Ainda
agora, se perguntarmos a idade de uma criança de um ou dois
anos, ela mostra-nos os dedos com o número de anos
correspondentes, em vez de usar o numeral.
E os dedos dos pés também podem servir para contar.
Se
analisarmos por um instante as mil e uma actividades,
importantes ou não, que diariamente iniciamos ou concluímos,
apercebemo-nos de que tudo, ou quase tudo, está associado à
ciência dos números, a cálculos matemáticos.
Por outro lado, todas as coisas úteis que nos rodeiam,
desde a cama em que dormimos até à casa na qual moramos, às
roupas que trazemos vestidas; da escova de dentes à pasta
dentífrica; do automóvel ou autocarro que nos transportam até
à ponte que atravessa a estrada; desde o comboio ao carro eléctrico,
ao avião, ao míssil; todas as coisas, todos os elementos
utilitários da época moderna são fruto dos conhecimentos
científicos e das utilizações tecnológicas descobertas
pela inteligência do homem.
Em última análise, pode dizer-se que todas as nossas
acções são condicionadas pelos números, pelas medidas e
suas relações recíprocas.
A máquina que faz as nossas meias e aquela que, antes
delas, produziu o material com que se fabricam, são o
resultado de cálculos matemáticos precisos.
O mesmo se pode dizer da cadeira ou da mesa, do copo em
que bebemos ou da garrafa que contém um líquido, do
medicamento que nos ajuda a restabelecer a saúde em caso de
qualquer doença.
Em
suma: na vida do
Homem não existe nada que não esteja de qualquer modo
associado, ainda que de forma não evidente, aos números e ao
seu conhecimento.
Quando dizemos dois, cinco, dezasseis, ou cem, não nos
referimos a nada de concreto:
dentro de todos estes números podemos
"meter" aquilo que quisermos, tantas maçãs ou
tantas uvas, automóveis ou comboios, homens ou mulheres.
Neste caso, o número (abstracção matemática)
adquire o significado físico que lhe quisermos dar.
É
assim que certas operações nem sequer são imagináveis.
Por exemplo: quem
poderia pensar em multiplicar quatro deputados por seis ovos e
dividir o resultado por três copos?
No entanto, tais operações pareceram óbvias e
absolutamente normais no caso de considerarmos os números só
por si, isto é, sem qualquer relação com a realidade.
Por
outras palavras: para
o homem é perfeitamente natural a distinção entre a
“verdade abstracta”
contida nos números (e em tudo aquilo que a matemática
representa) e a realidade concreta, dos objectos que nos
circundam, como a de nós próprios.
Mas quando é que o Homem começou a fazer tal
distinção?
Ou melhor: como surgiu na mente do Homem a ideia de
número e como conseguiu descobrir toda a espantosa série,
por vezes simples, outras difíceis e complexas, dos processos
matemáticos?
Procurar as origens da matemática significa ir até
aos primórdios da história humana e voltar a percorrer as
etapas do desenvolvimento da inteligência desse “mamífero
de duas patas” a cuja espécie pertencemos.
Os
povos da Antiguidade utilizaram diferentes símbolos para
representar os números e cada sistema de numeração tinha as
suas regras. Entre eles distinguem-se:
os Chineses
os Egípcios
os Babilónios
os Romanos
os Hindus
os Maias
os Gregos |