– M –
macaca,
s. f. Chumaceira de madeira que firma o eixo da árvore, na parte
superior, e na qual ele gira.
macaco,
s. m. Peça da prensa de cincho, também conhecida por cunha (ver
fig. 91, nº 7).
macinare,
pal. it. Operação que consiste em reduzir a azeitona deitada no moinho
a massa, também designada em Itália por frangere e schiacciare
le olive.
madre,
(do lat. matre), s. f. São as madres duas pedras verticais do
lagar, entre as quais é segura a vara por meio de uma agulha, também
conhecidas por agulheiras, agulheiros, gateiras, orcelas, sacos e
virgens (ver figs. 77 a 80).
madrina,
pal. esp. As madrinas são grossos barrotes de madeira, entre os quais
está segura a vara, sendo a sua função equivalente à das agulheiras
da vara portuguesa (ver cap. VI, pp. 186-187).
madrina del fiel
Designação dada em Espanha às virgens e cuja utilidade é dupla:
servir de amparo à vara e servir-lhe também de descanso, por meio do
chamado fiel (ver cap. VI, pp. 185-186).
madura,
(de maduro), s. f. Conjunto da massa enseirada, também designado
pisa (Guarda).
malga,
(do lat. magida, do gr. magis), s. f. Recipiente de
dimensões variáveis feito de lata, zinco ou madeira, mais conhecido por
gamela e também por escudela, masseira e masseiro
(ver figs. 61, 98, 105, 106 e 111).
malhal,
(de malho, do lat. malleu), s. m. Grossa rodela, viga ou barrote
curto (fig. 107), que é colocada juntamente com outras sobre a adufa,
para dar maior altura ao enseiramento, também conhecida por tabuão
e taco.
mancal,
s. m. Peça de bronze, ferro ou madeira, sobre a qual assenta o eixo da
roda da água do moinho. 2.Eixo, peça de ferro, calçada de aço sobre a
qual gira a galga (Beira Alta).
mancebo,
(do lat. mancipiu), s. m. Rapaz empregado no lagar, a quem
compete, entre outras tarefas, encher e levar as gamelas com massa para
o enseiramento, também conhecido por ajuda, ajudante, cagarracho,
deciplo e moço.
mandil,
(do ár. mandil), s. m . O mesmo que panal, pano, tolde e
toldo, pano comprido de lona, linho ou serapilheira, que colocam sob
as oliveiras, durante a vareja, a fim de nele cair a azeitona.
manga,
s. f. Tubo de pano ligado à torneira do carro da prensa, cujo
comprimento excede em pouco os 50 cm e que serve para impedir que o
azeite salpique ao cair nas tarefas (fig. 96, nº 4)
mangueira,
s. f. O mesmo que manga.
manjarra,
(do ár. mazarra), s. f. A vara de madeira do moinho à qual se
atrelam os animais que fazem andar as galgas, também conhecida por
almanjarra, baldão, balurdo (?), cambão e cangão.
mannuéde,
pal. it. Peças da vara italiana correspondentes às chamadas trancas
ou pancas, com que são tocados os fusos (ver vara italiana, fig.
86).
mascoto,
s. m. Maço de madeira com que o bagaço é calcado e acamado dentro do
cincho ou dos cinchos da prensa de cinchos (ver fig. 97).
massa,
(do lat. massa), s. f. Azeitona depois de reduzida a uma pasta
mais ou menos homogénea, em Espanha e Itália conhecida por pasta,
termo também existente entre nós mas com menor uso.
masseira,
(de massa), s. f. 1.Recipiente de dimensões variáveis feito de
lata, zinco ou madeira, mais conhecido por gamela e também por
escudela, malga e masseiro (ver figs. 61, 98, 105, 106 e
111). 2.Recipiente de metal, madeira ou pedra, de grandes dimensões, no
qual é acumulada a massa expulsa do moinho ou da batedeira, também
conhecido por arca, caixa, caixa da massa, caixão, gamela, gamelão,
masseirão e tino (ver fig. 111).
masseirão,
s. m. O mesmo que masseira.
masseiro,
s. m. O mesmo que masseira e masseirão.
mastuga,
s. f. Termo alentejano que designa a moenda da azeitona e o trabalho do
lagar de azeite.
mázerra,
paI. it. Peso da prensa de vara italiana (ver vara italiana e fig. 86).
meixão,
s. m. De mexer, o mesmo que colher.
meleia,
s. f. Almofada de couro, de formato arredondado na região entre as
hastes dos animais (ver figs. 8 e 51), também conhecida por molhelha,
molhilha e molida, cujo objectivo é o de impedir que o jugo
fira o animal. (Bragança).
mertunço,
s. m. O mesmo que mertunho.
mertunho,
s. m. Azeitona pequenina, redonda e imprópria para azeite, também
conhecida por mertunço, mortunho, arredolho, azambújia e outros
termos (ver o cap. IV, pp. 140-149, em especial página 1475.
mestre,
(do Iat. magistru), s. m, Lagareiro que está à frente dos
trabalhos do lagar e ao qual competem as tarefas mais importantes e
delicadas, tais como verificar se a massa está convenientemente moída,
fazer o enseiramento, mexer a massa e caldear, com o auxílio do
ajudante ou ajuda, sangrar o azeite, medir, etc.
migar,
(de miga, do lat. mica), v. tr. Operação efectuada depois da
primeira prensagem a seco e que consiste em deitar água quente na massa
das seiras, remexendo-a até a transformar num caldo mais ou menos
homogéneo (ver escaldão e fig. 104).
moagem,
s. f. 1.Operação que consiste em reduzir a azeitona deitada no moinho
a massa, a fim de poder ser extraído o azeite mediante prensagem. Esta
operação é conhecida em Espanha por molinada, molienda, moltura,
molimiento e trituración; em Itália, por frangere,
macinare e schiacciare le olive; em Portugal, é ainda
conhecida por moedura, moenda, moento d'àzeitona e moldura.
2.Quantidade de azeitona moída de cada vez, também designada por
moedura, moinho, moldura e piada.
moço,
(do lat. musteu), s. m. 1.Rapaz empregado no lagar a quem
compete, entre outras tarefas, encher e transportar as gamelas com massa
para o enseiramento, também conhecido por ajuda, ajudante, cagaracho,
deciplo e mancebo (Coimbra). 2.Pequeno torno de madeira com
15 a 20 cm de comprimento, que colocam no interior das seiras, durante o
caldeamento, a fim de lhes levantarem as abas. É também conhecido
o por cachorro, escantilhão, frade, franquelete e sapo.
mó de baixo
O mesmo que lastro, prato ou rasto.
moedura,
s. f. 1.Acto ou efeito de moer; operação que consiste em reduzir a
azeitona deitada no moinho a massa, também designada por moagem,
moenda, moenga, moento d'àzeitona e moldura. 2.Quantidade de
azeitona moída de cada vez, ao lado de moenda, moinho, moldura e
piada.
moega,
s. f. 1.O mesmo que moinho (Leiria). 2.Recipiente circular do moinho
onde giram as galgas e onde é deitada a azeitona para ser moída, também
conhecido por alfarja, balsão, basa, etc.
moenda,
s. f. 1.Operação que consiste em reduzir a azeitona deitada no pio a
massa, também conhecida por moagem, moedura, moenga e outros
termos. 2. Quantidade de azeitona moída de cada vez.
moenga,
s. f. O mesmo que moagem.
moento d'àzeitona.
Expressão equivalente a moagem.
moídor,
s. m. Homem que se ocupa da operação de moagem.
moldura,
s. f. O mesmo que moagem.
moinho,
(do lat. molinu), s. m. 1.Todo e qualquer aparelho que serve
para moer. 2.Aparelho para azeitona, reduzindo-a a massa, formado por
um recipiente de formato cilíndrico – a vasa ou pio – no
qual giram as pedras ou mós, vulgarmente conhecidas por galgas.
3.Quantidade de azeitona moída de cada vez. 4.Conjunto de seiras ou
capachos empilhados com massa para prensagem. 5.Lagar de azeite.
6.(sent. fig.) pessoa que come muito.
Nomes para o moinho do lagar de azeite: engenho,
farneiro, galgas, moinho de atiço.
Tipos de moinho segundo o sistema de accionamento:
I – Moinhos tocados a água; II – Moinhos puxados por animais;
III – Moinhos accionados por motor; IV – Moinhos mistos (motor e água).
I – Moinhos tocados a água: a) moinhos de roda; b)
moinhos de rodízio. a) O moinho de roda compõe-se de uma roda
hidráulica, de madeira ou de ferro, formada por copos ou
cubos e assente sobre mancais, um sistema de transmissão de
entrosga e dobadoira ou roquetes e pontaria
e moinho propriamente dito, formado por um recipiente circular de pedra,
madeira ou ferro, e uma ou mais galgas ou mós. b) O moinho de rodízio
tem uma estrutura semelhante ao anterior, com a diferença de que a força
motriz é fornecida por meio de um rodízio (ver moinho de roda e
moinho de rodízio).
II – Moinhos puxados por animais: normalmente puxado
por bois, este tipo de moinho é dos mais antigos, perdendo-se as suas
origens na sombra dos tempos. Comum a vários países, pode ser feito de
aduelas ou de pedra e possuir uma ou mais galgas.
Elementos que o constituem: almanjarra ou manjarra, vara
de madeira à qual são atrelados os bois e também conhecida por baldão
ou cambão, um vaso circular ou vasa, um pastor ou
pião, um raspador de madeira, e uma ou mais galgas ou mós
feitas de granito.
III – Moinho accionado a motor: accionado por meio de
motor eléctrico ou diesel, cujo movimento é transmitido por meio de
correame, podem ter uma vasa ou pio de ferro, madeira, granito ou
cimento, onde giram uma ou mais galgas ou mós, normalmente duas. Os mais
modernos, caso do moinho tipo Veracci, apresentam um sistema mecânico de
expulsão da massa.
IV – Moinhos mistos: com estruturas variáveis, mas
mais ou menos dentro dos moldes já descritos em relação a outros tipos,
caracterizam-se por ser accionados quer por meio de água, quer por meio
de motor.
moinho de atiço
Moinho que se caracteriza por possuir apenas uma galga ou mó.
moinho de bois
Moinho que se caracteriza por ser puxado por animais, sistema com
tendência a desaparecer, e de que existiam vários modelos. Os moinhos de
bois observados na metade norte do pais compõem-se, de uma maneira
geral, de um recipiente onde é deitada a azeitona, conhecido por pia,
vasa, pio, farneiro, etc., um pastor ou pião, pedra
cilíndrica existente no centro da vasa, um moirão, eixo
vertical de madeira ou ferro, um cambão, almanjarra ou manjarra,
vara comprida que se atrela aos animais, e por vezes um raspador,
objecto que serve para fazer cair a massa que se agarra às paredes do
moinho. O moinho pode ser feito de aduelas ou de pedra e cimento,
podendo apresentar de uma a quatro galgas.(ver moinhos de bois, cap. III,
pp. 86-105).
moinho de martelos
Tipo moderno de moinho ao qual se encontra acoplado uma termo-batedeira
de tipo horizontal e um encapachador automático de massa.
moinho de roda
Moinho cuja força motriz é produzida pela água que, caindo
perpendicularmente sobre uma roda vertical, a faz girar, accionando todo
o conjunto. É composto por uma roda hidráulica, situada dentro ou fora
do lagar, de um sistema de transmissão, um sistema de conduta da água, e
do moinho propriamente dito.
a) A roda hidráulica, também conhecida pelas
expressões roda da água, roda de fora, roda exterior, roda de
balanço, roda de peso ou simplesmente roda, pode ser feita de
madeira ou ferro e ficar situada dentro ou fora do lagar; apoiada sobre
mancais de bronze, ferro ou madeira, apresenta quatro ou mais pares de
raios e concavidades chamadas copos ou cubos; a água que a
acciona é conduzida pela chamada caleira, caleiro ou badarel.
b) O sistema de transmissão pode ser constituído por
eixos e rodas de ferro ou por eixos e rodas de madeira. O sistema de
transmissão mais corrente compõe-se de uma entrosga e uma
dobadoira. A primeira é uma roda vertical de madeira, assente sobre
chumaceiras, munida de dentes – tornos pequenos de madeira ou ferro – e
também conhecida por rodete. A dobadoira é uma roda
horizontal, também conhecida por peneira, redoiça, reduça e
capela, fixa a um eixo vertical conhecido pelo nome de árvore.
c) O moinho é formado por um recipiente circular
tronco-cónico ou cilíndrico chamado pio, vasa, vaso, base, etc.,
onde giram uma ou mais galgas.
Alguns sistemas de transmissão, embora raros, podem
ser formados pelos roquetes e pontaria. Os roquetes,
feitos de madeira, são formados por duas placas circulares paralelas,
entre as quais existem pequenos tornos de madeira, nos quais engrenam os
dentes da pontaria. (ver cap. III, pp. 57-79, e figs. 20 a 33).
moinho de rodízio
Tipo de moinho tocado a água, vulgar nos distritos de Braga e Guarda. O
nome deste tipo de moinho provém do facto da roda motriz ou motora ser
um rodízio, roda que, ao contrário da chamada roda da água, trabalhar em
posição horizontal, numa cavidade subterrânea do lagar, conhecida pelo
nome de inferno, e num plano imediatamente abaixo do ocupado pelo
recipiente do moinho (ver fig. 34). As peças que compõem este tipo de
moinho são: o cubo (fig. 38), o jicho ou jincho (A da fig.
34), uma alavanca com uma tábua (B da fig. 34), o rodízio CC da
fig. 34), as penas (D), o pulão ou pèla (EF), o
roquete (G), a pontaria ou roda da árvore (H), a
árvore (I), as galgas (J) e a base ou pio (L).
O jicho ou jincho é uma peça cónica de
madeira que serve para regular a pressão da água. É metida à força na
saída do cano e apertada com um mascoto.
O rodízio é uma roda horizontal fixa ao
pulão ou pela (EF) por meio de dois braços de madeira em
cruz, que atravessam o pulão. Existem pelo menos duas variantes
de rodízio: uma, com palhetas verticais de madeira – as chamadas
penas –; outra, com as penas colocadas horizontalmente, no mesmo
plano da roda. (fig. 35).
O pulão ou pela (EF) é o eixo vertical
ao qual estão fixos rodízio e roquete. Este é uma espécie
de gaiola com dentes (ver roquete), que engrenam na pontaria,
roda horizontal também conhecida por roda da árvore e fixa pelos
raios à árvore, que serve também de eixo às galgas.
O cubo (fig. 38) é uma caixa de pedra ou cimento por
onde entra a água que, saindo sob pressão devido ao jicho ou jincho, vai
bater nas penas, fazendo girar o rodízio e, consequentemente, todo o
conjunto (ver cap. III, pp. 79-86, e figs. 34 a 38).
moinho misto
Moinho que tanto pode ser accionado por água como por motor (ver
moinho).
moirão,
s. m. O mesmo que mourão, eixo vertical do moinho preso às traves da
azenha ou linhas de armação e ao qual está preso o eixo horizontal das
galgas (ver fig. 43, nº 3, pág. 92).
molae,
pal. lat. Uma das cinco variedades de moinho apontadas por Columella
em relação à Itália Antiga. As molae ou mós permitiam esmagar só
a polpa, ou a polpa e o caroço.
moldura,
s. f. O mesmo que moinho ou piada, i. é., quantidade de azeitona moída
de cada vez.
molhelha,
(do lat. molle), s. f. Almofada de couro, de formato
arredondado na região entre as hastes do animal (ver figs. 8 e 51),
também conhecida por meleia, molhilha e molida, cujo
objectivo é o de impedir que o jugo fira o animal.
molhilha,
s. f. O mesmo que molhelha.
molida,
s. f. O mesmo que molhelha.
molienda,
pal. esp. Operação que consiste em reduzir a massa a azeitona deitada
no moinho, também conhecida por molinada, moltura, molimiento e
trituración.
molimiento,
pal. esp. O mesmo que molienda.
molinada,
pal. esp. O mesmo que molienda.
moltura,
pal. esp. O mesmo que molienda.
monzeira,
(de mão, do Iat. manu), s. f. Alavanca de madeira da espera
da base que, baixando-se, eleva uma portinhola, deixando passar a
azeitona (Bragança).
morrinha,
s. f. Azeitona que, pelo seu diminuto tamanho, raramente é
aproveitada, também conhecida por arredolho, azambujeiro, azeitoninho,
etc. (ver cap. IV, pp. 140-147).
mortunho,
s. m. O mesmo que mertunho.
mourão,
s. m. O mesmo que moirão, eixo vertical do moinho, preso às
traves da azenha ou linhas de armação, ao qual está preso o eixo
horizontal das galgas (ver fig. 43, nº 3).
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