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Calendário Histórico de Aveiro
– Séc. XIX –

 

1840-02-13 — Em sequência do pronunciado em 6 de Fevereiro, José Estêvão Coelho de Magalhães proferiu o segundo famoso discurso do «Porto Pireu» (Discursos parlamentares de José Estêvão, colleccionados por Joaquim Simões Franco, Aveiro, 1878, pgs. 87 e ss.; e José Estêvão, Discursos Parlamentares, Porto, 1909, pgs. 69 e ss.) – A.

1840-02-26 — Foi apresentado para bispo da Diocese de Aveiro D. Frei António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, monge beneditino e professor da Universidade de Coimbra, que a Santa Sé não chegou a confirmar (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 159-161) – A.

1840-03-08 — Em sessão da Junta de Paróquia de Requeixo, obedecendo à Carta de Lei de 9 de Abril de 1838, foi feito o recenseamento definitivo de todos os cidadãos (homens), habitando na área da freguesia, que estavam no gozo dos direitas civis e políticos, que tinham completado os 25 anos de idade e que usufruíam uma renda líquida e anual de 80.000 réis «e por cuja razão estão nas circunstâncias de poder votar na eleição dos senadores»; o resultado foi: – Requeixo, 24; Taipa, 17; Carregal, 5; Sanguinheira, 5; Mamodeiro, 29; Perajorje, 2; Póvoa do Valado, 23; Ramal, 5. Na mesma sessão também se fez o recensea­mento definitivo dos homens que, nas mesmas condições mas com a renda líquida e anual de 400.000 réis, se achavam por isso nas circunstâncias de poder ser votados para deputados; o resultado foi de dois para o lugar de Requeixo e de dois para o da Póvoa do Valado (Cartório Paroquial de Requeixo, Livro das Sessões da Junta de Paróquia, fls. 46v-48v) – J.

1840-03-17 — Nasceu na freguesia da Glória o Dr. Elias Fernandes Pereira, exímio pedagogo que, de 1865 a 1921, foi professor no Liceu de José Estêvão, de Aveiro, e, de 1889 a 1920, também secretário do mesmo estabelecimento de ensino (Litoral, 6-9-1969) – J.

1840-04-12 — Simeão Ribeiro de Paula, morador em Aveiro, arrematou por 450.000 réis a obra do arranjo do largo fronteiro aos Paços do Concelho, onde existira a extinta e demolida igreja e adro de S. Miguel, desta cidade, nas condições antes publicadas pela Câmara Municipal, presidida por Francisco Henriques da Maia (Arquivo, XIX, pgs. 141-144) – J.

1840-06-22 — José Estêvão Coelho de Magalhães, Manuel José Mendes Leite, António Rodrigues Sampaio e Joaquim da Fonseca Silva e Castro fundaram o jornal A Revolução de Setembro, que teve larga projecção na vida política da época (Vd. primeiro número deste periódico lisboeta; Marques Gomes, José Estêvão, pg. 68; A. H. de Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria Portuguesa, II, cols. 937 e 1285) – J.

1840-06-25 — Nasceu em Aveiro António Augusto de Sousa Maia, um humilde tipógrafo que alcançou nome honroso na imprensa periódica e foi o decano dos jornalistas aveirenses (Campeão das Províncias, 15-11-1905) – A.

1840-07-17 — José Estêvão Coelho de Magalhães foi nomeado, precedendo concurso, professor de Economia Política na Escola Politécnica, cargo que exerceu ate 1844 (José Estêvão, Discursos Parlamentares, pg. 375) – A.

1840-08-12 — José Estêvão Coelho de Magalhães pronunciou na Câmara dos Deputados o célebre discurso sobre a suspensão das garantias (Discursos Parlamentares, pgs. 121 e ss.) – J.

1840-09-19 — Foi passada carta de administrador-geral do Distrito de Aveiro a António Ferreira de Carvalho Pinto de Meneses (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 13, fl. 144v) – A.

1840-09-29 — Foi passada carta de delegado do Procurador Régio junto do Juízo de Direito da Comarca de Aveiro ao Bacharel António José da Rocha (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 16, fl. 36v) – A.

1840-10-18 — Sem confirmação pontifícia, o bispo eleito de Aveiro, D. Frei António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, tomou posse da Sé, colocando-se numa situação canonicamente irregular – o que deu origem a esboçar-se um cisma; em 1843, para se evitarem maiores males, o bispo eleito, que nunca seria confirmado, foi nomeado vigário capitular da Diocese (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 51) – J.

1840-12-18 — Foi mandado organizar em Aveiro um batalhão móvel, sendo nomeado seu comandante João Carlos do Amaral Osório e Sousa, mais tarde visconde de Almeidinha (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 611) – A.

1841-03-27 — Nasceu em Aveiro o Engenheiro João Carlos de Almeida Machado que, depois de exercer funções na Direcção das Obras Públicas deste Distrito, de projectar várias estradas nos Distritos de Viseu e de Viana do Castelo e de tomar parte nos estudos e na construção do caminho-de-ferro do Minho, radicou-se no Porto, onde desempenhou o cargo de engenheiro da respectiva Câmara Municipal (Marques Go­mes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 72) – J.

1841-08-13 — Foi demolido o magnífico cruzeiro da igreja do Espírito Santo, «muito notável pelos arrendados da cruz, cujos braços e parte superior terminavam em flor de lis», e «muito semelhante ao que ainda hoje se vê no adro de S. Domingos» (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fls. 166 e 196; Arquivo, IX, pg. 327) – A.

1841-08-21 — Foi passada carta de professor de Retórica e Poética em Aveiro a Joaquim de Oliveira dos Santos (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 16, fl. 119) – A.

1841-09-02 — Pelas dez horas da manhã, foi enforcado, no Rossio, Jerónimo dos Santos Brandão, por alcunha o «Cospe Fora», condenado à pena última por sentença de 8 de Março de 1839, confirmada por acórdão da Relação de 29 de Novembro do mesmo ano e mandada executar por portaria de 7 de Agosto de 1841. A condenação resultou do facto de ter assassinado a golpes de machado, segundo as provas produzidas, um tio, conhecido por «Antoninho das Más Horas», para se apropriar dos seus bens. Parece, todavia, que o autor do crime não foi o infeliz condenado (Dr. António Luís de Sousa Henriques Secco, Memórias do Tempo Passado para Lição dos Vindouros, Fasc. II, pg. 226; Homem Cristo, Notas da minha vida e do meu tempo, I, pg. 67; Arquivo, XV, pgs. 275-276) – A.

1841-09-04 — Foi passada carta de nomeação de correio assistente em Aveiro a Bernardo Teixeira de Almeida Queirós (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 15, fl. 113v) – A.

1841-10-18 — Faleceu nos arredores de Lisboa o franciscano D. Frei José da Assunção, natural de Nariz, autor de diversas publicações, missionário apostólico e por último, a partir de 1833, bispo de Lamego (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pgs. 195-196) – J.

1841-12-21 — No Real Conservatório de Lisboa, o grande tribuno aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães fez o elogio histórico de José Ferreira Pinto Basto, fundador da Fábrica da Vista Alegre, falecido na capital em 23 de Setembro de 1839 (Memórias do Conservatório Real de Lisboa, 1.ª Série, Tomo II, pg. 17; Marques Gomes, A Vista Alegre – Memória Histórica, 1924, pgs. 50-58) – A.

1842-01-25 — Segundo o depoimento de filhos e netos, nasceu neste dia, no lugar do Silveiro, da freguesia de S. Simão de Oiã – sendo baptizado na matriz de Sangalhos na dia 30 – Gustavo Ferreira Pinto Basto que, como presidente da Associação Comercial e da Câmara Municipal de Aveiro, prestou à cidade e ao concelho assinalados serviços, demonstrando notável iniciativa e vontade enérgica; foram seus pais Augusta Ferreira Pinto Basto e Maria Inocência Grilo, e avós paternos José Pereira Pinto Basto, D. Bárbara Inocência Allen Pinto Basto (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos de Sangalhos, onde apenas se diz que foi baptizado no quinto dia após o seu nascimento) – J.

1842-03-06 — Nos Paços do Concelho e em sessão extraordinária dos membros da Comissão Municipal foi reiterado o juramento à Carta Constitucional de 1826 (Arquivo, XII, pgs. 136-138) – A.

1842-03-19 — Filho de António Maria Rangel de Quadros e de Teresa Josefina Locateli Oudinot, nasceu num edifício da Rua do Carmo o ilustre aveirense José Reinaldo Rangel de Quadros Oudinot, professor, historiógrafo, dramaturgo, poeta e jornalista, muito notável pela sua inteireza de carácter, pelas suas convicções religiosas e pelo seu amor entranhado a Aveiro (E. Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, Vol. VI, pg. 1119 – A.

1842-09-06 — Faleceu na freguesia da Vera-Cruz o Dr. José Barreto Ferraz de Vasconcelos, fidalgo cavaleiro da Casa Real e oitavo administrador do Morgado da Granja (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos da Vera-Cruz, que indica esta data, e não a de 5-9-1842, como Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fl. 74) – J.

1842-09-22 — Nasceu o ilustre aveirense Padre Jorge de Pinho Vinagre, que se evidenciou como regente da Filarmónica Aveirense também conhecida por Música Nova (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, Manuscrito, fl. 171) – J.

1842-12-16 — Por ordem do Exército desta data, o Batalhão de Caçadores n.º 28, aquartelado em Aveiro, passou a ter o n.º 7 (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 592) – J.

1843-05-13 — A Câmara Municipal de Aveiro, numa ousada e desempoeirada atitude, deliberou a proibição de «apanhar minhoca, cavando a terra no Rossio» (Arquivo, XV, pg. 280) – J.

1843-08-08 — D. Frei António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, bispo eleito e vigário capitular de Aveiro, nesta ocasião governando legalmente a Diocese, separou os lugares meeiros de Eixo e Requeixo, ficando os de São Bento e de Cavadinha para a primeira freguesia e o da Póvoa do Valado para a segunda (Cartório Paroquial de Eixo, Livro do Tombo, fls. 51v-53v) – J.

1843-10-18 — Na tarde deste dia, que era uma quarta-feira, houve um violento incêndio no Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, em Aveiro, que servia de quartel militar, tendo o General Pedro António Rebocho, visconde de Santo António, evitado que se propagasse à igreja e atingisse mais desastrosas proporções; afirmou-se que o fogo fora ateado propositadamente (Campeão das Províncias, 10-5-1905; Marques Gomes, em Memórias de Aveiro, pgs. 162-163, diz que o incêndio foi no dia 19 deste mês) – A.

1843-11-06 — Foi neste dia ordenada definitivamente a demolição da antiga igreja paroquial do Espírito Santo, que ficava a sul do actual Largo de Luís de Camões, em Aveiro; os trabalhos, porém, terminariam mais tarde, apenas em 1858 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fls. 196 e ss.) – J.

1843-12-05 — Num dos tribunais criminais de Lisboa, o advogado José Estêvão Coelho de Magalhães defendeu brilhantemente o jornal legitimista O Portugal Velho, acusado de abuso de liberdade de imprensa (José Estêvão, Discursos Parlamentares, pgs. 359-367) – A.

1844-03-27 — A Câmara Municipal deliberou que a procissão de Santa Joana Princesa se fizesse todos os anos e que as despesas dela fossem consideradas como obrigatórias do Município (Arquivo da Câmara Municipal de Aveiro, Livro de Actas das Sessões) – J.

1844-05-09 — Tendo emigrado, José Estêvão Coelho de Magalhães chegou a Salamanca, donde seguiu para Paris (Marques Gomes, José Estêvão, 1889, pgs. 99 e 102-103) – A.

1844-08-12 — Foi passada carta de meirinho da Alfândega de Aveiro a Joaquim Simões Neto (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 20, fl. 270v) – A.

1844-11-24 — O secretário-geral do Governo Civil de Aveiro, José António Ferreira Novais, então servindo de governador-civil, foi em diligência de serviço a Loureiro; altamente aborrecido pela dificuldade e demora na passagem da barca de Angeja, concebeu o projecto da construção da ponte sobre o rio Vouga, entre Angeja e Cacia – o qual fez em seguida levar a efeito (Arquivo, VI, pg. 266, e XXII, pg. 314) – J.

1844-12-12 — Em sessão ordinária, a Junta Geral do Distrito de Aveiro aprovou um novo «Regulamento dos Expostos do Districto Administrativo d'Aveiro» – que foi impresso – revogando as disposições de 11 de Setembro de 1840 (Vd. referido opúsculo) – J.

1845-01-20 — D. António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, bispo eleito da Diocese de Aveiro e também vigário capitular desde 1843, dirigiu uma exortação pastoral aos fiéis do Bispado, informando a supressão de vários dias santos de guarda e recomendando a santificação dos domingos e festas de preceito (João G. Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, (pg. 162) – A.

1845-04-01 — O Papa Gregório XVI, pelo breve Cum Episcopatus, constituiu o arcebispo de Braga também administrador apostólico da Diocese de Aveiro; este, por sua vez, nomearia vigários-gerais ou governadores do Bispado (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 165) – J.

1845-05-05 — O arcebispo de Braga, também nomeado administrador apostólico da Diocese de Aveiro, aceitou a renúncia, feita em 15 de Março, de D. António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, do cargo de bispo eleito de Aveiro, e nomeou seu vigário-geral nesta Diocese o Padre Manuel Rodrigues Tavares de Araújo Taborda, bacharel em Teologia, que já fora vigário-geral de D. António José Cordeiro (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 165-166) – A.

1845-08-01 — Foi preso António Augusto Coelho de Magalhães – irmão do tribuno aveirense José Estêvão – um dos chefes do partido anti-cabralista local, facto considerado como uma das maiores violências das lutas eleitorais da época e como um dos mais célebres de que há lembrança na nossa história constitucional (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, (fls. 180 e ss.) – A.

1845-09-11 — Foi passada carta de pároco da igreja de Nossa Senhora da Glória ao Padre Manuel José Correia Leal (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 26, fl. 204) – A.

1845-10-15 — Foi nomeado e apresentado como bispo de Angola o religioso carmelita D. Frei Sebastião da Anunciação Gomes de Lemos, natural da vila de Eixo, que viria a ser confirmado em 16 de Abril de 1846 (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 346) – J.

1846-04-08 — A Câmara Municipal representou contra a aplicação da lei de 21 de Novembro de 1844, que estabelecia o imposto de vinte réis em cada alqueire de sal rapado e peneirado (Arquivo Municipal de Aveiro, livro 15, Actas das Sessões de 1843-1855, fls. 41-44) – A.

1846-04-16 — Foi confirmado pelo Papa Gregório XVI como bispo de Angola o religioso carmelita D. Frei Sebastião da Anunciação Gomes de Lemos, natural de Eixo. Idoso e doente, pediu dispensa ao Governo e à Santa Sé, que lhe foi concedida, não tomando posse da Diocese (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, pg. 346) – J.

1846-05-14 — Rebentou a revolução popular contra o Governo Cabralista, de que foram promotores João Carlos do Amaral Osório, António Augusto Coelho de Magalhães, Alberto Pereira Pinto Basto, Manuel Firmino de Almeida Maia, Jerónimo de Morais Sarmento, João de Oliveira Queirós, José de Oliveira Queirós, Luís Maria dos Santos, Luís Estêvão Couceiro da Costa e Francisco Joaquim de Castro Corte-Real (Marques Gomes, Aveiro – Berço da Liberdade, pg. 223) – A.

1846-05-20 — Organizou-se nesta cidade uma Junta Governativa, encarregada de dirigir o movimento popular, composta pelo antigo governador civil do Distrito José Henriques Ferreira, pelo administrador da Fábrica da Vista Alegre Alberto Ferreira Pinto Basto e pelo morgado da Oliveirinha Francisco Joaquim de Castro Pereira Corte-Real (Campeão das Províncias, 22-5-1901) – A.

1846-07-11 — Num jantar político realizado no salão nobre do Teatro de D. Maria II, em Lisboa, em honra dos emigrados de Torres Novas e Almeida, José Estêvão Coelho de Magalhães pronunciou um discurso notabilíssimo (Campeão das Províncias, 20-7-1901) – A.

1846-09-22 — Por uma portaria desta data, foi nomeado vice-cônsul do Reino da Bélgica, em Aveiro, Francisco António do Vale Guimarães (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 26, fl. 250v) – A.

1846-10-11 — Saiu o primeiro número do Boletim de Notícias, o mais antigo jornal que se publicou em Aveiro e que durou apenas até ao dia 21 de Dezembro de 1846 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, VIII, fl. 99; Litoral, 6-10-1950) – A.

1846-10-27 — Chegou ao Porto, onde foi combater sob as ordens da Junta Governativa do Supremo Governo do Reino, o Batalhão Nacional de Aveiro, comandado por João Carlos do Amaral Osório, mais tarde visconde de Almeidinha, e do qual fazia parte o Major António de Morais Sarmento conhecido pela alcunha de «Rato Seco» (Campeão das Províncias, 6-11-1901) – A.

1847-01-12 — O Governo do Marechal Duque de Saldanha criou o Batalhão Provisório dos Voluntários Nacionais de Aveiro e nomeou seu comandante o Tenente-Coronel Casimiro Barreto Ferraz Saccheti (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 609-610) – J.

1847-01-25 — Tomou posse do cargo de governador civil do Distrito de Aveiro – funções que desempenhou até 10 de Abril seguinte – o Conselheiro António Barreto Ferraz de Vasconcelos, visconde da Granja, par do Reino e ministro de Estado honorário, natural desta cidade (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 112) – J.

1847-01-26 — Um breve desta data concedeu aos primeiros viscondes de Santo António, General Pedro António Rebocho Freire de Andrade e Albuquerque e sua mulher D. Ana Isequelina de Oliveira Leite, licença para se celebrar missa no seu oratório, o mais notável que ao tempo existia na cidade (Documento que a família Rebocho Cristo conserva) – A.

1847-07-02 — Entrou na barra de Aveiro e navegou até às Pirâmides, no canal central da cidade, a canhoneira «Maria da Fonte», que fez fogo; ripostando a tropa, leal ao Governo, os «patuleias» fugiram pelas marinhas. A luta civil terminou em 29 de Julho com a Convenção de Gramido (José Ferreira de Sousa em Arquivo, IV, pg. 39, e IX, pgs. 324-325) – J.

1847-07-05 — Por uma portaria desta data, foi mandado reorganizar em Aveiro o Batalhão de Caçadores n.º 7, que teve o seu quartel, como anteriormente o Batalhão de Caçadores n.º 28, no antigo Convento de Nossa Senhora da Misericórdia, dos Padres Dominicanos (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 593) – A.

1847-08-22 — O insigne aveirense, José António da Silva Leão, barão de Almofala, que fez as campanhas da Guerra Peninsular, foi chamado nesta data, aos Conselhos da Coroa como ministro da Guerra – lugar que ocupou até 18 de Dezembro seguinte (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 603) – J.

1848-03-21 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. Artur Ravara, que foi um médico distintíssimo. Possuía a carta de Conselheiro e a comenda da ordem de S. Tiago, concedida por decreto de 26 de Maio de 1886, e foi nomeado por El-Rei D. Luís médico da Real Câmara (E. Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, vol. VI, pg. 101; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fls. 110-115; lápide funerária no Cemitério Central, Aveiro) – A.

1848-06-17 — Em consequência da malograda «Conspiração das Hidras», foram presos no Limoeiro, onde se mantiveram até princípios de Novembro, o Dr. Manuel José Mendes Leite e outros; José Estêvão Coelho de Magalhães, um dos principais conspiradores, prevenido a tempo, homiziou-se (Marques Gomes, José Estêvão, pgs. 114-115» – J.

1848-11-30 — Uma portaria da Junta de Crédito Público entregou o Convento de Santo António ao Batalhão de Caçadores n.º 7, que aí montou um hospital militar (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fl. 76) – J.

1849-01-28 — Faleceu no Porto D. Frei António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, bispo eleito de Aveiro, que não obtivera a confirmação pontifícia (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, 1921, pg. 52) – J.

1849-05-02 — A Rainha D. Maria II, por decreto desta data, criou a freguesia de Santo António da Oliveirinha do Vouga, com os lugares da Oliveirinha, Vale do Diogo, Moita, Marco, Granjas, Picoto, Costa do Vaiado, São Bento e Quintãs, sendo a capela de Santo António elevada a igreja paroquial e sendo o seu território desanexado do de Eixo, que apenas ficou com a vila e os lugares de Horta e Azenha de Baixo; promoveu esta desmembração o Dr. Manuel Gonçalves Madaíl, do lugar da Oliveirinha (Cartório Paroquial de Eixo, Livro do Tombo, fl. 53v; Diário do Governo, n.º 113, 15-5-1849, pg. 1; Cons. Arnaldo Vidal, transcrito em Correio do Vouga, 26-5-1957; Venâncio Dias de Figueiredo Vieira, no Boletim Municipal de Aveiro, n.º 3, pg. 61) – J.

1849-05-21 — De um relatório, com esta data, da Junta Geral do Distrito, consta que a barra de Aveiro se encontrava em «estado deterioradíssimo» (Arquivo, I, pg. 233) – A.

1849-08-11 — O vigário-geral de Aveiro, Dr. Manuel Rodrigues Tavares de Araújo Taborda, deu conhecimento ao pároco de Eixo do decreto real referente a criação da freguesia de Santo António da Oliveirinha do Vouga, de 2 de Maio passado, e ordenou se cumprisse o que nele se determinava (Cartório Paroquial de Eixo, Livro do Tombo, a partir de 1721, fl. 53v) – J.

1849-12-18 — Morreu em Aveiro João Agostinho de Barbosa Bacelar Rangel, senhor da Casa do Carril e administrador de um vínculo em Anca (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 194) – J.

1849-12-23 — Realizou-se o primeiro baptismo na igreja matriz de Santo António da Oliveirinha do Vouga – freguesia recentemente criada em território desanexado do de Eixo (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro dos Baptismos da Oliveirinha, de 1849) – J.

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