BOLETIM   CULTURAL   E   RECREATIVO   DO   S.E.U.C.  -   J.  ESTÊVÃO


PÁGINA 1
Editorial
Henrique J. C. Oliveira
PÁGINA 2
Repensar as
medidas pedagógicas

João Paulo C. Dias
PÁGINA 3
Jornais Escolares
Henrique J. C. Oliveira
PÁGINA 4
Contos populares
portugueses

Dá-me o meu meio tostão
PÁGINA 5
Dia da Poesia com
Rui Grave

HJCO e Paula Tribuzi
PÁGINA 6
Divulgação
HJCO e J. Paulo C. Dias
PÁGINA 7
Computadores e Prof2000
HJCO
PÁGINA 8
25 de Abril de 1974 - Uma leitura possível
Alcino Cartaxo
PÁGINA 9
De alienação em alienação
Isabel Bernardino
PÁGINA 10
O destino - Já traçado?
Sérgio Loureiro
PÁGINA 11
Dia da África
Alunos PALOP
PÁGINA 12
Escrita da Casa e Humor
Diversos
PÁGINA 13
Hora do Recreio
HJCO
PÁGINA 14
Fac-símile da versão impressa
 


COMPUTADORES
 E PROF2000

MALUQUINHOS DOS COMPUTADORES

Há nas nossas escolas uma categoria de professores vista frequentemente pelos restantes como fugindo à normalidade. Há até alguns que os consideram «os maluquinhos dos computadores». Outros não vão tão longe. Limitam-se a considerá-los como os carolas, os apanhados pelas máquinas. Os rótulos são muitos, como muitos são aqueles que pensam desta maneira e ainda vêem a máquina com que agora estamos a bater este texto como um bicharoco esquisito, terrível, caprichoso e complicado.

Contamo-nos nessa categoria um tanto esquisita de professores, que gostam de lidar com computadores. 

Desde há muitos anos que nos deixámos apanhar por estes bicharocos electrónicos, com chips e outros componentes de nomes exóticos, cuja capacidade tem vindo a aumentar a passos de gigante e de maneira difícil de acompanhar, porque exigem muitos cifrões; e estes não abundam nos bolsos dos professores. Pelo menos nos deste País à beira-mar plantado.

Entendemo-nos perfeitamente com estas maquinetas revolucionárias. Tirando alguns raros imprevistos em que nos dão cabo da paciência, têm vindo a prestar-nos bons serviços, ajudando-nos nas tarefas profissionais.







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Felizmente que aquela espécie entre a qual nos contamos tem vindo a aumentar. O contágio destes bicharocos, carregados de energia e de dígitos, vai contaminando cada vez mais professores. O universo daqueles maluquinhos dos computadores tem vindo a aumentar e, curiosamente, até alguns daqueles que nos rotulavam dessa maneira estão a passar para o nosso lado. Lentamente, começam a descobrir as vantagens das máquinas e a descobrir que os maluquinhos eram eles por não estarem a acompanhar a evolução tecnológica e a desperdiçar as potencialidades conferidas pelos tais bichinhos informáticos.

Neste momento, felizmente, os maluquinhos dos computadores têm proliferado a olhos vistos pelas escolas do País. Já não estamos tão sozinhos como aqui há uns dez anos atrás. Mesmo sem os créditos horários, mesmo sem a redução de horas que as entidades educativas retiraram aos que estavam ligados à liderança do Prof2000, os tais maluquinhos, os tais carolas, têm continuado interessados em fazer com que as novas tecnologias possam ter uma aplicação cada vez maior no ensino.

Mas a que vem toda esta ladainha que aqui estamos a passar para o papel, graças à ajuda de um dos tais bichinhos informáticos?

No início do corrente ano lectivo, vimo-nos bruscamente atirados para o cargo de líder do Prof2000, na escola onde vimos exercendo a profissão docente.

Temos de confessar que, ao princípio, não foi sem algum receio que encarámos este novo «tacho», que muitos recusaram por falta de capacidade volumétrica. Remar a favor da maré, ainda vá que não vá! O barco manobra-se facilmente, com reduzido esforço, quando corrente e marés ajudam. A progressão faz-se a olhos vistos e vê-se o esforço compensado. Agora, enfiarmo-nos num bote e começarmos a remar contra ventos e marés... Isto é tarefa árdua e insana, que não interessa a ninguém. É uma verdadeira maluqueira, merecendo mesmo que nos considerem na dita categoria.

Embarcámos. Começámos a remar. Acabámos por engrossar a lista dos carolas envolvidos no Prof2000. E, sinceramente, ainda não nos arrependemos! É certo que as marés e as correntes nem sempre ajudam, mas cá vamos continuando a remar. Se calhar, nem o deveríamos fazer, com uma entidade patronal que muitas vezes se borrifa para os esforços dos professores. Mas cá vamos remando.

Graças às incumbências deste «alto cargo» em que nos vimos envolvidos, foram-se os momentos de ociosidade em que nos sentávamos à mesa do café a pensar e a rabiscar histórias. Foram-se os momentos, à noite, a ver aqueles raros filmes com alguma qualidade, com que a televisão nacional por vezes nos brinda.

Mas, pesem embora estes aspectos menos positivos, o «alto» cargo, que nos carregou com tarefas suplementares, que nos fez passar mais horas na escola do que aquelas que devíamos, teve os seus aspectos positivos. Deu-nos a oportunidade de colocar, à disposição de colegas e comunidade, muito material elaborado por nós e por outros ao longo dos últimos anos. Deu-nos a possibilidade de criar uma página com algum interesse para a comunidade, que apenas carece de um maior número de colaboradores para o seu enriquecimento.

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