AVEIRO E
SEUC SEM CARROS
No dia 22 de
Setembro de 2000, a população de Aveiro teve a oportunidade
de ver como ficava a sua cidade sem a barafunda dos
automóveis. A Câmara Municipal reservou zonas para a
circulação exclusivamente em transportes públicos, com
veículos não poluentes, tais como a gás de petróleo
liquefeito (GPL) e eléctricos.
Facultou a
utilização na via pública de diferentes tipos de transporte
movidos a energia humana e animal: bicicletas, patins, “skates”,
trotinetes, carroças e modelos originais de veículos com
rodas de bicicleta, cuja energia era produzida pelos próprios
ocupantes. Claro está, não podemos deixar de referir o meio
de transporte pessoal de todos nós, peões, ou seja, os
nossos pés devidamente dotados dos mais variados tipos de
calçado: sapatos, sapatilhas de vários feitios, marcas e
cores, ao gosto de cada um.
Para aqueles
mais habituados ao conforto da locomoção sem dispêndio de
energias musculares, deu-lhes a possibilidade de adoptarem
diferentes meios de transporte, mediante aquisição de um
bilhete único, válido durante todo o dia para qualquer tipo
de transporte público.
— Quais as
vantagens alcançadas com esta iniciativa?
A maior
vantagem terá sido, sem dúvida, a drástica diminuição dos
índices de poluição. Barulhos e fumos tiveram
temporariamente um reduzido nível, que só não foi total,
porque zonas da cidade houve que não foram abrangidas pela
iniciativa. Outro aspecto a salientar consistiu na promoção
alcançada pela nossa cidade no contexto nacional. De facto,
foi uma das cidades nacionais a ser tema de notícias durante
todo o dia.
Cá dentro, a
cidade conheceu também uma animação inusitada, com muita
gente em passeio pelas ruas, cinema na rua, grupos
folclóricos, concertos musicais, carros alegóricos,
filarmónicas em desfile pelas ruas, etc.
E já que
falámos de festas, importa lembrar que também a nossa escola
e, especialmente, o SEUC, tomou parte na iniciativa. A partir
das 19 horas, os alunos do ensino recorrente foram passear a
pé até ao Rossio, acompanhados pelos professores –
Cristina Campizes e Lourenço dos Santos. Puderam observar a
confusão dos peões a andar à vontade pelas ruas sem carros.
Ouviram a música do concerto da Orquestra Ligeira de Aveiro e
do Rancho Folclórico e Etnográfico das Barrocas. Puderam
constatar o que é melhor para o ambiente. E, seguramente,
ficaram com a recordação de um dia diferente e mais
agradável.
Actualmente,
sabemos que o balanço da iniciativa foi bastante positivo:
reduziu-se o tráfego automóvel em 80%; a qualidade do ar foi
melhorada, com uma concentração de monóxido de carbono 5
vezes menor em relação aos outros dias; a pressão sonora
diminuiu para metade.
Se todos os
dias fossem assim, o Ambiente agradeceria... e nós também!
Prof.ª Cristina
Campizes
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