1480-08-03 — Faleceu em Abrantes a Madre D. Beatriz Leitão –
ou D. Brites Leitoa – fundadora e primeira prioresa do Mosteiro de
Jesus, de Aveiro. Sepultada no convento daquela vila, os seus restos
mortais foram trasladados, a pedido da Princesa Santa Joana, para o
Mosteiro de Jesus, ficando na sala do capítulo a partir de 26 de
Setembro de 1482 (Crónica, pg. 67) – A.
1480-12-07 — Foi passada ao Mosteiro de Jesus, de Aveiro, uma
carta que isentava as suas freiras de pagarem sisa, dízima e portagem
das bestas, madeiras e outras coisas que comprassem (Torre do Tombo,
Estremadura, livro 3, fls. 119-119v; Chancelaria de D. Afonso V, livro
26, fl. 67v. Confirmação de D. João III: Lisboa, 27-8-1529 – Torre do
Tombo, Chancelaria de D. João III, livro 52, fls. 208-208v) – A.
1481-04-10 — Como se conclui por uma escritura lavrada por
Pedro Afonso, a Princesa Santa Joana liquidou a dívida contraída com
Aires Gomes, pagando totalmente a casa e a pomar que El-Rei D. Afonso V
tomara em 1472 para aí instalar a sua filha, quando esta deu entrada no
Mosteiro de Jesus (João Gonçalves Gaspar, A Princesa Santa Joana e a sua
Época, pg. 197) – J.
1481-08-11 — Hoje, «sábado, véspera de Santa Clara», nasceu
em Abrantes o Senhor D. Jorge, filho bastardo do Príncipe D. João –
depois D. João II – e de D. Ana de Mendonça, o qual, após três meses,
foi confiado ao carinho da tia, a Princesa Santa Joana; do seu
matrimónio com D. Beatriz de Vilhena descenderam os duques de Aveiro
(Memorial, pg. 135; Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos
Históricos, II fl. 167, e Joaquim Veríssimo Serrão, em História de
Portugal, II, pg. 333, indicam respectivamente a data de 12 e de 22 do
mesmo mês e ano) – J.
1481-08-28 — Soror Margarida Pinheira – a presumível autora
da «Crónica da Fundação do Mosteiro de Jesus» – professou no Mosteiro de
Jesus, onde tomara o hábito dominicano em 1467 (Crónica, pg. 194) – J.
1481-11-25 — Nesta data e neste ano – pelo que se supõe – a
Princesa Santa Joana, recolhida no Mosteiro de Jesus, de Aveiro, «em dia
de Santa Catarina, virgem e mártir», fez o voto «de pura e inteira
castidade» (Memorial, pg. 137) – J.
1482-01-18 — Foram aprovados em Évora capítulos especiais de
Cortes da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Estremadura, livro 3, fls.
275v-277) – A.
1482-05-03 — Foi eleita e confirmada em prioresa do Mosteiro
de Jesus a Madre D. Maria de Ataíde, filha da fundadora e mui santa
Madre D. Beatriz Leitão (Crónica, pg. 194) – A.
1482-09-26 — Foi sepultada na casa do capítulo do Mosteiro de
Jesus a Madre D. Brites Leitão, sua fundadora e primeira prioresa, que
antes o governara com o título de vigária; faleceu em Abrantes, no dia 3
de Agosto de 1480 (Crónica, pg. 73) – A.
1483-04-28 — A Princesa D. Joana, vivendo no Mosteiro de
Jesus de Aveiro, escreveu uma carta rogando aos vereadores de Coimbra
que tornassem a João Fernandes, carpinteiro, o ofício de assinador das
medidas, que lhe haviam tirado, para em sua velhice ter galardão do
muito tempo que servira (Câmara Municipal de Coimbra, Indices e
summarios, 2.ª parte, fasc. I, pg. 37; Biblioteca Municipal de Coimbra,
Cartas Régias, n.º 78) – A.
1483-07-28 — A Princesa Santa Joana aceitou o senhorio de
Britiande, Várzea da Serra, Mezio e Campo Benfeito, cuja convenção
El-Rei D. João II viria a confirmar em 29 de Outubro de 1484 (Torre do
Tombo, Místicos, livro IV, fls. 19v-20v) – J.
1483-10-29 — Foi confirmado um instrumento pelo qual os
moradores das honras de Bretiande, Várzea da Serra, Mezio e Campo
Benfeito tomaram por senhora a Princesa Santa Joana (Torre do Tombo,
Místicos, livro 4, fl. 19v-20v. Cf. referência de João Gonçalves Gaspar,
em A Princesa Santa Joana e a sua Época, pg. 223, onde se afirma ser
mais plausível o ano de 1483) – A.
1483-11-08 — Numa carta de emprazamento desta data, lavrada
em Coimbra, figura como vereador um certo Fernão de Aveiro (Câmara
Municipal de Coimbra, Indice Chronologico, 1.ª parte, 2.ª edição, pg.
32) – A.
1484-02-03 — El-Rei D. João II, de passagem por Aveiro,
confirmou a carta de D. Afonso V, de 29 de Outubro de 1456, pela qual os
religiosos do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia foram
isentos do pagamento de sisa, dízima ou portagem de bestas, madeiras e
outras coisas (Torre do Tombo, Estremadura, livro 3, fls. 214-214v) –
J.
1484-02-03 — Neste dia, El-Rei D. João II confirmou a doação
de duas propriedades – a quinta de Canelas e a marinha do Puxadouro –
feita ao Convento de Nossa Senhora da Misericórdia, em escritura de 20
de Agosto de 1477, pelo fidalgo e guerreiro João de Albuquerque,
propriedades de que os religiosos dominicanos haviam tomado posse em 8
de Dezembro daquele ano (Arquivo, IV, pg. 108) – A.
1484-02-03 — Neste dia El-Rei D. João II confirmou a carta de
El-Rei D. Afonso V, de 2 de Agosto de 1472, também de interesse para o
Convento de Nossa Senhora da Misericórdia (Torre do Tombo, Estremadura,
livro 6, fls. 280-280v) – A.
1484-10-23 — João de Freitas, que fora escudeiro da Princesa
Santa Joana, fez o seu testamento, incluindo nas últimas vontades um
legado de vinte missas anuais, em favor do Mosteiro de Jesus; para
satisfação do encargo, deixou-lhe as fazendas que possuía em Aveiro
(Arquivo da Universidade de Coimbra, Livro do Index Geral do Cartório e
da Fazenda, Tomo 33, fl. 468, n.º 24) – J.
1484-11-23 — Faleceu no Mosteiro de Jesus, de Aveiro, a Madre
Leonor de Meneses, que fora prioresa da comunidade; era filha do
denodado e heróico conde de Viana da Foz do Lima, D. Duarte de Meneses,
amiga e confidente da Princesa Santa Joana (Crónica, pgs. 69 e 242) – J.
1484-12-23 — A cidade do Porto deliberou tomar diversas
medidas para evitar o contágio da peste que grassava em Aveiro e
Barcelos (Gabinete de História da Cidade do Porto, Livro 4.º de
Vereações, fls. 246-247) – J.
1485-01-14 — Em carta com assinatura autógrafa, a Princesa
Santa Joana agradeceu aos vereadores de Coimbra a boa vontade que tinham
ao seu serviço e ofereceu-lhes a sua para com a cidade na vila de
Montemor-o-Velho, para onde El-Rei seu irmão a mandara ir (Indices e
summarios, etc., 2ª parte, fasc. I, pg. 37) – A.
1485-07-29 — Foi passada carta à Senhora Infanta Dona Joana
de toda a artelharia (sic), biscoitos, armazém e outras coisas que o
Infante D. Fernando houve emprestadas do Rei D. Afonso V (Torre do
Tombo, Místicos, livro 2, fls. 121-121v) – A.
1485-08-19 — El-Rei D. João II, por carta passada em
Alcobaça, fez mercê a sua irmã, a Princesa Santa Joana, da vila de
Aveiro, «com seus termos e com todas as rendas e direitos reais da dita
vila e da dízima nova e velha do pescado dela»; o monarca, no mesmo
documento, doou à irmã a vila de Mortágua e os lugares de Eixo, Requeixo,
Paus e Óis e a quinta de Vilarinho e de Belazaima, com todos os seus
reguengos, foros, rendas e tributos (Torre do Tombo, Místicos, livro 2,
120v) – J.
1486-02-13 — Fernão Veiga fez o seu testamento e nele legou
aos pescadores da Confraria de Santa Maria de Sá a casa onde veio a
funcionar o hospital da antiquíssima corporação aveirense (Cartório da
Paróquia da Vera-Cruz, Tombo da Confraria de Santa Maria de Sá, fl. 11v;
Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 92-93) – A.
1486-11-24 — El-Rei D. João II, por carta desta data, fez
saber «que Nós filhamos ora por nosso escudeiro e em nossa especial
guarda e encomenda João de Aveiro» (Torre do Tombo, Chancelaria de D.
João II, livro 8, fl. 109; António Cristo, Alguns problemas sobre João
Afonso de Aveiro, pgs. 51-52 e 55) – J.
1487-02-14 — El-Rei D. João II confirmou no lugar de escrivão
do Almoxarifado de Aveiro um certo João de Aveiro, tal como era até
então por carta de D. Afonso V (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João
II, livro 19, fl. 5) – J.
1487-04-06 — Foi passada carta de uma tença de 30.000 reais
brancos, desde 1 de Janeiro de 1487 em diante, ao Mosteiro de Jesus de
Aveiro (Santarém, 6-4-1487; confirmação de D. Manuel I, Évora, 6-4-1497,
e de D. João III, Coimbra, 7-11-1527. Torre do Tombo, Chancelaria de D.
João II, livro 72, fls. 109v-ll0) – A.
1487-10-04 — A Princesa Santa Joana escreveu uma carta aos
juízes, vereadores, procurador e homens bons do Porto, pedindo-lhes que
levantassem o embargo ao navio «Cadramoz», carregado de trigo, para
poder regressar a Aveiro, pois arribara à foz do Douro apenas por causa
do mau tempo (Gabinete de História da Cidade do Porto, Livro Antigo de
Cartas e Provisões de D. Afonso V e D. João II, fl. 94) – J.
1487-11-02 — É desta data o primeiro documento transcrito no
«Tombo de Santa Maria de Sá», que pertenceu à respectiva confraria
aveirense de pescadores e mareantes (Arquivo da Paróquia da Vera-Cruz,
livro referido, fl. 10) – J.
1487-11-08 — El-Rei D. João II enviou ao ilustre dominicano
Dr. Frei Pedro Dias, seu pregador e conselheiro, urna carta muito
honrosa. O insigne aveirense, grande diplomata, desempenhou com brilho
diversas missões importantes, entre elas a de embaixador à Corte de
Espanha, onde foi negociar o casamento do Príncipe D. Afonso com a
Infanta D. Isabel, filha dos «Reis Católicos» (Frei Luís de Sousa,
História de S. Domingos, Parte II, Livro II, Cap. VII) – A.
1487-12-10 — A prioresa do Mosteiro de Jesus comprou, por
1.300 reais brancos, a Jorge Afonso Oleiro, um chão que este possuía
junto da cerca conventual (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, IV, fl. 243) – J.
1488-04-24 — Por um alvará deste dia, El-Rei D. João II
permitiu que os pescadores aveirenses pudessem continuar a vender à
dúzia o peixe que pescassem, como lhes fora concedido por D. João I
(Colectânea, I, pg. 238) – A.
1488-08-18 — A Princesa Santa Joana comprou a Álvaro
Fernandes e a Inês Lopes, sua mulher, por 12.400 reais brancos, um
pedaço de chão que possuíam dentro da cerca do Mosteiro de Jesus, outro
fora da cerca – onde havia um poço – alguns adobes, vinte carros de
pedra e um bloco de mármore (Arquivo da Universidade de Coimbra,
Pergaminhos, n.º 121; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de
Jesus de Aveiro, I, pg. 102) – J.
1488-11-18 — A Princesa Santa Joana doou ao seu fiel
escudeiro e antigo mestre-sala Jorge da Silva um pedaço de terreno e
água no vale do Borraçal, entre Valado, Moita e Eixo, que depois se
chamou prazo de Granja e Quinta da Oliveirinha, então no termo da vila
de Eixo (Colectânea, I, pg. 239) – A.
1489-04-05 — O milanês Pedro Mártir de Anguiera escreveu uma
carta curiosíssima ao egrégio aveirense Mestre Aires Barbosa, sobre a
doença de que este se queixara. A carta está datada de 1489, mas o Prof.
Doutor Alberto da Rocha Brito dizia haver nisto erro, supondo-a de 1498
(Arquivo, XII, pgs. 281 e ss.) – A.
1489-08-04 — A Princesa Santa Joana comprou a Álvaro
Fernandes e a Inês Lopes, sua mulher, um chão com nora de tirar água
para a cerca do Mosteiro de Jesus e outro chão e rua, que dava para a
nora, ao longo da dita cerca (Arquivo da Universidade de Coimbra,
Pergaminhos, no Livro do Index Geral do Cartório e da Fazenda, n.º 113)
– J.
1489-12-09 — No Mosteiro de Jesus, em Aveiro, adoeceu
gravemente a Princesa Santa Joana. «Sua doença foi grande febre e
desconcerto de todos os humores, em maneira que assim foi a dita Senhora
toda trespassada e revolta deles que todos se lhe voltaram em câmeras e
vómitos» (Memorial, pg. 145) – A. |