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Calendário Histórico de Aveiro
– Séc. XVII –

 

1650-05-23 — Foi passado alvará ao provedor da vila de Aveiro para se fazerem a ponte e muros na estrada que vem do Porto para Aveiro e dela para Lisboa, no caminho de S. Simão até ao cabo do campo de Angeja. Assinaram a petição Jerónimo de Figueiredo e Sebastião Pacheco Varela, procuradores de Aveiro nas Cortes de 1642. O lanço menor das obras foi de 585.000 réis, e tomou-as Jacinto Florim (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, livro 20, fls. 280v-281 – A.

1650-08-27 — Foi passado alvará de provisão aos irmãos da Misericórdia de Aveiro, pelo qual o crescimento que houvesse nas sisas da vila nos anos vindouros, além do encabeçamento delas que tocasse à Real Fazenda, se distribuiria para as obras da capela-mor da igreja (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, livro 22, fls. 12-12v) – A.

1650-10-10 — O Dr. João Guedes Pereira teve carta de apresentação de beneficio simples na igreja matriz de S. Miguel, de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 415) – A.

1650-10-25 — Foi passada carta de apresentação da coadjutoria da igreja matriz de S. Miguel, da vila de Aveiro, ao Padre João de Barros (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 416) – A.

1650-12-31 — Foi passada a Manuel Pinto uma provisão relativa à tesouraria da igreja de S. Miguel, matriz da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 426v) – A.

1651-02-03 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a Inácio Nunes, mercador na vila de Aveiro (Arquivo, XXXI, pgs. 309-310) – J.

1651-05-01 — Em dia indeterminado deste mês, professaram no Mosteiro de Jesus D. Mariana de Andrade da Gama, com o nome de Soror Mariana de S. José, e sua irmã D. Teresa da Gama, com o nome de Soror Teresa de Jesus. Ali professou também em Fevereiro de 1672 uma outra irmã, D. Joana de Andrade da Gama, com o nome de Soror Joana do Deserto (Crónica, pgs. 216 e 220). Entre os numerosos irmãos destas religiosas, contava-se o Padre Roque de Andrade da Gama, que foi cónego doutoral no Algarve e, posteriormente, chantre da Sé de Coimbra, tendo falecido em 1680 (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 165) – A.

1652-05-24 — Faleceu em Angola, com poucos anos de idade e muitos de trabalho, o ilustre jesuíta aveirense Padre Ambrósio Correia, que foi zeloso missionário no Oriente e governou o Colégio de Taná (Cornélio Wessels, Early Jesuit Travellers in Central Asia, pgs. 83, 91 e 82; Giuseppe M. Toscano, La Prima Missione Cattolica nel Tibet, pgs. 263 e 267) – A.

1652-08-27 — Foi concedido em Roma um breve, confirmando a licença para que D. Antónia de Jesus, freira do Mosteiro de Jesus, pudesse possuir a renda de cem fangas de trigo e de sessenta de milho; por sua morte, essa renda passaria para D. Luísa do Espírito Santo, sua sobrinha e também religiosa da mesma casa, e mais vinte e cinco fangas de trigo que a referida D. Antónia havia comprado com um moinho. Por morte das duas, tudo ficaria para o Mosteiro (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fls. 239-240) – J.

1652-10-14 — O provedor e os mesários da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, pagaram ao mestre João Roiz ou Rodrigues, ladrilhador de azulejo, a importância de 20.500 reis por «assentar o da sacristia, que são 4.100 azulejos» (Arquivo da Misericórdia de Aveiro, livro 364, Obras da Santa Casa, 1652-1655, fls. 304 e ss.; Amaro Neves, Azulejaria Antiga em Aveiro, pg. 66) – J.

1652-11-30 — Professou no Convento dos Remédios, da Ordem dos Carmelitas Descalços, em Lisboa, o insigne aveirense Frei Filipe da Conceição, que aí havia tomado o hábito de noviço em Novembro do ano anterior (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 65) – A.

1652-12-22 — Foi baptizado na igreja de S. Miguel o aveirense Manuel de Sousa Ribeiro da Silveira, escrivão de uma provedoria, que casou com D. Maria de Oliveira da Fonseca e dela teve doze filhos, entre eles D. Angélica do Paraíso, D. Caetana de Santa Teresa e D. Francisca Micaela, todas freiras e a primeira prioresa do Mosteiro de Jesus; D. Luísa Teresa e D. Isabel Clara, freiras no Convento da Madre de Deus, em Sá; Frei Nicolau de Sousa, frade bernardo; Frei Francisco de S. José e Sousa, monge de S. Bento e geral da sua Ordem; e Frei Luís de Sousa e Frei Alexandre de Sousa, monges de S. Jerónimo (Arquivo, XI, pgs. 19-20) – A.

1654-04-11 — Recebeu o baptismo Manuel Jorge da Costa – ou Manuel Jorge da Costa Corte-Real e Almeida – cavaleiro da Ordem de Cristo, segundo administrador da capela dos Santos Mártires, em Aveiro, que casou em segundas núpcias com D. Joana de Távora de Azevedo, senhora «de uma virtude tão exemplar que sua humildade cau­sava admiração ao povo da vila de Aveiro e tão caritativa que o marido lhe dizia que a sua casa não era nenhum convento para que nela se juntassem tantos pobres» (Arquivo, X, pgs. 202-203) – J.

1654-06-30 — Por carta desta data, El-Rei D. João IV enviou à Câmara Municipal a legenda para a lápide que foi mandada colocar junto da Porta da Vila das antigas muralhas de Aveiro. Era um letreiro idêntico aos de outros colocados em todas as cidades e principais vilas do Reino, nos quais se recordava que o Monarca, no sexto ano do seu governo, havia considerado a sua pessoa e todos os seus domínios como tributários de Nossa Senhora da Conceição, escolhida por Padroeira e Rainha de Portugal, cuja imunidade do pecado original publicamente jurou que sempre defenderia (Câmara Municipal de Coimbra, Indices e summarios, 2.ª parte; fasc. I, pg. 46; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fls. 7-8; Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pg. 265) – A.

1654-08-25 — Foi passado um alvará à Câmara da vila de Esgueira, dando-lhe dois reais em cada canada de vinho e meio real em cada arrátel de carne que se vendessem na dita vila e seu termo, para se custearem as obras da edificação da igreja de Santo André (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, livro 27, fl. 281) – A.

1654-09-16 — Na noite deste dia, quando se dirigia da Sé de Lamego para o Paço Episcopal, foi morto com um tiro, disparado por engano, o ilustre aveirense Padre Francisco Ribeiro de Oliveira Barreto, abade de S. João Baptista da Figueira, irmão de um outro aveirense notável, Frei João Ribeiro, que foi monge da Ordem de S. Bernardo, no Convento de Sandelgas (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 223) – A.

1654-11-06 — O Padre Rafael de Figueiredo teve carta de apresentação de benefício simples na igreja de S. Miguel, matriz da cidade Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 548v) – A.

1655-07-09 — D. Leonor da Costa, da Família Couceiro da Costa, já viúva de Lourenço de Carvalho e Lemos, de Casa da Trofa do Vouga, instituiu um vínculo cujas propriedades estavam situadas parte em Vilarinho e parte em Tentúgal e Aveiro (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 369-570) – J.

1655-09-07 — Uma ordem régia mandou organizar o tombo do Ducado de Aveiro – a que prontamente se procedeu (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fls. 199-200) – J.

1656-05-10 — Foi baptizado neste dia o cónego regrante de Santo Agostinho e prior de Santa Cruz, de Coimbra, D. Mateus de S. Tiago, um dos muitos filhos de Manuel Ribeiro de Oliveira Barreto Geta, escrivão da provedoria de Esgueira, e de sua mulher D. Maria da Silveira Cardoso Bacelar (Arquivo, XI, pgs. 18-19) – A.

1657-01-06 — Professou no Convento de Azeitão – em 1657 e não em 1567, como algures saiu impresso – o insigne aveirense Frei António Pereira, filho de Gaspar dos Reis e de D. Antónia Pereira de Carvalho, senhora de uma família muito distinta. O ilustre dominicano, que foi mestre e pregador conceituado e exerceu diversos cargos importantes na sua Ordem, nas Ordens Militares e no Tribunal da Inquisição, recusou a dignidade episcopal em que pretenderam investi-lo (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 62-63; E. Pereira e G. Rodrigues, Portugal-Diccionario, V, pg. 579) – A.

1657-01-18 — Foi passada carta de familiar do Santo Oficio a D. Raimundo de Lencastre, duque de Aveiro, filho de D. Jorge de Lencastre, duque de Torres Novas, neto paterno de D. Álvaro de Almeida, duque de Aveiro, e de D. Juliana de Lencastre (Arquivo, XLII, pgs. 242-243) – J.

1657-03-15 — Foi passada carta de apresentação da vigararia da igreja do Espírito Santo, da vila de Aveiro, ao Padre Martinho de Melo e Albuquerque (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 660) – A.

1657-04-13 — Foi passada carta de benefício simples na igreja matriz de S. Miguel, da vila de Aveiro, ao Padre Cristóvão Trigueiros (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 656v) – A.

1657-04-24 — Foi passada carta de familiar do Santo Ofício a D. João de Lencastre, filho de D. Jorge de Lencastre, primeiro duque de Torres Novas e neto paterno de D. Álvaro de Lencastre, terceiro duque de Aveiro, e irmão de D. Raimundo de Lencastre, quarto duque de Aveiro (Arquivo, XXXIII, pgs. 239-240) – J.

1657-05-27 — O Papa Alexandre VII concedeu à Confraria do Senhor do Mundo, então erecta na igreja de Nossa Senhora da Apresentação, uma indulgência plenária aos irmãos, em artigo de morte (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 235) – J.

1657-07-21 — Por carta régia desta data, foi concedida a D. Raimundo de Lencastre a licença, que havia solicitado, para fundar o Convento de S. João Evangelista, de freiras carmelitas descalças, em conformidade com o testamento de sua tia, D. Beatriz de Lara e Meneses (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fl. 216) – A.

1657-09-14 — Fez o seu testamento o aveirense Frei Luís Lopes Sobreiro – ou Sovreiro – terceiro vigário da antiga freguesia da Vera-Cruz, à qual prestou assinalados serviços; «declarou que deixava todos os seus bens à capela das almas, cuja irmandade ele instituiu em 6 de Junho, de 1659». Faleceu em Setembro de 1661 (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 133) – A.

1657-10-29 — Por escritura deste dia, o duque de Aveiro D. Raimundo de Lencastre doou à Ordem dos Carmelitas Descalços, representada pelo seu provincial, Frei Sebastião da Conceição, o palácio que fora de sua tia D. Beatriz de Lara e Meneses e um padrão de 200.000 réis de juro, para a fundação do Convento de S. João Evangelista para religiosas da mesma Ordem (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fls. 217 e ss.; Campeão das Províncias, 22-3-1903) – A.

1658-07-14 — Vindas dos Conventos de Santo Alberto de Lisboa e de Santa Teresa de Carnide, chegaram a Aveiro, sendo aqui recebidas festivamente, oito freiras carmelitas descalças, que foram as primeiras religiosas do Convento de S. João Evangelista, da então vila (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fl. 323) – A.

1658-07-16 — Frei António do Espírito Santo, prior do Convento do Carmo, fez entrega das chaves do Convento de S. João Evangelista às freiras que foram habitá-lo. As quatro companhias da vila salvaram com repetidas descargas e a multidão, entusiasmada, deu largas à sua alegria. A entrada das religiosas no Convento foi um acto aparatoso, a que assistiram o Clero, a Nobreza e o Povo. As ruas da vila estavam ornamentadas com arcos triunfais e, à noite, todas as casas se apresentaram iluminadas (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fl. 23.1) – A.

1659-02-12 — Foi passada provisão da tesouraria da igreja matriz de S. Miguel, da vila de Aveiro, a José Raposo (Torre da Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 717v) – A.

1659-05-26 — O Dr. Gonçalo Dias de Carvalho teve carta de apresentação de benefício simples na igreja de S. Miguel, matriz da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 3, fl. 207) – A.

1659-06-06 — O ilustre aveirense Frei Luís Lopes Sobreiro – ou Sovreiro – que nasceu no sítio da Fonte da Cal, mais tarde denominada Fonte da Racha, instituiu na antiga igreja da Vera-Cruz a Irmandade das Almas, cujo altar mandou erigir (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, I, fl. 133) – A.

1659-07-20 — Professou no Convento de S. João Evangelista, mais conhecido por Convento das Carmelitas, a noviça D. Teodora da Conceição, sendo esta a primeira profissão religiosa ali realizada (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fl. 242) – A.

1659-12-20 — Foi passado alvará de escrivão dos órfãos da vila de Aveiro a Bento Fernandes Marvão (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro 14, fl. 758) – A.

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