas.

brocar, v. tr.  Brocar a massa: trabalho que consiste em despejar a massa no interior das seiras, documentado nas figs. 102 e 106.

brolho, (do lat. *voluclu, de involucru(?) ), s. m. Vocábulo registado nos distritos de Braga e Viana do Castelo, designa os restos de azeitona depois de prensada. Cfr. esp. borujo * carulium+burra R.E.W. (ver bagaço).

brulho, (do lat. *voluclu, de involucru(?) ), s. m. O mesmo que brolho, vocábulo registado nos distritos de Braga e Bragança (ver brolho e bagaço).

bucha, s. f. 1. Feita de madeira de figueira, a bucha é uma peça que envolve o eixo de ferro ao qual estão presas as galgas. 2. Peça de madeira, que atravessa diametralmente a parte superior do peso da prensa de vara (ver fig. 82, nº 7 e fig. 83) ou que fica situada no interior deste.

 

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