Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003. |
||
|
||
6 – Utilizações do computador Programas multimédia - PPO |
||
Já dissemos, quando reflectimos acerca das características específicas do computador, o que se entende por multimédia. Vimos que, não sendo nova, a palavra se foi transformando num significante cada vez mais carregado de significados, na medida em que os computadores desempenham, cada vez mais, funções que, em tempos, eram atributos de máquinas específicas. Falámos também acerca do conceito de hipertexto. E dissemos que, juntando-se-lhe os vários suportes de informação actualmente utilizados, passamos a ter um programa multimédia. Portanto, programas multimédia são aqueles que se servem dos diferentes suportes de informação actualmente conhecidos, empregando-os de acordo com o conteúdo específico da informação que se pretende fornecer. São exemplo de programas multimédia as modernas enciclopédias em CD-ROM. E muitas poderíamos referir, desde os primeiros exemplares, em língua inglesa, surgidos ainda no final do século passado, até às modernas enciclopédias produzidas actualmente por algumas editoras nacionais[1]. Todas estas enciclopédias, estejam em Português, estejam noutra língua das que um português de cultura média deverá dominar (Inglês, Francês, Alemão, Espanhol, Italiano), todas elas constituem óptimas fontes de informação, que nos podem servir de rampa de lançamento para estudos mais avançados. Logo, constituem excelentes materiais pedagógicos. Mas os programas multimédia não se limitam às enciclopédias. É possível encontrar outros em CD que poderão ser úteis em várias disciplinas. Há-os, e excepcionalmente bons, para a Geografia e Geologia, há-os para a Biologia, para a História, para a Música, em suma, é praticamente possível encontrar programas para todas as disciplinas, que podem ser utilizados pelos professores não apenas em situação de aulas, mas também como suporte para preparação das mesmas[2].
- E para criação de programas multimédia, que permitam aos professores produzir o seu próprio material, haverá «ferramentas» acessíveis, de fácil aprendizagem e utilização? A resposta é afirmativa. Desde há vários anos, há ferramentas para criação de programas multimédia, umas mais vocacionadas para áreas comerciais, outras pensadas exclusivamente para a área da educação. Estamos a considerar, neste caso, as ferramentas de programação por objectos (PPO), produzidas pela Macromedia e pela Asymetrix. A primeira, mais vocacionada para a área comercial, é a que encontramos geralmente em vários programas fornecidos em CD, que vêm em revistas de informática, que vêm com aparelhos digitais, tais como scanners, máquinas fotográficas e câmaras de vídeo. A ferramenta produzida pela Asymetrix está especialmente vocacionada para o ensino. Tem o nome de Toolbook Instructor. Permite criar, com relativa facilidade, módulos educativos em que podemos utilizar todos os suportes informativos actualmente conhecidos: textos, locução, música, sons ambientais, imagens fixas e animadas e sequências de vídeo. Como para tudo na vida, estas ferramentas são simultaneamente fáceis e difíceis. Fáceis para quem aprendeu a dar os primeiros passos e a evoluir para projectos cada vez mais elaborados; difíceis para quem não detenha os requisitos mínimos para trabalhar com os computadores. Mas seja qual for o caso, por muito pouco que se saiba ou por muito especialista que se seja, a produção de material educativo multimédia exige sempre: 1 – Uma prévia planificação, com indicação dos objectivos, dos conteúdos e das estratégias de elaboração do módulo; 2 – Uma pesquisa, selecção e tratamento do material: textos e imagens; 3 – Um trabalho de equipa, de preferência com professores de diversas áreas disciplinares. 4 – Tempo e perseverança, porque tudo quanto se produz deve ser permanentemente revisto e testado Só depois de tudo devidamente estruturado no papel e com o material recolhido se pode passar à fase de montagem de um programa multimédia, utilizando não só os conhecimentos relativos à ferramenta de programação, como também aos restantes componentes informáticos. Dada a exigência deste requisitos, será difícil a produção de software educativo multimédia? A resposta está dependente do grau de ambição e desenvolvimento do projecto. Todavia, à partida, nenhum projecto é difícil, desde que haja um grupo de trabalho verdadeiramente empenhado e entusiasmado pelo seu desenvolvimento. Se assim não fosse, não teriam sido criados os vários módulos didácticos produzidos em Toolbook, que se encontram disponibilizados na Internet, de entre os quais voltamos a referir alguns, já anteriormente citados a propósito das salas de estudo:
● Fernando Pessoa ● Fotografia ● Francês Iniciação ● O Mundo Helénico ● O Mundo Romano ● Newton ● José Estêvão Coelho de Magalhães Qualquer um deles poderá ser utilizado, quer em situação de aula, por professores e alunos, quer como complemento de estudo noutros contextos. Para que possam ser utilizados pelos professores, terão de ser descarregados da Internet para os computadores pessoais, descompactados e devidamente instalados. Para isso apenas é necessário ler e seguir as instruções pormenorizadas, que fornecem todos os passos para uma correcta utilização com ocupação reduzida de espaço no disco duro.
[1] - Indicamos, a título exemplificativo, algumas das melhores enciclopédias multimédia:
- Compton’s Interactive Encyclopedia (1994)
-
Microsoft Encarta’ 95 (1995)
[2]
-
Indicamos, a título exemplificativo, alguns títulos com interesse: - Understanding Earth (v. 2.0) – 1998 - Microsoft Cinemania’ 95 – (1995) - Conquête de l’Histoire de 1945 à nos jours – (?) - De Gaulle, un géant dans l’histoire – 1997 - Microsoft Art Gallery – 1993
-
Microsoft
Musical Instruments - 1995 |
||
|
||