– S –
saco,
s. m. Os sacos são duas pedras verticais paralelas, existentes nas
paredes do lagar, que suportam a vara, e nas quais é enfiada a agulha,
também conhecidas por agulheiras, agulheiros, gateiras, madres,
orcelas, rabadão e virgem.
safra,
s. f. Provavelmente de origem árabe; 1.Colheita da azeitona. 2.Período
que vai do início ao fim da colheita. 3.Produção do ano. 4.Período de
tempo compreendido entre a abertura e o encerramento do lagar, também
conhecido por laboração e lagaragem.
salgueira,
s. f. O mesmo que durázia.
salgueirinha,
s. f. O mesmo que durázia.
salmoeira,
(do lat. sale+muria), s. f. O mesmo que água-ruça –Coimbra, P.
300.
sangra,
s. f. Líquido que escorre da azeitona e que na tarefa se separa do
azeite por decantação; acto de sangrar as tarefas.
sangradeira,
s. f. 1. Designação do orifício ou do local por onde se efectua o
sangramento das tarefas de azeite, surgido também com as variantes
sangradêra, sangradoiro, sangrador e sangradouro. 2. Tubo
existente nas tarefas por onde se efectua a saída das águas-ruças.
sangradoiro,
s. m. O mesmo que sangradeira.
sangrador,
s. m. O mesmo que sangradeira.
sangrar,
v. tr. Operação que consiste em tirar a sangra ou água-ruça das tarefas,
ficando apenas o azeite.
sapo,
s. m. O mesmo que frade.
sertã,
(do lat. sartagine), s. f. O mesmo que sertã.
schicciare le olive
Expressão italiana que designa a operação que consiste em reduzir a
massa a azeitona deitada no moinho, também designada em Itália por
frangere e macinare.
scrófula,
pal. it. Peça de madeira com rosca e assente sobre a extremidade da
vara italiana, com uma função idêntica à chamada concha da prensa
de vara portuguesa (ver vara italiana e fig. 86).
seira,
(do gót. sahria ?), s. f. 1.Objecto do lagar de azeite feito de
esparto, juta e outras fibras vegetais e caracterizado pela sua
construção em forma de saca larga e circular, constituindo a parte
superior aquilo a que o povo chama as abas, e terminando por uma
abertura chamada a boca da seira. 2.O mesmo que capacho.
seirada,
s. f. Conjunto de seiras espremidas num dia de trabalho – Vila Real,
P. 78.
sem-fim,
s. m. 1.Parafuso metálico que eleva a azeitona do lavadouro para o
funil que a conduz ao moinho. 2. Parafuso de grandes dimensões da
batedeira.
sertã,
(do lat. sartagine), s. f. 1.Recipiente, circular de granito,
situado debaixo da vara, entre as virgens e as agulheiras, de formato
variável e com uma bica de saída para o azeite, dentro do qual são
empilhadas as seiras que vão ser espremidas pela vara (ver figs. 99 a
101), também conhecido por albergue, algarbe, algrabe, algrebe,
alguergue, assento, enseiradouro, etc. (ver alguergue).
2.Base cilíndrica de pedra com um rego em volta, sobre a qual assenta o
cincho.
sertem,
s. f. O mesmo que sertã.
soga,
s. f. 1.Corda grossa ou tira de cabedal com que atam o jugo aos
chifres. 2.Corda grossa ou tira de cabedal que se prende às hastes do
animal ou de uma junta de bois e que serve para os puxar.
solea,
pal. lat. Uma das cinco variedades de moinho apontadas por Columella,
relativamente à Itália antiga, e cuja constituição se desconhece.
spátole,
pal. it. Tabuões de madeira com pegas nas extremidades que, colocadas
no alirto, seguram a extremidade A da prensa de vara italiana
(ver vara italiana e fig. 86).
sumo d'oliva
Expressão popular registada no distrito da Guarda, p. 202, para designar
'azeite'.
– T –
tabuão,
(de tábua, do lat. tabula), s. m. Grossa rodela, viga ou
barrote curto de madeira (figs. 107 e 108), que é colocado sobre a
adufa, para dar maior altura ao enseiramento, também conhecido por
malhaI e taco.
taco,
s. m. O mesmo que tabuão.
talha,
s. f. 1. O mesmo que tarefa, recipiente para escorre o azeite das
prensagens nos lagares, feita habitualmente de barro; 2. Designa também
o recipiente de barro onde é guardada a azeitona para curtir e também o
azeite.
tamoeiro,
s. m. Correia de cabedal por meio da qual se liga a tamonzela,
tamuão, tamucela ou temunzela ao jugo.
tamonzela,
s. f. Vara com que ligam o jugo ao baldão do moinho, também conhecida
por tamuão, tamucela ou temunzela e que é ligada ao jugo
por meio de correias chamadas, em Bragança, Porto e Vila Real,
tamoeiros.
tampa,
s . f. Prancha circular de madeira que se coloca sobre as seiras,
também conhecida por adufa, porta e trincho, cuja função é
a de distribuir uniformemente por toda a superfície das seiras a pressão
exercida peIa vara.
tamuão,
s. m. O mesmo que tamonzela.
tamucela,
s , f. O mesmo que tamonzela.
tanha,
s. f. O mesmo que talha ou tarefa.
tarefa,
(do ár. taríha), s. f. Recipiente do lagar, normalmente junto
à prensa, onde se separa o azeite da água e outras impurezas.
Construídas de diversos materiais, tais como granito, barro e metal, as
tarefas apresentam formas e dimensões variáveis de lagar para lagar.
(ver cap. VIII, págs. 273 a 329).
tarraxão,
s. m. Grosso parafuso de madeira que enrosca numa peça chamada
concha e que constitui o sistema de accionamento da prensa de vara.
Apresenta na extremidade inferior um peso que contribui para um
aumento da pressão exercida pela vara. O tarraxão é mais
conhecido por fuso e parafuso (ver figs. 80 a 85, em
especial 81 e 82).
tartoeiral,
s. m. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara, também
conhecida por balurde, balurdo, barrana, braçal, panca, tâtuêràdo,
ternel, torteiral, tortual, tranca e tranqueta.
tâtuêràdo,
s. m. O mesmo que tartoeiral.
temunzela,
s. f. O mesmo que tamonzela.
tendal,
s. m. 1.Espécie de mesa comprida, também conhecida por assentador,
situada numa sala própria do lagar e formada por pranchas de madeira
colocadas lado a lado, sobre a qual assentam as sacas da azeitona,
enquanto esta espera a sua vez de ser laborada. 2.Parte mais elevada do
lagar, onde estão as prensas (Alentejo).
termo-batedeira,
s. f. Máquina do moderno lagar de azeite, mais conhecida por
batedeira.
ternel,
s. m. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara, também
conhecida por balurde, balurdo, barrana, braçal e outros termos.
tesouro,
s. m. Registado no sentido de tarefa nos dists. De Bragança e Porto.
Como tesouro é tudo aquilo que apresenta elevado valor, do mesmo modo as
tarefas constituem o tesouro dos lagares, pois é nelas que se deposita o
azeite e decanta o azeite. 2. Utensílio e folha de Flandres utilizado
para depurar pequenas quantidades de azeite, funcionando pelo mesmo
princípio das tarefas. (ver fig. 124, página.287).
tino,
(do ár. tin REW 8740), s. m. Recipiente de metal, madeira ou
pedra, de grandes dimensões, no qual é acumulada a massa expulsa do
moinho, também conhecido por arca, caixa ou caixa da massa, caixão,
gamela, gamelão, masseira e masseirão (ver fig. 111).
tirante,
s. m. Corda que, em alguns casos, vai do veio vertical à extremidade
do jugo voltada para o moinho e que em certos moinhos (ver fig. 51) pode
estar ligada a uma haste de ferro, existente na extremidade do eixo
horizontal da galga exterior.
tocar,
(do lat. vulgar *toccare), v. tr. O mesmo que accionar, em
expressões como: tocado a água, i. é., accionado por meio de
água, tocado a sangue, i. é., accionado por meio de força animal,
e tocado à unha, i. é., accionado à mão pelo homem.
tocar a água
Ver o que se diz em tocar.
tocar a sangue
Ver o que se diz em tocar.
tocar à unha
Ver o que se diz em tocar.
tolde,
s. m. O mesmo que toldo.
toldo,
(de origem provavelmente árabe), s. m. Pano comprido de lona, linho ou
serapilheira, que se coloca sob as oliveiras durante a vareja, a fim de
nele cair a azeitona. É também conhecido por mandil, panal e
tolde.
torno,
s. m. 1.Peça de madeira com cerca de oito centímetros que é
introduzida nos orifícios da forma, a fim de se poder armar o
esqueleto do capacho (ver figs. 72 e 73). 2.Uma das muitas pegas de
madeira existentes ao longo das rodas da prensa de cincho documentada
nas figuras 90 e 92, e que serviam para os homens neles apoiarem os pés,
durante o funcionamento da prensa. 3. Pequeno objecto de madeira
colocado interiormente no orifício de sangramento das tarefas, o mesmo
que espicha. (ver fig. 131, pág. 297).
torteiral,
s. m. Vara comprida e roliça de madeira com a qual é tocado o fuso,
obrigando a descer a prensa, também conhecida por panca e
tranca e outros termos.
tortual,
s. m. O mesmo que torteiral.
trabe,
(do lat. trabe), s. f. Nome dado nos distritos de Braga, Porto
e Vila Real, à vara do lagar de azeite. (ver prensa de vara).
trabinca,
s. f. Lâmina com cerca de 10 a 20 centímetros de comprimento, 2 cm de
espessura e dobrada na extremidade em ângulo recto, conhecida também por
chaveta, chavetão, chave e tranqueta, e que serve para
segurar o peso ao fuso (ver figs. 81 e 82).
trabocco,
pal. it. Nome dado em Itália à prensa de vara.
tramoia,
s. f. Caixa de madeira de fundo inclinado, tapada por uma portinhola
de correr, existente em alguns lagares sobre o bordo do pio, onde é
deitada a azeitona e donde vai sendo vertida, a pouco e pouco, no
moinho; é também conhecida por espera da base, funil, tremóia e
tremónia (ver fig. 65).
tranca,
s. f. 1.Vara comprida e roliça de madeira com a qual é tocado o fuso,
também conhecida por panca, tartoeiral, tâtuèràdo, etc. 2.Vara
comprida de madeira com que é endireitada a coluna de seiras ou
enseiramento.
tranqueta,
s. f. Vara comprida com que é tocado o fuso da prensa de vara.
trapetum,
pal. lat. Tipo de moinho existente na Itália antiga e de que se
encontraram restos nas escavações de Stábia, perto de Nápoles.
trapézio,
(do lat. trapeziu, do gr. trapézion), s. m. 1.Elemento
constituinte da roda de fazer corda. 2.Nome dado às tábuas encostadas à
parede, com um torno de saliente, que serve da suporte e eixo às formas,
durante o entrelaçamento da fibra do capacho (ver figs. 67 e 73).
trappito,
pal. it. Nome dado em Itália à prensa de vara.
tremoia,
s. f. 1.Conduta de madeira que liga o moinho à casa das tulhas
e através da qual vazam as sacas com azeitona (Bragança) cf. tremonha.
2.Caixa de madeira de fundo inclinado, tapada por uma portinhola de
correr, existente em alguns lagares sobre o bordo do pio, também
conhecida por tramoia (ver tramoia).
tremonha,
(do lat. trimodia ou de tremere+modiu ?), s. f. Peça em
forma de tronco de pirâmide invertido, de base quadrada, por onde passa
a azeitona que vai ser moída.
tremónia,
s. f. O mesmo que tremoia ou espera da base.
trincho,
s. m. Prancha circular de madeira que se coloca sobre as seiras,
também conhecida por adufa, porta e tampa, cuja função é a
de distribuir uniformemente por toda a superfície das seiras a pressão
exercida pela vara.
trituración,
pai. esp. Operação que consiste em reduzir a azeitona deitada no
moinho a massa, também conhecida em Espanha por molinada, molienda,
moltura e molimiento.
trolho,
(do lat. truIIeu), s. m. Recipiente cilíndrico de folha de
Flandres munido de cabo de madeira com o qual é tirada a água a ferver
da caldeira, para deitar nas seiras, também conhecido por agueiro,
cabaço, cace, caço, cocho, coco, copo, garabano, gravano e panela
(ver fig. 104).
trujal,
pal. esp. Nome dado em Espanha à prensa de vara.
tudicola,
pal. lat. Um dos cinco tipos de moinho apontados por Columella e cuja
constituição se assemelhava a um moinho de café, esmagando as azeitonas
na sua espira.
tulha,
s. f. 1.Lugar onde se deposita a azeitona, antes de ser levada para o
moinho. 2.Porção de azeitona contida nesse recinto. 3.Cheiro e sabor
desagradável que a azeitona adquire, quando está muito tempo entulhada.
Casa das – : Nome dado à sala onde existem as tulhas.
A tulha é o recipiente ou depósito onde a azeitona é
conservada, apresentando formato e dimensões variáveis. Pode ser formada
por paredes de madeira, tijolo, cimento, blocos de granito, etc.,
apresentando, em regra, um fundo ligeiramente inclinado e com uma
abertura para saída da água-ruça libertada pelas azeitonas (ver
figs. 11, 12, 13 e 15).
turcio,
pai. it. Nome dado em Itália à prensa de vara.
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