1810-01-01 — Foi baptizado na igreja paroquial de Nossa
Senhora da Apresentação, pelo vigário Dr. Manuel Rodrigues Tavares de
Araújo Taborda, o egrégio aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães
(Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de baptizados da freguesia da
Apresentação, de 1765 a 1818, fl. 225v) – A.
1810-05-17 — Foi passada carta de provedor da Comarca de
Aveiro ao Bacharel José Francisco Homem (Torre do Tombo, Chancelaria de
D. João VI, livro 17, fl. 134) – A.
1810-06-21 — Os aveirenses solicitaram ao Príncipe Regente D.
João que ordenasse a reparação dos muros do cais, desta cidade – o que
obteve despacho favorável em 3 de Setembro seguinte (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 313) – J.
1810-09-03 — D. Miguel Pereira Forjaz, em nome do Príncipe
Regente – o futuro D. João VI – determinou ao Engenheiro Luís Gomes de
Carvalho que mandasse proceder às imediatas obras que fossem
indispensáveis no cais do canal central da cidade (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fl. 313; Arquivo, XX, pg.
321, e XXXVIII, pg. 51) – J.
1810-10-07 — O Regimento de Milícias de Aveiro cobriu-se de
glória na tomada de Coimbra pelo Coronel Trant, sendo um dos que
formavam a vanguarda da coluna de Infantaria. A pequena divisão
anglo-portuguesa era formada apenas pelos Regimentos de Milícias de
Coimbra, Aveiro, Oliveira de Azeméis, Porto, Maia e Penafiel, enquanto
as tropas francesas aprisionadas eram constituídas por 5.000 homens, bem
armados; Trant, escrevendo no mesmo dia ao Marechal Beresford,
dir-lhe-ia que os seus homens «todos se distinguiram briosamente
(Campeão das Províncias, n.º 65, 5-10-1901; Marques Gomes, Subsídios
para a História de Aveiro, pgs. 563-564; Arquivo, II, pg. 324) – J.
1811-03-16 — Nasceu o notável aveirense Francisco de Melo
Soares de Freitas, primeiro visconde do Barreiro, que por motivos de
ordem política se ausentou para o Brasil, onde granjeou grande fortuna,
e que, tendo regressado a Portugal, aqui prestou relevantes serviços
(Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, cols. 125-126) – J.
1811-04-21 — O bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro,
presidiu na Sé a um solene te-deum pela derrota definitiva dos franceses
(Arquivo da Paróquia da Vera-Cruz, Livro das Pastorais da Freguesia de
Nossa Senhora da Apresentação, fls. 133-134) – J.
1811-05-29 — Foi passada carta de corregedor em Aveiro ao
Bacharel Francisco Pereira de Lacerda (Torre do Tombo, Chancelaria de D.
João VI, livro 16, fl. 17) – A.
1811-06-23 — Foi aprovado pelo Príncipe Regente D. João o
«Regulamento para a Polícia dos Cais da Cidade de Aveiro»; sendo
cumprido, tinha a finalidade de não se prejudicarem os muros do canal,
desde as pirâmides até ao centro urbano (Arquivo, XXXVIII, pgs. 52-54) –
J.
1812-03-14 — Nasceu o distinto advogado aveirense Dr. António
Maria Temudo, de seu nome completo António Maria da Silva Freire Temudo
e Vera, que foi administrador do concelho de Estarreja, delegado do
Procurador Régio naquela comarca e deputado por aquele antigo círculo,
tendo-se afirmado um grande criminalista e um homem de preclaras
virtudes (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 253) – A.
1812-08-11 — Foi passada uma provisão às Confrarias de Nossa
Senhora do Rosário e de S. Gonçalo, do Convento Dominicano de Nossa
Senhora da Misericórdia, de Aveiro, que lhes facultava pedir esmola
entre os fiéis (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João VI, livro 12, fl.
296v) – A.
1812-10-02 — Organizou-se em Aveiro a Companhia de Veteranos,
que teve o seu quartel numa parte do Convento do Carmo (Marques Gomes,
Subsídios para a História de Aveiro, pg. 604) – A.
1813-07-17 — Faleceu o segundo bispo da Diocese de Aveiro, D.
António José Cordeiro, prelado muito zeloso e caritativo, sendo
sepultado na capela-mor da igreja da Misericórdia, ao nosso lado direito
(Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos da Freguesia de S. Miguel,
fls. 97v-98) – A.
1813-08-17 — Foi dada ordem superior para melhorar a
navegação nos rios Vouga, Águeda e Cértima (Marques Gomes, Subsídios
para a História de Aveiro, pg. 243) – J.
1813-12-17 — Foi eleito bispo de Aveiro o lente jubilado da
Universidade de Coimbra D. Manuel Pacheco de Resende, que antes fora
mestre-escola da Sé de Leiria e cónego magistral das sés de Lamego,
Braga e Évora, o qual foi apresentado a Sua Santidade o Papa para
confirmação (Arquivo Secreto do Vaticano, Processo Consistorial n.º 211,
Ano de 1814, fls. 79v-87; Fortunato de Almeida, História da Igreja em
Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 49) – A.
1813-12-18 — Foi passada carta de juiz de fora de Aveiro ao
Bacharel Pedro José Bruno Biscaia da Silva (Torre do Tombo, Chancelaria
de D. João VI, livro 20, fl. 35) – A.
1814-05-30 — Nasceu no lugar do Ameal, da freguesia de
Alquerubim, no concelho actual de Albergaria-a-Velha, o Dr. José Correia
de Miranda, filho do Capitão Francisco Correia de Melo e de Sua mulher
D. Maria Rita de Miranda, insigne causídico que tomou à sua conta a
defesa dos povos do Almoxarifado de Eixo numa célebre demanda com a
Sereníssima Casa de Bragança. O trabalho foi publicado e impresso em
1866 com o nome de «Dissertação histórico-jurídica em defeza dos povos
do extincto Almoxarifado d'Eixo, nas causas de fóros e rações, que lhe
move a Sereníssima Casa de Bragança» (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro
de Baptismos de Alquerubim, 1784-1839, fl. 226v) – J.
1814-07-16 — Por um acórdão da Câmara Municipal de Aveiro,
estabeleceu-se que a medida de sal seria o «moio» de vinte rasas e não o
«conto» (Marques Gomes, Memórias de Aveiro, pg. 121) – A.
1814-08-10 — Entrou em Aveiro, onde ficou aquartelado, o
Batalhão de Caçadores n.º 10, que foi recebido com grande entusiasmo,
sendo esperado pelos Regimentos de Milícias e de Veteranos, «pela Câmara
Municipal com a bandeira da cidade desfraldada e por tudo o que aqui
havia de mais ilustre, incluindo os religiosos dos três conventos»;
vinha vitorioso da Guerra Peninsular (Marques Gomes, Subsídios para a
História de Aveiro, pg. 580; Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos
Avulsos, Manuscrito, fls. 91-92, diz que entrou em Aveiro no dia 12
deste mês e ano) – J.
1814-08-27 — Mons. Vicente Macchi, delegado apostólico em
Lisboa na ausência do núncio no Rio de Janeiro, ouviu duas testemunhas
sobre o estado da Diocese de Aveiro – os Padres Dr. Domingos Marques da
Silva e Manuel Apolinário – cujos depoimentos foram inseridos no processo consistorial da confirmação do terceiro bispo, D. Manuel Pacheco de
Resende (Arquivo do Vaticano, Processo Consistorial n.º 211, fls.
76v-78) – J.
1814-09-19 — O Bacharel António José Cabral de Melo teve
carta de provedor da Comarca de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria de
D. João VI, livro 16, fl. 234v) – A.
1814-10-29 — Nasceu na freguesia de S. Miguel o ilustre
aveirense General Joaquim da Costa Cascais, militar, professor, poeta e
dramaturgo de grande merecimento e homem de preclaras virtudes (Arquivo,
XXVII, pg. 161, onde se transcreve o respectivo assento de Baptismo; Vd.
ainda Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos da Freguesia de S.
Miguel, de 1780 a 1853) – A.
1814-12-02 — Foi passada carta de corregedor da comarca de
Aveiro ao Bacharel António Pedro Simões (Torre do Tombo, Chancelaria de
D. João VI, livro 20, fl. 131) – A.
1815-01-19 — O ilustre aveirense Dr. Padre Jerónimo Saraiva
de Figueiredo publicou, no Jornal de Coimbra, uma curiosa biografia do
seu professor na Universidade e segundo bispo de Aveiro D. António José
Cordeiro (cf. jornal referido) – A.
1815-07-23 — Nasceu nesta cidade, na Rua Direita – sendo
baptizado no dia 30, na igreja de S. Miguel – o ilustre aveirense Dr.
António Augusto Coelho de Magalhães, filho do distinto médico Dr. Luís
Cipriano Coelho de Magalhães e de sua esposa D. Clara Miquelina de
Azevedo Leitão e irmão do grande orador parlamentar José Estêvão, com
quem viria a advogar em Lisboa; também se evidenciou nas lutas
partidárias do século XIX (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de
Baptismos da igreja de S. Miguel; Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, II, fl. 180 e ss.; E. Pereira e G. Rodrigues,
Portugal-Diccionario, IV, pgs. 725-720; Eduardo Cerqueira, em Arquivo,
XXXVIII, pg. 83) – J.
1815-09-04 — O Papa Pio VII confirmou a eleição de D. Manuel
Pacheco de Resende como bispo da Diocese de Aveiro (Arquivo do Vaticano,
Acta Camerarii, Vol. 51, fl. 117-A) – A.
1815-11-19 — O terceiro bispo da Diocese de Aveiro, D. Manuel
Pacheco de Resende, recebeu neste dia a ordenação episcopal (Marques
Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 120) – A.
1815-11-28 — Por intermédio do seu procurador, Padre Dr.
Manuel Rodrigues Tavares de Araújo Taborda, D. Manuel Pacheco de Resende
tomou posse da Diocese de Aveiro como seu bispo (João Gonçalves Gaspar,
A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 107) – J.
1815-12-08 — Nasceu o distinto aveirense Casimiro Barreto
Ferraz Sachetti, par do Reino (Inscrição funerária no cemitério central,
de Aveiro) – J.
1815-12-22 — Procedeu-se à abertura final do Rio Novo do
Príncipe, que recebeu este nome em homenagem ao Príncipe Regente, mais
tarde El-Rei D. João VI (Arquivo, XV, pg. 206) – A.
1815-12-25 — Nasceu o ilustre aveirense Conselheiro José de
Melo Geraldes de Sampaio e Bourbon, magistrado muito distinto, que foi
comandante do Batalhão Nacional, organizado em Idanha-a-Nova, e do
Regimento de Fuzileiros da Liberdade, de Castelo Branco, governador
civil de Castelo Branco e de Santarém, deputado, comendador de Nossa
Senhora da Conceição de Vila Viçosa e conselheiro de Estado, juiz
presidente das Relações dos Açores e do Porto e juiz conselheiro do
Supremo Tribunal de Justiça (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I,
fl. 208) – A.
1816-05-11 — Foi passada provisão de confirmação de
aforamento de umas praias chamadas «a pardelhosa» e «a lexandra», no
termo de Aveiro, pertencentes ao Morgado, que João Lopes Ferreira fez ao
Tenente-Coronel Luís Gomes de Carvalho (Torre da Tombo, Chancelaria de
D. João VI, livro 20, fl. 228v) – A.
1816-05-15 — O bispo de Aveiro, D. Manuel Pacheco de Resende,
dirigiu aos diocesanos a sua primeira pastoral, considerada um documento
muito notável, na qual confirmou a legislação anterior (João Gonçalves
Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs.
107-108) – A.
1816-07-06 — Foi passada carta de escrivão do Registo Geral
dos Testamentos, da Provedoria da Comarca de Aveiro a Caetano José
Machado de Vasconcelos (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João VI, livro
23, fl. 85) – A.
1817-03-07 — Nasceu em Eixo Frei José de Santa Teresa – no
século, Vicente Maria Gonçalves de Lima – filho do Capitão Sebastião
Gonçalves de Figueiredo Lima e de D. Liberata Ludovina da Rosa Vidal,
estudioso de história profana e eclesiástica, que veio a professar na
Ordem do Carmo (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos da
freguesia de Eixo) – J.
1817-06-22 — A Santa Casa da Misericórdia de Aveiro levou a
efeito a extracção de uma lotaria, com cujos lucros iniciou a construção
do seu hospital, na Rua Direita, junto à respectiva igreja, onde havia
existido o palacete dos Marizes Balacós. A lotaria fora autorizada pelos
decretos de 5 de Outubro de 1815 e de 21 de Maio de 1816 (Marques Gomes,
Memorias de Aveiro, pgs. 134-135) – J.
1817-09-29 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. José Luciano
Temudo – de seu nome completo, José Luciano da Silveira Freire Temudo e
Vera – distinto magistrado que viria a exercer, entre outros, os cargos
de delegado do Procurador Régio em Oliveira de Azeméis e juiz de Direito
em diversas comarcas e juiz de Segunda Instância nos Açores e no Porto
(Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 214-216) – J.
1818-03-29 — Nasceu em Eixo o Bacharel José Pereira de
Carvalho e Silva, que exerceria funções no Governo Civil de Aveiro e
seria o redactor do Boletim de Notícias, primeira folha impressa em
Aveiro, precisamente em 1846 (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de
Baptismos de Eixo) – J.
1818-04-16 — A Irmandade do Santíssimo Sacramento da
freguesia do Espírito Santo comprou, por 200.000 réis, um paramento
completo, branco, que pertencia à capela do Senhor das Barrocas. Foi
mandado vender pelo bispo de Aveiro, para se conseguirem fundos para as
obras de reparação inadiáveis na mesma capela (Rangel de Quadros, Aveiro
– Apontamentos Históricos, I, fl. 188) – J.
1818-08-10 — Deu entrada na cadeia da Relação do Porto o
Desembargador Francisco Manuel Gravito da Veiga e Lima que, em 7 de Maio
de 1829, seria enforcado na Praça Nova, no Porto, com outros que haviam
tomado parte na revolução de 16 de Maio de 1828 (Marques Gomes, Aveiro –
Berço da Liberdade, pgs. 89 e 103-104) – J.
1818-08-12 — A Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros
e da Guerra ordenou ao Tenente-Coronel Engenheiro Luís Gomes de Carvalho
que fizesse um projecto de saneamento e de urbanização do Cojo, a fim de
se eliminarem as epidemias que, havia séculos, grassavam em Aveiro
(Arquivo, XII, pg. 148) – A.
1818-09-16 — Em cumprimento de ordens que recebera por ofício
de 12 de Agosto de 1818, o Tenente-Coronel Engenheiro Luís Gomes de
Carvalho apresentou o seu plano de obras para melhoramento do Cojo
(Arquivo, XII, pgs. 148-155) – A.
1819-04-05 — Foi celebrado o primeiro baptismo na igreja
paroquial de S. Pedro de Nariz, após a desanexação desta freguesia da de
Requeixo; trata-se de Joana, filha de José Francisco e de Fabiana Maria,
do lugar do Porto de Ílhavo, nascida em 27 de Março passado (Arquivo
Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos de Nariz, n.º 1, fl. 1) – J.
1819-05-05 — Foi passada carta de corregedor de Aveiro ao
Bacharel Rodrigo Sarmento de Vasconcelos e Castro (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. João VI, livro 32, fl. 80) – A.
1819-05-11 —
Nasceu em Eixo o Dr. Venâncio Dias de Figueiredo Vieira, que viria a
deixar manuscrita uma curiosa «Memória sobre a Vila de Eixo», mais tarde
publicada no Boletim Municipal de Aveiro (Arquivo Distrital de Aveiro,
Livro de Baptismos de Eixo; Boletim Municipal de Aveiro, n.º 3) – J. |