Prémio
Literário José Estêvão |
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Todos
os anos tem lugar na Escola o concurso «Prémio
Literário José Estêvão». Foi premiado o
trabalho do aluno Pedro André Carvalho, no
escalão B - modalidade de poesia. Foram ainda
atribuídos pelo júri dois prémios especiais: na
modalidade prosa, escalão B, o trabalho «In
Memoriam» da autoria de Emanuel V. Madalena; na
modalidade poesia, escalão B, o conjunto
apresentado por Rita Pinto C. Ribeiro Miranda. |
Nesta
página do “Alternativas” reproduzem-se o 1º
prémio, «Luz Absurda», e um poema seleccionado
do conjunto de Rita Miranda. Para leitura global
de todos os trabalhos premiados, sugere-se a
consulta das páginas da Internet inseridas no
espaço «Aveiro e Cultura». |
Luz
Absurda
A
manhã que nasce
Começa a rasgar a noite.
Na alma a noite teima em perdurar...
Os
raios solares húmidos de orvalho
Deixam transparências
Na doce adormecida verdura dos campos.
Na alma a vertigem da eterna noite.
Vejo
a noite a surgir
E crescer
Por entre o deserto do meu delírio asfixiante
Como uma planta carnívora, desperta em mim
E morde a espessa solidão
De uma memória lúcida
Memória demasiado lúcida!...
A
claridade
Cega!
O corpo amputado
Dilui os sonhos,
SOLIDIFICA o tempo
A luz...
Esta luz ansiada conduz-me à inércia,
A um vazio estridente e podre,
A uma lenta noite sedenta de vinganças.
A excessiva memória de ti
Perpassa em cada gota de sangue,
Assim,
A manhã é dos outros... A noite lúcida e excessiva é
minha
A vida é dos outros... E é minha
Há um corpo que vive, o meu...
Uma alma que morre, a minha...
Poeta
Perdido - Pedro
André Carvalho, 10º
Ano, Turma C
Ai João!
Ai
João que me prendeste outra vez!
Chama-se
João
Que rima com coração
Que rima com solidão
E chama-se João.
Um
dia vou ser dele
E vou dar-lhe o luar
E vai ensinar-me as estrela
E o céu. E o céu.
Um
dia acordo e ele volta
Num cavalo de algodão
Um dia acordo e ele é meu
Um dia, meu João...
Depois
fomos correr nas flores
E o espaço... Até ao fim
Depois fomos um só
Um dia... é assim...
Andorinhas
Azul
Escuro escuro escuro
Ai
João, que me prendeste outra vez!
Um
dia acordei e o tempo era tarde
Um dia vi-o correr
E esperei.
...leva-me
contigo, que este cravo negro que trago no peito,
chora em sonhos de ser encarnado.
Rita Miranda - 12º
Ano, Turma J
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