Organização
e funcionamento do SEUC |
|
Neste
ano lectivo foi aplicado um inquérito aos
docentes e discentes com o objectivo de uma
avaliação do ensino secundário recorrente na
nossa escola.
Na
análise feita aos resultados obtidos é de ter em
conta que não foi abrangida toda a população de
alunos que consta na pauta, porque:
—
alunos em regime não presencial tem pouca ou nula
assiduidade;
—
alunos não presenciais não frequentam as aulas
de apoio. |
Portanto,
a população discente que respondeu ao inquérito é a
assídua e frequenta este sistema de ensino com o
objectivo de concluir o curso.
No que
respeita aos docentes o número de inquéritos é
significativo, apesar de não se possuir os de todos os
professores.
É
pretensão desta análise detectar na
organização/funcionamento do ensino secundário
recorrente aspectos positivos, que serão mantidos, e os
negativos, para que, dentro da autonomia que a
legislação permite, se possa melhorar este sistema de
ensino.
OS
COORDENADORES PEDAGÓGICOS
No
ensino recorrente existe o cargo de coordenador
pedagógico com um papel que permite uma
orientação/regulação do processo ensino
aprendizagem, que só se torna eficaz quando existe uma
interacção entre docentes e discentes.
Constata-se
que a maioria dos alunos considera o itinerário
individual de formação como um percurso a estabelecer
no início e ao longo do ano.
Nos
contactos que estabelecem com o coordenador há um
número idêntico de respostas de alunos que os fazem e
para os que os não fazem. Os que contactam os
coordenadores consideram que é uma interacção que
permite informações sobre a assiduidade/
aproveitamento, bem como na orientação do processo.
Contudo, os alunos que não comunicam com os
coordenadores alegam impossibilidade devida ao horário
de atendimento não ser compatível com a
disponibilidade; e também há quem considere que não
tem motivo ou necessidade.
Nesta
relação entre alunos e coordenadores, aqueles que
tomaram conhecimento das alterações da legislação
através dos coordenadores, corresponde a um número
pouco significativo.
Os
docentes não contactam regularmente com os
coordenadores e quando o fazem, às vezes, é para
resolver alguns problemas que surgem, essencialmente
relacionados com aspectos burocráticos relativos aos
exames. Alguns referem que nunca sentiram necessidade
dessa relação.
PROCESSO
PEDAGÓGICO-DIDÁCTICO
Os
alunos e docentes consideram que há uma sequência
lógica entre as diferentes unidades de cada disciplina,
mas essa sequência, segundo os alunos, só existe entre
algumas disciplinas, designadamente entre:
História/Geografia/Área Interdisciplinar;
Português/literatura Portuguesa; e Português e
Filosofia. Os docentes referem, na maioria (quase 100%),
que desconhecem essa sequência para as diferentes
disciplinas e que não fazem uma coordenação
interdisciplinar.
O
material de apoio utilizado nas aulas é constituído
pelos guias da Editorial do Ministério, apesar de não
serem adequados a uma boa aprendizagem, opinião
partilhada pelos alunos e professores. Estes utilizam
outros materiais para completar/complementar a
aprendizagem — fichas de trabalho, mapas, manuais do
curso diurno...—, porque os guias não têm uma boa
apresentação gráfica, os conteúdos não estão
actualizados e possuem algumas imprecisões
científicas.
A
planificação das actividades é uma tarefa que a
maioria dos docentes considera importante para que se
promova um ensino com qualidade. No entanto, uma minoria
defende que não tem significado planificar para um
sistema de ensino em que é imprevisível os alunos que
irão estar na aula.
Relativamente
à assiduidade dos alunos, uma percentagem idêntica de
docentes admite que não há e que há. Quanto aos que
defendem uma assiduidade convém esclarecer que se
referem aos alunos que vão regularmente às aulas e
não é considerado o total de alunos que constam na
pauta.
A
opinião dos alunos sobre a eficácia de diferentes
unidades na sala de aula não é unânime. Os que não
têm autonomia, por razões várias no estudo, acham que
afecta o rendimento, porque não há tempo, numa aula,
para que o professor possa dar apoio a todas as
unidades, pelo que não são superadas as dificuldades
que surgem na aprendizagem; provoca uma falta de
atenção no estudo ou na realização do exame, quando
está a ser leccionada outra unidade. Os discentes que
têm autonomia defendem que as diferentes unidades na
sala de aula permitem adquirir conhecimentos sobre as
outras unidades; um apoio mútuo entre os colegas, no
estudo dos conteúdos da unidade.
Os
docentes que têm várias unidades na sala consideram
que tal situação não é rentável, o que justificam
do seguinte modo:
●
o tempo lectivo é insuficiente para contemplar as
várias unidades.
●
a impossibilidade de conhecer e apoiar as dificuldades
de cada aluno, não sendo possível atender à
heterogeneidade das capacidades.
●
dificuldade em fazer um acompanhamento sistemático da
aprendizagem em cada unidade.
●
o aluno não consegue atingir a autonomia na
aprendizagem.
●
nas línguas estrangeiras não se desenvolvem
eficazmente as competências da oralidade.
A
satisfação verifica-se nos docentes que leccionam uma
ou poucas unidades na disciplina.
Neste
sistema de ensino existem aulas da equipa pedagógica (EP)
e, na nossa escola, foi criada a sala de estudo (SE)
para outras disciplinas. É um recurso que visa um apoio
à aprendizagem — tirar dúvidas, ensinar a estudar,
consolidar conhecimentos, etc. — opinião defendida
por um número não significativo de alunos que
frequentam as aulas da EP/SE. Os discentes que não
frequentam as aulas de apoio alegam que não têm
dificuldades ou disponibilidade temporal; têm
explicações; perderam esse direito por excesso de
faltas.
Entre
os professores há os que fazem uma avaliação positiva
do papel pedagógico das aulas da EP/SE e aqueles que
não emitem parecer ou respondem que não há vantagem.
Estes últimos apresentam como justificação o facto de
não existir esse apoio na disciplina que leccionam.
SERVIÇOS
DA ESCOLA
Dos
serviços que os alunos podem utilizar verifica-se que a
sala de estudo, o bar e a reprografia são os mais
frequentados e avaliam-nos positivamente com as
seguintes apreciações: funcionários simpáticos;
limpeza/higiene; atendimento rápido; e a sala de estudo
permitir a concretização do seu objectivo. Há os que
não concordam com a biblioteca fechada e a secretaria
só funcionar à 4ª feira. Quanto a esta, é opinião
da maioria dos alunos que o serviço que presta é feito
com simpatia e rapidez.
João
Paulo C. Dias
|