«Nunca pensámos
que resultasse tão bem!», afirmou um grupo de alunas. De acordo com as
impressões recolhidas, o Mercado Medieval recriado ontem, na Escola
Secundária José Estêvão, em Aveiro, por ocasião do Dia da Escola,
surpreendeu agradavelmente professores e alunos. «Percebe-se que
resultou muito bem. Como professora, participei activamente na sua
execução. Quanto aos alunos, inicialmente reticentes quanto a esta
ideia, acabaram por querer aderir e sugerir ideias», afirmou ao Diário
de Aveiro Ana Paula Fonseca, docente de Inglês.
Fruto do trabalho
desenvolvido ao longo do ano lectivo no âmbito da disciplina
Área-Projecto, o pátio interior da escola encheu-se de personagens do
século XV, vestidos a preceito. A maior parte dos fatos que envergavam
foram elaborados pelos alunos, que constitui uma das componentes deste
projecto. Assim, fizeram moldes, cortaram e coseram os tecidos. Para a
execução dos figurinos e personagens, tal como para a construção dos
cenários, a inspiração foi de textos e gravuras de Gil Vicente, além do
recurso a manuais escolares e Internet.
Teresa, Cláudia,
Adriana e Inês, do 8.º e do 9.º ano, protagonizavam uma cigana, uma
camponesa, uma jovem que adivinha e uma boticária que vende «ervinhas,
mezinhas, infusões e limões e ainda lemos a sina», explicam.
Inês, envergando
um vestido à luz das tendências medievais, vende bolos e doces, rodeada
de duas colegas. «Uma das coisas que consideramos mais interessantes é a
forma como se faz a troca de artigos e de moeda. Aqui, ao recriarmos
esse método, estamos a ensinar um pouco do que sabemos sobre os hábitos
antigos» refere.
Aluno do 8.º ano,
Ruben maneja a forja com mestria inata de neto de ferreiro. Por sua vez,
Kate interpreta um saltimbanco malabarista, acrescentando ter treinado
durante um ano inteiro, propositadamente para a Feira. Enquanto isso, e
porque é tudo «a sério», um aluno protagonizava um pedinte aleijado.
Nem os animais
faltaram a este encontro. Ovelhas, cabras e dois equídeos (um burro e um
cavalo) foram para aqui trazidos especialmente para o efeito.
Responsável e
mentora do projecto, desde o seu início, a Professora Benvinda Soares
referiu ser este o resultado de tudo o que se foi preparando, ao longo
de um ano lectivo. «Estamos encantados e emocionados com o resultado.
Para o ano, há mais e vamos para a rua mostrar o nosso trabalho à
cidade», garantiu a professora.
In: “Diário de
Aveiro”, 26 de Maio de 2007, p. 3 |