1850-04-16 — Faleceu na sua casa de Verdemilho o
Desembargador e Presidente do Tribunal da Relação do Porto, Dr. Joaquim
José de Queirós e Almeida, fidalgo da Casa Real e cavaleiro professo da
Ordem de Cristo, que teve acção preponderante na revolução liberal de 16
de Maio de 1828, iniciada em Aveiro, na Praça do Comércio. Na sua casa
já se encontrava, desde 1848, o pequeno José Maria Eça de Queirós, seu
neto (A. H. de Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria Portuguesa, II,
col. 1179; Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 106) – A.
1850-05-02 — O Bacharel José António Pereira Bilhano, natural
de Ílhavo, formado em Cânones e, mais tarde, em 1871, confirmado
arcebispo de Évora, tomou posse das funções de pároco colado na igreja
paroquial de Santo António da Oliveirinha do Vouga, onde, desde a
instituição eclesiástica da respectiva paróquia em 11 de Agosto de 1849,
já exercia o múnus de pároco encomendado (Cúria Diocesana de Aveiro,
Registo das Colações da Oliveirinha, ano de 1850, 1º reg.) – J.
1850-06-22 — Faleceu José António da Silva Leão, barão de
Almofala, que fez as campanhas da Guerra Peninsular e, mais tarde, foi
ministro da Guerra e vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar
(Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fls. 263-267) – J.
1850-08-22 — Nasceu António Barreto Ferraz Sachetti,
aveirense que, pertencendo a uma distinta família desta cidade, se
evidenciou em prestar serviços à sua terra ou a socorrer os necessitados
(Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, cols. 105-107;
Arquivo Distrital de Aveiro, Livro dos Baptismos da Glória) – J.
1850-08-26 — Foi transferido para Guimarães o Batalhão de
Caçadores n.º 7 que, aquartelado em Aveiro desde 1837, tivera o n.º 28
até 1842 (Arquivo, VII, pg. 101) – J.
1850-09-06 — Foi passada carta de escrivão dos livros findos
do Bispado de Aveiro a João José dos Santos Machado (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Maria II, livro 34, fl. 229v) – A.
1851-05-04 — O presidente da Edilidade Aveirense, António de
Sá Barreto d'Eça Figueiredo e Noronha, apresentou pela primeira vez a
proposta que «achava conveniente aterrar a marinha rossia, com vista a
dar ao Largo do Rossio uma forma regular, arborizando-o e embelezando-o,
podendo, talvez, aforar-se uma tira deste campo para construção de
armazéns, ao norte das casas de João de Melo Freitas, com o fim não só
de tornar mais regular o dito largo, como também de proporcionar
ocasião a novas construções que se tornam necessárias»; a proposta viria
a ser aprovada pela Câmara, em sessão extraordinária de 13 de Agosto
seguinte (Litoral, 21-9-1979) – J.
1851-07-14 — Recentemente criado o Liceu de Aveiro, foi
assinada neste dia a acta da sua instalação no edifício do antigo paço
episcopal, embora só em 20 de Outubro seguinte estivesse definitivamente
constituído; o cargo de reitor recaiu no Dr. João de Moura Coutinho,
comissário dos estudos no Distrito (José Pereira Tavares em Portugal
Económico, Monumental e Artístico, fasc. LVI, pg. 27; Arquivo, III, pgs.
48-49) – J.
1851-08-03 — Na igreja paroquial de Santo André de Esgueira,
cantou a sua primeira missa o Padre José Maria Godinho Taborda Soares de
Albergaria, sacerdote virtuoso e benemérito (Rangel de Quadros,
Aveirenses Notáveis, I, fl. 218) – A.
1851-08-13 — O presidente da Câmara Municipal, António de Sá
Barreto d'Eça Figueiredo e Noronha, em sessão extraordinária, apresentou
novamente a proposta – que foi aprovada – de se comprar e aterrar a
marinha «rossia», com vista a dar ao Rossio uma forma regular,
alargando-o, embelezando-o e arborizando-o (Arquivo, XV, pgs. 283-284;
Litoral, 21-9-1979) – J.
1851-08-26 — A Câmara Municipal de Aveiro promoveu os ajustes
em ordem à aquisição da marinha chamada «Rossia», junto ao Rossio de S.
João, pela qual o seu principal proprietário, Ricardo de Sousa Romão,
pretendia receber a quantia de 400.000 réis, a pronto pagamento
(Arquivo, XV, pg. 287) – J.
1851-10-20 — Ficou definitivamente constituído o Liceu de
Aveiro, como corporação docente, cuja acta de instalação já havia sido
assinada em 14 de Julho anterior; instalou-se primeiramente no edifício
do Paço Episcopal, sito na Rua dos Tavares (Dr. José Pereira Tavares em
Portugal Económico, Monumental e Artístico, fasc. LVI, pg. 27; O Debate,
14-3-1929) – J.
1851-11-19 — Foi passada carta de professor da 1.ª e 2.ª
cadeiras do Liceu de Aveiro a Germano António Ernesto de Pinho (Torre do
Tombo, Chancelaria de D. Maria II, livro 37, II. 241) – A.
1852-02-11 — Nasceu em Aveiro Joaquim de Melo Freitas,
cidadão talentoso, ilustrado e abnegado, que nutria um sincero amor pela
sua terra (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, cols.
41-44) – J.
1852-02-14 — Saiu o primeiro número do bissemanário aveirense
Campeão do Vouga, que mais tarde passou a denominar-se Campeão das
Províncias (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, VIII,
pg. 100; Arquivo, IX, pg. 299) – A.
1852-03-10 — Na Câmara dos Deputados, o ilustre aveirense Dr.
Manuel José Mendes Leite, depois de aprovado na generalidade o «Acto
Adicional», apresentou o célebre aditamento que abolia a pena de morte
nos crimes políticos. Na sessão de 29 de Março, e depois de larga
discussão, o aditamento foi aprovado, por 50 votos contra 32, passando a
ser lei do Estado (Eduardo Cerqueira, A abolição da pena de morte por
crimes políticos e o seu paladino aveirense, 1981, separata de «Aveiro e
o seu Distrito», pg. 16) – A.
1852-03-14 — Faleceu o ilustre aveirense Joaquim Marques
Saraiva de Figueiredo, mais conhecido pelo nome de Joaquim Marques dos
Santos, exímio ourives e lavrante de prata e monteiro-mor da cidade de
Aveiro (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 238) – A.
1852-05-23 — A Rainha D. Maria I visitou Aveiro, sendo-lhe
entregues as chaves da cidade, junto da Porta da Ribeira das antigas
muralhas, pelo presidente da Câmara Municipal Dr. Bento Rodrigues Xavier
de Magalhães. Acompanharam-na El-Rei D. Fernando, o Príncipe D. Pedro –
mais tarde D. Pedro V – o Infante D. Luís – mais tarde Rei – o Marechal
Duque de Saldanha e outras personagens (Campeão das Províncias,
22-5-1901; Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 257;
Arquivo, IV, pg. 40) – A.
1852-05-24 — Às sete horas da manhã, retirou para o sul a
Rainha D. Maria II, que na véspera chegara a Aveiro e assistira a um
solene te-deum na igreja do Mosteiro de Jesus, hospedando-se no palacete
da Baronesa de Almeidinha, D. Maria Benedita de Sousa de Quevedo
Pizarro, no Terreiro das Carmelitas (Arquivo, IV, pgs. 40-41) – A.
1852-07-13 — José Estêvão Coelho de Magalhães, num relance de
génio para o futuro económico do País, apresentou no Parlamento o
projecto de lei da construção do caminho-de-ferro entre Lisboa e o Porto
(Litoral, 22-12-1956) – J.
1852-07-22 — Faleceu o ilustre aveirense José António da
Silva Leão, barão de Almofala, que deixou um dos mais brilhantes nomes
nos anais do Exército e na história de Aveiro (Marques Gomes, O
Districto de Aveiro, pg. 160, e Subsídios para a História de Aveiro, pg.
603) – A.
1852-07-28 — Faleceu Domingos dos Santos Barbosa Maia, também
conhecido pelo nome de Domingos Carrancho, «um dos homens de mais
arrojada iniciativa que tem tido Aveiro e que, como presidente do seu
Município, prestou relevantíssimos serviços» (Rangel de Quadros,
Aveirenses Notáveis, I, Manuscrito, fl. 71) – A.
1852-10-31 — O Dr. Tomás de Carvalho publicou no Campeão do
Vouga – periódico recentemente aparecido – um curioso estudo sobre
Aveiro e os seus monumentos (Campeão do Vouga, 31-10-1852) – A.
1852-12-07 — José Estêvão Coelho de Magalhães publicou no
periódico da capital Revolução de Setembro uma extensa carta dirigida
aos eleitores de Lisboa, que ocupou quinze colunas daquele jornal e foi
redigida em Aveiro, em fins de Outubro (Campeão das Províncias,
11-12-1901) – A.
1853-01-17 — Em sessão extraordinária, a Junta Geral do
Distrito aprovou um novo «Regulamento para a Administração dos Expostos
do Distrito de Aveiro», que fora elaborado pelo governador civil Antero
Albano da Silveira Pinto (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 17) –
J.
1853-02-06 — Nasceu na Rua Larga – actual Rua de José Estêvão
o ilustre historiador e arqueólogo aveirense João Augusto Marques
Gomes, a quem a Cidade e o País ficaram devendo relevantíssimos serviços
(CI. Campeão das Províncias, 6-2-1909; Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, I, Manuscrito, fls. 141-152; Arquivo, XIX, pg. 150) – A.
1853-04-24 — Foi aprovado o regulamento da «Sociedade
Humanitária», fundada pelo governador civil Antero Albano da Silva
Pinto, como filial da «Real Sociedade Humanitária da Cidade do Porto»,
cujo fim principal era «dar socorro aos desgraçados, ou seja em
naufrágios, epidemias, inundações e terramotos, ou em quaisquer outras
calamidades» (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 113-114) – A.
1853-05-26 — Tendo Fermentelos alcançado a plena autonomia
eclesiástica, cujo Cura era, até então, apresentado pelo pároco de
Requeixo, tomou posse da igreja de Santo André daquela freguesia o seu
primeiro pároco, Padre Joaquim Duarte Rosa (Prof. Artur Nunes Vidal,
Fermentelos, 2.ª edição, 1979, pg. 77) – J.
1853-07-16 — Na sessão parlamentar deste dia José Estêvão
Coelho de Magalhães requereu ao Governo que mandasse fazer a planta e
organizar o orçamento de um edifício para o Liceu de Aveiro, consultando
as autoridades para se verificar se as ruínas da Albergaria de S. Brás
seriam o lugar mais próprio para a construção (Marques Gomes, Monumentos
– Retratos – Paysagens, col. 32) – A.
1853-08-23 — Nasceu na Quinta do Torreão, em Verdemilho,
freguesia de Aradas D. Maria José de Vilhena de Almeida Maia Magalhães,
filha primogénita do Conselheiro Manuel Firmino de Almeida Maia e de D.
Maria da Arrábida de Almeida Vilhena, que viria a desposar-se com o Dr.
José Maria Barbosa de Magalhães (Arquivo Distrital Aveiro, Livro de
Baptismos de Aradas, 1819-1858, n.º 7, fl. 314; baptismo em 4-10-1853) –
J.
1853-09-20 — A Mesa da Santa Casa da Misericórdia, em reunião
em que assistiram dois médicos e dois arquitectos, resolveu construir o
seu hospital junto à igreja, no sítio onde existira o palacete dos
Marizes Balacós (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 135) – A.
1853-09-29 — Faleceu na sua Quinta do Ribeiro, na freguesia
da Glória, o ilustre aveirense Dr. José da Silva Melo Soares de Freitas,
que, tendo emigrado para o Brasil, foi insigne advogado no Rio de
Janeiro (Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos de S. Miguel e da
Glória, Anos de 1787-1859, n.º 25, fl. 203v; Rangel de Quadros,
Aveirenses Notáveis, II, Manuscrito, fl. 187) – J.
1853-11-17 — O Campeão do Vouga publicou um notável artigo de
José Estêvão Coelho de Magalhães sobre a morte da Rainha D. Maria II,
que o grande tribuno ditou ao Dr. Bento de Magalhães e que foi
reproduzido em quase todos os jornais do País (José Estêvão, Discursos
Parlamentares, pgs. 338-344) – A.
1853-12-31 — Foram extintos o julgado e o concelho de Eixo,
cujo decreto seria executado em 19 de Maio seguinte (Marques Gomes, O
Districto de Aveiro, pg. 166) – J.
1854-02-15 — Foi passada carta de pároco da freguesia de
Nossa Senhora da Glória ao Padre Joaquim Duarte Rosa (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Pedro V, livro 4, fl. 29v) – A.
1854-05-19 — Foi executado o decreto de 31 de Dezembro de
1853, pelo qual ficou extinto o concelho de Eixo; as suas terras foram
anexadas ao de Aveiro, menos Fermentelos, Nariz e Cabeço da Eireira, que
então se enquadravam no de Oliveira do Bairro. A freguesia de Eixo
manteve a categoria honorífica de vila (Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, I, fl. 245) – J.
1854-08-09 — Em virtude de questões políticas, o jornal
Campeão do Vouga começou a publicar-se com o nome de Aveirense, que
conservou apenas ate 23 de Agosto de 1854 (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, VIII, fl. 100) – A.
1854-09-13 — Uma postura municipal catalogou diversas
proibições, em ordem a salvaguardar a higiene e a saúde públicas – o que
manifesta uma louvável preocupação das autoridades neste importante
sector (Arquivo Histórico Municipal de Aveiro, Livro das Actas das
Sessões, anos de 1843-1855, fls. 196-199v; Litoral, 15-7-1972) – J.
1855-02-11 — A Junta de Freguesia da Vera-Cruz representou no
sentido de que se julgasse extinta a Confraria de Santa Maria de Sá ou
de Nossa Senhora da Alegria, antiquíssima e importantíssima corporação
de mareantes e pescadores aveirenses, com o fundamento de não ter
confrades nem estatutos devidamente aprovados. O governador civil de
Aveiro declarou-a extinta em 9 de Março seguinte (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 142; Marques Gomes, Subsídios
para a História de Aveiro, pg. 108) – A.
1855-03-01 — a sua publicação o quinzenário religioso e
literário Aurora, que acabou em 1 de Setembro do mesmo ano. Fundado por
José Luciano de Castro e José Eduardo de Almeida Vilhena, tinha como
principais colaboradores o Padre José Joaquim de Carvalho e Góis e
Agostinho Duarte Pinheiro e Silva (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, VIII, fl. 106; Arquivo, IX, pg. 124) – A.
1855-03-05 — Subscrita por António Maria Fontes Pereira de
Melo, foi publicada a portaria aprovando o projecto apresentado pelo
director das Obras Públicas do Distrito de Aveiro para o edifício do
liceu e ordenando as obras da sua construção (Legislação Portuguesa,
1855, pg. 40; Arquivo, III, pgs. 56-57) – A.
1855-03-09 — A pedido da Junta da Paróquia da Vera-Cruz, que
assim decidira em 11 de Fevereiro passado, o governador civil Antero
Augusto de Oliveira Pinto, por um alvará desta data, declarou extinta a
antiquíssima Confraria de Santa Maria de Sá ou de Nossa Senhora da
Alegria, de mareantes e pescadores, e incorporou os seus bens nos da
Junta de Paróquia da Vera-Cruz; pelo mesmo alvará também foram extintas
as Irmandades das Almas, de Santa-Cruz, de Nossa Senhora da Luz e de
Santo André e de S. Filipe, todas da mesma freguesia (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 142; Marques Gomes, Subsídios
para a História de Aveiro, pg. 108) – A.
1855-04-02 — Iniciou-se a demolição da porta da Ribeira, das
antigas muralhas de Aveiro – a única que ao tempo existia – sendo também
demolidas as varandas, a capela, a livraria, o escritório e o açougue do
Paço Episcopal, que era o velho palácio dos Tavares (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 38) – J.
1855-04-17 — Principiou o lanço de estrada de Aveiro à
Gafanha, depois continuado até ao Forte da Barra; a obra ficou toda
completa em 30 de Abril de 1861 (padre João Vieira Resende, Monografia
da Gafanha, pg. 181) – J.
1855-04-26 — Por contrato desta data, assinado pelo estadista
António Maria Fontes Pereira de Melo, a firma parisiense Breguet & C.ª
incumbiu-se de instalar as linhas da primeira rede telegráfica nacional,
que beneficiou Lisboa, Sintra, Mafra, Carregado, Caldas da Rainha,
Alcobaça, Leiria, Coimbra, Eixo, Aveiro, Porto, Aldeia Galega, Barreiro,
Setúbal, Montemor-o-Novo, Évora, Estremoz e Elvas (Joaquim Veríssimo
Serrão, História de Portugal, IX, pg. 240) – J.
1855-07-03 — Pelas dez horas da manha, foi benzido e
inaugurado o hospital da Santa Casa da Misericórdia, mandado edificar em
1853, ao lado esquerdo da respectiva igreja, pela comissão
administrativa que o governador civil nomeara em 13 de Agosto de 1852 e
da qual faziam parte Francisco Tomé Marques Gomes, Serafim António de
Castro, João de Melo Freitas e António Pereira da Cunha; construída mais
tarde a nova casa junto do jardim público, aquela seria vendida a
Alberto Rosa, em 1918 (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 136;
Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito, fls.
333 e 334, diz que a inauguração teria sido em 10-6-1855) – A.
1855-07-20 — O governador civil de Aveiro, Antero Albano da
Silva Pinto, em sessão da Junta Geral do Distrito, declarou que o Eng.
Director das Obras Públicas, cumprindo as deliberações da Junta tomadas
em sessão ordinária do ano anterior, apresentara um relatório com os
orçamentos, projectos e plantas para a construção ou reforma das pontes
da Rata, de Perrães e de Mogofores (Arquivo, XXIII, pg. 190) – J.
1855-07-27 — Verificaram-se em Aveiro os primeiros casos da
epidemia «cholera-morbus», que neste ano invadiu o País e dizimou a
população (Arquivo, XXII, pg. 315) – J.
1855-07-28 — A Academia Real das Ciências de Lisboa elegeu
José Estêvão Coelho de Magalhães como seu sócio efectivo (Marques Gomes,
José Estêvão, pg. 133) – A.
1855-08-22 — Nasceu em Aveiro Alfredo Rangel de Quadros da
Costa Monteiro oitavo – e praticamente o último – administrador da
capela dos Santos Mártires e dos vínculos que lhe andavam anexos (Rangel
de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, III, fl. 38, com correcção
do próprio autor) – J.
1855-08-22 — Principiaram os trabalhos da construção do
edifício para a instalação do Liceu de Aveiro, perto da casa da Câmara
Municipal, os quais viriam a concluir-se em 24 de Janeiro de 1860
(Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pgs. 126-127) – J.
1855-09-12 — A Junta Geral do Distrito de Aveiro, por
proposta do governador civil, Antero Albano da Silveira Pinto,
representou ao Governo de Sua Majestade no sentido de a povoação das
Quintãs, repartida pelas freguesias da Oliveirinha do Vouga e de Ílhavo,
passar para a administração de uma só freguesia e um só concelho; as
diligências não tiveram seguimento (Marques Gomes, O Districto de
Aveiro, pg. 178) – J.
1855-09-16 — Comemorando o acto de aclamação de El-Rei D.
Pedro V, foi lançada a primeira pedra para a construção do Teatro
Aveirense (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col. 19;
Eduardo Cerqueira em Correio do Vouga, 16-9-1950) – A.
1855-09-24 — Porque a «cholera-morbus» ceifava todos os dias
inúmeras vidas a eito, na cidade e nos lugares vizinhos, realizou-se
nesta data uma procissão de penitência, imponente e comovedora, com as
imagens do Senhor «Ecce-Homo» e de Santa Joana Princesa; o clero entoava
o «Miserere» e a multidão ajoelhava, não havendo olhos que não
estivessem marejados de lágrimas. O cortejo religioso, que saiu da
igreja da Misericórdia, foi precedido de preces públicas nos dias 21, 22
e 23, celebradas na mesma igreja. A iniciativa obedeceu a uma
deliberação da Mesa da Santa Casa, tomada em 14 de Setembro, cujo
secretário era então o Cónego José Joaquim de Carvalho e Góis (Campeão
do Vouga, 19-9-1855, pg. 2; Campeão das Províncias, 21-9-1901; Domingos
Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, I, pg. 415.
Não é exacta a data que Marques Gomes indica em Memorias de Aveiro, pg.
132) – J.
1855-10-03 — Na vila de Eixo, começou a realizar-se uma feira
mensal, no sítio denominado «Serra de Eixo», que perdurou por mais de um
século (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 171) – J.
1855-10-24 — Por decreto governamental, foi reformada a
divisão administrativa, judicial e eleitoral do território do Distrito
de Aveiro. Até esta data, toda a restinga de areia, desde o Furadouro à
barra velha, pertencia à freguesia de Ovar; pelo referido decreto,
apenas a costa do Furadouro ficou em Ovar, passando para o Bunheiro a
costa da Torreira, para a Vera-Cruz a costa de São Jacinto, para Ílhavo
a Costa Nova do Prado e para Vagos a costa da Vagueira (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, III, fl. 187; Cf. Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 229) – J.
1855-10-26 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. José Maria
Barbosa de Magalhães, advogado, jurisconsulto, escritor, jornalista,
orador parlamentar e académico, a quem Aveiro e o País ficaram a dever
relevantes serviços (Litoral e Correio do Vouga, 24-3-1956; Eduardo
Cerqueira em Arquivo, XXIII, pgs. 227 e ss.) – J.
1855-11-03 — Faleceu em Verdemilho D. Teodora Joaquina de
Almeida, viúva do Desembargador Joaquim José de Queirós e Almeida,
paladino do movimento liberal em Aveiro. O infausto acontecimento
motivou a retirada para o Porto de seu neto José Maria Eça de Queirós,
então com a idade de dez anos, deixando a aldeia onde vivera, crescera e
se educara desde 1848 (António Lebre, Eça em Verdemilho e a sua Vida,
pgs. 26-28 e 334) – J.
1855-12-30 — Em acção de graças por haver cessado a epidemia
do «cholera-morbus», realizou-se na igreja paroquial de Nossa Senhora da
Glória uma imponente solenidade religiosa (Arquivo, IV, pg. 316) – A.
1856-01-01 — Começou a publicar-se O Imparcial, jornal que
durou até 6 de Outubro de 1858 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, VIII, fl. 108; Arquivo do Distrito de Aveiro, IX, pg. 128) –
J.
1856-01-28 — Chegou a Aveiro a oficialidade do Regimento de
Almanza, que, dias antes, na Espanha tomara parte na revolução de Prim
contra o Governo da Rainha Isabel II (Marques Gomes, Subsídios para a
História de Aveiro, pg. 199) – J.
1856-02-17 — Celebrou-se Missa pela primeira vez na nova
igreja paroquial de S. Pedro de Aradas, construída no lugar do
Outeirinho (Arquivo, VI, pg. 262) – J.
1856-03-20 — O Padre Manuel Dias Vieira das Reis, coadjutor
da matriz de Santo Isidoro de Eixo, lavrou uma nota no livro do tombo da
paróquia, em que registou a execução do arranjo do telhado e do conserto
do forro da igreja, cuja despesa foi custeada pelos fregueses; os
trabalhos seguintes – pintura do forro e do arco-cruzeiro, douramento
dos florões, colocação de vidros e caiação das paredes por dentro e por
fora – foram generosamente liquidados por Sebastião de Carvalho e Lima,
«rico capitalista há pouco vindo do Brasil» (Cartório Paroquial de Eixo,
Livro do Tombo, fls. 54-54v) – J.
1856-04-29 — Na Rua de S. Paulo – hoje Rua do Gravito –
nasceu o Dr. Edmundo de Magalhães Machado, médico e oftalmologista
distintíssimo, por este e outros títulos, um aveirense muito notável
(Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, II, fls. 100-106) – A.
1856-05-12 — Fez a sua estreia pública, na festa de Santa
Joana, a «Filarmónica Aveirense» – vulgarmente denominada «Música Nova»
fundada neste ano e regida por José Pinheiro Nobre, músico competente,
a qual viria a extinguir-se mais tarde (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 197; Arquivo, VII, pg. 102) – J.
1856-06-22 — Foi conduzida processionalmente da igreja de S.
Domingos e paroquial de Nossa Senhora da Glória para a capela de S. João
do Rossio a imagem de S. Sebastião, que pertencera à demolida matriz de
S. Miguel, tendo-se incorporado no préstito a Câmara Municipal, as
irmandades e o povo. De manhã, houve Missa Solene em S. Domingos; os
Paços do Concelho estiveram embandeirados durante o dia; e a população
aveirense, animada pela restituição ao culto da veneranda imagem,
manifestou por diversos modos o seu regozijo (Rangel de Quadros, Aveiro
– Apontamentos Históricos, I, fl. 107) – A.
1856-06-24 — Para este dia e para a noite anterior e
posterior, alguns indivíduos da Rua do Espírito Santo – actual Rua de
Eça de Queirós – fizeram uma vistosa ornamentação com iluminação e, sob
o arco de entrada da arruinada igreja do Espírito Santo, improvisaram
uma bonita capela, em que figurou a imagem de S. João Baptista, em cuja
honra eram os festejos; a «Música Nova», organizada neste ano por José
Pinheiro Nobre, que a regia, exibiu-se na ocasião (Rangel de Quadros,
Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 197) – J.
1856-09-02 — Foi inaugurado em Aveiro o telégrafo eléctrico,
sendo nessa época independentes os serviços postal e telegráfico
(Arquivo, XXXII, pg. 26) – J.
1856-09-22 — O bispo do Porto, D. António Bernardo da Fonseca
Moniz, declarou desistir da jurisdição que até então exercia no
território da restinga da areia que, pelo decreto do Governo de Sue
Majestade de 24 de Outubro de 1855, passara para as freguesias da
Diocese de Aveiro; estava incluída a costa de São Jacinto, que foi
transferida para a freguesia da Vera-Cruz (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 187; João Frederico Teixeira de Pinho,
Memórias e Datas para a História da Vila de Ovar, 1959, pgs. 210-211) –
J.
1856-10-06 — Terminou em Aveiro, reaparecendo no Porto, A
Imprensa, jornal que principiara em Julho de 1856 e que defendia a
política do governador civil Antero Albano da Silveira Pinto (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, fl. 108) – J.
1856-11-09 — Foram eleitos deputados pelo círculo de Aveiro
José Estêvão Coelho de Magalhães, António Luís de Seabra, mais tarde
visconde de Seabra, e Francisco António de Resende (Arquivo, III, pg.
315) – A.
1857-01-02 — Por carta de El-Rei D. Pedro V, a Santa Casa da
Misericórdia de Aveiro foi autorizada a distratar fundos capitalizados,
para pagamentos de avultadas dívidas (Marques Gomes, Memórias de Aveiro,
pg. 133) – A.
1857-01-23 — Nasceu na freguesia da Vera-Cruz o Conselheiro
Dr. António Emílio de Almeida Azevedo, distinto advogado, magistrado e
jurista dotado de integridade de carácter, que viria a ter residência no
lugar da Costa do Valado, da freguesia da Oliveirinha do Vouga (Arquivo
Distrital de Aveiro, Livro dos Baptismos respectivo) – J.
1857-01-29 — Faleceu o ilustre aveirense Dr. José Luís Rangel
de Quadros, cavaleiro fidalgo, bacharel em Cânones e desembargador da
Relação de Lisboa, que foi jurista e magistrado muito distinto (Arquivo,
X. pg. 205) – A.
1857-03-17 — Faleceu em Aveiro o médico Luís Cipriano Coelho
de Magalhães. Filho de Manuel Coelho de Magalhães, da Feira, e de D.
Maria Angélica Ferreira de Abreu, de Eixo, nasceu nesta vila e foi o
primogénito dos irmãos e, depois, tendo casado em Aveiro com D. Clara
Miquelina de Azevedo, foi pai do insigne aveirense José Estêvão Coelho
de Magalhães (Arquivo, XXVIII, pg. 243) – J.
1857-03-27 — Na Travessa do Loureiro – hoje Rua de Luís
Cipriano – na freguesia da Glória, faleceu o distinto médico, natural de
Eixo, Dr. Luís Cipriano Coelho de Magalhães, filho de Manuel Coelho de
Magalhães e de sua esposa D. Maria Angélica Ferreira de Abreu, a quem
chamavam o «médico dos pobres» pela caridade com que os tratava (Arquivo
Distrital de Aveiro, Livro de Óbitos de São Miguel e da Glória, n.º 25,
fl. 220, primeiro assento, incompleto, com nota à margem «enterro»,
parecendo indicar o funeral no dia 28, como de facto se realizou; E.
Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, Vol. IV, pgs. 743-744;
Campeão do Vouga, 2-4-1857; lápide funerária no jazigo de José Estêvão,
no Cemitério Central de Aveiro; um erro evidente encontra-se no apêndice
de «Discursos Parlamentares» de José Estêvão, pg. 377, onde se dá para a
morte a data de 27-4-1857) – J.
1857-05-10 — A convite de José Estêvão Coelho de Magalhães,
reuniram-se nos Paços do Concelho os proprietários das marinhas de sal
que solicitaram ao Governo os auxílios necessários para o melhoramento
da barra, então quase obstruída. Foi então concedido para as obras um
subsídio anual de 15.000.000 réis (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg.
116, e Exposição Districtal de Aveiro em 1882, pg. 7) – A.
1857-06-19 — O Dr. Manuel Celestino Emídio, administrador do
Concelho de Aveiro, em reunião da Junta de Paróquia da Glória,
transmitiu as ordens peremptórias do governador civil, Dr. Antero Albano
da Silveira Pinto, a fim de ser tomada a decisão imediata para se
removerem os entulhos da igreja do Espírito Santo, há anos demolida, e
se trasladarem as ossadas dos cadáveres que haviam sido aí sepultados.
O referido Dr. Manuel Celestino Emídio (1820 – Lisboa, 1898), natural de
Ílhavo, foi advogado em Aveiro, vereador do município aveirense e
administrador do Concelho; ingressando depois na magistratura, foi o
juiz que, 1869, no tribunal de Tábua, condenou o conhecido João Brandão
(Arquivo, XXXV, pg. 132) – J.
1857-06-20 — Os habitantes da cidade de Aveiro pediram a
El-Rei D. Pedro V as providências necessárias para que Alexandre
Herculano pudesse continuar os seus trabalhos históricos (O Campeão do
Vouga, 16-7-1857; Arquivo, X. pgs. 127-131) – A.
1857-06-22 — Foi passada carta de professor de Francês e de
Inglês no Liceu de Aveiro a José Correia de Freitas Silva de Carvalho
(Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro V, livro 10, fl. 143) – A.
1857-07-01 — Foi passada uma carta à Misericórdia de Aveiro
para distractar fundos (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro V, livro
12, fl. 12) – A.
1857-07-13 — Deu-se início à construção da capela do
Santíssimo Sacramento, na igreja matriz de Eixo, «debaixo da protecção
do Ilustríssimo Senhor Sebastião de Carvalho Lima, nosso honrado
patrício e amigo»; ficando concluída em Agosto de 1859, foi benzida em
24 de Setembro seguinte (Cartório Paroquial de Eixo, Livro do Tombo,
fls. 55-55v) – J.
1857-08-05 — O vigário-geral Padre Dr. José Joaquim Coelho de
Sequeira reorganizou o curso de Ciências Eclesiásticas da primitiva
Diocese de Aveiro; nesta data, comunicou oficialmente que as respectivas
aulas se reiniciariam no princípio do próximo mês de Outubro, servindo
de Seminário o edifício do Paço Episcopal (Cartório Paroquial de Eixo,
Livro das Pastorais, fls. 83-84v; João Gonçalves Gaspar, A Diocese de
Aveiro – Subsídios para a sua História, pgs. 175-176) – J.
1857-08-09 — Nasceu o ilustre aveirense Dr. Bernardo Faria de
Magalhães, filho do Dr. Bento Xavier de Magalhães, que, no exercício das
suas funções públicas, prestou importantes serviços; era uma «alma de
eleição» e um «carácter diamantino» (Campeão das Províncias, 9 e
16-8-1905) – A.
1857-08-16 — João da Silva Pinto adquiriu, pela elevada
quantia de 185.595 réis, o antigo Teatro de S. João Baptista, instalado
na velha fábrica do Cojo, onde, dois dias depois, se representou a
comédia «Os Espinhos do Amor», da autoria de Francisco António de
Resende Júnior (Campeão das Províncias, 17-8-1901; Correio do Vouga,
12-8-1950) – J.
1857-08-29 — Iniciou as funções de governador civil de
Aveiro, que desempenhou até 14 de Novembro de 1859, Nicolau Anastácio de
Bettencourt, natural da cidade do Funchal; naquela qualidade promoveu a
criação da Associação Comercial de Aveiro e da Caixa Económica de Aveiro
(Arquivo, XIV, pg. 102) – J.
1857-09-12 — Em sinal de gratidão pelos relevantes serviços
prestados a Aveiro, a Câmara Municipal cedeu gratuitamente a José
Estêvão Coelho de Magalhães o terreno necessário para a edificação do
seu jazigo no cemitério público (Campeão das Províncias, n.º 59,
14-9-1901) – A.
1857-10-04 — Prevenindo o alastramento da epidemia da febre
amarela, que grassava em Lisboa, foi escolhido o Convento Franciscano de
Santo António para nele se instalar um hospital de emergência (Campeão
das Províncias, n.º 65, 28-9-1901) – A.
1857-11-17 — Faleceu em Lisboa o sacerdote franciscano e
insigne aveirense, Frei Joaquim Manuel de Carvalho e Vale, escritor e
jornalista, beneficiado da Sé de Lisboa (Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, II, fls. 4-10) – J.
1857-12-14 — José Estêvão Coelho de Magalhães proferiu na
Câmara dos Deputados o seu notabilíssimo discurso sobre a questão da «Charles
et Georges» (José Estêvão, Discursos Parlamentares, pgs. 220-238) – A.
1857-12-16 — Nasceu na freguesia da Oliveirinha do Vouga o
Padre Manuel Rodrigues Vieira que, radicando-se em Aveiro, seria
jornalista e professor do Liceu local; viria a redigir uma interessante
memória sobre «Pessoas e cousas velhas, ou doutro tempo», além de outras
«lembranças» e «migalhas» da história de Aveiro (Arquivo, II, III, IV,
V. A data do nascimento encontra-se gravada na sua campa, no cemitério
central de Aveiro; Arquivo Distrital de Aveiro, Livro de Baptismos da
freguesia de Oliveirinha, de 1857) – J.
1857-12-16 — Por uma portaria desta data, foi transferido da
Guarda para Aveiro o General Silvério Augusto Pereira da Silva, um dos
mais distintos engenheiros portugueses, que, como director das Obras
Públicas, aqui trabalhou durante trinta anos, realizando uma obra
notabilíssima (Marques Gomes, Monumentos – Retratos – Paysagens, col.
121) – A.
1858-02-10 — A Câmara Municipal determinou, de acordo com a
Junta da Paróquia da Glória, que a igreja do Espírito Santo, sita no
actual Largo das Cinco Bicas, fosse acabada de demolir – o que se
efectuou daí a pouco. Os materiais serviram na construção da torre da
igreja paroquial de Nossa Senhora da Glória (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I. fls. 197-198) – J.
1858-02-25 — Nicolau Anastácio de Bettencourt, governador
civil do Distrito desde 29 de Agosto de 1857 até 14 de Novembro de 1859,
presidiu a uma reunião de aveirenses, por ele convocada, em que se
decidiu fundar a «Caixa Económica de Aveiro», cuja escritura pública foi
lavrada em 5 de Abril deste ano (Marques Gomes, Monumentos – Retratos –
Paysagens, cols. 113 e 115-116) – J.
1858-03-23 — Foi passada carta de professor vitalício do
Liceu de Aveiro, das 3ª e 4ª cadeiras, ao Bacharel Clemente Pereira Gama
de Carvalho (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro V, livro 13, fl.
110v) – A.
1858-03-30 — Realizou-se pela primeira vez, junto da Fonte
dos Amores, a «Feira dos Trinta» que, instituída uns meses antes, se
vinha fazenda na largo dos Santos Mártires (A Imprensa, n.º 174, de
6-4-1858; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos, Manuscrito,
fls. 134 e 138) – J.
1858-04-05 — Foi lavrada a escritura pública para a fundação
da «Caixa Económica de Aveiro», já decidida em reunião de aveirenses,
realizada em 25 de Fevereiro passado (Marques Gomes, Monumentos –
retratos – Paysagens, col. 116) – J.
1858-04-26 — Por se ter arruinado o cais, em consequência da
pouca solidez das obras mandadas fazer pela Rainha D. Maria I, o Governo
ordenou a sua reconstrução, que principiou neste dia (Marques Gomes,
Memorias de Aveiro, pg. 112) – A.
1858-05-01 — O escritor aveirense Augusto Soromenho, enviado
por Alexandre Herculano e na qualidade de comissário da Academia Real
das Ciências de Lisboa, passou recibo, no Mosteiro de Arouca, dos
preciosos documentos que dali levou para a capital – nada menos de 664
pergaminhos dos anos 883 a 1279 (Arquivo, IV, pg. 123) – A.
1858-05-10 — Foram aprovados os estatutos da «Caixa Económica
de Aveiro», fundada por iniciativa do governador civil Nicolau Anastácio
Bettencourt (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 114) – A.
1858-05-20 — Comemorando o casamento de El-Rei D. Pedro V, a
Caixa Económica de Aveiro, instituição benemérita, iniciou neste dia as
suas operações; os seus estatutos, reduzidos a escritura pública, haviam
sido confirmados por decreto de 10 de Maio corrente (Marques Gomes,
Memorias de Aveiro, pg. 86) – A.
1858-06-07 — José Estêvão Coelho de Magalhães casou no Porto,
na capela privativa do Paço Episcopal, com D. Rita de Moura Miranda,
filha do médico Dr. Custódio Luís de Miranda e de Margarida Miranda de
Moura. Presidiu à cerimónia o prelado daquela Diocese, D. António da
Fonseca Mariz, e testemunharam, por parte de José Estêvão, o barão de
Palme e Manuel José Mendes Leite (Marques Gomes, Monumentos – Retratos –
Paysagens, col. 142v; Arquivo, XXVIII, pg. 244) – A.
1858-06-21 — José Estêvão Coelho de Magalhães publicou uma
carta notável, agradecendo aos leitores do círculo de Aveiro a sua
escolha para deputado (Campeão das Províncias, 22-6-1901) – A.
1858-06-30 — O distinto engenheiro Silvério Augusto Pereira
da Silva foi, por uma portaria desta data, incumbido da direcção das
obras da barra de Aveiro (Rocha e Cunha, O Porto de Aveiro, pg. 20;
Marques Gomes, em Exposição Districtal de Aveiro em 1882, pg. 7) – A.
1858-07-06 — Para auxiliar a Santa Casa da Misericórdia,
então em precárias circunstâncias, a baronesa de Almeidinha, D. Maria
Benedita de Sousa Quevedo Pizarro, promoveu um grande baile, por
subscrição, no paço do Terreiro (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg.
133) – A.
1858-09-09 — Um decreto governamental criou a Junta
Administrativa e Fiscal das Obras da Barra de Aveiro, cuja acção viria a
ser interrompida em 12 de Agosto de 1886 – data em que as suas
atribuições passaram para a Circunscrição Hidráulica de Coimbra, então
instituída (Arquivo, XXXIIII, pg. 120) – J.
1858-10-11 — Sentiu-se na cidade um violento abalo de terra,
que causou sérias apreensões (Campeão das Províncias, n.º 67,
12-10-1901) – A.
1858-11-25 — Nesta data, por decreto de El-Rei D. Pedro V,
foram aprovados os primeiros estatutos da Associação Comercial de Aveiro
(Arquivo, XIV, pgs. 99 e ss.; Estatutos, art.º 1, edição de 1939) – J.
1859-06-16 — Numa carta desta data, dirigida a alguém de
Castelões, informava-se que o vigário-geral da Diocese de Aveiro, Padre
Dr. Joaquim José Coelho de Sequeira, fora alvo de apedrejamento, numa
das últimas noites, não consentindo que se tomasse auto; «as pedras
foram tacadas de maneira que fizeram grande mossa na cal da parede por
cima da cabeceira da cama (João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro –
Subsídios para a sua História, pg. 176) – J.
1859-06-20 — O governador civil do Distrito, Nicolau
Anastácio de Bettencourt, por alvará desta data, aprovou o plano de
divisão dos trabalhos da secretaria do Governo Civil de Aveiro,
organizado pelo secretário-geral José Ferreira da Cunha e Sousa (cf.
José Ferreira da Cunha e Sousa, Plano-Divisão dos Trabalhos da
Secretaria do Governo Civil de Aveiro) – A.
1859-06-21 — Foi passada carta de pároco da freguesia da
Vera-Cruz ao Padre João José Marques e Silva de Oliveira Valente (Torre
do Tombo, Chancelaria de D. Pedro V, livro 15, fl. 202) – A.
1859-09-13 — Em Lisboa, numa casa situada na rua de «O
Século», nasceu o Conselheiro Dr. Luís Cipriano Coelho de Magalhães,
filho primogénito de José Estêvão, que muito se viria a interessar pelo
progresso de Aveiro (Arquivo, XXVIII, pg. 245; Lápide colocada em 1959
no referido edifício) – J.
1859-09-24 — O pároco de Eixo, Padre Francisco dos Santos
Brandão, autorizado pelo vigário-geral da Diocese de Aveiro, procedeu à
bênção litúrgica da capela do Santíssimo Sacramento, na igreja matriz,
cuja construção fora iniciada em 13 de Julho de 1857 (Cartório Paroquial
de Eixo, Livro do Tombo, fls. 55-55v) – J.
1859-10-15 — Nasceu nesta cidade o insigne pensador e
consagrado escritor Dr. Jaime de Magalhães Lima (Rangel de Quadros,
Aveirenses Notáveis, I, Manuscrito, fl. 127; E. Pereira e G. Rodrigues,
Portugal-Diccionario IV, pgs. 752-753) – A.
1859-11-12 — O antigo jornal aveirense Campeão do Vouga,
fundado em 14 de Fevereiro de 1852, começou a publicar-se com o nome de
Campeão das Províncias (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, VIII, fls. 100-101) – A.
1859-12-30 — O Engenheiro Silvério Augusto Pereira da Silva,
profissional muito distinto, apresentou um importante relatório sobre as
obras da barra (Arquivo, I, pgs. 233-234) – A. |