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TIMOR |
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De que vale o espaço infinito
Se já não temos asas para voar?
Para que serve a vida
Se te sentares na estrada e não a
vires passar?
E o mar?
Pobre do mar, abandonado ao vento,
Sem navios de esperança para o
navegar.
Para que serve a noite se o sono não
vence?
E o coração, para quê, se não sabe
mentir?
Às vezes queria ter saudades só de
mim,
Esvaziar-me todo, deixar de te
sentir...
Mas a minha cama é um mar encapelado
De emoções. O meu pensamento é louco
E desmedido - escuta!
Há um monstro insatisfeito,
desesperado,
Que me salta no peito,
Que luta,
Vivo, incontrolado;
Que me revolve o leito, revoltado
De se não poder fingir amordaçado e
ignorar...
Ah, minha pobre cama... tudo é mar!
Esse mar que não tem brilho nem espuma
E nem mais terras sequer para
desvendar.
Mas ainda existes tu p’ra lá do mar.
O horizonte é sal, tormenta e bruma...
Desculpas...
Eu é que já não tenho forças para
lutar.
Portugal
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