Só a noite conhece
O desconcerto que me fez assim.
Só a eterna bruma
É dona da espuma e tece
O rumo do navio que há em mim,
Nesse mar que tento descobrir.
E o nevoeiro é o fumo do cigarro,
Vasco da Gama é tudo o que há-de vir:
É este papel mudo,
A voz que desamarro,
É a caneta, a tinta e o sentir!
E a presença louca dessa lua
Crescente e os bramidos da batalha
São o canto doce da espada nua
A cortar os blocos da muralha,
A abrir o ventre ao mar,
A unir o mundo.
E largo heróis nas linhas que
restaram,
Mais imortais do que antes navegaram
Pois nem sabem nadar
Nem vão ao fundo...