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POETA DA “PEDRA FILOSOFAL” MORREU ANTÓNIO GEDEÃO
 

O poeta, escritor e pedagogo Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, mais conhecido pelo pseudónimo literário António Gedeão, morreu quarta-feira à noite na Unidade de Cuidados Intensivos, Cirurgia Vascular, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com 90 anos de idade.

Internado no passado dia 11 para uma cirurgia abdominal, o seu estado de saúde complicou-se após a intervenção cirúrgica, devido a uma insuficiência renal, tendo entrado em coma, vindo a morrer cerca das 21h20.

Natural de Lisboa, António Gedeão licenciou-se em Físico-Químicas pela Universidade do Porto e foi professor da Escola Secundária de José Falcão, em Coimbra, no início da década de 50, onde leccionou a disciplina de Física.

Segundo Jorge de Carvalho, presidente do Conselho Directivo da Escola, António Gedeão foi «um dos principais dinamizadores do ensino experimental em Portugal», tendo deixado, na sua passagem por este estabelecimento de ensino, «um rasto de simpatia e de amizade para com todos».

Tendo conseguido aliar a ciência à simplicidade da criança e tornar acessível, a todos, as leis e experiências compiladas na sua vida de investigação científica, a sua actividade pedagógica estendeu-se à dinamização do Laboratório de Física do Liceu Pedro Nunes, de que foi director, tendo concebido modelos e aparelhos hoje dignos de um Museu da Ciência.

Colaborou na reforma do ensino que criou o ciclo preparatório, foi autor de manuais de Ciências da Natureza, da Física e da Química e, no âmbito da pedagogia publicou diversos estudos, entre os quais se destaca a «História do Ensino em Portugal», editado em 1986 pela Fundação Gulbenkian.

Membro proposto da Academia de Ciências, foi autor, no campo da história da ciência e cultura, de obras como «A experiência científica», «A Energia», «O embalsamamento egípcio», «História da Energia Nuclear» ou a «Astronomia em Portugal no século XVIII», entre outras.

António Gedeão preocupou-se com a busca essencial de uma filosofia de vida, assente ainda nas leis da natureza com a exigência do cientista que sempre foi.

Além da famosa «Pedra Filosofal», também «Movimento Perpétuo», «Teatro do Mundo», «Máquina de fogo», «Poema para Galileu», «Linha de força», entre muitos, representam bem a sua trajectória poética, reveladora da experiência humana.

Premiado em 1967 com o «Prémio Bocage de Imprensa», pelo seu trabalho «0 sentimento científico de Bocage», desenvolveu o seu pendor artístico em áreas como a fotografia.

In: “Diário Regional de Aveiro” de 21/2/1997


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