1660-06-02 — Teve carta de juiz da Ordem de Avis, em Aveiro,
o Padre Jerónimo Galvão (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis,
livro 14, fl. 778v) – A.
1660-06-25 — Roque Nunes, entalhador e escultor portuense,
comprometeu-se, por escritura, a executar o retábulo-mor da igreja do
Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, de harmonia com a
traça apresentada, com quatro santos de vulto e dois painéis de meio
relevo – descida do Espírito Santo e Nossa Senhora da Misericórdia –
tudo pela preço de 240.000 réis. O retábulo actual não é o referido e
pertenceu à demolida igreja da Vera-Cruz (Arquivo Distrital do Porto –
Po 5, 1.ª série, n.º 61, fls. 188v-190v; Artur de Magalhães Basto,
Apontamentos para um Dicionário de Artistas e Artífices que trabalharam
no Porto do Século XV ao Século XVIII, pgs. 439-441; Domingos de Pinho
Brandão, Obra de Talha Dourada, etc., I, pgs. 339-345) – J.
1661-09-20 — Faleceu o ilustre aveirense Frei Francisco Lopes
Sobreiro – ou Sovreiro – que prestou grandes serviços à antiga freguesia
da Vera-Cruz, da qual foi o terceiro pároco (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, I, fl. 133) – A.
1662-01-03 — Uma provisão da Junta dos Três Estados deu parte
à Câmara de Coimbra da escolha de Nuno da Cunha para, naquela Comarca e
na de Esgueira, alistar quinhentos infantes (Índices e summarios dos
livros e documentos mais antigos e importantes do archivo da Camara
Municipal de Coimbra, 2." parte, fasc. I, pg. 68) – A.
1662-02-18 — Foi passada provisão da tesouraria da igreja
matriz de S. Miguel, da vila de Aveiro, a José Gomes (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 15. fl. 44v) – A.
1662-03-09 — Foi passada carta de apresentação de beneficio
simples na igreja matriz da vila, de Aveiro ao licenciado Manuel Quintam
(Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 15, fl. 17v) – A.
1662-04-20 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
José de Barros da Silveira, natural da vila de Esgueira, e aí morador,
filho de Gregório de Barros de Azevedo e de Joana da Silveira Bulhão
(Arquivo, XXXV, pg. 142) – J.
1662-04-22 — Foi passada ao Padre Faustino de Castro carta de
apresentação da vigararia da igreja da Vera-Cruz, da vila de Aveiro
(Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 15, fl. 56v) – A.
1662-08-19 — Havendo dúvidas sobre a legitimidade da «limpeza
de sangue» de sua mulher, Catarina de Almeida de Faria, de Alhos Vedros,
foi suspenso o processo para a carta de familiar do Santo Ofício,
referente a Manuel João de Madaíl, alfaiate, natural da freguesia de S.
Pedro de Aradas (Arquivo, XXXIX, pgs. 312-313) – J.
1662-11-26 — Foi passada ao Padre Domingos Carvalho carta de
apresentação de benefício simples na igreja matriz da vila de Aveiro
(Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 15, fl. 106) – A.
1662-12-06 — Foi baptizado o notável aveirense Padre Luís da
Maia Ribeiro da Gama, que seria arcipreste da Colegiada de Guimarães,
afirmando-se muito inteligente e virtuoso (Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, I, fl. 166; Arquivo, XI, pg. 27) – J.
1662-12-28 — Nasceu o ilustre aveirense Frei João da Luz que,
depois de cursar, com grande aproveitamento, os primeiros estudos no
Colégio dos Meninos Órfãos, na capital, foi admitido na Ordem de S.
Bento; em 1679, professou no Mosteiro de Lisboa e, além de outros
cargos, exerceu os de abade do Colégio da Estrela e do Mosteiro de
Santarém. Na biblioteca deste convento conservava-se urna obra
manuscrita, da sua autoria, intitulada «Exclamações espirituais e
verdades infalíveis, para que o pecador obstinado desperte do profundo
sono da culpa à vida da graça, tirada dos Santos Padres e graves autores
que ensinam a bem viver e morrer». Faleceu em Santarém, em 16 de
Setembro de 1717 (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 59-60)
– J.
1662-12-31
— Foi
concedida pelos seus méritos a Ordem do Tosão de Ouro a D. Raimundo de
Lencastre, quarto duque de Aveiro, na ocasião residente em Madrid e
afecto aos interesses políticos de Espanha, ordem de cavalaria fundada
em 1429 por Filipe III, Duque da Borgonha para celebrar o seu casamento
com a infanta Isabel de Portugal, filha do rei de Portugal D. João I. (Archivo Histórico Nacional de Espanha, Secretaría de las
Órdenes Civiles, ESTADO, 7680, Exp. 1) – HC
1663-01-25 — Foi passada provisão de organista da igreja da
Vera-Cruz, da vila de Aveiro, a Manuel da Cruz (Torre do Tombo,
Chancelaria da Ordem de Avis, livro 15, FL. 97) - A.
1663-08-31 — D. Raimundo de Lencastre, quarto duque de
Aveiro, na ocasião residente em Madrid e afecto aos interesses políticos
de Espanha, foi destituído de todos os seus títulos e haveres e
condenado a ser degolado em estátua, após um processo mandado instaurar
pelo Governo Português, por crime de alta traição à Pátria (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 205) – J.
1663-10-16 — Processado em Portugal pela sua estreita
colaboração com Filipe IV de Espanha e destituído dos seus títulos, o
quarto duque de Aveiro, D. Raimundo de Lencastre, foi nesta data
espectacularmente degolado em estátua, em Lisboa – a que fora condenado
em 31 de Agosto passado. A Casa de Aveiro foi incorporada na Coroa mas,
mudados os tempos e os governantes, a execução do duque e a confiscação
dos seus bens foram mais tarde considerados como não tendo sido feitas.
O duque viria a falecer, em Madrid, em 6 de Outubro de 1666. (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 205; Arquivo, XXXVIII,
pg. 211; Marques Gomes, em O Districto de Aveiro, erradamente aponta a
data de 14-10-1633) – J.
1663-12-14 — Professou no Convento de Cristo, em Tomar, o
ilustre escritor aveirense Frei Raimundo de Novais, que no século se
chamou António dos Santos. Esteve na Índia, em serviço da sua Ordem, e
exerceu os cargos de comissário da Bula da Cruzada e examinador sinodal
no Arcebispado de Goa, e, durante uma longa vacância, o de governador da
Diocese de Meliapor (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 60)
– A.
1663-12-26 — Sendo o ministro provincial o M. R. Padre Frei
Fernando de Santo António, mestre em Teologia, entrou para a Ordem
Terceira da Penitência o Irmão Frei Manuel – que no século se chamava
Manuel de Barros – filho de João de Barros e de Isabel Nunes, naturais e
moradores na vila de Aveiro, freguesia de S. Miguel (Academia das
Ciências de Lisboa, Livro dos termos das profissões neste Convento de N.
Snr.ª de Jesus de Lisboa, Ms. 560-V, 2.ª p., inumerado) – A.
1664-02-18 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Rui de Moura Manuel, residente em Aveiro e governador da mesma vila e
comarca de Esgueira (Arquivo, XLII, pg. 248) – J.
1664-06-09 — Foi passada à Irmandade do Espírito Santo,
erecta na igreja do mesmo nome, da vila de Aveiro, uma provisão de
confirmação de Compromisso (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de
Avis, livro 15, fl. 153v) – A.
1664-09-20 — Professou na Ordem Terceira da Penitência o
cristão velho Frei Manuel da Conceição – no século, Manuel de Barros –
filho de João de Barros e de sua mulher Isabel Nunes, todos naturais e
moradores na vila de Aveiro (Academia das Ciências de Lisboa, Livro dos
Termos das Profissões neste Convento de N. Sr.ª de Jesus, de Lisboa, ms.
560-V, fls. 2v-3) – A.
1666-01-09 — Foi passada carta de apresentação de benefício
simples, na igreja matriz da vila de Aveiro, a Frei Manuel Bravo de
Negreiros (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 16, fl.
18v) – A.
1666-04-16 — Faleceu no Colégio de Santarém o ilustre
aveirense Padre António da Silva, da Companhia de Jesus, mestre insigne
e escritor de merecimento (Inocêncio Francisco da Silva, Diccionario
Bibliographico Portuguez, Tomo I, pg. 268; Padre António Franco, Imagem
da Virtude em o Noviciado da Companhia de Jesus na Corte de Lisboa,
etc., pg. 964; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 49) – A.
1666-10-06 — Faleceu em Madrid o quarto duque de Aveiro, D.
Raimundo de Lencastre (Marques Gomes, O Districto de Aveiro, pg. 109;
Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 205, diz
que faleceu em Cádiz, em 5-11-1666, sendo sepultado em Madrid) – J.
1666-11-05 — Segundo Rangel de Quadros, faleceu em Cádiz D.
Raimundo de Lencastre, quarto duque de Aveiro, sendo sepultado em Madrid
(Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 205) – J.
1667-08-16 — Faleceu o ilustre aveirense Padre António da
Maia de Araújo, filho primogénito de António da Maia e de Maria Dias
Araújo, camareira-mor de D. Beatriz de Lara e Meneses, filha dos duques
de Vila Real e viúva de D. Pedro de Médicis, irmão do grão-duque de
Florença e príncipe da Toscana. António da Maia de Araújo casou em 9 de
Abril de 1628 com D. Maria de Andrade da Gama, de quem houve doze
filhos; tendo enviuvado, ordenou-se presbítero e tornou-se notável pela
sua vida concentrada de contemplativo (Rangel de Quadros, Aveirenses
Notáveis, I, fls. 161-162) – A.
1667-08-23 — Nesta data, lavrou-se a primeiro registo de uma
visita pastoral, realizada pouco antes, no primeiro Livro das Visitações
de Eixo – registo esse que nos dá pormenores curiosos sobre a freguesia
e a igreja matriz (Arquivo da Paróquia de Eixo, livro referido, fl. 3) –
J.
1667-08-23 — O Padre Dr. António Pinto de Almeida, na visita
que fez à freguesia de Santo Isidoro de Eixo, mandou aos moradores do
lugar da Oliveirinha que consertassem a ermida de Santo António, por
carecer de arranjo e ameaçar ruína. A capela não só entrou em obras, mas
também foi ampliada (Cartório Paroquial de Eixo, Livro das Visitações,
fl. 1) – J.
1667-09-16 — Foi passada carta de apresentação de benefício
simples na igreja matriz da vila de Aveiro a D. Miguel de Brito (Torre
do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 16, fl. 45v) – A.
1667-12-07 — Nos Paços do Concelho, por ordem do Infante D.
Pedro, Regente de Portugal, procedeu-se à eleição dos procuradores às
Cortes que, em Lisboa, teriam início no dia 1 de Janeiro do ano
seguinte, «para compor e ajustar coisas convenientes à defesa destes
Reinos e bem comum de meus povos e vassalos» (Livro dos Registos, fls.
93v-94; Colectânea, II, pgs. 173-175) – J.
1668-01-24 — Domingos Lopes, escultor portuense, contratou a
execução do retábulo-mor para a igreja do Mosteiro de Jesus, por 90.000
réis – o qual remataria com o brasão dos Tavares. A escritura, lavrada
em nota, não foi assinada e o contrato não teve efeito (Arquivo
Distrital do Porto – Po 2, n.º 2, fls. 15v-16; Domingos de Pinho
Brandão, Obra de Talha Dourada, etc., II, pgs. 366-368) – J.
1668-02-04 — Sua Majestade mandou que se desse o ordenado de
15.000 réis anuais ao cirurgião Manuel Lopes, pagos do crescimento das
massas e cabeção de sisa da vila de Aveiro, tendo ele a obrigação de
curar «os pobres do hospital e os que de fora dele jurarem por ordem da
Misericórdia e os religiosos de Santo António» (Livro dos Registos, fls.
108-108v; Colectânea, II, pgs. 208-209) – J.
1668-03-14 — Por sentença da Casa da Suplicação, desta data,
D. Pedro de Lencastre foi declarado herdeiro de seu irmão D. Raimundo de
Lencastre, sucedendo-lhe na Casa de Aveiro como quinto duque, tomando
posse em 22 de Junho seguinte, D. Pedro de Lencastre, que estudou
Teologia na Universidade de Coimbra, seguiu a vida eclesiástica e foi
eleito bispo da Guarda, mas a sua eleição não foi confirmada pela Santa
Sé em virtude das relações ao tempo existentes entre Portugal e a Cúria
Romana (Indices e summarios, etc., 2ª parte, fasc. III, pg. 237; Manuel
Álvares Pegas, Comentários às Ordenações do Reino, Tomo XI, pgs. 70 e
ss.; Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo III,
Parte II, pgs. 683 e 820, nota 3) – A.
1668-05-24 — D. Pedro de Lencastre, após demorado processo
judicial foi confirmado como quinto duque de Aveiro (Arquivo, XXXVIII,
pg. 214) – J.
1668-06-22 — Em nome e com procuração de D. Pedro de
Lencastre, quinto duque de Aveiro, o Padre Dr. Bibiano Pinto da Silva
tomou posse da vila, acto que constituiu um acontecimento memorável e do
qual se lavrou um auto extremamente curioso (Livro dos Registos, fls. 99
e ss.; Colectânea, II, pgs. 189 e ss.) – A.
1668-07-07 — O aveirense Dr. Manuel Mendes de Barbuda e
Vasconcelos, apreciado poeta, natural de Verdemilho, por alvará desta
data, teve dez anos de privilégio para imprimir e publicar o seu poema «Virginidos»
ou «Da Vida da Virgem Senhora Nossa», que saíra à luz no ano anterior,
em Lisboa, na oficina de Diogo Soares de Bulhões (Torre do Tombo,
Chancelaria de D. Afonso VI, livro 26, fl. 264) – J.
1668-08-22 — O Príncipe D. Pedro, regente e governador de
Portugal, concedeu a Aveiro, por três anos, a terça parte do rendimento
do real de água da vila e do seu termo para reparação de calçadas,
pontes e fontes (Livro dos Registos, fl. 109; Colectânea, II, pgs.
211-212) – J.
1668-11-25 — Os frades do Convento de Nossa Senhora da
Misericórdia e as freiras do Mosteiro de Jesus, da vila de Aveiro,
celebraram com luzimento a beatificação da Madre Rosa de Santa Maria,
pregando na festa, precedida de oitava, o Padre Álvaro de Escobar Raubam,
«Prior da Paroquial Igreja de Águeda & Protonotário de Sua Santidade»,
cujo sermão foi impresso por António Craesbeeck de Mello, em 1670, e é
hoje uma raridade bibliográfica (Vd. opúsculo referido) – A.
1669-02-15 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a
Domingos Ribeiro, mercador, natural da vila de Aveiro e residente em
Coimbra (Arquivo, XXIX, pg. 125) – J.
1669-07-29 — Foi passada carta de apresentação de benefício
simples na igreja matriz de S. Miguel, de Aveiro, a favor do Dr. Frei
Bento Figueira Soeiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis,
livro, fl. 102v) – A.
1669-11-26 — José de Almeida de Figueiredo, natural de Aveiro
e aqui morador, foi declarado indigno de servir o Santo Ofício por haver
sido posto fora do Síndico dos frades franciscanos, por faltar à sua
obrigação e fazer o mesmo como escrivão da Misericórdia local (Arquivo,
XXXIV, pgs. 311-312) – J.
1669-11-30 — Frei Jerónimo Galvão, pároco da antiquíssima
freguesia de S. Miguel, lavrou o assento de baptismo, extenso e por
muitos títulos curioso, de «Maria, filha de Pedro de Palma e de Maria de
Palma, naturais da cidade de Londres no reino de Inglaterra» (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 46) – A. |