Segundo
a lenda, os Tritões e as Nereides, ao verem sair das ondas a deusa
da formosura (Afrodite), tão extraordinariamente bela, tê-la-ão
conduzido à ilha de Chipre, onde as Horas a transportaram à morada
dos deuses: o Olimpo. Ainda segundo a lenda, durante a boda da ninfa
Tétis com o mortal Peleu, a Discórdia, divindade maléfica, filha
da Noite, atirou para o meio dos convidados uma maçã de oiro (o
Pomo da Discórdia), dizendo: «Para a mais formosa!» Logo Vénus
estendeu a mão, ao mesmo tempo que Juno (na Grécia, Hera), deusa
do casamento, e Minerva (na Grécia, Atena ou Palas), deusa da
sabedoria, o faziam também. Foi então chamado Paris, (Páris,
segundo filho de Hécuba e de Príamo, último rei de Tróia) para
decidir a questão e este ofereceu-a a Vénus. Do casamento de Tétis
terá nascido o lendário guerreiro Aquiles, que a mãe mergulhou no
rio Estige para o tornar invulnerável. Na guerra de Tróia, Paris
matá-lo-ia, espetando-lhe uma flecha no calcanhar, ponto onde a mão
de sua mãe impediu que o tocasse a água milagrosa.
O
primeiro dia do mês de
Abril é conhecido por «Dia das Mentiras». Esta tradição
terá tido origem na corte de França, durante o reinado de Carlos
IX. Nesse mesmo ano, o calendário dos franceses, que começava em
Abril, passou a ter início em Janeiro.
Segundo
a religião cristã, o Salvador permaneceu durante o mês de Abril
na Terra, «onde instruiu os seus Apóstolos, ministrando-lhes o
ensinamento para a compreensão das Sagradas Escrituras». Em Abril
entra o Sol no signo do Touro (Taurus). Várias são as versões
para a sua interpretação, relatando uma delas que simboliza os
trabalhos agrícolas em que se utilizam os bois de lavoura. Ou seja,
a força e a utilidade.
Soledade
Martinho da Costa, in «Diário de Notícias», suplemento de 9-04-1995
(adaptado).
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