Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003. |
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2 – Características específicas do computador |
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O
vocábulo MULTIMÉDIA, além de não ser recente, não
apresenta hoje qualquer problema de descodificação, embora tenha vindo a
adquirir uma maior carga semântica, graças aos contributos permanentes das
novas tecnologias, que não param de nos surpreender pelas potencialidades cada
vez maiores. Juntemos
a um hipertexto vários suportes de informação, tais como:
O
que é que passamos a ter? Nada mais do que um programa de tipo MULTIMÉDIA. Embora
não necessitemos de recorrer a outras fontes para darmos as definições dos
conceitos, vamos manter o procedimento corrente nestas situações de reflexão
e transcrever o que nos diz Thomas REEVES[1],
relativamente aos novos sistemas interactivos: «Multimédia interactiva pode-se definir como uma base de informações computorizada, que permite aos utilizadores aceder à informação de múltiplas formas, incluindo texto, gráficos, vídeo e áudio. Multimédia
interactiva é especificamente concebida com nós de informação para permitir
aos utilizadores o acesso à informação de acordo com as suas próprias
necessidades. (...)» Reflectindo
um pouco acerca do conceito de multimédia, será que podemos considerar um
leitor de DVD, actualmente muito em voga e com um sucesso que nunca o CD-I
conheceu, um recurso multimédia interactivo? Embora
este recurso seja digital, utilizando «software» em CD e apresente um menu
inicial com opções, não o consideramos um recurso multimédia, apesar de já
apresentar alguma interactividade. E
não o consideramos um recurso multiméda pela simples razão de que não é
multimédia. Poderão argumentar
dizendo que um leitor de DVD também permite ouvir música e talvez ficheiros em
MP3 e JPG. Mas não passa de uma simples máquina de leitura, ainda que mais
sofisticada que um tradicional videogravador. Então
o que é que consideramos uma plataforma multimédia? Que requisitos deverá
ter? E quais os requisitos fundamentais para que os professores mais «agarrados»
pelas novas tecnologias possam criar programas multimédia para aplicação no
ensino? Um
sistema multimédia, de acordo com a nossa visão, tem por base um computador.
Por exemplo, o portátil com que escrevi este texto e ao qual dei um determinado
formato, para o poder utilizar como um texto tradicional ou me servir de base a
uma apresentação. E perante um auditório, é uma plataforma multimédia. E
porquê? Muito simplesmente porque
apresenta um elevado número de funcionalidades. Constitui simultaneamente um
recurso para produção de textos, para criação e consulta de bases de dados,
para edição gráfica, para publicação electrónica em papel (DTP) ou na
Internet, para a produção de diaporamas interactivos, para a criação ou
visualização de suportes em CD nas diferentes vertentes áudio, vídeo, DVD,
etc., para comunicação à distância, etc. É, em suma, uma plataforma que
substitui com vantagem todos os «media» tradicionais e nos permite realizar
toda uma série de actividades com elevada facilidade e rendimento de trabalho.
E
quais os requisitos e etapas
fundamentais para a criação de programas multimédia para aplicação
no ensino? 1º
- Definição dos objectivos: – O quê? – Para quem? – Como? 2º
- Possuir material adequado; 3º
- Criatividade, imaginação, gosto e conhecimentos; 4º - Criação de um roteiro prévio, tendo em conta os objectivos, no qual deverão ser indicados, por exemplo: - os suporte de informação (textos, imagens, sons); - A sequência e formas de navegação (fluxograma);
-
Actividades de verificação
e consolidação de conhecimentos. [1]
- Thomas
C. REEVES, Evaluating Interactive Multimedia, in: "Educational
Technology", Maio de 1992, vol. XXXII, pp. 47-52. |
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