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Calendário Histórico de Aveiro
– Séc. XV –

 

1450-03-05 — Foi passada carta régia de seguro aos moradores e vizinhos do reino da Galiza, para as pessoas, companhas, mercadores e mercadorias que viessem «merchantemente» à vila de Aveiro em todo o pre­sente ano (Tome do Tombo, Extras, fl. 88v) – A.

1450-03-27 — Foi passada a Afonso Gomes carta de mercê de juiz das sisas e dizima do pescado de Aveiro, como até então o fora (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 34, fl. 304) – A.

1450-04-21 — El-Rei D. Afonso V doou a João Coelho, comendador de Leça, todos os bens móveis e de raiz que pertenceram a João Eanes, de Esgueira, partidário do Infante D. Pedro na batalha de Alfarrobeira (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8. fl. 278) – J.

1450-05-27 — El-Rei D. Afonso V concedeu à Rainha D. Isabel, sua mulher, a dízima alfandegária de diversas mercadorias que viessem ao Reino por determinados portos de mar, entre os quais o de Aveiro (Torre do Tombo, Místicos, livro 3, fl. 95) – J.

1450-09-09 — Foi registada uma carta de confirmação dos contratos da comuna dos judeus de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 11, fl. 152v; Colectânea, I, pg. 210) – A.

1450-09-21 — Foi feito o registo da carta de privilégios dos besteiros de conto da vila de Aveiro e seu termo (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro II, fl. 154; Colectânea, I, pg. 210) – A.

1451-02-25 — Lourenço de Morais, criado do Infante D. Henrique, foi nomeado juiz dos resíduos da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 57, fl. 61) – A.

1451-02-27 — Foi passada carta régia a Lourenço Eanes de Morais, escudeiro do Infante D. Henrique, morador na vila de Aveiro, nomeando-o vedor das obras dos muros da vila (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 37, fl. 60v) – A.

1451-03-02 — Foi expedido mandado à vila de Aveiro para os que já usaram e viveram na dita vila pelo mester da pescaria e o deixaram por serem mareantes, servirem nas obras do muro da dita vila o dobro do tempo que o tombo a cada um ordena de servir no ano (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8, fl. 163) – A.

1451-03-02 — Foi dirigida à vila de Aveiro uma carta, pela qual praz a El-Rei que todo o dinheiro dos resíduos da dita vila e das comarcas que nas obras dela servirem seja apropriado para as ditas obras (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8. fl. 163v-164; Chancelaria de D. Afonso V, livro 37, fl. 61) – A.

1451-03-25 — Foi passada carta de privilégio ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, de Aveiro, para que não fosse constrangido a pagar sisa, portagens nem costumagens das coisas que lhe fossem dadas por amor de Deus (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8, fls. 169-169v) – A.

1451-04-02 — Foi passada a favor do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro, uma carta de padrão de 10.000 réis e cinco moios e vinte alqueires de trigo (Torre do Tombo, Místicos, livro 3, fl. 162v) – A.

1451-04-02 — Foi dada carta de privilégio para um procurador e dois mandadores do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8, fl. 165) – A.

1451-04-14 — Foi feita mercê do foro de umas vinhas e casas em Recardães a Lourenço Anes de Morais, criado e escudeiro do Infante D. Henrique, a quem, em 27 de Fevereiro de 1451, fora concedida Carta de vedor das obras dos muros de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 37, fl. 60v; Arquivo, II, pg. 232) – A.

1451-04-18 — Foram dados capítulos especiais de Cortes à vila de Aveiro, por um dos quais praz a El-Rei que, enquanto forem achadas pessoas que escusadas não estejam por privilégios, sejam constrangidas para os ofícios do concelho, e não havendo quem, o sejam alguns privilegiados (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8, fls. 175v-176v) – A.

1451-04-20 — Registaram-se capítulos especiais das Cortes de Évora, com suas respostas, por um dos quais praz a El-Rei que a vila de Aveiro haja o lugar de Esgueira para suprir os treze besteiros que deve haver na dita vila (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8, fls. 176v-177, e livro 10, fls. 69v-70; Chancelaria de D. Afonso V, livro 11, fls. 60v-61) – A.

1451-04-20 — Foi passada carta de vedor dos vassalos de Aveiro, «como ataa qi fora», a Lourenço Anes de Morais, que algures figura com a designação de criado e escudeiro do Infante D. Henrique (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 11, fls. 21 e 61; Arquivo, II, pg. 232) – A.

1451-06-20 — Registaram-se capítulos gerais de Cortes relativos à vila de Aveiro, com as respostas régias (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 13, fls. 57v-58) – A.

1451-09-18 — D. Sancho de Noronha, conde de Odemira e senhor de Aveiro, doou ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia um pedaço de terreno ao longo das muralhas, de uma a outra parte – o que constava de uma escritura, feita pelo tabelião Afonso Vaz (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 52) – J.

1452-02-06 — Nasceu em Lisboa a Princesa Santa Joana, filha de El-Rei D. Afonso V e da Rainha D. Isabel a qual viria a viver e a morrer em Aveiro; em 1965, foi declarada oficialmente como padroeira da Cidade e da Diocese de Aveiro (Crónica, pg. 77) – A.

1452-04-08 — Foi passada «carta de perdão e habilitação aos peões, besteiros e outra gente meuda», compreendendo os aveirenses, «que foram na batalha (de Alfarrobeira) do Infante D. Pedro contra o Rei» (Torre do Tombo, Estremadura, livro 10, fls. 264v-265v, e Chancelaria de D. Afonso V, livro 4, fls. 25-2Sv) – A.

1452-05-26 — Na última carta de Lopo de Almeida a El-Rei D. Afon­so V, fala-se no marido de Sancha de Bairros, ali chamado «Mossem Daveiro», bom cavaleiro, que terá sido feito vice-rei de Sardenha e que Armando de Matos diz saber-se de positivo que possuía casa ou grandes haveres em Aveiro (Braamcamp Freire, Armaria Portuguesa, pg. 45, nota; Arquivo, IX, pgs. 10-11) – A.

1454-03-02 — Foi passada uma carta de privilégio aos pescadores de Aveiro que deixassem o seu ofício (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 37, fl. 60v) – A.

1454-12-18 — El-Rei D. Afonso V mandou passar carta de doação da jurisdição crime de Esgueira a João de Albuquerque, do seu Conselho (Torre do Tombo, Estremadura, livro 10, fl. 292v) – J.

1455-03-26 — Foram registados capítulos especiais de Cortes, relativos à vila de Aveiro, por um dos quais praz a El-Rei que os besteiros de cavalo e monteiros andem nos pelouros dos ofícios do concelho e os sirvam, sem embargo de seus privilégios, salvo se houver expressa menção em contrário (Torre do Tombo, Estremadura, livro 8, fls. 148v-149v; Chancelaria de D. Afonso V, livro 15, fls. 142v-143) – A.

1456-06-20 — Foram ordenados capítulos especiais de Cortes relativos à vila de Aveiro, pelos quais prouve a El-Rei que se cumprisse o mandato régio acerca de os vizinhos destes reinos carregarem suas mercadorias sem irem com eles seus apaniguados (Torre do Tombo, Estremadura, livro 10, fls. 275v-277v) – A.

1456-10-29 — Foi passada carta de privilégio aos frades do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro, pela qual foram escusos de pagarem sisa dízima ou portagem das bestas, madeiras e outras coisas (Confirmação de D. João II; Aveiro, 3-2-1484. Torre do Tombo, Estremadura, livro 3, fls. 214-214v. Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 52, equivocou-se no dia, indicando 28-10-1456) – A.

1457-10-12 — El-Rei D. Afonso V concedeu ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia isenção do pagamento de sisa, dízima ou portagem de madeiras e animais para abastecimento da mesma casa ou sustento dos seus moradores (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 52) – J.

1457-12-18 — Fernão Vaz – ou Vasques – de Agomide, contador dos almoxarifados de Coimbra e de Aveiro no tempo dos reis D. Duarte e D. Afonso V, instituiu definitivamente e dotou generosamente o Hospital de Jesus Rei Salvador – mais conhecido por Albergaria de S. Brás – pelo que constava do I Tombo da Provedoria de Aveiro, fl. 88v. A Albergaria possuía seis camas com suas roupas, esteiras, mantas e um serviço de mesa, aposentos para recolher romeiros e peregrinos; fornecia também água quente para se lavarem os pés e lume para as pessoas se aquecerem, cuidava dos doentes e, se alguém morresse, fazia o funeral e sufragava a sua alma; dava ainda habitação gratuita a mulheres pobres e virtuosas. O edifício situava-se perto dos Paços do Conselho e o seu local foi depois ocupado pelo Liceu (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fls. 44-45, e VI. fl. 158; Rangel de Quadros, em Aveirenses Notáveis, I, Manuscrito, fl. 87, indica erradamente a data de 18 de Setembro de 1457) – J.

1458-11-24 — Acompanhada das suas filhas D. Catarina de Ataíde e D. Maria de Ataíde e de uma virtuosa mulher de avançada idade, D. Beatriz Leitão chegou a Aveiro e principiou a habitar as casas edificadas num chão que havia comprado próximo do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia e que foram o início do Mosteiro de Jesus (Crónica, pgs. 12 e 180) – A.

1459-01-14 — O núncio D. Álvaro determinou que, havendo pregação durante a manhã na igreja do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, não se celebrasse a missa paroquial na igreja de S. Miguel, enquanto aquela pregação não terminasse (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 52) – J.

1459-04-15 — El-Rei D. Afonso V concedeu licença ao Padre Fernão de Sá, clérigo de missa, para concluir a marinha que começara a fazer no termo da vila de Aveiro, «em huu luguar onde chamam pero maçeeira» (Colectânea, I, pg. 218) – A.

1459-06-24 — Em capítulos dos procuradores de Valença do Minho nas Cortes de Lisboa, o capítulo 2.º refere-se ao «boõ trafego do sall que aquy tragiam d'Aueiro e o vendiam aos gallegos», comércio interdito devido aos roubos e violências de Martim de Castro (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fl. 162v) – A.

1459-06-28 — Em Cortes, foram registados capítulos relativos a Aveiro pelos procuradores da vila (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fls. 166-166v, com a nota: «Escusada») – A.

1459-10-18 — Por instrumento desta data, Rodrigo Anes, cónego da Sé do Porto, vendeu a D. Mécia Pereira, viúva de Martim Mendes Barredo e uma das fundadoras do Mosteiro de Jesus, de Aveiro, as suas casas sitas na Rua Direita, da mesma vila (Arquivo da Universidade de Coimbra, Pergaminhos do Convento de Jesus de Aveiro, Gaveta 1, Pasta 1ª, n.º 126; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, I, pg. 12) – J.

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