Quase
sempre é norma elaborar-se, no final de cada ano lectivo, um balanço do
que foram as actividades desenvolvidas neste espaço de tempo.
Tirando umas ausências imprevistas por motivos que
não estiveram na nossa vontade, o Clube de Comunicação Multimédia
decorreu regularmente às terças, tendo permitido aos elementos
participantes, além de um saudável convívio e a manutenção do cordão
umbilical à escola, após tantos anos de serviço, a realização de
experiências interessantes na área das novas tecnologias.
Além desta actividade semanal, o coordenador do
projecto procurou manter o apoio à escola, tendo aqui vindo regularmente
às terças e quintas, sem contabilizar outros dias aqui passados. Além de
um apoio pontual à Biblioteca, com a recuperação de um razoável número
de filmes reconvertidos de VHs para DVD, que passaram a fazer parte do
espólio do arquivo multimédia, o projecto "Aveiro e Cultura" foi e
continuará a ser mantido numa rotina quase diária, procurando-se criar
um arquivo colectivo de interesse para a comunidade.
A última actividade de Junho consistiu num passeio
de redescoberta da cidade. Desta resultou o texto escrito pela
Professora Fátima Bóia, que deveria constituir um artigo independente a
sair no último número do Boletim "Alternativas", que passamos a
transcrever, integrado neste balanço de actividades.
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Panorâmica da Biblioteca Histórica da Escola Secundária José Estêvão
num dia normal de trabalho. |
«Reportagem - Comentário - Balanço
Um Olhar Matizado de Saudade, Nuvens e Sol
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«Véspera de Santo António. Uns tantos «cotas»
do CLUBE MULTIMÉDIA reservaram a tarde para a última actividade do
ano lectivo.
Quinze horas. Céu plúmbeo. Ameaça de chuva.
Vontade férrea de exercitar músculos ao ar livre. Ânsia de usufruir
de olhos de repórter fotográfico em cima do acontecimento.
Ei-los, reunidos no pátio dos carros da ESJE.
Vão partir sozinhos?... Em pequenos grupos?... Ou em conjunto? E
qual o tema a surpreender? "Monumentos de figuras ilustres da
cidade"? "Tradições de Stº António"? "Liberdade de assunto"?
Sucedem-se os alvitres. Até que alguém pergunta: "Vocês já viram as
obras em curso no Museu de Santa Joana?" |
Todos à uma, espevitados pela curiosidade,
exclamaram: — Bora lá!
Cada um, de máquina enfiada no pulso, rumou para o
mesmo destino.
«In loco», espreitou-se o melhor ângulo,
escolheram-se perspectivas, suspirou-se por imagens do passado que
teimavam em vir à memória... Ar de desalento colectivo perante grades
caídas no chão, jardim desaparecido e falta do parque infantil!
Circundada a cerca, pára-se na Rua Príncipe
Perfeito e disparam-se os «flashes». O grande volume dos novos edifícios
a despontar «intra muros» com o número diminuído de janelas, ora
tapadas, outrora existentes, mata o desejo de prosseguir ali,
fotografando.
Atrai-os o contraste com varandas floridas,
fachadas revestidas de modernas e coloridas cerâmicas, o escudo em pedra
da Casa da Pedricosa e os belos azulejos de lojas ancestrais.
O sol deu um sorriso e guiou-lhes os passos para o
parque Infante D. Pedro, em busca da Natureza no seu melhor.
Para quase todos nós cenário de lazer da meninice
e juventude, fez-nos recordar, em voz alta e praticamente em coro: —
Ali, a sempre bonita e viçosa pérgola; além em baixo, os baloiços e
o velho «rink», onde algumas vezes nos estatelámos durante as
tentativas de aprendizagem, soltos do corrimão; acolá o lago, os
barcos, as canas da Índia, a ponte, os patos... |
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Aspecto do parque
Infante D. Pedro, em Aveiro. |
Junto da Casa de Chá, alvejámos sofregamente os
azulejos Santo-Antoninos e os outros, com figuras e datas marcantes.
Pareciam pairar no ar as melodias de ontem, às quintas e sábados,
ecoando pelos nossos ouvidos prazenteiros. Até lembrámos o Sr. Adriano,
o guarda, e o seu simpático sorriso, cheio de bonomia, que se tornava
azedo se lhe maltratassem o seu querido ambiente.
Chegou, porém, a hora do regresso. Apressámo-nos a
colher as últimas fotos: os azulejos da gruta, os bustos de aveirenses
homenageados, os recantos mais exóticos. Prendeu-nos a atenção uma
árvore, de grossas raízes à superfície, entrelaçando o passado e o
presente, firme na sua continuidade pelo futuro.
No percurso de retorno, plantas, árvores, flores e
mais flores, que alegram e vão oxigenando a cidade, entremeadas com
montras de variadíssimos objectos, também indispensáveis, primitivos ou
de alta tecnologia, provando que a mudança e a modernização podem seguir
lado a lado.
Renovar, sim, mas preservar as "relíquias"
patrimoniais é urgente. Oxalá um olhar de sol em redor rasgue caminho
para bem se aprender com os outros!
E uma vez no habitat do nosso quotidiano, face à
recolha de todas as imagens no computador do Mestre, demo-nos por
bastante satisfeitos.
No Clube, rimos; no Clube, convivemos; no Clube,
aprendemos. Divulgámos actividades escolares, solidarizámo-nos em
momentos difíceis, em suma, COMUNICÁMOS.
Muito obrigado, HENRIQUE! Obrigado também, ESCOLA!
FÁTIMA BÓIA - 12 de Junho de 2007»
No próximo ano lectivo (2007/08), desde que os
elementos da Direcção da Escola Secundária José Estêvão assim o
permitam, continuaremos a dar o mesmo apoio de sempre e a realizar o
Clube de Comunicação Multimédia.
O nosso obrigado à Escola.
O
Coordenador do Projecto |