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Calendário Histórico de Aveiro
– Séc. XIX –

 

1860-01-04 — Foi pela primeira vez eleito presidente da Câmara Municipal o ilustre aveirense Conselheiro Manuel Firmino de Almeida Maia, a quem a Cidade e o concelho ficaram a dever inestimáveis serviços (Arquivo Municipal de Aveiro, livro das Actas e Sessões da Câmara, n.º 17, 1858-1862, fls. 32v-33) – A.

1860-02-15 — Sendo reitor o médico Dr. Francisco José de Oliveira Queirós, O Liceu de Aveiro instalou-se em edifício próprio, construído perto dos Paços do Concelho, havendo por isso diversas manifestações de regozijo (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 127; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fl. 109, e Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 328» – A.

1860-02-21 — O arcebispo de Braga e administrador apostólico da Diocese de Aveiro, nomeou seu vigário-geral em Aveiro o Bacharel José António Pereira Bilhano, natural de Ílhavo, formado em Cânones, que já havia exercido as mesmas funções no governo episcopal de D. Manuel Pacheco de Resende. O Bispado ficou-lhe a dever assinalados serviços (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 179) – J.

1860-03-08 — Nasceu em Aveiro, na Rua de S. Martinho, o escritor jornalista, professor e militar Francisco Manuel Homem Cristo, um dos maiores panfletários de todos os tempos (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos da freguesia da Glória; Maria Alice e António Augusto Gonçalves, Agitada Vida de Homem Cristo, I, pg. 12) – A.

1860-03-10 — O vigário-geral da Diocese de Aveiro, o insigne ilhavense, mais tarde arcebispo de Évora, D. José António Pereira Bilhano, dirigiu ao clero e aos fiéis a sua primeira circular após a nomeação pare aquele cargo (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 180-181) – A.

1860-03-14 — Entrou no exercício do cargo de governador civil do Distrito de Aveiro – funções que desempenhou até 15 de Agosto seguinte o insigne aveirense Dr. Manuel José Mendes Leite (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 113) – J.

1860-04-23 — Pela primeira vez foi incluída no orçamento da despesa da Junta de Paróquia da freguesia de Nossa Senhora da Glória, de Aveiro, uma verba para a edificação da torre, «que cumpre construir-se junto à igreja» – obra que logo se iniciou; aquela importância foi de 1.500.000 réis (Cartório Paroquial da Glória, Livro das Actas das Sessões da Junta de Paróquia, 1835-1864, fls. 175v-176 e 177v-178) – J.

1860-04-25 — Nasceu em Cacia o Conselheiro Dr. Manuel Nunes da Silva, singular benemérito da sua terra (Correio do Vouga, 5-1-1968) – J.

1860-05-23 — Foi passada carta de professor da quinta e sextas cadeiras do Liceu Nacional de Aveiro ao Bacharel João José Pereira de Sousa e Sá (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro V, livro 20, fl. 78) – A.

1860-09-14 — Naufragou ao sul da barra de Aveiro a escuna sueca «Flink», que se dirigia de Estocolmo para a Figueira da Foz, tendo morrido três dos seis homens que compunham a sua tripulação (Correio do Vouga, 9-9-1950) – J.

1860-09-23 — Foi reaberta ao culto, depois de restaurada, a capela de Nossa Senhora das Areias, na costa de São Jacinto (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, III, fl. 194) – A.

1860-10-11 — Com materiais provenientes da demolição da igreja do Espírito Santo, começou a construir-se a torre da igreja de São Domingos, concluída em 9 de Agosto de 1862 (Arquivo, IX, pg. 327) – J.

1860-12-11 — Escrevendo talvez a um dos ministros do segundo Governo «histórico» do Marquês de Loulé, José Estêvão Coelho de Magalhães solicitou que se tratasse de melhorar a barra de Aveiro, porque ela «interessa à economia geral do Estado»; aproveitando a ocasião, voltou a insistir por que o traçado do caminho-de-ferro da linha do norte passasse por Aveiro (Biblioteca Municipal de Aveiro, rascunho da carta; em Arquivo, VIII, pg. 100, e em José Estêvão – Estudo e Colectânea, 1962, pg. 169, há um erro de interpretação na data) – J.

1860-12-20 — José Estêvão Coelho de Magalhães aforou à Câmara de Ílhavo o baldio inculto constituído por larga extensão de areias para o norte e poente da propriedade que já possuía junto ao «palheiro ou casa de habitação no tempo dos banhos», a troco da importância anual de 1.250 reis, paga nos cofres do Município, no dia 30 de Junho (Arquivo, XXVIII, pgs. 285-289) – J.

1860-12-26 — Foi passada carta de nomeação de director dos Correios de Aveiro a José Crispiniano da Fonseca e Brito (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro V, livro 21, fl. 3v) – A.

1861-01-01 — Foram aprovados em assembleia-geral os estatutos do «Clube Aveirense» – agremiação cuja sede se fixou no edifício da Rua de José Estêvão onde estivera instalado o governo civil e pertencera a José Maria Branco de Melo e que hoje é propriedade da Diocese; perdurou até 1875 (Arquivo, XXXVII, pg. 120) – J.

1861-01-22 — Faleceu na sua Quinta da Palmeira, em Vagos, o ilustre aveirense Dr. Joaquim Pedro Dias Santiago, que se dedicou à advocacia e à agricultura e exerceu diversos cargos públicos (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 198) – A.

1861-04-21 — José Estêvão Coelho de Magalhães dirigiu aos «Snrs. Eleitores do Circulo d’Aveiro» uma carta muito curiosa, que foi impressa em folhas soltas (Cf. impresso referido) – A.

1861-04-27 — Faleceu o notável aveirense Dr. António Barreto Ferraz de Vasconcelos, que foi o primeiro visconde da Granja, deputado em diversas legislaturas, par do Reino e ministro da Justiça no primeiro ministério da Rainha D. Maria II (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fls. 279-283; Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 155-156) – A.

1861-04-27 — Faleceu uma filhinha de José Estêvão Coelho de Magalhães, de nome Joana Inês de Miranda Magalhães, para o túmulo da qual Bulhão Pato compôs uma sentida poesia (Campeão das Províncias, 27-4-1901) – A.

1861-04-30 — Com a conclusão do lanço da Gafanha ao Forte, terminaram neste dia os trabalhos de construção da estrada da Barra, iniciados em 12 de Março de 1860 (Padre João Vieira Resende, Monografia da Gafanha, pg. 181) – A.

1861-05-13 — Faleceu em Aveiro D. Maria Benedita de Sousa de Quevedo Pizarro, senhora do Paço do Terreiro das Carmelitas, nesta cidade, que em 1821 casara com José Osório do Amaral Sarmento e Vasconcelos, par do Reino, fidalgo da Casa Real e primeiro barão de Alheirinha (Arquivo, XXX, pg. 207) – J.

1861-07-02 — Começou a publicar-se O Districto de Aveiro, órgão do Partido Histórico-Progressista, sendo o artigo de apresentação da autoria de José Estêvão Coelho de Magalhães; este jornal viria a durar por largas dezenas de anos (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, VIII, fls. 109-110; Marques Gomes, José Estêvão, pg. 155) – A.

1861-08-16 — O Engenheiro Silvério Augusto Pereira da Silva apresentou um novo relatório sobre as obras da barra de Aveiro (Arquivo, I, pg. 234) – A.

1861-11-15 — O Districto de Aveiro publicou um famoso artigo de José Estêvão Coelho de Magalhães sobre a morte de El-Rei D. Pedro V – artigo que o grande tribuno ditou, na sua casa da Rua Direita, ao Dr. José Crispiniano da Fonseca e Brito (José Estêvão, Discursos Parlamentares, pgs. 352-358) – A.

1862-03-01 — Bernardo de Magalhães compôs a curiosa poesia Saudades da Salineira, de sabor regional, que foi publicada no jornal «Districto de Aveiro» e reproduzida no «Arquivo do Distrito de Aveiro» (Arquivo, VIII, pgs. 222-225) – A.

1862-05-06 — O Dr. Augusto da Silva Matos publicou no jornal Districto de Aveiro (n.º 88) uma poesia, muito curiosa, sobre o Senhor das Barrocas (Arquivo, II, pg. 319) – A.

1862-05-26 — Faleceu o Dr. Francisco José de Oliveira Queirós, médico em Aveiro, onde nascera, que exerceu o cargo de reitor do Liceu local; teve a honra de abrir as portas do edifício deste estabelecimento de ensino em 15 de Fevereiro de 1860, acabado de construir junto aos Paços do Concelho (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fls. 106-110) – J.

1862-05-27 — O Dr. Manuel José Mendes Leite publicou no Districto de Aveiro um pequeno artigo sobre a morte, ocorrida no dia anterior, do Dr. Francisco José de Oliveira Queirós, comissário de Estudos e reitor do Liceu local. Dos artigos que publicou naquele jornal, no Campeão do Vouga e na Revolução de Setembro, é este, salvo erro, o único que aparece firmado pelo seu nome (Vd. jornal referido) – A.

1862-05-28 — Neste dia, véspera da quinta-feira da Ascensão, tocaram pela primeira vez os sinos na torre da igreja paroquial de Nossa Senhora da Glória – vetusta igreja de S. Domingos e hoje também catedral de Aveiro – os quais eram o «sino balão» e o «sino da figueira», da antiga matriz de S. Miguel, e os dois sinos da demolida igreja do Espírito Santo. Um destes foi mais tarde substituído pelo «sino dos frades», que existia no campanário gótico do Convento (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 191; Arquivo, VI, pg. 178) – A.

1862-06-04 — José Estêvão Coelho de Magalhães, falando na Câmara dos Deputados sobre os melhoramentos públicos, pediu ao Governo a construção de um farol na nossa costa, entre a barra e os areais de Mira – A.

1862-06-04 — Faleceu em Eixo o ilustre filho desta vila Bacharel Venâncio Dias de Carvalho e Figueiredo, professor de latim em Ovar e Estarreja e governador civil de Aveiro, advogado distinto e homem liberal, dotado de singular firmeza de carácter (Boletim Municipal de Aveiro, 1984, n.º 3, pg. 52) – J.

1862-06-05 — Graças à Confederação Maçónica Portuguesa e por convocação do seu grão-mestre de então, José Estêvão Coelho de Magalhães, realizou-se em Lisboa uma reunião para se criar uma instituição de beneficência, que logo se denominou «Asilo de S. João», para receber e assistir as raparigas que antes se achavam recolhidas no Asilo dos Cardais de Jesus, sob a orientação das Irmãs de S. Vicente de Paulo – Irmãs da Caridade – e que, com a expulsão destas religiosas de Portugal, tinham ficado ao abandono; a instituição, que iniciaria a sua actividade em 2 de Julho seguinte, é hoje o «Internato de S. João», na Travessa do Loureiro, em Lisboa (A. H. de Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria Portuguesa, I, cols. 106-107, e II, col. 937) – J.

1862-07-02 — Assistindo logo vinte e quatro meninas, foi fundada em Lisboa a benemérita instituição, ainda existente, então denominada Asilo de S. João, por iniciativa do ínclito aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães que, em 5 de Junho, presidira a uma assembleia de amigos por ele convocada para o efeito. Esta instituição, cuja finalidade e prover ao amparo e formação de crianças órfãs do sexo feminino – hoje conhecida por Internato de S. João – teve os primeiros estatutos aprovados por carta régia de 9 de Junho de 1867 (Estatutos do Asylo de S. João para a Infancia Desvalida, Lisboa, 1915, pg. 5) – J.

1862-07-02 — A Câmara Municipal reconheceu a conveniência e a utilidade de remover o Mercado da Fruta, que se fazia na Praça Pública, para outro lugar mais próprio; assim, projectou construir um abarracamento na designada Praça da Erva, entre as pontes da Praça e do Cojo (Litoral, 5-10-1968) – J.

1862-08-09 — Concluiu-se nesta data a construção da torre da igreja de S. Domingos e paroquial da freguesia de Nossa Senhora da Glória, edificada no local onde antes existia a famosa capela ou nicho de Nossa Senhora da Escadinha (Arquivo, IX, pg. 327) – A.

1862-11-01 — Durante este mês, começou a laborar a fábrica de sabões, sita no velho caminho que do Bairro das Olarias seguia para Vilar, junto do cruzamento com a linha férrea, que fechou em 1888. Fundada por José Fernandes Melício, de Aveiro, e António Taveira Pinto de Azevedo e Guilherme Augusto Taveira, do Porto, instalara-se num edifício antigo, que fora propriedade da Família Santiago, de certa representação social no meio, que em 1860, deixando Aveiro, se radicara em Sangalhos (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fls. 119-122) – J.

1862-11-04 — Pouco antes da uma hora da madrugada deste dia – e não no dia anterior, como indicam alguns – faleceu em Lisboa, numa casa da Rua de «O Século», o grande orador parlamentar e egrégio aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães, que ultimamente também vinha exercendo o cargo de grão mestre da Confederação Maçónica Portuguesa (Marques Gomes, Memórias de Aveiro, pg. 204, e O Districto de Aveiro, pg, 157; A. H. de Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria Portuguesa, II, cols. 936-937. A lápide colocada no referido edifício menciona o dia 3) – A.

1862-11-05 — Nas Câmaras dos Pares e dos Deputados foram prestadas as mais sentidas homenagens à memória de José Estêvão Coelho de Magalhães, cujo funeral, realizado em Lisboa na tarde deste dia, constituiu uma grande manifestação de pesar (Marques Gomes, José Estêvão, pgs. 165-167 e 175) – A.

1862-11-12 — Para substituir uma antiga ponte de madeira, foi aberta ao trânsito uma ponte de pedra, de três arcos, sobre o canal da ria que separa Ílhavo da Gafanha, por cuja construção se interessara junto do Governo o tribuno aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 87') – J.

1862-11-23 — Realizou-se no Liceu do Aveiro uma reunião, concorrida e importante, para se resolver sobre a construção de um monumento à memória de José Estêvão Coelho de Magalhães (Marques Gomes, José Estêvão, pg. 182) – A.

1862-12-03 — Iniciou-se neste dia a construção da capela de Nossa Senhora dos Navegantes, junto ao Forte da Barra de Aveiro (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 146; Padre João Vieira Resende, Monografia da Gafanha, pg. 135) – A.

1862-12-10 — Faleceu o ilustre aveirense Padre João José dos Santos, que foi pároco zelosíssimo e muito bondoso da freguesia de Nossa Senhora da Glória, da cidade de Aveiro (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, Manuscrito, fl. 166) – A.

1863-03-30 — De uma consulta da Junta Geral da Bula, publicada neste dia, consta que no Seminário de Aveiro havia as aulas de Teologia Dogmática e Moral, Direito Canónico, História Eclesiástica e Sagrada, Liturgia e Cantochão, que eram frequentadas por 54 alunos. O Seminário recebeu, no ano lectivo de 1861-1862, o subsídio de 900.000 réis, além de um outro de 196.000 reis com destino a dois alunos da Diocese que frequentavam os estudos teológicos na Universidade de Coimbra (Diário do Governo, n.º 70, de 30-3-1863; Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte III, pgs. 70-72) – A.

1863-04-22 — Mandadas celebrar pelos Artistas de Aveiro, realizaram-se na igreja da Misericórdia solenes exéquias por alma de José Estêvão Coelho de Magalhães, em que foi orador o Padre Francisco de Sousa Janeiro, bacharel em Teologia e professor no Seminário de Aveiro (Oração Fúnebre nas Solenes Exéquias do Sr. José Estêvão Coelho de Magalhães, etc., 1863; Marques Gomes, José Estêvão, pgs. 173) – J.

1863-05-23 — Na sessão da Edilidade Aveirense discutiu-se a urgência de uma rua de ligação mais fácil entre a estação do caminho-de-ferro e a cidade, pelas vantagens que daí viriam para o comércio, a indústria e a agricultura; para o efeito pedir-se-ia o auxílio financeiro e técnico a El-Rei (Litoral, 28-9-1968. Esta rua tem hoje o nome do Almirante Cândido dos Reis) – J.

1863-05-29 — El-Rei D. Luís I deu o necessário beneplácito para a execução do breve que concedia aos primeiros viscondes de Santo António licença para se celebrar Missa no seu oratório (O documento é conservado por familiares) – A.

1863-05-30 — Concluiu-se neste dia – algures se diz que em 2 de Junho – a construção da capela de Nossa Senhora dos Navegantes, junto do Forte da Barra, que importou em 400.000 réis (Campeão das Províncias, 1-6-1901; Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 146) – A.

1863-06-02 — D. José António Pereira Bilhano, então vigário-geral da Diocese de Aveiro, enviou ao vice-presidente da Câmara Municipal duas cartas sobre a procissão do «Corpus Christi», ambas muito curiosas (Arquivo, XIV, pgs. 106-107) – A.

1863-07-18 — A ponte do caminho-de-ferro da Linha do Norte, em Esgueira, foi atravessada, pela primeira vez, por um comboio vindo do norte (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 106; Correio do Vouga, 23-7-1949) – J.

1863-07-24 — Faleceu o ilustre Custódio José Duarte e Silva, nascido em Aveiro em 1789, que combateu na Guerra Peninsular como oficial do Batalhão de Milícias, tomou parte na Revolução Liberal e emigrou para a Inglaterra, onde D. Pedro IV o nomeou capitão do Batalhão de Atiradores Portugueses, desembarcando, mais tarde, em Pampelido e batendo-se valorosamente no cerco do Porto. Em 1833, foi nomeado director da Alfândega de Aveiro, lugar de que tomou posse em Maio do ano seguinte e que exerceu por largo tempo (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pg. 148) – A.

1863-09-04 — Nasceu em Vagos o Prof. Francisco Augusto da Silva Rocha, que, vindo a radicar-se na nossa cidade, se imporia à sociedade aveirense como artista, arquitecto e mestre (Litoral, 24-8-1957) – J.

1863-09-06 — Foi benzida, no sítio chamado Forte da Barra de Aveiro, a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, cuja construção terminara em fins de Maio (Campeão das Provincias, 12-9-1901; Litoral, 19-10-1979) – J.

1863-09-09 — Foi colocado um relógio na torre da igreja paroquial de Nossa Senhora da Glória, hoje também catedral de Aveiro (Litoral, 19-10-1979) – J.

1863-09-15 — A Câmara Municipal, da presidência do Conselheiro Manuel Firmino de Almeida Maia, representou ao Governo, pedindo a construção de um farol na barra de Aveiro (Campeão das Províncias, n.º 59, 14-9-1901) – A.

1863-09-26 — Uma portaria do Ministério das Obras Públicas mandou elaborar o orçamento para a construção de um farol junto da barra de Aveiro (Arquivo, XXXI, pgs. 39-40) – A.

1863-10-24 — O Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, vigário-geral da Diocese de Aveiro, publicou um novo regulamento para o Seminário Episcopal que obteria aprovação régia em 26 deste mês; foi impresso (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 53; Regulamento Provisório do Curso de Disciplinas Eclesiásticas da Diocese de Aveiro, 1868) – J.

1863-11-04 — Realizaram-se em Eixo, terra da naturalidade de seu pai, cerimónias fúnebres por alma de José Estêvão Coelho de Magalhães, fazendo o panegírico o Padre Manuel Rodrigues Branco (Marques Gomes, José Estêvão, 1889, pgs. 173-174, onde o autor aponta erradamente o ano de 1862) – J.

1864-03-31 — Durante este mês, a Câmara Municipal pediu ao Governo de Sua Majestade a inclusão, no mapa das estradas a construir ao longo do ano em curso, da construção da estrada entre Aveiro e Ílhavo, dada a grande conveniência de tal melhoramento (Litoral, 28-9-1968) – J.

1864-04-10 — Com a chegada dos primeiros comboios de Coimbra e do Porto, foi inaugurada a via-férrea e a respectiva estação de Aveiro – o que deu lugar a grandes manifestações de regozijo (Campeão das Províncias, 15-4-1864; Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 149-150) – A.

1864-05-03 — Por um alvará deste dia, foi autorizada a constituição da «Associação Aveirense de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas», feliz iniciativa de alguns artistas que definitivamente ficou formada no dia 16 (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 76; Litoral, 9-5­1964) – A.

1864-05-16 — Constituiu-se definitivamente a benemérita «Associação de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas», cuja fundação fora autorizada por um alvará do dia 3 e que prestou aos seus associados inúmeros benefícios em casas de doença e assegurou às suas famílias estimáveis auxílios nos casos de morte; dela foram grandes protectores o Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, Agostinho Duarte Pinheiro e Silva e Francisco António de Resende Júnior (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 74) – A.

1864-05-16 — Realizou-se em Aveiro o funeral de José Estêvão Coelho de Magalhães, que constituiu uma imponentíssima manifestação de pesar; à cerimónia religiosa presidiu o vigário-geral da Diocese, Dr. José António Pereira Bilhano (O Districto de Aveiro, 17-5-1864; Campeão das Províncias, 18-5-1864; Marques Gomes, Subsidios para a História de Aveiro, pgs. 151-154. Marques Gomes, em O Districto de Aveiro, pg. 157, errou a data) – A.

1864-07-03 — Foi arrematada por um ano, a começar no dia de S. Miguel e a terminar em igual dia de 1865, a barca da Boqueia do Pinheiro, metade pertencente ao Município de Aveiro e a outra metade ao de Albergaria-a-Velha; José João de Abreu, de São João de Loure, ficou com o lanço por 20.000 réis (Litoral, 12-10-1968) – J.

1864-07-12 — Foi nomeado pároco da freguesia de Nossa Senhora da Glória o Padre Dr. Francisco de Sousa Janeiro, bacharel em Teologia e professor do curso de ciências eclesiásticas da antiga Diocese de Aveiro (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 163) – A.

1864-07-19 — Tomou posse da capitania do porto de Aveiro o distinto oficial da Armada João Eusébio de Oliveira que, sendo comandante da estação naval de Moçambique, aprisionou a barca «Charles et Georges» – facto que originou um sério conflito diplomático e inspirou a José Estêvão Coelho de Magalhães o seu magnífico discurso de 14 de Dezembro de 1857 na Câmara dos Deputados (Campeão das Províncias, 31-7-1901) – A.

1864-07-20 — Um pavoroso incêndio destruiu o Paço Episcopal – o velho Palácio dos Tavares – onde, desde 1849, se encontravam instaladas as repartições do Governo Civil de Aveiro e da Fazenda Pública, causando avultados prejuízos e consumindo importantíssimos documentos dos nossos arquivos (Arquivo, VIII, pg. 283) – A.

1864-08-08 — Começou nesta data a construção da estrada de Eixo até à ponte da Rata, em Eirol; os trabalhos terminaram em 17 de Outubro de 1866 (Revista de Obras Públicas e Minas, tomo IV, n.º 45, Setembro de 1873; Arquivo, XXVI, pg. 246, n.º 1) – J.

1864-09-28 — O conhecido escritor Júlio Dinis escreveu em Aveiro uma carta muito interessante, que dirigiu a Custódio Passos (Arquivo, V, pg. 244) – A.

1864-10-01 — O destacamento militar, aquartelado até esta data em parte do extinto Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, foi habitar o velho Convento Franciscano de Santo António, após obras de reparação e de adaptação (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 119) – J.

1864-10-09 — Foi festivamente inaugurada a capela de S. Geraldo, no lugar da Presa (Arquivo, I, pg. 324) – A.

1864-10-16 — Foi fundada a benemérita Associação Comercial de Aveiro, cujos estatutos haviam já sido aprovados por decreto de 25 de Novembro de 1858 (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 113) – A.

1864-11-19 — A Câmara Municipal de Aveiro pediu ao Governo a colocação de um corpo de tropas nesta cidade, oferecendo-se para auxiliar a reconstrução de um dos quartéis – o do Convento de S. Domingos ou o do Convento de Santo António (Câmara Municipal de Aveiro, Livro das Actas das Sessões, Anos de 1862-1865, fls. 109v-110v) – A.

1864-12-04 — Centenas de pessoas de Eixo, Oliveirinha, Requeixo, Fermentelos, Alquerubim, Óis da Ribeira e Espinhel reuniram-se no sítio da Ponte da Rata, em Eirol, para combinarem os meios de defesa comum na causa que opunha esses povos à Sereníssima Casa de Bragança, em questões de tributos, rendas e foros (Venâncio Dias de Figueiredo Vieira, em Boletim Municipal de Aveiro, Ano II, n.º 3, pgs. 52-53) – J.

1865-01-07 — Na sessão da Câmara Municipal foi presente um requerimento do Dr. Bento de Magalhães no qual se expunha a grande falta de casas, principalmente para a classe pobre dos pescadores, «em cujo bairro estão famílias aglomeradas em casas que não comportam um tão grande número de moradores», e se lembrava que tal bairro se poderia acrescentar com a construção de novas habitações no terreno municipal da marinha rossia; a Edilidade deliberou que se procedesse ao estudo do terreno e ao traçado das ruas e que a parte a destinar àquele fim se desse de aforamento em hasta pública, em lotes iguais (Litoral, 28-9-1968) – J.

1865-05-19 — Iniciaram-se os trabalhos da construção, em pedra, da nova ponte da Rata, entre Eirol e Almear, sob a direcção do Engenheiro Silvério Augusto Pereira da Silva (Arquivo, XXIII, pg. 190) – J.

1865-07-09 — O Conselheiro Manuel Firmino de Almeida Maia foi eleito deputado pelo Círculo de Aveiro (Marques Gomes, Cincoenta Annos de Vida Pública, pg. 287) – A.

1865-07-29 — Realizou-se no antigo «Teatro dos Artistas» uma animada festa de despedida do actor José Carlos dos Santos e da actriz Emília Letroublon (Arquivo, XXVII, pgs. 311-312) – A.

1865-08-14 — Efectuou-se, pela última vez, a procissão de Nossa Senhora da Boa Morte, que saiu da igreja do Convento da Madre de Deus, em Sá, incorporando-se no vistoso e piedoso cortejo a Ordem Terceira de S. Francisco e as Irmandades do Santíssimo Sacramento das freguesias da Glória e da Vera-Cruz (Correio do Vouga, 12-8-1950) – A.

1865-09-15 — A Família Real passou em Aveiro, pela primeira vez em viagem de comboio, ao dirigir-se para o Porto, onde foi inaugurar uma exposição internacional. Seguiam El-Rei D. Luís, a Rainha D. Maria Pia, El-Rei D. Fernando, o Príncipe Carlos e o Infante D. Augusto (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 198; aqui o ano de 1866 está errado) – J.

1865-11-19 — Na estação do caminho de ferro, em Aveiro, deflagrou um incêndio que não teve proporções porque prontamente acorreram muitos populares (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 167, carta do engenheiro-chefe da Via; na pg. anterior, no texto, Marques Gomes não é exacto na data) – J.

1865-12-04 — O Padre Carlos Mihesxhi cantou na igreja do Mosteiro de Jesus uma missa, durante a qual se fez um ofertório para os emigrantes polacos, seus compatriotas, tendo proferido uma homilia de circunstância o Cónego José Joaquim de Carvalho e Góis, mais tarde vigário-geral da Diocese de Aveiro (Campeão das Províncias, 7-12-1901) – A.

1865-12-20 — Foi concedido a João Carlos do Amaral Osório e Sousa o título de visconde de Almeidinha que, por decreto anterior de 10 de Novembro de 1852, fora segundo barão de Almeidinha; bisneto de João de Sousa Ribeiro da Silveira, nascera em Almeidinha, da freguesia de Mangualde, em 13 de Marco de 1822 e faleceria em Lisboa em 29 de Maio de 1890. É considerado aveirense notável, por ser sua mãe natural de Aveiro descendente de aveirenses e por ter tido nesta cidade a sua residência e muitos bens de fortuna e aqui ter exercido grande parte da sua actividade política (Arquivo, XXX, pgs. 206-222) – J.

1865-12-23 — Durante uma reunião efectuada neste dia, os estudantes do Liceu de Aveiro resolveram mandar colocar numa das salas daquele estabelecimento de ensino o retrato a óleo do seu fundador e patrono, José Estêvão Coelho de Magalhães (Arquivo, IV, pg. 516) – A.

1866-01-31 — De passagem para o Porto, onde foi encerrar a «Exposição Internacional», El-Rei D. Luís I foi cumprimentado na estação de Aveiro pela oficialidade do Regimento de Almanza que, desde o dia 28, se encontrava nesta cidade (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 199-200) – J.

1866-02-20 — Foram trasladadas as cabeças dos «mártires da Liberdade» para o monumento mandado erigir, no cemitério central, pela Câmara Municipal da presidência de Manuel Firmino de Almeida Maia, havendo Missa na capela privativa, celebrada pelo vigário-geral da Diocese, Dr. José António Pereira Bilhano (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 54) – A.

1866-02-24 — Nasceu na Rua das Barcas, que hoje o tem como patrono, o intrépido «lobo-do-mar» José Rabumba, mais conhecido por «O Aveiro», a cujas proezas abnegadas e heróicas se ficou a dever a vida de muitas pessoas, salvas por ele em tragédias marítimas (Eduardo Cerqueira em Litoral, 26-2- 166) – J.

1866-10-08 — Pela importância de 1.650$000 reis foi vendido o resto da cerca do extinto Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia a Custódio da Rocha, proprietário e comerciante em Aveiro, que tomou posse da compra em 17 do mesmo mês. A outra parte da cerca já havia sido ocupada pelo cemitério público (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 120) – J.

1866-10-17 — Deu-se por terminada a estrada de Eixo à Ponte da Rata, em Eirol, cujos trabalhos haviam começado em 8 de Agosto de 1864 (Revista de Obras Públicas e Minas, Tomo IV, n.º 45, Setembro de 1873; Arquivo, XXVI, pg. 246, n.º 1) – J.

1866-10-18 — Deu-se por concluída a obra da nova ponte da Rata, entre Eirol e Almear, sobre o rio Águeda, iniciada em 19 de Maio de 1865, sob a direcção do Engenheiro Silvério Augusto Pereira da Silva (Arquivo, XXIII, pg. 190) – J.

1866-10-21 — Por iniciativa dos estudantes do Liceu de Aveiro, foi solenemente inaugurado, na sala da biblioteca, o retrato de José Estêvão, trabalho do pintor lisboeta José Maria Sales, sendo este, no dizer de Marques Gomes, o «primeiro monumento levantado à memória do grande tribuno» (Campeão das Províncias, n.º 72, 30-10-1901; Arquivo, IX, pg. 328; Marques Gomes, em José Estêvão, 1889, pg. 181, indica o ano de 1867) – J.

1867-02-05 — Faleceu em Eixo Frei José de Santa Teresa – no século, Vicente Maria Gonçalves de Lima – irmão da avó materna do venerando arcebispo D. João Evangelista de Lima Vidal erudito na história profana e eclesiástica, egresso do claustro carmelita pelo decreto governamental de 1834 (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos de Eixo; João G. Gaspar, Lima Vidal no seu Tempo, I, pgs. 68-69) – J.

1867-02-27 — Uma portaria concedeu à Câmara Municipal o terreno e as ruínas do Paço Episcopal – o velho palácio dos Tavares – que sofrera um incêndio em 20 de Julho de 1864. No seu local começou a edificar-se, neste mesmo ano, a casa para uma escola do «Conde Ferreira», que não chegou a concluir-se (Arquivo da Diocese de Aveiro, Registo da correspondência do Dr. Manuel Baptista da Cunha, livro 2, fl. 35, carta de 2-3-1874; Rangel de Quadros, O Episcopado e o Governo de Portugal, pgs. 90 e 102) – J.

1867-05-02 — Faleceu na Oliveirinha do Vouga Joaquim de Castro Pereira Corte-Real, último administrador do Morgadio da Oliveirinha, que foi vogal da Junta Governativa de Aveiro em 1845 e, em 1857, presidente da Câmara Municipal deste concelho (Padre António Valente Nunes Antão, Alguns apontamentos para a história da Oliveirinha, pg. 2) – J.

1867-05-23 — O antigo vigário-geral da Diocese de Aveiro, Dr. José Joaquim Coelho de Sequeira, acusado de abuso de liberdade de imprensa por virtude de uma carta dirigida às freiras do Convento de Sá e publicada no Campeão das Províncias, foi neste dia julgado e absolvido – A.

1867-10-15 — Numa das salas do Liceu, começaram a funcionar as aulas nocturnas da Escola Industrial, com as disciplinas de Português, Geometria e Desenho (Campeão das Províncias, 19-10-1901; Arquivo, II, pg. 324) – A.

1867-12-10 — Um decreto governamental, que não chegou a executar-se, redigido em conformidade com a lei de 26 de Junho do mesmo ano, suprimiu o Distrito de Aveiro e bem assim os concelhos de Castelo de Paiva, Mealhada, Ílhavo, Vagos, Sever do Vouga e Oliveira do Bairro. Os concelhos de Aveiro, Arouca, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Feira, Oliveira de Azeméis e Ovar ficariam a pertencer ao Distrito do Douro – Porto; os de Águeda e Anadia ao da Beira Central – Coimbra. O território dos de Ílhavo e Vagos seria incorporado no concelho de Aveiro (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 24-25) – J.

1868-02-25 — Faleceu em Aveiro, onde viveu e constituiu família, o General Pedro António Rebocho Freire de Andrade e Albuquerque, nascido na vila de Almeida em 1 de Março de 1791; desempenhou acção relevante no movimento liberal, pelo que foi agraciado com o título de visconde de Santo António em 8 de Outubro de 1851 (nome da quinta que possuía e que fora a cerca do Convento do mesmo nome) e recebeu, entre outras condecorações, a grã-cruz de Avis, a comenda de Torre e Espada e da Conceição e a cruz das campanhas da Guerra Peninsular (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, cols. 55-57) – J.

1868-05-26 — Foi mandado pôr em prática um regulamento, elaborado pelo governador civil Guerra Quaresma, sobre a pesca na Ria de Aveiro (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 119) – A.

1868-06-07 — O Cónego José Joaquim de Carvalho e Góis, vigário-geral da Diocese de Aveiro, visitando pastoralmente a vila de Eixo, «pela consideração que a freguesia lhe merecia», concedeu ao respectivo pároco – que até então se chamava reitor – o título de prior, «que de ora em diante poderia sempre usar» (Cartório Paroquial de Eixo, Livro das Visitações, II. fl. 44v) – J.

1868-06-28 — O Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, vigário-geral da Diocese de Aveiro, procedeu à cerimónia litúrgica da bênção e dedicação da nova igreja paroquial de S. Pedro de Aradas; embora praticamente acabada em 1866, apenas em 1881 seria rematado o retábulo principal e, em 1887, concluída a capela-mor (António Lebre, Eça em Verdemilho e a sua vida, pgs. 180-181 e 183) – J.

1868-09-07 — Em direcção a Ovar, para seguir para a Torreira, onde descansaria durante alguns dias, passou em comboio por Aveiro o duque de Loulé, Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto, ilustre homem público que sobraçou algumas pastas ministeriais, foi presidente do Ministério dos «Históricos» e chefiou o «Partido de Fusão», sendo festivamente homenageado na estação ferroviária (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 175-176 e 179-180) – J.

1868-09-09 — Um edital do Governo Civil de Aveiro regulamentou a apanha do moliço na ria de Aveiro, com vista a proteger as espécies piscícolas (Aveiro e o seu Distrito, n.º 5, pgs. 24 e ss.) – J.

1868-11-10 — O Cónego Dr. José Joaquim de Carvalho e Góis, na qualidade de vigário-geral e governador do Bispado de Aveiro, escreveu uma carta circular a todos os párocos, pedindo-lhes que secundassem a iniciativa da fundação do «Asilo para a Infância Desvalida» – mais tarde com o nome de Asilo de José Estêvão – cuja empresa era patrocinada pelo governador civil, D. José Manuel Meneses de Alarcão. O Asilo viria a ser aberto em 6 de Agosto de 1870 (Arquivo, XVII, pgs. 309-311) – J.

1868-11-13 — A Associação Comercial de Aveiro pediu ao Governo que nas ruínas do antigo Paço Episcopal, à Rua dos Tavares, se construísse um novo edifício para a Alfândega (Arquivo, III, pg. 316) – A.

1868-12-02 — Um decreto desta data ordenou a criação em Aveiro de um curso elementar de agricultura – o que não se concretizou (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 14) – J.

1868-12-31 — A Câmara Municipal de Coimbra deliberou que se mandasse imprimir o segundo fascículo dos Indices e summarios dos livros e documentos mais antigos e importantes do archivo da Camara Municipal de Coimbra, no qual se encontram os sumários de inúmeros documentos relativos aos duques de Aveiro, a esta cidade e à vila de Esgueira (Vd. Indices e summarios referidos. Dos não expressamente indicados nestas efemérides, cf. os referidos naqueles Indices e summarios, 2.ª parte, fasc. II, pgs. 125, 134, 144, 161, 167, 174, 180, 183. 185 e 192) – A.

1869-01-08 — Faleceu o Dr. Bento de Magalhães, de seu nome completo Bento José Rodrigues Xavier de Carvalho Figueiredo Barbosa de Magalhães, um aveirense notável, que foi presidente da Câmara Municipal e da Associação Comercial e advogado e jurisconsulto muito distinto (E. Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, IV, pg. 726, chamam ao ilustre aveirense António Rodrigues Xavier de Magalhães) – A.

1869-03-16 — Foi nomeado vigário-geral da Diocese de Aveiro o ilustre aveirense Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, cónego honorário da Sé do Porto, professor do Seminário Episcopal, comendador das Ordens de Cristo e da Conceição, pregador régio e examinador sinodal. Como escritor, colaborou nos jornais religiosos Aurora, de Aveiro, e Christianismo, do Porto (Arquivo Paroquial da Vera-Cruz, Livro das Pastorais, fl. 37v; João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 187) – J.

1869-04-07 — Nasceu em Anadia, mas viria a radicar-se em Aveiro, o gentil, fidalgo, dinâmico e completo desportista Mário Ferreira Duarte (Litoral, 5-4-1969) – J.

1869-04-24 — O Papa Pio IX enviou uma honrosa carta apostólica, que corre impressa, ao vigário-geral de Aveiro, Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, em resposta às felicitações pelo 50º aniversário da Ordena­ção sacerdotal do Santo Padre (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 188) – A.

1869-06-29 — O vigário-geral da Diocese de Aveiro, Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, em documento deste dia, comunicou oficialmente que o Papa Pio IX convocara para o dia 8 de Dezembro desse ano o início do primeiro Concílio Ecuménico do Vaticano, que iria decorrer na basílica de S. Pedro (Folha impressa; João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 188) – J.

1869-09-04 — Faleceu Gabriel Lopes de Morais Picado Leão Mariz Figueiredo Balacó, último administrador dos antigos vínculos de Santa Catarina e Santa Eulália e último capitão-mor de Aveiro (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos da Glória de 1869, fl. 54) – A.

1869-10-24 — Faleceu o vigário-geral da Diocese, Padre José Joaquim de Carvalho e Góis, sendo a sua morte geralmente sentida. Depois de solenes exéquias na Sé, foi sepultado no cemitério público de Aveiro, tendo por monumento uma simples cruz. Foi cónego da Sé do Porto, professor de Direito Canónico no Seminário de Aveiro, pregador régio e regente da Banda Amizade (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos da Freguesia da Glória; Marques Gomes, em O Districto de Aveiro, pg. 124, diz erradamente que faleceu em 15-10-1869) – J.

1869-10-26 — Foi nomeado vigário-geral da Diocese de Aveiro o Padre Dr. Manuel Augusto de Sousa Pires de Lima, lente de Teologia, cónego e mestre-escola da Sé de Évora e deputado às Cortes pela Feira (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 54) – A.

1869-11-18 — Saiu do Convento da Madre de Deus, em Sá, a caminho de Lisboa e de Calais, na França, a jovem aveirense Maria Augusta, filha ilegítima de António Augusto Coelho de Magalhães, irmão de José Estêvão – o que provocou vivos protestos em artigos de jornal e em folhetos impressos. Tendo feito o noviciado na França, professou com o nome de Irmã Branca na Congregação das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora (de Calais) e fez parte do primeiro grupo destas religiosas que veio para Portugal e fundou o Colégio de Nossa Senhora do Pranto que existiu em Ílhavo até à proclamação do Regime Republicano (Revolução de Setembro, Lisboa, 19-11-1869; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fls. 189-190; Arquivo, XXXVIII, pgs. 102 e ss.) – J.

1869-12-30 — Tomou posse do lugar de vigário-geral da Diocese de Aveiro, pela primeira vez, o Padre Dr. Manuel Augusto de Sousa Pires de Lima – cargo que por agora exerceu até 22 de Agosto do ano seguinte (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 190) – A.

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