Uns tantos amigos do
Litoral dignaram-se elegê-lo para tronco de novos viços; mas
é de esperar que a vergôntea, pelo vigor da seiva e pela altura
que ambiciona, atinja robustez própria e alcance culminâncias
tais, que o velho suporte lhe fique quase inútil e distanciado
na modéstia do seu inicial escopo: um regionalismo, porventura
muito louvável
– e até
profícuo –, mas necessariamente limitado na temática e na
projecção. COMPANHA, no entanto, sorverá do roble-mãe a
independência que impôs à estimável consideração de todas as
origens em que se filiou – e é com estas credenciais que tentará
/pág. 22/ ultrapassar as fronteiras do reduzido âmbito para o
qual a sua despretensiosa ancestralidade nasceu e onde vive e
necessariamente terá de continuar a viver.
Não se ignoram em COMPANHA as
responsabilidades impostas pelo sentido da palavra Cultura;
– ele é, além
do mais, universal e incondicionado a outras normas que não
sejam as duma intransigente honestidade e as dum amplo
arejamento mental; mas afoita-se, conscientemente, a arcar com
todas as atinentes obrigações. É esta uma firme determinação de
COMPANHA; e, porque todas as meditadas, sãs e firmes
determinações têm, pelo menos, o elementar direito ao respeito
geral, COMPANHA, não esquecendo jamais que este direito lhe
impõe correlativos e liminares deveres, tudo fará para
corresponder à legítima expectativa dos seus leitores.
Oxalá possa sempre cumprir, na
medida dos sinceros propósitos assim formulados neste momento de
zarpar para a sua rota.
David Cristo |