1490-03-19 — A Princesa Santa Joana fez o seu testamento, que
é um modelo de humildade e de caridade, sendo de excepcional importância
a disposição relativa aos escravos e escravas, seus filhos, filhas e
descendentes, que deixou forros; exceptuados alguns legados, que
discriminou, deixou tudo o que lhe pertencia ao Mosteiro de Jesus de
Aveiro (Museu de Aveiro, Crónica, fls. 92-92v) – A.
1490-05-05 — Na manhã deste dia, a Princesa Santa Joana,
gravemente enferma, teve a primeira crise agónica – o que fez logo
prever um próximo desenlace (Memorial, pg. 155) – J.
1490-05-06 — A Princesa Santa Joana, encontrando-se
gravemente enferma, obteve que se celebrasse Missa na sua própria
câmara, que era a sala de lavor; e, depois de ter recebido os
sacramentos da Igreja, mandou que levassem à sua presença o seu sobrinho
D. Jorge, a quem pediu que se lembrasse sempre do Mosteiro de Jesus e
das suas religiosas (Memorial, pgs. 156 e ss.) – A.
1490-05-11 — Já noite avançada, a Princesa Santa Joana reuniu
à volta do seu leito as religiosas do Mosteiro de Jesus, despedindo-se
de todas e pedindo-lhes perdão de qualquer ofensa que dela tivessem.
Estiveram ali também os bispos de Coimbra e do Porto e o prior do
Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia (Memorial, pgs. 161
e ss.) – A.
1490-05-12 — Cerca das duas horas da madrugada, faleceu no
Mosteiro de Jesus a «excelente Infanta e singular Princesa» Santa Joana,
cuja morte causou a maior consternação. A notícia propagou-se tão
rapidamente que, momentos depois, a igreja de Jesus estava apinhada de
fiéis (Memorial, pg. 168) – A.
1490-07-14 — Foi passada carta à vila de Aveiro com o teor de
certos capítulos de Cortes, e suas respostas, sobre a casa da cadeia e
outros assuntos (Torre do Tombo, Estremadura, livro 3, fls. 74-75) – A.
1492-05-08 — Foi concedido ao Mosteiro de Jesus um
privilégio, pelo qual eram escusados e guardados todos os seus caseiros,
lavradores e vários serviçais (Torre do Tombo, Estremadura, livro 10,
fls. 133133v) – A.
1493-12-30 — El-Rei D. João II concedeu à vila de Aveiro um
importante privilégio qual foi o de proibir que aqui morassem pessoas
poderosas, a fim de não serem prejudicados os seus habitantes que, na
maioria eram «mareantes e pescadores e assi outras pesoas que ganhão
suas vidas fora suas casas» (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João II,
livro 7, fl. 132, e Estremadura, livro 2, fls. 71-71v; Colectânea, I,
pgs. 242-243) – J.
1494-02-23 — Após prolongado sofrimento, que suportou com
heróica virtude, faleceu no Convento Dominicano de Nossa Senhora da
Misericórdia o erudito e virtuoso Frei Bartolomeu de S. Domingos (Rangel
de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 123) – J.
1494-03-13 — El-Rei D. João II proferiu sentença contra
Aveiro, a favor da Figueira da Foz, para que a esta vila fosse guardado
o privilégio, dado por D. João I, de não pagar fintas e talhas a Aveiro
(Arquivo Histórico Municipal de Aveiro, Pergaminho original) – J.
1494-06-15 — El-Rei D. João II fez mercê do senhorio das
terras do almoxarifado de Eixo a Diogo Lopes de Sousa, que foi
alcaide-mor de Arronches e do concelho de Suas Majestades D. Afonso V,
D. João II e D. Manuel I (Arquivo, XXXIV, pg. 6) – J.
1494-07-15 — O Julgado de Eixo e a terra de Requeixo, por
carta passada em Setúbal, de El-Rei D. João II, foram dados a D. Diogo
Lopes de Sousa, o Moço, vigésimo senhor da Casa de Sousa – doação que D.
Manuel I confirmou em 1500 (A. Nogueira Gonçalves, Inventário Artístico
de Portugal, Aveiro-Sul, pg. 172) – J.
1495-04-19 — El-Rei D. Manuel I concedeu a um tal João de
Aveiro, escudeiro, morador na dita vila e escrivão do Almoxarifado de
Aveiro, a faculdade de «que ele possa pôr e faça sinal público em
escrituras que aos ditos seus ofícios pertençam» (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Manuel I, livro 33, fl. 91v) – J.
1495-07-04 — O insigne aveirense Mestre Aires Barbosa, que
regressara de Florença para Portugal em 1494, voltou neste dia para
Salamanca, em cuja Universidade regeu a cadeira de Retórica e, mais
tarde, as de Latim e Grego, tendo entre os discípulos o erudito André de
Resende (Francisco Leitão Ferreira, Noticia Chronologica da Universidade
de Coimbra, pg. 884; Diogo Barbosa de Machado, Biblioteca Lusitana, pg.
76; Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 150; Arquivo, XIV, pg. 46)
– J.
1495-09-29 — El-Rei D. João II doou a seu filho bastardo D.
Jorge o senhorio de diferentes terras, entre as quais os lugares de Sá e
de Verdemilho e a «villa de Aveiro com suas lezírias e ilhas de dentro
da foz» (Torre do Tombo, Gaveta 16, m. 1, n.º 16; Arquivo, VIII, pgs.
241-242) – A.
1496-02-20 — El-Rei D. Manuel I confirmou no lugar de
escrivão do Almoxarifado de Aveiro um certo João de Aveiro, escudeiro,
morador na dita vila, tal como era até então por cartas de D. Afonso V e
D. João II (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, livro 34, fl.
25v) – J.
1496-04-21 — El-Rei D. Manuel I confirmou todos os
privilégios concedidos pelos monarcas seus antecessores ao Convento
Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro (Rangel
de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 54) – J.
1496-05-06 — El-Rei D. Manuel I confirmou os privilégios
concedidos ao Mosteiro de Jesus, da vila de Aveiro (Torre do Tombo,
Estremadura, livro 2, fl. 5v) – A.
1497-02-25 — Nas Casas do «almazém» da Guiné, em Lisboa,
estando presente o respectivo almoxarife Bartolomeu Dias, e ainda João
de Lisboa, Marcos Fernandes e João de Coimbra – todos valentes homens do
mar – compareceu um tal João de Aveiro, a requerer o mestrado de
determinada caravela – a «Cirne» – com os benefícios dos mestres e
pilotos dos navios de El-Rei que navegavam em seus «trautos» da Guiné, o
que lhe foi concedido por aquele almoxarife, como consta da carta de 1
de Março futuro, confirmada por D. Manuel I em 15 de Dezembro do mesmo
ano (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, livro 31, fls. 84-84v)
– J.
1497-07-14 — Por um alvará passado em Évora, El-Rei D. Manuel
I prometeu à vila de Esgueira que a jurisdição dela seria sempre da
Corte (Biblioteca Municipal do Porto, Códice n.º 498; Arquivo, I, pg.
317) – A.
1497-08-29 — El-Rei D. Manuel I confirmou os seguintes
privilégios, concedidos por seus antecessores: – 28 de Agosto de 1322,
27 de Fevereiro de 1434 e 30 de Dezembro de 1493 (Livro dos Registos,
fls. 18v-21v; Colectânea, II, pgs. 31-34) – J.
1498-03-16 — Foi passada uma carta, importante no aspecto
urbanístico, com o teor de certos capítulos sobre a administração das
capelas de Afonso de Aveiro, na cidade de Coimbra, e de Santa Catarina,
na igreja de S. Miguel de Aveiro (Torre do Tombo, Estremadura, livro I,
fls. 242-242v; Chancelaria de D. Manuel I, livro. 44, fl. 23v) – A.
1498-03-25 — Iniciou-se a clausura no Convento Dominicano de
Sant’Ana, em Leiria, fundado por freiras idas do Mosteiro de Jesus, de
Aveiro (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fls.
256.257) – J.
1499-06-30 — Foi passada carta ao Mosteiro de Jesus de Aveiro
para poder possuir todos e quaisquer bens de raiz já adquiridos (Torre
do Tombo, Estremadura, livro 2, fl. 89v) – A. |