Desde há alguns anos que
temos vindo a coleccionar e a registar em verbetes provérbios
portugueses, que vamos ouvindo aqui ou ali e encontrando também em
obras literárias e em textos diversos. Possuímos já uma colecção de algumas
dezenas, para não dizermos centenas. Seria interessante o registo
de uma breve referência explicativa para cada um. É trabalho
moroso que, possivelmente, nunca iremos concretizar. Entretanto,
para que possam ser consultados, aqui fica a listagem. Está feita alfabeticamente pela palavra inicial de
cada provérbio. Para uma mais rápida localização, utilizem-se as
letras da linha superior. Se, por acaso, conhecem alguns que aqui
não estejam indicados, utilizem o endereço do coordenador deste espaço e dêem-nos a conhecer.
E serão acrescentados.
Aveiro, 15 de Setembro de 2003 Henrique J. C. de Oliveira |
A ambição cerra o
coração.
A apressada pergunta, vagarosa resposta.
A boca do ambicioso só se fecha com terra da sepultura.
A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado.
A cavalo dado não se olha o dente.
A chuva no S. João tira a uva e não dá pão.
A desconfiança é a mãe da segurança.
A falta do amigo há-de se conhecer, mas não aborrecer.
A fome é inimiga da virtude.
A fome é o melhor tempero.
A fome faz sair o lobo do mato.
A galinha da minha vizinha é mais gorda que a minha.
A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo.
A ignorância é a mãe de todas as doenças.
A ignorância e o vento são do maior atrevimento.
A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata.
A montanha pariu um rato.
A mulher e a sardinha, quer-se da mais pequenina.
A necessidade aguça o engenho.
A noite é boa conselheira.
A ocasião faz o ladrão.
A ociosidade é a mãe de todos os vícios.
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro.
A palavras loucas, orelhas moucas.
A palavras ocas, orelhas moucas.
A pensar morreu um burro.
A pescada de Janeiro vale carneiro.
A pobre não prometas e a rico não devas.
A preguiça é mãe de todos os vícios.
A pressa é inimiga da perfeição.
A quem do seu foi mau despenseiro não fies o teu dinheiro.
A razão e a verdade fogem quando ouvem disputas.
A roupa suja lava-se em casa.
A um favor, mil favores; a piparote, chicote.
A união faz a força.
Água de Julho, no rio faz barulho.
Água e conselhos só se dão a quem os pede. (in:
Catálogo nº 2 de José Luiz da Cunha, Pombal, 1905)
Água e vento são meio sustento.
Água fria e pão quente nunca fizeram bom ventre (in:
Catálogo nº 2 de José Luiz da Cunha, Pombal, 1905)
Água mole em pedra dura tanto dá até que fura.
Águas passadas não moem moinhos.
Águas passadas não movem moinhos.
Abril ora chora ora ri.
Agosto, não caminhar; Dezembro, não marear.
Agosto nos farta, Agosto nos mata.
Agosto, toda a fruta tem gosto.
Aí é que bate o ponto.
Albarde-se o burro à vontade do dono.
Alcança quem não cansa.
Amigo não empata amigo.
Amigos amigos, negócios à parte.
Amigos dos meus amigos meus amigos são.
Amor com amor se paga.
Andar o carro adiante dos bois.
Ande o frio onde andar, no Natal cá vem parar.
Ande o frio por onde andar, que o Natal o irá buscar.
Antes anoitecer sem ceia, que andar com dívidas.
Antes anoitecer sem ceia, que andar com dívidas de barriga cheia.
Antes asno que me leve, que cavalo que me derrube. (In: Gil
Vicente)
Antes minha face com fome amarela, que vergonha nela.
Antes só (do) que mal acompanhado.
Antes tarde do que nunca.
Ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo.
Ao perigo com tento e ao remédio com tempo (in:
Catálogo nº 2 de José Luiz da Cunha, Pombal, 1905)
Ao quinto dia de Julho verás que mês terás.
Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam.
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas.
Aqui é que a porca torce o rabo.
Arrenda a vinha e o pomar, se os queres desgraçar.
As palavras são como as cerejas, vêm umas atrás das outras.
As palavras voam, a escrita fica.
As paredes têm ouvidos.
Até ao lavar dos cestos é vindima.
Atrás de mim virá quem bom me fará.
Atrás do tempo, tempo vem.
Aveia de Fevereiro enche o celeiro.
Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo. |