N.º 20

Maio 2007

O percurso estava traçado e os objectivos definidos: aprofundar os nossos conhecimentos sobre a cidade de Aveiro e fundamentar o trabalho de projecto da disciplina de TIC de alguns alunos da turma.

Só faltava metermo-nos a caminho… E assim foi.

Mesmo em remodelação, o Museu de Aveiro surpreendeu-nos pela positiva, principalmente graças à actuação da guia, a Dr.ª Maria João, e ao trabalho desenvolvido previamente pela professora Elisabete Mieiro (de Historia) que nos situaram optimamente no tempo e no espaço, ao fazer-nos imaginar como se desenrolavam as celebrações religiosas na igreja do Convento, do estilo Barroco, no século XVII.

Claustros do Museu de Aveiro - Explicação da Dr.ª Maria João ouvida atentamente pelas alunas.

Para além disso, ficámos a conhecer melhor a lenda de Santa Joana Princesa, filha de Afonso V, graças a quem o mosteiro foi ampliado e remodelado (“passando” do estilo gótico ao actual barroco).

Partimos então para a Marina da Troncalhada, onde nos esperava uma surpresa… Mal nos aproximámos do caminho de acesso, o autocarro foi completamente cercado por melgas que fizeram questão de não nos permitir sair do mesmo.

Impedidos de cumprir o programado, seguimos para S. Jacinto para visitar a Reserva Natural. Aí, a explicação do guia, o Sr. Rui, foi extremamente importante para nos alertar para o problema da destruição das dunas e o consequente avanço do mar. O  “curto” percurso de 8 km a pé pelo meio da reserva fez com que conhecêssemos melhor as espécies de árvores predominantes (como o samouco, a acácia de espigas e o amieiro), as suas características e origens, bem como as medidas tomadas para evitar fogos (os corta-fogos) ou o avanço do mar (a formação das dunas).

A viagem de regresso à escola foi um bocadinho mais calma (sem melgas à mistura…), já com a maioria de nós cansados e esfomeados, mas nem assim o silêncio imperou, uma vez que a energia das “meninas” da turma é inesgotável…

No final, tanto professores como alunos estavam contentes por o dia ter corrido de forma tão agradável e divertida. Quanto a nós, continuámos à espera de mais uma viagem para conhecer outras cidades e a forma de ser dos professores fora das aulas (E também para faltar às aulas, claro!) n

A Reserva das Dunas de S. Jacinto estende-se por 4 Km, onde tudo se passa ao contrário do que acontece na restante costa portuguesa. Aqui o mar recua e não avança, graças à preservação do cordão dunar e à extensa vegetação que facilita a fixação das areias.

No percurso de cerca de três horas que efectuámos, pudemos observar a diversidade de espécies de vegetação existentes, umas indígenas, outras exóticas, e compreendemos a sua importância na preservação das dunas. Salgueiro, Amieiro, Carvalho, Pinheiro Manso, Pinheiro Bravo, Acácia, Camarinheira, Madressilva, foram aparecendo à medida que íamos percorrendo o trilho e tudo nos foi explicado pelo Rui, o Guia da Reserva.

À medida que nos aproximávamos do Mar, a vegetação mudava, tornando-se menos densa e mais rasteira e predominavam os arbustos de várias espécies. Já muito perto do mar, tirámos a foto de grupo e iniciámos o caminho de regresso, passando ainda pela Pateira para observação das Aves. Aqui ficámos a saber, que, devido ao aquecimento global, que fez com que os lagos da Escandinávia não congelassem, as aves migratórias vieram em pequeno número. Apenas observámos umas escassas dezenas no lago artificial que foi criado na década de oitenta.

Cansados mas satisfeitos por termos passado uma tarde diferente, em contacto com a Natureza, regressámos ao Autocarro, rumo a Aveiro. n