1 - Opinião dos
Docentes
Em meados do 2º
período, foram entregues inquéritos, para avaliação da
organização e funcionamento do Ensino Recorrente. Do tratamento
dos inquéritos respondidos pelos docentes, obtiveram-se os
resultados que passamos a expor.
Questões Formuladas |
SIM |
NÃO |
NÃO SEI |
S.RESP. |
Unidades com sequência lógica? |
72 |
28 |
|
|
Articulação interdisciplinar? |
10 |
39 |
61 |
|
Utilização de Guias |
44 |
66 |
|
|
Guias suficientes? |
22 |
67 |
|
11 |
Planificação de aulas |
83 |
11 |
|
6 |
Aulas viáveis com muitas unidades? |
60 |
40 |
|
|
Assiduidade? |
33 |
50 |
|
17 |
Novo sistema de apoio vantajoso? |
50 |
40 |
|
10 |
Quadro com os valores
percentuais obtidos
Relativamente ao
currículo, 72% dos docentes consideraram haver uma sequência
lógica nas diferentes unidades das respectivas disciplinas. No
entanto, 61% não sabe se existe uma articulação interdisciplinar
nos conteúdos das diferentes disciplinas, contra 10% dos que
afirmam existir
44% dos professores
utilizam os Guias de Aprendizagem. Destes, 67% consideram-nos como
insuficientes para uma correcta aprendizagem, pelo que recorrem a
outros recursos: 27% recorrem a livros didácticos de diferentes
editoras, 22% a outros textos, 6% a questões pessoais, 6% a
esquemas e resumos, 28% a fichas de trabalho e 17% a esclarecimentos
orais.
Devido à falta de
autonomia e dificuldade dos alunos, à selecção de material e
actividades, às deficiências encontradas nos Guias, e à
necessidade de preparação do desempenho do trabalho/aula, 83% dos
docentes planificam as unidades. Há também outros que não
planificam, justificando que só lhes é possível traçar um
percurso da aula face às situações efectivamente encontradas, uma
vez que o decurso das aulas está dependente dos ritmos de
aprendizagem, assiduidade e número de unidades simultaneamente a
leccionar.
A maioria dos
docentes (60%) considera viável a existência de diferentes
unidades na mesma sala de aula, uma vez que é este o espírito do
SEUC. Todavia, 40% dos docentes consideram que o limite máximo
deverá ser de três unidades. Igualmente, o número de alunos não
poderá ser elevado, salvo risco de reduzir o aproveitamento dos
alunos de cada unidade. Os que não concordam (40%) justificam que
não se consegue abordar com profundidade os temas, daqui resultando
manifesto prejuízo do rendimento escolar dos alunos e deficiente
inter-relação professor-aluno.
O inquérito abordou
também o problema da coordenação interdisciplinar. Metade dos
docentes considerou este aspecto muito importante, alegando que
diminuía a repetição de conteúdos, conseguindo-se uma melhor
interligação dos conhecimentos. Os docentes que não perfilham
desta opinião consideram a interdisciplinaridade como uma utopia.
72% dos docentes
afirmaram nunca ter efectuado qualquer articulação de actividades
com os Coordenadores Pedagógicos, em virtude de não terem ainda
sentido qualquer necessidade de o fazerem. Sempre que contactaram os
respectivos coordenadores, foi para abordarem assuntos relacionados
com a assiduidade e dificuldades de aprendizagem dos alunos.
Quanto à
assiduidade, 50% consideram que esta não é o que seria desejável,
donde parece poder inferir-se que o actual regime de faltas não
trouxe qualquer vantagem para o sistema.
Relativamente ao
actual sistema de aulas de apoio, metade dos docentes considera-o
razoável, porque são outros professores a leccionar, só se pensa
na rentabilidade financeira deste serviço, devendo ser integrados
mais professores nas disciplinas dessa equipa.
2 - A Opinião dos
alunos
A avaliação da
organização e funcionamento do Ensino Recorrente foi também
objecto de inquérito aos alunos. Deste inquérito fazemos aqui uma
pequena análise e transcrevemos as achegas mais importantes.
■ Que valor
atribui ao Boletim Itinerário de Formação?
Um percurso escolar a
estabelecer no início do ano - 41%; Cumprimento de uma formalidade
- 17%; Uma definição/redefinição do percurso escolar - 21%; Sem
resposta - 21%
■ Sequência
lógica nas diferentes unidades? Ver gráfico.
■ Articulação
de conteúdos entre as diferentes disciplinas.
Metade dos alunos
afirmou existir. Apenas 26% considerou que esta articulação só se
verifica em algumas, nomeadamente nas disciplinas de Português e
Literatura Portuguesa; História, Economia e Geografia; finalmente,
em Ciências Sociais.
■ Utilização
de Guias de Aprendizagem.
76% dos alunos
afirmaram que os utilizam, enquanto 21% disseram que usam apenas
alguns, tal como se indica: Ciências do Ambiente - 28%; Português
- 86%; Matemática - 14%; Ciências Sociais - 41%; Francês - 14%;
Geografia - 28%; Comunicação e Animação Social - 28%; Ciências
da Natureza - 28%; Inglês - 14%. É de salientar que 76% não
considera os guias suficientes.
■ Viabilidade
de muitas unidades na mesma sala de aula:
Sim - 18%; Não - 82%
Os alunos disseram
não haver viabilidade porque dificulta a concentração, falta o
apoio dos professores, diminui o rendimento e não deveria existir
mais de duas unidades por sala de aula.
■ Aulas de
Apoio.
65% não frequentam
estas aulas, porque não necessitam ou não têm tempo ou têm
outros professores com outras metodologias e o professor que dá
apoio fica com reduzida disponibilidade para acorrer às
necessidades de todos os alunos. Outros acrescentam que existem
disciplinas que não têm apoio.
35% frequentam as
aulas de apoio meramente para tirar dúvidas ou porque reconhecem
dificuldades de aprendizagem.
Dos alunos
frequentadores das aulas de apoio, 35% dizem ser satisfatórias,
porque conseguem tirar as dúvidas e são aulas como as outras,
apenas diferindo por terem mais unidades por aula. Não deram
achegas para melhorar a acção pedagógica dos professores.
■ Alterações
acerca do funcionamento do ensino recorrente.
82% dos alunos
tiveram conhecimento das novas alterações, tendo 75% acrescentado
que foram informados pelos respectivos coordenadores, 14% pelos
professores e 11% pelos colegas.
Daqui se infere que a
maioria dos alunos teve conhecimento destas alterações porque
contactaram os coordenadores, o qual é visto por eles como uma
pessoa para tirar dúvidas (38%), para obter informações (32%),
bem como para justificar falta (11%). Os alunos que não os
contactaram afirmaram não ter problemas ou necessidade ou ainda
não terem a possibilidade de contacto com os coordenadores por
motivo de incompatibilidade de horário.
■ Problemas e
sugestões apresentada pelos alunos.
A grande maioria não
deu qualquer resposta a este aspecto do inquérito. Das poucas
sugestões fornecidas, apenas se podem indicar as seguintes:
- programas mais
curtos;
- menos unidades no
currículo;
- menos disciplinas;
- menos unidades por
professor;
- mais apoio por
parte do professor;
- não mudar de
professor ao longo das unidades;
- ter aulas
expositivas, ou seja, no estilo tradicional;
- redução da carga
horária.
Cristina Campizes e João
Paulo |