As
alergias, mal característico da Primavera, estão a aumentar e
afectam milhões de pessoas, com ataques de espirros, picadas nos
olhos, asma, febre e faltas de ar.
Uma
em cada duas pessoas tende actualmente a apresentar reacções alérgicas
e, para muitas, o período primaveril é o pior: os alérgicos
acordam com os olhos inflamados, o nariz a pingar e manchas
vermelhas e bolhas na pele.
Segundo
alguns peritos, as alergias aumentaram, recentemente, em 30 por
cento por década e os factores que as desencadeiam estão por toda
a parte, desde a habitação à comida, passando pela própria
natureza.
Na
Áustria, um terço das crianças em idade escolar estão afectadas,
pelo que Sigfried Jaeger, um especialista do Hospital Geral de
Viena, propôs uma antecipação das férias, considerando que «o stress
do colégio e os pólenes, simultaneamente, são de mais para as
crianças».
Um
terço dos alérgicos são vítimas dos escritórios com ar
condicionado, porque através da climatização inalam fungos —
forma de alergia «tecnológica» que apresenta uma forte progressão.
Os
ácaros e o pólen para além do «stress»
Cerca
de 20 por cento dos pacientes sofrem de alergia ao pó da casa e,
mais concretamente, aos ácaros, seres microscópicos que vivem no pó
e que, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, provocam 80
por cento dos casos de asma em crianças.
Por
sua vez, os pólenes, que afectam 16 por cento dos alérgicos, e
alguns alimentos causam conjuntivites, dores de cabeça e espirros.
Entre
as principais causas deste mal, figuram as ecológicas: o efeito de
estufa provoca stress nas plantas, consideram os defensores
do meio ambiente, levando-as a produzir pólenes mais agressivos,
enquanto o corpo humano é debilitado pela contaminação do ar e
dos pesticidas.
Também
a grande quantidade de produtos químicos utilizados na construção
civil — colas e vernizes, nomeadamente — se converte numa
carga permanente para o organismo.
Hereditariedade:
pesada herança
A
hereditariedade joga, igualmente, um papel importante na expansão
das alergias e, segunda Rudolf Hanslik, chefe de uma clínica
privada austríaca, uma criança cujos pais sejam alérgicos tem 75
por cento de probabilidades de sofrer da mesmo mal. Essa percentagem
desce para 25, se apenas um dos progenitores for alérgico.
O
stress, a pressão a que muitas pessoas são expostas no
trabalho e na vida quotidiana, comporta um risco adicional.
In:
«Diário de Notícias» de 11-05-95
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