1820-01-17 — Foi passada uma provisão para as Confrarias do
Senhor Jesus e de Nossa Senhora do Rosário, de Aveiro, terem esquife
(Torre do Tombo, Chancelaria de D. João VI, livro 30, fl. 295v) – A.
1820-02-15 — Nasceu o ilustre aveirense Conselheiro Dr.
Agostinho Fernandes Melício, distinto advogado e jurisconsulto, que
colaborou em diversas revistas jurídicas e em diferentes jornais,
designadamente no "Districto de Aveiro", e deixou manuscritas duas obras
de Direito (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 239-243) –
A.
1820-03-18 — Foi passada provisão de extinção de uma capela,
instituída pelo Capitão de Mar e Guerra Manuel de Sousa Cardoso, em
Aveiro, a Pedro de Sousa Brandão de Albuquerque Ribeiro Bacelar (Torre
do Tombo, Chancelaria de D. João VI, livro 32, fl. 243v) – A.
1820-04-28 — Nasceu em Aveiro, no bairro do Alboi, o ilustre
advogado Dr. Bento de Magalhães, de seu nome completo Bento José
Rodrigues Xavier de Carvalho Figueiredo Barbosa de Magalhães, que foi
presidente da Câmara Municipal, procurador à Junta Geral, conselheiro do
Distrito, presidente da Associação Comercial e vice-presidente da Caixa
Económica de Aveiro (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 157-158)
– A.
1820-04-29 — A pedido do bispo de Aveiro, D. Manuel Pacheco
de Resende, o Papa Pio VII impôs a cada uma das freguesias de Alquerubim
e de Palmaz a pensão anual de 300.000 réis em benefício do Seminário; o
beneplácito régio só seria concedido em 20 de Dezembro de 1828
(Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte V.
pg. 50) – J.
1820-08-26 — Chegou a Aveiro, vindo de Lisboa, o marechal de
campo Manuel Pamplona Carneiro Rangel que, pela Regência do Reino, tinha
sido encarregado do comando militar do Porto e para aí se dirigia.
Informado de que no Porto as coisas não corriam bem para a causa
liberal, retrocedeu para Coimbra no dia 29, levando consigo o Batalhão
de Caçadores n.º 10 (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs.
7-8) – J.
1820-08-30 — Os Vereadores, o Clero, a Nobreza e o Povo,
reunidos na casa da Câmara Municipal, aprovaram uma proposta apresentada
pelo juiz de fora, José de Vasconcelos Teixeira Lebre, na qual se
propunha o reconhecimento da legitimidade da Junta Provisória do Supremo
Governo do Reino e, consequentemente, a aderência ao movimento
revolucionário iniciado no Porto em 24 de Agosto – acto que coincidiu
com a chegada a esta cidade do valente caudilho, Coronel Bernardo
Correia de Castro e Sepúlveda (Marques Gomes, Aveiro – Berço da
Liberdade, pgs. 8-9) – J.
1821-01-31 — Em dia não averiguado deste mês, possivelmente
no dia 31, foi representado em Lisboa, no teatro da Rua dos Condes, o
drama O verdadeiro heroísmo ou O anel de ferro, do aveirense Fernando
José de Queirós, poeta, dramaturgo e actor de grandes merecimentos, que
floresceu nos fins do século XVIII e primeiro quartel do século XIX (E.
Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, VI, pgs. 18-19) – A.
1821-02-10 — Nasceu em Eixo o benemérito cidadão Sebastião de
Carvalho e Lima, pai do Dr. Sebastião de Magalhães Lima e do Dr. Jaime
de Magalhães Lima (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro dos assentos de
Baptismos de Eixo) – J.
1821-02-28 — Atendendo à absoluta impossibilidade em que o
bispo de Aveiro, D. Manuel Pacheco de Resende, se encontrava, por motivo
de doença, de satisfazer as obrigações de deputado, as Cortes Gerais e
Extraordinárias da Nação participaram-lhe que aceitavam, com pesar, a
sua legítima escusa (Documentos do Poder Legislativo e Executivo, 1922,
Parte II, Tomo I, pg. 35; Barão de S. Clemente, Documentos para a
História das Cortes Gerais, Tomo IV, pg. 464. Fortunato de Almeida,
História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 50,
inverosimilmente indica a data de 30 de Janeiro de 1821) – A.
1821-03-22 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. José Maria dos
Santos Pacheco, que foi cirurgião-mor do Exército (Rangel de Quadros,
Aveirenses Notáveis, II, fl. 119) – A.
1821-03-29 — Realizou-se em Aveiro o juramento da
Constituição, tendo-se celebrado um te-deum e havendo diversas
manifestações públicas de regozijo. Lavrou-se um auto de juramento, que
foi queimado na sessão da Câmara de 13 de Setembro de 1823, em
cumprimento de um ofício da Secretaria de Estado dos Negócios do Reino,
de 21 de Agosto anterior (Marques Games, Centenário da Revolução de
1820, pgs. 22 e ss.) – A.
1821-09-17 — Foi passada carta de juiz de fora de Aveiro ao
Bacharel Caetano Xavier Pereira Brandão (Torre do Tombo, Chancelaria de
D. João VI, livro 20, II, 131) – A.
1822-01-29 — Saiu o primeiro número de "O Povo de Aveiro",
fundado e dirigido por Francisco Manuel Homem Cristo, que, tendo logo
atingido uma tiragem excepcional, perdurou até Abril de 1941 (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, VIII, fls. 114-115; Arquivo,
IX, pg. 131) – J.
1822-03-13 — Nasceu em Almeidinha, concelho de Mangualde,
João Carlos do Amaral Osório de Sousa Pizarro, primeiro visconde de
Almeidinha em sua vida e segundo barão do mesmo título em verificação de
vida concedido por decreto de 10 de Novembro de 1852 a sua mãe, par do
Reino, grã-cruz da Real Ordem Americana de Isabel-a-Católica, de
Espanha, fidalgo da Casa Real e senhor de outros títulos e diversos
vínculos, que prestou ao país relevantes serviços e em Aveiro tinha um
palacete no local onde depois se veio a construir o edifício do Governo
Civil (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 161-162; Arquivo, XXX,
pg. 206) – J.
1822-03-25 — Nasceu em Aveiro D. Ana da Encarnação Barbosa de
Magalhães, veneranda senhora que, desposando José Maria de Magalhães,
viria a ser mãe do Dr. José Maria Barbosa de Magalhães (Campeão das
Províncias, 25-3-1902) – J.
1822-03-27 — Votado pelas Cortes que se procedesse ao «exame
do estado e melhoramentos das cadeias», foi nesta data elaborado o
relatório sobre as trinta e nove existentes na jurisdição da Comarca ou
Provedoria de Aveiro (Arquivo, XVII, pgs. 277-279) – J.
1822-09-22 — Na igreja matriz de S. Miguel, procedeu-se à
segunda eleição da Junta Eleitoral da Cidade de Aveiro (Arquivo, VII,
pgs. 49-54) – A.
1822-11-14 — Foi passada carta de corregedor de Aveiro ao
Bacharel José de Vasconcelos Teixeira Lebre (Torre do Tombo, Chancelaria
de D. João VI, livro 40, fl. 42) – A.
1822-11-15 — Foi passada carta de corregedor de Aveiro ao
Bacharel José de Vasconcelos Teixeira Lebre (Torre do Tombo, Chancelaria
de D. João VI, livro 40, fl. 42) – A.
1822-11-27 — Numa sessão extraordinária, realizada na sede da
Sociedade Patriótica Literária de Lisboa, em homenagem à memória de
Manuel Fernandes Tomás, recentemente falecido, o ilustre aveirense
António Barreto Ferraz de Vasconcelos, visconde da Granja, proferiu um
notável discurso, que José de Arriaga classificou de superior ao
pronunciado na mesma sessão por Almeida Garrett (José de Arriaga,
História da Revolução Portugueza de 1820, I, pg. 646, e IV, pgs.
143-145) – A.
1823-06-04 — Em consequência da «Vilafrancada», realizou-se o
pronunciamento absolutista em Aveiro, no largo fronteiro aos Paços do
Concelho, com repique de sinos, foguetes e vivas a D. João VI como Rei
Absoluto; à Rainha D. Carlota Joaquina, ao Infante D. Miguel e à Santa
Religião, levantados pelo barão de Vila Pouca, Rodrigo de Sousa Teixeira
da Silva Alcoforado, indo depois todos os participantes para a igreja de
Jesus, onde as dominicanas cantaram um te-deum (Marques Gomes, Aveiro –
Berço da Liberdade, pgs. 30-32; Arquivo, XXXVI. pg. 243) – J.
1823-06-05 — Por motivos de ordem política, a Câmara
Municipal cometeu a iniquidade de prender e mandar sob custódia para o
Porto o Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, a quem Aveiro ficou a dever
os mais assinalados serviços. Presidia então à Câmara o barão de Vila
Pouca, Rodrigo de Sousa Teixeira da Silva Alcoforado, do partido
absolutista, o qual nesta cidade possuía um vínculo importante, herdado
de sua avó D. Maria José de Carvalho e Nápoles (Marques Gomes, Aveiro –
Berço da Liberdade, pgs. 26 e 33 e ss.; Revista de Obras Públicas e
Minas, Tomo II, Abril de 1875) – A.
1823-06-08 — O Governador militar de Aveiro, barão de Vila
Pouca, Rodrigo de Sousa Teixeira da Silva Alcoforado, mandou passar uma
busca à casa da Quinta dos Santos Mártires, onde estava instalada uma
«loja» maçónica, de que faziam parte qualificados aveirenses (Marques
Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pg. 16) – A.
1823-06-12 — A Câmara Municipal promoveu demonstrações de
amor e fidelidade a D. João VI, como Rei Absoluto, mandando celebrar uma
solene e luzida festividade em acção de graças na igreja da
Misericórdia, servindo de catedral, a que assistiram todas as
autoridades civis e militares, nobreza e povo; houve Missa cantada com
sermão pelo Padre Manuel Xavier, mestre de Retórica, seguindo-se o hino
do te-deum. Com data do dia anterior, também o vigário-geral da Diocese,
Dr. Gonçalo António Tavares de Sousa, havia assinado e expedido uma
circular prescrevendo o canto do te-deum em todas as igrejas paroquiais
e conventuais. À noite, em Aveiro, houve um animado baile na casa onde
morava o barão de Vila Pouca, governador militar, sita na rua hoje
denominada do Clube dos Galitos (Correio do Porto, n.º 144, 19-6-1823;
Marques Gomes, Subsídios para a história de Aveiro, pg. 594; Cartório
Paroquial de Eixo, Livro das Pastorais, fls. 55-55v) – A.
1823-07-15 — Foi passada carta de provedor da Comarca de
Aveiro ao Bacharel Bernardo Madeira de Abreu Brandão (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. João VI, livro 39, fl. 211) – A.
1823-07-23 — A vereação municipal de Aveiro, reunida
extraordinariamente com a assistência de elementos do Clero, da Nobreza
e do Povo, votou que o Engenheiro Luís Gomes de Carvalho, preso desde os
princípios de Junho por ser considerado afecto ao regime constitucional,
fosse destituído das suas funções na direcção das obras da barra; apesar
disso, parece que o ilustre e competente técnico não chegou a ser
destituído (Arquivo, XXIX, pgs. 98-99) – J.
1823-08-09 — Foi passada carta de juiz de fora de Aveiro ao
Bacharel Manuel de Gouveia Almeida e Figueiredo (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. João VI, livro 36, fl. 357) – A.
1823-12-19 — Deu-se por concluída a «devassa» feita à loja
maçónica dos Santos Mártires, de Aveiro, com o despacho final do juiz de
fora (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pg. 35) – J.
1824-01-19 — Numa casa sita junto ao Rossio, nasceu o muito
notável e prestimoso aveirense Conselheiro Manuel Firmino de Almeida
Maia que, ao longo da sua vida, viria a desempenhar proficiente e
dedicadamente alguns cargos públicos, como regedor de Avanca aos 19
anos, presidente da Câmara Municipal de Aveiro em vários biénios e ainda
deputado em diversos mandatos; em 1852, fundaria o célebre periódico
aveirense Campeão do Vouga, depois chamado Campeão das Províncias
(Registo Paroquial da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, Livro
de Baptismos; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fl. 284;
Litoral, 9-10-1954) – J.
1824-07-01 — Por uma provisão, El-Rei D. João VI aprovou a
petição de José Ferreira Pinto Basto para erigir «uma grande fábrica de
louça, porcelana, vidraria e processos químicos na sua quinta chamada da
Vista Alegre da Ermida, freguesia de Ílhavo, comarca de Aveiro, vizinha
à barra». (Marques Gomes, A Vista Alegre – Memória Histórica, pgs.
41-42) – J.
1825-03-21 — O bispo de Aveiro, D. Manuel Pacheco de Resende,
requereu ao Governo a cedência da igreja, do edifício, da cerca e dos
pequenos rendimentos do Recolhimento de S. Bernardino, para aí instalar
as aulas e o internato do Seminário; a pretensão obteve despacho
favorável. Sem meios económicos, o prelado não pôde mandar fazer obras
de adaptação, e o Seminário continuou no Paço Episcopal (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, fls. 112 e 115) – J.
1826-01-07 — O Governo expediu uma ordem, confirmada em 27 de
Maio, para que o bispo de Aveiro entregasse ao brigadeiro inspector dos
Quartéis o edifício do extinto Recolhimento de S. Bernardino – o que
teve lugar em 19 de Junho do mesmo ano (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, VI, fl. 115) – A.
1826-04-04 — Faleceu o Padre Manuel da Silva Campos, zeloso
pároco da primitiva freguesia da Vera-Cruz, que fora apresentado pelo
bispo de Aveiro D. António José Cordeiro (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 139) – A.
1826-04-08 — Filho de Cláudio José de Portugal, natural de
Lisboa, e de Rosa Maria, natural de Mamodeiro, nasceu hoje nesta
povoação, da freguesia de Requeixo, o Padre José da Assunção Portugal
que, sendo feitor do visconde de Almeidinha, João Carlos do Amaral
Osório de Sousa Pizarro, foi assaltado e morto em Várzea, da freguesia
de Candosa, do concelho de Tábua, na noite de 30 para 31 de Março de
1866. O crime foi judicialmente imputado ao conhecido João Brandão – de
seu nome completo João Vitor da Silva Brandão – no termo de um processo
que deixa muito a desejar; a justiça de tal sentença é contestada, senão
mesmo lida sem fundamento válido (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de
Baptismos de Requeixo n.º 20; José da Costa Saraiva, Monografia de
Midões, 1986, pgs. 79-84; Sousa Costa, Grandes Dramas Judiciários, 1944,
obra romanceada de evocação histórica, pgs. 193 e ss.) – J.
1826-04-09 — Na capela de Santo António da Oliveirinha –
então da freguesia de Eixo – D. Maria Augusta de Meneses e Silva, da
Casa da Oliveirinha, casou com Francisco Joaquim de Castro Pereira
CorteReal, da Vila da Feira. Após a morte do sogro, foi este o último
senhor de Casa e Morgado da Oliveirinha – vínculo que, como todos os
demais, foi abolido pela lei de 19 de Maio de 1863 (Arquivo, XXXIV, pgs.
27-28) – J.
1826-05-17 — El-Rei D. Pedro IV criou na freguesia de Eixo,
com sede na capela de Santo António, o curato da Oliveirinha, a
requerimento do reitor da respectiva igreja de Santo Isidoro, Padre
Manuel Francisco da Silva (Cartório Paroquial de Eixo, Livro do Tombo,
fls. 47-48) – J.
1826-06-17 — Faleceu em Leiria o Engenheiro Luís Gomes de
Carvalho que, tendo nascido em 15 de Abril de 1771 na Atalaia – Vila
Nova da Barquinha – foi engenheiro da barra e do porto de Aveiro, que
lhe ficaram a dever relevantíssimos serviços (Arquivo, XIII, pg. 28 – J.
1826-07-09 — El-Rei D. Pedro IV, como governador e
administrador da Ordem de Cristo, permitiu a criação de um curato
eclesiástico na capela de Santo António de Oliveirinha do Vouga – então
da freguesia de Eixo – por razão da distância da igreja matriz, da
população numerosa e dos maus caminhos (João Gonçalves Gaspar, A Diocese
de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 167) – J.
1826-07-24 — Foi passada carta de piloto-mor da barra de
Aveiro a Manuel José de Sousa (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro
IV, livro 4, fl. 96) – A.
1826-07-29 — Ao tomar posse da antiga freguesia da Vera-Cruz,
cuja igreja era no actual Largo de Maia Magalhães, o Padre João Ferreira
de Almeida Vidal, mais conhecido pelo nome de Padre Brunhido, fez por
escrito a seguinte curiosa declaração: – «No ano de 1826, a 29 de Julho
do dito ano, tomei posse desta igreja, obrigando-me o Senhor Bispo D.
Manuel Pacheco de Resende, com pena de suspensão, a calar-me contra
minha vontade; mas, conhecendo eu que a voz do superior é a voz de Deus,
submeti os ombros à cruz, lembrando-me de que o grande Deus dissimulará
melhor os meus defeitos sujeitando-me eu à obediência do meu Prelado, e
de que será mais feliz a Eternidade do que se solicitasse esta igreja
por meios incompetentes e ilícitos» (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 139) – A.
1826-09-01 — A Câmara Municipal de Aveiro enviou à
Princesa-Regente D. Isabel Maria uma mensagem, protestando-lhe os seus
sinceros sentimentos de gratidão, fiel obediência e adesão às paternais
instituições com que o augusto e magnânimo soberano o senhor D. Pedro IV,
por efeitos da sua régia munificência, se dignou felicitar a nação
portuguesa, nivelando-a a par das nações cultas da Europa» (Campeão das
Províncias, 4-9-1901) – A.
1826-09-28 — A Princesa Regente D. Isabel Maria, filha de
El-Rei D. João VI, agradeceu à Câmara Municipal de Aveiro as
felicitações que esta lhe enviou e os sentimentos que lhe manifestou na
sua mensagem de 1 de Setembro (Marques Gomes, Aveiro – Berço da
Liberdade, pg. 41) – A.
1826-10-16 — José de Sousa Ribeiro Pinto teve carta de juiz
de fora de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro IV, livro 6,
fl. 89v) – A.
1826-11-10 — Nomeado par do Reino por El-Rei D. Pedro IV em
30 de Abril passado – como os demais arcebispos e bispos – o bispo de
Aveiro D. Manuel Pacheco de Resende escreveu nesta data um ofício ao
Marquês de Tancos e Secretário dos Pares, pedindo dispensa de comparecer
na Câmara por motivo de idade; a graça foi-lhe concedida em 25 seguinte
(Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs. 38-39) – J.
1826-11-23 — Foi concedida a D. Manuel Pacheco de Resende,
bispo de Aveiro, a dispensa de comparecer à Câmara dos Pares, por motivo
do seu estado de saúde, conforme o pedido que havia feito em 10 do
corrente (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV,
Parte IV, pg. 50) – J.
1826-12-22 — Foi passada ao Bacharel António de Azevedo carta
de provisão do partido de medicina da Câmara de Aveiro (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Pedro IV, livro 5, fl. 159) – A.
1827-04-07 — Nasceu o ilustre aveirense Padre José Maria
Godinho Taborda Soares de Albergaria, sacerdote exemplar, a quem a
lavoura ficou devendo o ensino de novos processos de cultura (Rangel de
Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 217-221) – A.
1827-10-17 — Nasceu em Esgueira o Eng. Bento Fortunato de
Moura Coutinho d'Almeida de Eça que, como militar, atingiria o posto de
general de Divisão e que demonstraria rara competência nos serviços que
lhe foram confiados, tanto no Ministério das Obras Públicas como no
Ministério da Guerra; na sua actividade, destacou-se o estudo definitivo
e fiscalização da construção do caminho-de-ferro da Beira Alta (Arquivo,
XX, pg. 300) – J.
1828-02-22 — Faleceu em Lisboa o ilhavense Doutor Padre
Manuel da Rocha Couto, professor da Universidade de Coimbra. Pregou em
Aveiro, no Mosteiro de Jesus, numa imponente solenidade em honra da
Princesa Santa Joana, ignorando-se a data mas supondo-se que por ocasião
do tricentenário da sua morte, em 1790, ou do centenário da sua
beatificação, em 1793 (E. Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario,
VI, pg. 331) – A.
1828-04-25 — A Câmara Municipal de Aveiro, reunida em sessão
extraordinária sob a presidência do juiz de fora, Dr. José de Sousa
Ribeiro Pinto, e com a assistência do clero, nobreza e povo, aclamou
solenemente o Infante D. Miguel como rei absoluto de Portugal (Marques
Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade – A Revolução de 16 de Maio de 1828,
pg.33) – A.
1828-05-03 — Vindo de Lamego, chegou a Aveiro o Batalhão de
Caçadores 10, que formou na Praça do Comércio «e aí soltou vivas a D.
Pedro, a D. Maria II, ao Infante Regente e à Carta Constitucional
vivas que foram correspondidos pelo povo que ali acorreu a felicitar a
tropa pelo seu regresso» (Arquivo, I, pg. 59) – A.
1828-05-15 — Numa reunião efectuada em casa de Francisco
Gravito, situada na antiga Rua de Jesus – actualmente de Santa Joana – e
a que assistiram o Desembargador Joaquim José de Queirós, o Coronel José
Júlio de Carvalho, Francisco António de Abreu e Lima e Francisco
Silvério de Magalhães Serrão, resolveu-se iniciar em Aveiro, no dia
imediato, a revolução liberal contra as pretensões de El-Rei D. Miguel
(Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs. 68 e ss.) – A.
1828-05-16 — Iniciou-se em Aveiro o movimento revolucionário
contra as pretensões de El-Rei D. Miguel, sendo os primeiros gritos de
guerra levantados pelo Desembargador Joaquim José de Queirós e pelos
soldados do Batalhão de Caçadores n.º 10, com vivas à Carta
Constitucional, a El-Rei D. Pedro IV e à Rainha D. Maria II (Marques
Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs. 69 e ss.) – A.
1828-05-31 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. Pedro Augusto
Rebocho Freire de Andrade e Albuquerque, moço fidalgo com exercício no
Paço e segundo visconde de Santo António. Representou em Cortes o
círculo de Lamego e foi presidente da Câmara Municipal de Aveiro,
magistrado judicial muito distinto e poeta de algum merecimento (Rangel
de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fl. 79) – A.
1828-06-10 — O governo de El-Rei D. Miguel demitiu Joaquim
José de Queirós e outros dos seus cargos de desembargadores da Relação
do Porto, «enquanto pelos meios judiciais competentes se lhes não impõe
pena que seus crimes exigem» (Correio do Porto, extraordinário,
12-7-1828; Francisco Ferreira Neves, A Revolução Liberal de 1828, pgs.
29-30; Arquivo, XXXVI, pgs. 265-266) – J.
1828-06-24 — No combate da Cruz dos Morouços, travada entre
os exércitos constitucional e miguelista, perdeu a vida o oficial do
Batalhão de Caçadores n.º 10, Capitão João de Sousa Pizarro, ilustre
representante da Casa do Terreiro, desta cidade (Marques Gomes, Aveiro –
Berço da Liberdade, pgs. 136-137) – A.
1828-06-25 — A Junta do Porto decretou a criação em Aveiro de
um Batalhão de Voluntários de D. Pedro IV, nomeando seu comandante o
fiscal dos tabacos Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão, que
veio a ser enforcado em 7 de Maio de 1829, na Praça Nova da capital
nortenha (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pg. 80) – A.
1828-08-23 — Em atenção aos seus relevantes serviços, o
Regimento de Milícias de Aveiro foi distinguido, por honroso decreto
assinado por El-Rei D. Miguel, com a concessão de usar nas suas
bandeiras a legenda: «Digno feito de ser no mundo eterno; grande no
tempo antigo e no moderno» (Gazeta de Lisboa, 27-8-1828; Campeão das
Províncias, 24-8-1901) – A.
1828-08-27 — A morte de D. Bernardo Bernardino Beltrão, bispo
de Pinhel, como a Arquidiocese Metropolita de Braga estivesse vaga e
naquela Diocese não houvesse cabido, o bispo de Aveiro, D. Manuel
Pacheco de Resende, na qualidade de bispo mais antigo da respectiva
Província Eclesiástica, nomeou pró-vigário capitular de Pinhel o Padre
Dr. Manuel Farinha Beirão (Fortunato de Almeida, História da Igreja em
Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 267) – J.
1828-12-14 — Nasceu em Aveiro D. Maria da Arrábida Vilhena de
Almeida Maia que, em 1852, viria a casar com Manuel Firmino de Almeida
Maia (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fl. 61) – J.
1828-12-20 — O Bispo da Diocese D. Manuel Pacheco de Resende
obteve finalmente licença régia para executar as letras apostólicas de
29 de Abril de 1820 que impunham às freguesias de Alquerubim e de Palmaz
a pensão de 300.000 reis em benefício do Seminário de Aveiro (Fortunato
de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 50) –
A.
1828-12-24 — Mons. Alexandre Giustiniani, núncio apostólico
em Portugal, declarou, por breve, ilegítima a nomeação que o bispo de
Aveiro fizera no dia 27 de Agosto anterior (Arquivo Distrital de Braga,
da Universidade do Minho, Documento XXXIV) – J.
1829-01-30 — Alistado na Companhia do Batalhão dos
Voluntários da Rainha, o insigne aveirense José Estêvão Coelho de
Magalhães passou com outros emigrados para a Ilha Terceira, nos Açores,
donde voltaria em 1832 com o Exército Liberal (Marques Gomes, Aveiro –
Berço da Liberdade, pgs. 145 e 162) – J.
1829-04-09 — A Alçada do Porto, numa sentença iníqua e
revoltante, condenou à morte, além de outros, Francisco Manuel Gravito
da Veiga e Lima, Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão e
Clemente da Silva Melo Soares de Freitas, implicados na revolução
liberal de 16 de Maio de 1828 (Marques Games, Aveiro – Berço da
Liberdade, pg. 94) – A.
1829-05-07 — Na Praça Nova, no Porto, foram enforcados e
decapitados Francisco Manuel Gravito da Veiga Lima, Manuel Luís
Nogueira, Clemente de Melo Soares de Freitas e Francisco Silvério de
Carvalho Magalhães Serrão, condenados à morte em 9 de Abril por haverem
tomado parte, em Aveiro, na revolução de 16 de Maio de 1828 (Marques
Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs. 103-104) – A.
1829-08-11 — Morreu na Vila da Praia – Ilha Terceira, Açores
– varado por uma bala disparada de um dos navios da esquadra inimiga, o
aveirense Evaristo Luís de Morais, sargento do Batalhão de Voluntários
da Rainha D. Maria II (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs.
162-163) – A.
1829-10-09 — Na Praça Nova, no Porto, foram enforcados e
decapitados Clemente de Morais Sarmento e João Henriques Ferreira
Júnior, condenados à morte em 18 de Setembro de 1829 por haverem tomado
parte, em Aveiro, na revolução liberal de 16 de Maio de 1828 (Marques
Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pgs. 107-113) – J. |