1550-07-22 — Em Palmela, faleceu D. Jorge, filho bastardo de
El-Rei D. João II e senhor da Casa de Aveiro, de quem descenderam os
duques de Aveiro (Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, II, pg.
333) – J.
1550-09-03 — O insigne aveirense Padre Fernão de Oliveira,
que havia muito tempo se encontrava preso nos cárceres da Inquisição,
obteve que lhe fosse comutada a pena, sendo transferido para o Mosteiro
dos Jerónimos, em Belém (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl.
8) – A.
1550-09-04 — Foi feita doação de uns pardieiros, que foram
casas da Alfândega de Aveiro, a Aires Dias, criado do bispo de S. Tomé;
partiam de uma parte com a rua que ia para os açougues de Fernão Pires e
da outra com casas de João Miguel, e tinham frontaria para a rua larga
que vai para a Ribeira (Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III,
livro 62, fl. 124) – A.
1551-08-22 — O Cardeal-Rei D. Henrique, inquisidor-geral,
concedeu a liberdade ao aveirense Fernão de Oliveira, primeiro gramático
português, com a condição de se não ausentar do País sem licença régia
(Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fls. 8-9) – J.
1551-09-02 — D. Catarina de Ataíde, filha de D. Álvaro de
Sousa e de D. Filipa de Ataíde, fez o seu testamento por mão do Padre
Frei Domingos da Vitória, prior dos Dominicanos, que logo foi confirmado
por seu pai. Por tal instrumento, o Convento de Nossa Senhora da
Misericórdia era contemplado com a importância de 20.000 réis de juro
anual, para que fosse dada sepultura à testadora e a seus progenitores e
descendentes destes, e para que houvesse missa quotidiana pelas almas de
todos (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 57)
– J.
1551-09-28 — Faleceu D. Catarina de Ataíde, dama da Rainha D.
Catarina, filha de Álvaro de Sousa e de sua primeira mulher D. Filipa de
Ataíde, que foi sepultada num túmulo dentro da igreja do Convento
Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, hoje catedral de Aveiro e
matriz da freguesia de Nossa Senhora da Glória (Inscrição tumular; A.
Nogueira Gonçalves, Inventário Artístico de Portugal – Aveiro-Sul, pg.
108) – A.
1552-02-18 — Em cumprimento de uma ordem recebida, Jorge
Afonso, juiz de fora de Aveiro, enviou a El-Rei o rol de todas «as naus
e navios e caravelas que nesta vila há», no total de 72 embarcações
(Torre do Tombo, Corpo Cronológico, 1-87-115; Arquivo, V. pgs. 216 e ss.)
– A.
1552-07-09 — O primeiro duque de Aveiro, D. João de
Lencastre, dirigiu ao juiz e aos oficiais da então vila uma carta muito
notável, que se guardava no arquivo municipal, ordenando que fosse
restituída a vara de alcaide de Aveiro a Gil Coelho, que a usaria até ao
fim do triénio do seu mandato (Arquivo, XXXVIII, pg. 177; Francisco
Ferreira Neves, A Casa e o Ducado de Aveiro, pg. 21) – A.
1552-11-24 — É entregue em Badajoz a Princesa Joana de Áustria ao
primeiro duque de Aveiro, D. João de Lencastre, encarregado do consórcio
desta princesa com D. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal. (Archivo
General de Simancas, Patronato Real, PTR,LEG,50,DOC.124.) – HC
1553-04-29 — El-Rei D. João III houve por bem, em carta deste
dia, que os oficiais da fazenda do duque de Aveiro pudessem executar os
que lhe eram devedores como se o fossem ao real fisco. Com esta carta
estão no arquivo da Câmara Municipal de Coimbra outros documentos
relativos ao duque de Aveiro e aos seus rendeiros e criados (Câmara
Municipal de Coimbra, Indices e summarios, 2ª parte, fasc. II, pg. 163)
– A.
1553-08-16 — El-Rei D. João III confirmou a faculdade de o
Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia possuir todos os
bens de raiz, até então adquiridos (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, IV, fl. 55) – J.
1553-10-25 — Uma carta de El-Rei D. João III declarou que a
jurisdição crime de Pereira é de Coimbra e a cível da própria vila, sem
embargo das doações ao duque de Aveiro (Câmara Municipal de Coimbra,
Indices e Summarios, 2.ª parte, fasc. I, pg. 55) – A.
1554-01-08 — El-Rei ordenou a prisão do insigne aveirense
Padre Fernão de Oliveira, que pela segunda vez foi encarcerado (Torre do
Tombo, Colecção de S. Vicente, vol. 8º, minutas de fls. 166 e 179) – A.
1554-07-17 — Foi passada ao Padre Diogo Fernandes da Presa
carta de apresentação de benefício na igreja matriz de S. Miguel, da
vila de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da Ordem de Avis, livro I,
fl. 81) – A.
1554-10-28 — O egrégio aveirense Padre Fernão de Oliveira
ofereceu a D. Nuno da Cunha, capitão das galés do Rei de Portugal, a sua
obra «A Arte da Guerra do Mar», que acabou de se imprimir em 1555, em
Coimbra, na oficina de João Álvares (Rangel do Quadros, Aveirenses
Notáveis, I, fl. 9) – A.
1554-12-18 — O insigne aveirense Padre Fernão de Oliveira foi
nomeado revisor ou corrector da Imprensa da Universidade de Coimbra
(Com. Quirino da Fonseca, no Comentário Preliminar à «Arte da Guerra do
Mar», ed. do Ministério da Marinha, 1969, pg. XXIII) – A.
1555-07-04 — Acabou de se imprimir, em Coimbra, na oficina de
João Álvares, a Arte da Guerra do Mar, uma das obras do egrégio
aveirense Padre Fernão de Oliveira (Vd. última pg. da edição; Rangel de
Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 9) – A.
1555-07-18 — Por uma provisão desta data, El-Rei D. João III
concedeu à Misericórdia de Aveiro os mesmos privilégios de que gozava a
de Coimbra (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 131) – A.
1555-10-26 — Deu entrada nas masmorras da Inquisição, em
Lisboa, o insigne aveirense Padre Fernão de Oliveira, clérigo dominicano
e diplomata, escritor e filólogo, marinheiro e soldado, aventureiro e
perseguido, «o primeiro gramático da língua portuguesa e porventura o
primeiro tratadista naval de todo o mundo» (Rangel de Quadros,
Aveirenses Notáveis, I, fl. 9) – A.
1555-11-18 — O Dr. Pedro Lopes de Vilarinho, provedor e
contador dos resíduos na Câmara de Coimbra, ordenou ao juiz e mordomos
da Confraria de Santa Maria de Sá que não consentissem que a cruz
daquela corporação se entregasse em nenhum tempo para qualquer procissão
da vila de Aveiro ou de outra parte (Marques Gomes, Catálogo da
exposição de arte religiosa no Collegio de Santa Joanna Princesa, pg.
63) – A.
1556-05-02 — Um alvará desta data e outro de 26 de Fevereiro
de 1594 determinaram que, na arrecadação da jugada de Coimbra, pudesse o
duque de Aveiro usar de determinados capítulos do regimento das jugadas
de Santarém (Câmara Municipal de Coimbra, Indices e summarios, 2.ª
parte, fasc. II, pg. 184) – A.
1557-03-29 — Nomeado bispo de Malaca por D. João III, e
obtida a confirmação da Santa Sé, recebeu a Ordem Episcopal em Lisboa,
na igreja de S. Domingos, D. Frei Jorge de Santa Luzia, religioso do
Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, de Aveiro (Marques
Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 186) – A.
1557-08-30 — D. João de Lencastre, filho do Senhor D. Jorge e
neto de D. João II, foi confirmado como primeiro duque de Aveiro por
El-Rei D. Sebastião, título que lhe fora concedido em Janeiro de 1547
por D. João III (Arquivo, XXVIII, pg. 171; F. Ferreira Neves, A Casa e o
Ducado de Aveiro, pg. 15. Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos
Históricos, II, fl. 182, aliás na peugada de Caetano de Sousa, na
História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Provas, Tomo IV, pgs.
36-45, aponta para este facto o ano de 1575, que é inverosímil porque o
primeiro duque de Aveiro faleceu em 1571) – J.
1558-09-12 — Por carta desta data, El-Rei houve por bem que o
duque de Aveiro pudesse nomear mais dois porteiros, além dos que já
tinha, para a arrecadação dos direitos reais e jugadas de Coimbra (Indices
e summarios, 2.ª parte, fasc. II, pg. 160) – A.
1558-12-11 — Pedro Ribeiro, filho de João Anes, fez a suas
irmãs Maria e Isabel a doação de uma vessada em Loure, para elas
usufruírem; depois da sua morte, a propriedade passaria para a Irmandade
do Senhor Jesus, erecta na igreja dos Padres Dominicanos, em Aveiro. É o
documento mais antigo desta corporação (Rangel de Quadros, Aveiro –
Apontamentos Históricos, IV, fl. 71) – J.
1559-03-13 — Foi
passada ao Padre Fernando Lopes carta de apresentação de ajudador da
igreja de S. Miguel da vila de Aveiro (Torre do Tombo, Chancelaria da
Ordem de Avis, livro I, fl. 238v) – A. |