1800-01-09 — Nasceu o ilustre aveirense Conselheiro Dr.
Francisco António de Resende, que tomou parte nas campanhas liberais e
prestou relevantes serviços como administrador do hospital das Caldas da
Rainha (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs. 267-268) – A.
1800-01-14 — Faleceu o ilustre aveirense Frei Manuel dos
Santos Pereira, doutor em Cânones, comissário do Santo Ofício na
Inquisição de Coimbra, beneficiado na igreja de Santa Maria de Serpa,
pároco de S. Miguel de Aveiro e último prior da Ordem de Avis, da qual
era professo, nesta cidade (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, I, fl. 59) – A.
1800-02-23 — O bispo de Coimbra, D. Francisco de Lemos de
Faria Pereira Coutinho, escolhido pelo arcebispo de Braga para
administrar a Diocese de Aveiro, vaga pela morte do seu primeiro bispo,
encarregou o Padre Dr. Ricardo José Tomás Fernandes da curadoria desta
Diocese (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a
sua História, pgs. 65-66) – J.
1800-05-13 — O Dr. Padre Francisco da Paula de Figueiredo,
insigne aveirense, sacerdote exemplar, poeta de merecimento e
considerado o mais notável orador sagrado português do seu tempo,
proferiu um dos seus famosos sermões na Sé de Aveiro – que então era na
igreja da Misericórdia (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl.
227; Litoral, 18-5-1957) – J.
1800-09-17 — O ministro e definidores da Ordem Terceira da
Penitência, de Aveiro, obtiveram uma provisão para pedirem esmolas
(Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria I, livro 63, fl. 53v) – A.
1800-12-20 — O Príncipe D. João, Regente do Reino na
impossibilidade da Rainha D. Maria I, apresentou ao Santo Padre para
bispo de Aveiro D. António José Cordeiro, cónego doutoral da Sé de
Lamego, deputado do Santo Ofício e professor da Universidade de Coimbra
(Arquivo Secreto do Vaticano, Processo Consistorial n.º 204, fl. 70;
Fortunato de Almeida, em História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte
IV, pgs. 47-49, equivocou-se indicando a data de 25-11-1800) – J.
1801-01-14 — Faleceu o aveirense Joaquim Marques dos Santos,
ourives exímio e um dos nossos mais famosos escultores barristas (Rangel
de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 237-238) – A.
1801-01-23 — Na Nunciatura Apostólica de Lisboa, procedeu-se
ao interrogatório das testemunhas no processo canónico para a
confirmação do bispo de Aveiro D. António José Cordeiro, leitor de
Cânones na Universidade de Coimbra (Arquivo do Vaticano, Processo
Consistorial n.º 204) – A.
1801-02-15 — Tendo falecido na freguesia da Vera-Cruz, foi
nesta data sepultado na velha igreja paroquial o célebre barrista
aveirense Joaquim Marques dos Santos, irmão do respeitável Dr. Padre
Manuel Marques de Figueiredo e membro de uma família de notáveis ourives
e lavrantes de prata que vivia na Rua da Vila Nova (Litoral, 15-1-1955)
– J.
1801-03-12 — O vigário-geral e governador do Bispado de
Aveiro, Padre Dr. Ricardo José Tomás Fernandes, transcrevendo um aviso
régio de 6 do mesmo mês, mandou que as igrejas, capelas e confrarias
pusessem em segurança as suas pratas e valores e as depositassem no Paço
Episcopal, mediante recibo, a fim de se evitar que as levassem as tropas
de Napoleão, se estas invadissem Portugal; o mesmo eclesiástico, em 23
de Março, enviou idêntica circular aos Conventos, à Misericórdia, à
Ordem Terceira e ao Recolhimento de S. Bernardino. De pouco valeram tais
precauções... (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I,
fl. 187; João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a
sua História, pgs. 66-67) – J.
1801-05-11 — Foi passada carta de corregedor em Aveiro ao
Bacharel Manuel Brandão Pereira da Silva (Torre do Tombo, Chancelaria de
D. Maria I, livro 65, fl. 60v) – A.
1801-07-13 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. Joaquim Pedro
Dias Santiago, que foi juiz de fora em Penamacor e se dedicou com êxito
à advocacia e à agricultura (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I,
fls. 198-201) – A.
1801-07-20 — O Papa Pio VII confirmou como bispo de Aveiro D.
António José Cordeiro, sacerdote da Diocese de Coimbra, doutor em
Direito Canónico (Arquivo do Vaticano, Processo Consistorial n.º 204) –
J.
1801-10-23 — D. António José Cordeiro tomou posse da Diocese
de Aveiro, como seu bispo, sendo procurador o Padre Dr. Ricardo José
Tomás Fernandes (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 119) – J.
1801-11-08 — O segundo bispo da Diocese aveirense, D. António
José Cordeiro, recebeu a ordenação episcopal em Lamego, em cerimónia
presidida pelo bispo desta Diocese, D. João António Binet Píncio,
assistindo os prelados de Viseu e de Pinhel (Fortunato de Almeida,
História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 48) – A.
1801-11-20 — Foi nomeado superintendente das Obras da Barra o
Desembargador João Carlos de Cardoso Verney, digno de ser recordado
pelos relevantes serviços que prestou no desempenho das suas funções
(Rocha e Cunha, O Porto de Aveiro, 2.ª ed., 1959, pg. 6) – A.
1802-01-01 — D. António José Cordeiro, segundo bispo da
Diocese de Aveiro, fez a sua entrada solene nesta cidade, com grande
regozijo da população (Fortunato de Almeida, História da Igreja em
Portugal, 1ª. ed., Tomo IV, Parte IV, pg. 48) – A.
1802-01-02 — Por um aviso desta data, o Príncipe Regente D.
João encarregou da abertura da barra nova os distintos engenheiros
Coronel Reinaldo Oudinot e Capitão Luís Gomes de Carvalho – a quem
Aveiro ficou devendo assinalados serviços (Arquivo, I, pg. 229) – A.
1802-02-07 — A Confraria do Santíssimo Sacramento da
freguesia de S. Miguel resolveu que, no primeiro ano depois da abertura
da barra nova, se desse a Sua Alteza Real a terça parte líquida do sal
das suas marinhas, «como prova de gratidão pela munificência que por
essa obra havia tido aquele Príncipe» (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fls. 77-78) – A.
1802-03-06 — O Engenheiro Reinaldo Oudinot enviou ao Governo
o seu projecto para a abertura da barra nova (Arquivo, I, pg. 230) – A.
1802-03-24 — O bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro,
dirigiu ao clero e ao povo da Diocese a sua primeira pastoral,
notabilíssima sob muitos aspectos – que foi impressa (João Gonçalves
Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 71-73)
– A.
1802-03-29 — O bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro,
confirmou para a sua Diocese toda a legislação anterior (João Gonçalves
Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 73-74;
Fortunato de Almeida, em História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte
IV, pg. 48, errou a data desta pastoral) – J.
1802-04-03 — Por um diploma muito honroso, foi elevado ao
posto de monteiro-mor da cidade o ilustre aveirense Joaquim Marques
Saraiva de Figueiredo, mais conhecido pelo nome de Joaquim Marques dos
Santos, exímio ourives e lavrante de prata (Torre do Tombo, Chancelaria
de D. Maria I, livro 65, fl. 330) – A.
1802-04-08 — Por uma provisão desta data, o Príncipe Regente
D. João ordenou a demolição das antigas muralhas de Aveiro, que
ameaçavam ruína, devendo utilizar-se a pedra dos muros na obra da barra
(Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 35) – A.
1802-04-17 — O Eng. Luís Gomes de Carvalho remeteu ao
Príncipe Regente D. João o primeiro plano e mapa para as obras que
entendia deverem ser feitas para se abrir a nova barra (Arquivo, XXII,
pg. 278) – J.
1802-05-12 — D. António José Cordeiro, segundo bispo de
Aveiro, privilegiou o altar do Senhor «Ecce Homo» da igreja da
Misericórdia (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 119) – J.
1802-05-22 — O Dr. João Baptista Álvares de Araújo visitou a
matriz de S. Miguel, sendo esta a primeira visita feita depois que a
velha igreja deixou de estar sob a jurisdição da Ordem de Avis para
ficar debaixo da alçada do bispo de Aveiro (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 97) – A.
1802-06-12 — O Engenheiro Luís Gomes de Carvalho apresentou
uma valiosíssima «Memória descritiva ou notícia circunstanciada do plano
e processo dos efectivos trabalhos hidráulicos empregados na abertura da
barra de Aveiro segundo as ordens de S. A. R. o Príncipe Regente Nosso
Senhor» (Arquivo, XIII, pgs. 34-74 e 94-113) – A.
1802-07-02 — Um decreto desta data lançou o imposto de
quarenta reis aos barcos maiores e de vinte reis aos barcos menores,
carregados de moliço da ria, destinado a sementeira de penisco nos
areais do litoral aveirense; o excedente seria aplicado à melhoria da
pesca, a cultura da amoreira e do bicho-da-seda e a fundação de alguma
fábrica de algodão e lã (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs.
14-15; Padre João Vieira Resende, Monografia da Gafanha, pg. 273) – J.
1802-07-05 — Um aviso régio comunicou aos Engenheiros
Reinaldo Oudinot e Luís Gomes de Carvalho a aprovação pelo Príncipe
Regente dos planos definitivos das obras destinadas à abertura da barra
nova – planos idênticos quanto aos trabalhos a executar, mas divergentes
quanto ao modo de os realizar (Arquivo, XXII, pg. 278) – J.
1802-08-03 — Foi passada carta de ofício de meirinho do
Comissário da Medicina da Comarca de Aveiro a João Alves (Torre do
Tombo, Chancelaria de D. Maria I, livro 66, fl. 268) – A.
1802-10-05 — Foi passado alvará do ofício de carcereiro das
cadeias da cidade de Aveiro a Miguel José de Morais (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Maria I, livro 66, fl. 362) – A.
1802-11-29 — O Príncipe Regente – futuro D. João VI – nomeou
fidalgos cavaleiros da Casa Real os aveirenses José Maria Rangel de
Quadros e Queirós e João Rangel de Quadros e Queirós, pelos seus
«relevantes serviços» militares (Câmara Municipal de Aveiro, II Livro de
Registos, em 8-2-1803) – J.
1802-12-20 — O Príncipe D. João, Regente de Portugal, por um
aviso régio passado em Queluz pelo visconde de Balsemão, mandou que a
Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro se pronunciasse sobre o
pedido feito pelo bispo D. António José Cordeiro, no sentido de lhe ser
entregue -definitivamente para catedral a igreja da Misericórdia,
passando a sua Irmandade para a capela do Senhor das Barrocas (Marques
Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 133) – A.
1803-01-09 — A Mesa da Santa Casa da Misericórdia enviou ao
Príncipe Regente D. João uma representação, opondo-se à transferência da
sede da Misericórdia para a capela do Senhor das Barrocas, que o bispo
de Aveiro D. António José Cordeiro pretendia para estabelecer
definitivamente a catedral naquela igreja (Marques Gomes, Subsídios para
a História de Aveiro, pg. 133) – A.
1803-09-23 — Faleceu no Hospital dos Clérigos, do Porto, o
aveirense Padre Dr. Francisco da Paula de Figueiredo, considerado o mais
notável orador sagrado português do seu tempo (Dicionario Bibliographico
Portuguez, Tomo III, pgs. 23-24) – A.
1803-10-04 — O bispo D. António José Cordeiro extinguiu a
Colegiada de S. Miguel, incorporando os seus bens na Fábrica da
Catedral, «surtindo assim nesta parte o seu efeito a bula da criação
deste bispado» de Aveiro (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, I, fl. 42) – A.
1803-11-30 — Por um aviso régio desta data, o Engenheiro Luís
Gomes de Carvalho foi encarregado da direcção das obras da barra, em
virtude de o Engenheiro Reinaldo Oudinot ter de se ausentar, em comissão
de serviço, para a Ilha da Madeira (Arquivo, XIII, pg. 20) – A.
1803-12-30 — Por um aviso régio, o Eng. Luís Gomes de
Carvalho foi encarregado da inspecção e direcção das obras da abertura
da nova barra de Aveiro, na ausência de Reinaldo Oudinot que,
entretanto, fora mandado para a Ilha da Madeira (Arquivo, XXII, pg. 279)
– J.
1804-01-03 — O segundo bispo de Aveiro, D. António José
Cordeiro, fez circular uma pastoral em que comunicava ter resolvido
erigir um seminário, embora em casas alugadas, uma vez que tinha acabado
aquele que o seu predecessor havia instituído na Vista Alegre (João G.
Gaspar, A Diocese de Aveiro, pgs. 76-77) – J.
1804-01-20 — O Príncipe Regente D. João fez saber ao provedor
da Comarca de Aveiro e superintendente das Obras da Barra que fora
servido declarar isento do imposto criado pelo decreto de 7 de Julho de
1802 o barco do Mosteiro de Jesus, visto que não era utilizado no giro
comercial, mas apenas destinado a transportes para Ouca e outras
propriedades da comunidade conventual, sem frete de passageiros (Torre
do Tombo, Convento de Jesus de Aveiro, Documentos avulsos, B. 77-7, Doc.
249) – A.
1804-06-29 — Por uma provisão desta data, o bispo de Aveiro
D. António José Cordeiro, autorizado pelo breve pontifício de 27 de
Março do mesmo ano, estabeleceu em Requeixo um seminário, que principiou
com doze seminaristas (Fortunato de Almeida, História da Igreja em
Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 48) – A.
1804-09-22 — Faleceu o Padre Luís Lopes Ferreira, décimo
terceiro pároco da antiga freguesia da Vera-Cruz e o primeiro nomeado
pelo bispo de Aveiro D. António Freire Gameiro de Sousa, pois que, até
então, os párocos das freguesias da cidade eram apresentados pelo
Tribunal da Mesa da Consciência e Ordens (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 138) – A.
1804-12-28 — Nasceu o insigne aveirense Dr. Francisco José de
Oliveira Queirós, que foi reitor do Liceu local, cabendo-Ihe a honra de
abrir as portas do novo edifício, perto dos Paços do Concelho, em 15 de
Fevereiro de 1860; além disso, exerceu a medicina com rara dedicação e
extrema caridade, foi professor competente de diversas matérias e
mostrou-se entusiasta das novas correntes políticas do Liberalismo.
Quando faleceu, em 26 de Maio de 1862, deixou saudades em todos os que o
haviam conhecido, mesmo que não comungassem nas suas ideias (Rangel de
Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fls. 106-110) – J.
1805-03-15 — O Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, encarregado
da direcção das obras da barra de Aveiro, publicou um edital, que foi
impresso, comunicando que Sua Alteza Real aprovara o seu projecto, de 28
de Janeiro de 1805, para escoar as águas estagnadas na ria de Aveiro, e
lhe ordenara a sua pronta execução, pelo que convidava todos os
proprietários de marinhas a mandá-las fabricar, visto que muito a tempo
teria executado o seu projecto de modo a poder produzir-se sal (Impresso
cit.) – A.
1805-05-30 — Faleceu na Rua Direita o Dr. Diogo Calisto
Moreira, natural de Lisboa, mas há muitos anos radicado em Aveiro, onde
exerceu proficientemente o cargo de provedor da respectiva Comarca desde
1764. A população sentiu profundamente a sua morte, pois desaparecia
alguém de marcada posição social (Litoral, 22-11-1969) – J.
1805-08-24 — Aberta a barra nova, o Eng. Luís Gomes de
Carvalho fez um relatório sobre viação rodoviária em que delineou um
plano de estradas para a região de Aveiro, com o fim de facilitar o
maior incremento do nosso porto (Arquivo, XII, pgs. 118-128) – J.
1805-08-26 — Foi passada carta de juiz de fora de Aveiro ao
Bacharel Caetano Inocêncio de Gouveia e Costa (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Maria I, livro 76, fl. 67) – A.
1806-03-09 — Realizou-se uma tentativa de abertura da barra
nova, infelizmente sem qualquer êxito (Marques Gomes, O Districto de
Aveiro, pg. 143) – A.
1806-10-18 — Por virtude de um alvará régio desta data, a
Santa Casa da Misericórdia de Aveiro voltou a reger-se pelo compromisso
da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Marques Gomes, Centenário do
Descobrimento do Caminho Marítimo da Índia, pg. 10) – A.
1807-02-11 — Na Ilha da Madeira faleceu o
Brigadeiro-Engenheiro Reinaldo Oudinot que, tendo nascido em 1747 em
Sepignes, Verdun – França, muito se distinguira na direcção das obras da
nova barra de Aveiro (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos,
Manuscrito, fl. 50; no Arquivo, XIII, pg. 28, indica-se a data de
17-2-1807) – J.
1807-02-12 — Por uma provisão desta data, a Príncipe Regente
D. João ordenou que se considerasse «real» a procissão de Santa Joana
Princesa, patrona dos aveirenses, e que nela participasse o Senado da
Câmara (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João VI, livro 11, fl. 9v;
Livro dos Registos da Câmara Municipal de Aveiro, n.º 3, fl. 164;
Campeão das Províncias, 11-5-1901) – A.
1807-02-28 — Foi aberta a barra de Aveiro, que logo na
madrugada do dia seguinte se fechou novamente (Arquivo, I, pg. 231) – A.
1807-04-29 — O bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro,
desejando dar maior solenidade à festa de Santa Joana, ordenou que os
eclesiásticos residentes na cidade anualmente tomassem parte na
respectiva procissão (Biblioteca do Museu de Aveiro, Livro das Pastorais
dos Bispos de Aveiro, fls. 254-255) – J.
1807-07-22 — Foi passada carta de corregedor da comarca de
Aveiro ao Bacharel Florêncio de Abreu Perada (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Maria I, livro 77, fl. 229v) – A.
1807-10-28 — Visitaram esta cidade de Aveiro El-Rei D. Luís,
a Rainha D. Maria Pia, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Afonso, sendo
presidente da Câmara Municipal Manuel Firmino de Almeida Maia; esteve
presente o bispo-conde, D. Manuel Correia de Bastos Pina (Marques Gomes,
Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 226 e ss.) – J.
1808-04-03 — Aveiro e a região tiveram a suprema ventura de
ver aberta a sua barra nova, facto de excepcional importância, que veio
pôr termo a longas e frequentes tragédias. O engenheiro tenente-coronel
Luís Gomes de Carvalho, director da Obra da Barra de Aveiro, deu notícia
do felicíssimo acontecimento num ofício que, em 30 de Setembro de 1808,
enviou de Mafra ao Príncipe Regente D. João (Marques Gomes, Memórias de
Aveiro, pgs. 115-116) – A.
1808-04-15 — Lavrou-se neste dia o auto de abertura da barra
nova de Aveiro, que se realizou em 3 de Abril, subscrito por Miguel
Joaquim Pereira da Silva. Depois de referir os trabalhos preparatórios
de abertura e a maneira como se deu o rompimento, acrescenta: – «As
águas que cobriam as ruas da praça, desta cidade, e os bairros do Albói
e da Praia, abaixaram três palmos de altura dentro de vinte e quatro
horas e outro tanto em o seguinte espaço, e em menos de três dias já não
havia água pelas ruas e toda a cidade ficou respirando melhor ar por
estas providências com que o Céu se dignou socorrê-la e a seus
habitantes com esta grande Obra da Barra» (Aveiro e o seu Distrito, n.º
6, pg. 45) – A.
1808-05-18 — Lido o ofício do Secretário de Estado do
Interior, de 13 de Maio, e a proclamação, precedida de um decreto de
Junot, da deputação portuguesa de Bayonna, a Câmara Municipal deliberou
«que se pusessem luminárias por três dias em toda a cidade e seu termo,
precedendo para isso o devido pregão, e que no último dia se cantasse Te
Deum laudamus em acção de graças a Deus Nosso Senhor, por tão vantajosa
mercê, na Sé» (Foy, Histoire de la guerre de la Péninsule sous Napoléon,
Tomo III, pg. 51; Campeão das Províncias, 18-51901) – A.
1808-06-22 — Revoltada contra o domínio francês, a Câmara
Municipal mandou arvorar numa das janelas dos Paços do Concelho a
bandeira da cidade, repicar os sinos, iluminar as casas e restaurar os
escudos das armas portuguesas picadas por ordem de Junot. O povo
percorreu as ruas da cidade, dando vivas à Santa Religião, à Família
Real e à Casa de Bragança. Na sé, então a igreja da Misericórdia,
cantou-se um solene te-deum, com a assistência do prelado da Diocese, D.
António José Cordeiro (Marques Gomes, Centenário da Guerra Peninsular,
pgs. 8 e ss.) – A.
1808-06-22 — O bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro,
ordenou aos párocos e aos demais sacerdotes sob a sua jurisdição que,
como fiéis vassalos e leais portugueses, reconhecessem a autoridade de
Sua Alteza Real o Príncipe Regente e promovessem todas as possíveis
demonstrações de alegria, repicando os sinos e pondo luminárias,
durante três dias consecutivos, e celebrando um te-deum em cada igreja
da Diocese (Campeão das Províncias, 6-7-1901; João Gonçalves Gaspar, A
Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 88-89) – A.
1808-06-25 — D. Antónia José Cordeiro, segundo bispo da
Diocese, determinou que os eclesiásticos, tanto regulares como
seculares, tomassem armas em defesa da Pátria contra os invasores
franceses (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a
sua História, pg. 89) – A.
1808-07-04 — Realizou-se nos Paços do Concelho uma concorrida
reunião do Clero, da Nobreza e do Povo, lavrando-se um veemente protesto
contra as autoridades e os decretos dos invasores franceses, que a
cidade de Aveiro só violentada aceitara, e prestando-se juramento de
fidelidade a Rainha D. Maria I e ao Príncipe Regente D. João (Marques
Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 540 e ss.) – A.
1808-07-05 — Por meio de um edital, publicado nesta data, o
Dr. João Lúcio Barbosa foi encarregado de regular os toques dos sinos a
rebate, no caso de a cidade ser atacada pelas tropas francesas (Marques
Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 543-544, e Centenário
da Guerra Peninsular, pg. 10) – A.
1808-07-07 — No Paço Episcopal, com o virtuoso prelado
diocesano, D. António José Cordeiro, reuniram-se o governador da barra e
da cidade, os ministros, os nobres, os clérigos regulares e seculares e
os comerciantes para deliberarem, em segredo e sob juramento, sobre o
plano mais conveniente de fortificação e defesa da cidade, ameaçada de
invasão pelos franceses (Marques Gomes, Subsídios para a História de
Aveiro, pgs. 548-550 – A.
1808-07-13 — O bispo de Aveiro D. António José Cordeiro
expediu uma ordem, muito importante, reconhecendo a legitimidade da
Junta Provisional do Supremo Governo do Porto e recomendando aos párocos
e capelães que instruíssem os povos nos seus deveres para com o Príncipe
Regente D. João e os animassem a concorrer com donativos de guerra para
a defesa da Religião e do Estado. O seu patriótico apelo foi ouvido e
correspondido em toda a Diocese (Marques Gomes, Subsídios para a
História de Aveiro, pgs. 553-556) – A.
1808-08-05 — Para rogar o auxílio divino em favor dos
portuenses contra as tropas invasoras de Napoleão e também para
desagravar os seus horríveis e sacrílegos desacatos e imoralidades, o
bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro, determinou que no dia 7 se
fizesse uma procissão de penitência, com a devotíssima imagem do Senhor
«Ecce-Homo», que sairia da catedral para a igreja do Mosteiro de Jesus,
onde se venera o corpo da Bem-Aventurada Princesa Santa Joana, e que no
dia 15 se expusesse o Santíssimo Sacramento da Eucaristia à adoração dos
fiéis e se realizasse uma procissão de desagravo (Biblioteca do Museu de
Aveiro, Livro das Pastorais dos Bispos de Aveiro, fls. 256-259) – A.
1808-08-05 — No documento atrás referido, o bispo de Aveiro
considerava oficialmente – e pela primeira vez – a Princesa Santa Joana
como Protectora de Aveiro junto de Deus (Biblioteca do Museu de Aveiro,
doc. cit. na efeméride anterior) – J.
1808-08-07 — Na imponente procissão de penitência que nesta
data se realizou desde a catedral – que era na igreja da Misericórdia –
até à igreja do Mosteiro de Jesus e fora ordenada dois dias antes, o
virtuoso bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro, seguiu o andor com a
veneranda imagem do Senhor «Ecce-Homo», caminhando descalço e
humildemente despido das vestes pontificais e com uma corda ao pescoço
(Biblioteca do Museu de Aveiro, Livro das Pastorais dos Bispos de
Aveiro, fls. 256-259; Litoral, 2-4-1955) – A.
1808-09-08 — Na catedral de Aveiro – que então era a igreja
da Misericórdia – o bispo da Diocese D. António José Cordeiro celebrou
uma Missa Pontifical, seguida de procissão eucarística para a igreja de
Jesus, «onde se venera o corpo da Bem-aventurada Princesa de Portugal
Santa Joana», sendo aí cantado um solene te-deum em acção de graças a
Deus pela derrota das tropas napoleónicas e pelo termo da primeira
invasão francesa (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios
para a sua História, pgs. 92-93) – J.
1808-09-15 — O superintendente das obras da barra de Aveiro,
João Carlos Cardoso Verney, deu a notícia da abertura da nova barra a D.
Rodrigo de Sousa Coutinho, ministro da Guerra e dos Negócios
Estrangeiros e vice-almirante, que estava então no Rio de Janeiro com a
Corte de Portugal (Arquivo, XXII, pg. 279) – J.
1808-09-30 — O Engenheiro Luís Gomes de Carvalho informou o
Príncipe Regente D. João, então ausente no Brasil, da abertura da barra
nova de Aveiro, do seu bom estado e das suas magníficas consequências
(Arquivo, XXII, pgs. 279-280) – J.
1809-01-07 — João Rangel de Quadros, capitão de cavalaria,
foi nomeado governador do «Castelo da Gafanha» ou «Forte Novo», assim
denominado para o distinguir do «Forte Velho» que existia junto da
barra, quando esta ficava a sul da Vagueira, próximo de Mira (Marques
Gomes, Memórias de Aveiro, pg. 118; Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, Manuscrito, I, fl. 172) – A.
1809-01-10 — Faleceu em Lisboa o ilustre aveirense João de
Figueiredo, director da escola de gravura e desenho do Arsenal do
Exército. Nascido em 1725, aprendeu em Aveiro a desenhar, a modelar e a
gravar medalhas, conhecendo-se dele alguns trabalhos de grande
responsabilidade e todos primorosos, entre os quais a cunhagem, em 1775,
da primeira peça em «porcelana» portuguesa – decerto modelada por
Machado de Castro – uma placa rectangular em biscoito ou biscuit,
alusiva à construção da estátua de El-Rei D. José I (E. Pereira e G.
Rodrigues, Portugal-Diccionario, III, pg. 473; Marques Gomes, Catalogo
da Exposição de Arte Religiosa no Collegio de Santa Joana Princeza, pg.
99; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, Manuscrito, fl. 156) –
A.
1809-05-13 — Entrou na barra de Aveiro um comboio marítimo
inglês, composto de mais de trinta e oito navios de transporte,
escoltados pelo brigue de guerra Port Mahon, com «víveres e forragens
para o Exército Inglês que por aqui mesmo se dirigia à restauração do
Porto», tendo ancorado na chamada Praia da Senhora (Marques Gomes,
Memorias de Aveiro, pg. 144; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Avulsos, Manuscrito, fls. 53-54; Arquivo, VIL, pgs. 39-41, e VIVI, pg.
162 e nota 1) – A.
1809-05-18 — Nasceu o insigne aveirense Dr. Manuel José
Mendes Leite, homem de invulgares qualidades intelectuais e morais, que
por muitos títulos se tornou credor da gratidão dos seus conterrâneos
(Marques Gomes, Manoel José Mendes Leite – Esboço Biographico, pg. 5) –
A.
1809-06-23 — Com um ofício desta data, o oficial da Marinha
de Guerra Isidoro Francisco Guimarães enviou ao ministro da Guerra a sua
«Memoria sobre a nova Barra d'Aveiro aberta em 3 d’Abril de 1808»
(Arquivo Histórico-Militar, doc. n.º 30, caixa n.º 166, 14.ª secção da
1.ª divisão; Arquivo, VIII, pgs. 161 e ss.) – A.
1809-08-19 — Foi passada carta de juiz de fora de Aveiro ao
Bacharel José Manuel do Rego Abranches (Torre do Tombo, Chancelaria do
Ordem de D. João VI, livro 10, fl. 339v) – A.
1809-12-26 — Em Aveiro, numa casa da Rua dos Mercadores,
nasceu uma criança do sexo masculino, a quem os pais – Dr. Luís Cipriano
Coelho de Magalhães, médico do partido nesta cidade e na vila de Eixo,
donde era natural, e D. Clara Miquelina de Azevedo Leitão – deram o nome
de José Estêvão, porque o padrinho de baptismo foi o do materno José
Ribeiro de Azevedo Leitão e por ter nascido no dia litúrgico do
Protomártir do Cristianismo Santo Estêvão. Viria a ser um insigne
tribuno parlamentar e um dos maiores defensores dos interesses e do
progresso da sua terra (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos
da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, de 1765 a 1818, fl. 235v;
Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 156 e ss.) – J. |