Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003.

6Utilizações do computador

  Programas de Edição Gráfica

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Consideram-se dentro da categoria de programas de edição gráfica aqueles que se destinam à criação, edição e tratamento de imagens. E nesta categoria estão compreendidos não só aqueles programas relativamente simples para desenho, como ferramentas mais sofisticadas para edição e tratamento de imagens.

 

Desde os primeiros programas produzidos na década de 1980 para os primeiros computadores domésticos, caso dos Spectrum, Amstrad, Atari, etc., até aos dias de hoje, a evolução é enorme.

Os primeiros programas, embora simples, permitiam-nos a criação de imagens agradáveis e úteis, para ilustração de trabalhos. Outras rotinas escritas em basic permitiam, mediante alteração das variáveis, produzir efeitos visuais por vezes verdadeiramente espectaculares.

Actualmente, os computadores permitem criar verdadeiros universos virtuais, tridimensionais, nos quais podemos virtualmente passear, admirando obras de arte e monumentos actualmente desaparecidos, deambular em espaços que só existem no universo digital.

 

Os modernos jogos de computador, destinados a máquinas potentes, que fazem as delícias de jovens de várias idades, além dos aspectos lúdicos, que prendem os jogadores pelo dinamismo da acção e os obriga a reflexos altamente afinados, apresentam uma faceta que é remetida, normalmente, para segundo plano. Se utilizarmos esses jogos e prestarmos a devida atenção àquilo que eles realmente encerram, verificaremos que os cenários virtuais onde decorre a acção constituem autênticas obras de arte, que merecem uma observação detalhada, pelo realismo que encerram, mas sobretudo pela beleza. Isto só é possível porque as equipas que produzem esses jogos são constituídas por especialistas de diversas áreas, entre as quais as ligadas à arte da computação gráfica e às artes em geral.

 

Experimentem, por exemplo, um jogo como UNREAL. Eliminem as criaturas hostis e, depois, aproveitem para explorar os ambientes onde decorre a acção. Irão deparar com cidades espaciais, com catedrais decoradas com vitrais de grande beleza, tão frágeis e perecíveis como os de vidro e chumbo, se quiserem experimentar atingi-los com qualquer projéctil. Todos estes cenários virtuais só existem porque foram utilizados programas sofisticados de produção de imagens e houve artistas plásticos que anteriormente os conceberam.

 

A evolução técnica no campo da produção de imagens, de cenários e de personagens virtuais constitui actualmente um sério risco para os actores de carne e osso. É actualmente possível produzir filmes sem necessidade deles, utilizando, inclusive, a imagem e as características de actores célebres há muito desaparecidos do nosso convívio em corpo e alma.

 

Mas estamos a voar por céus demasiado altos. Desçamos à terra. Voltemo-nos para coisas mais chãs, isto é, mais planas, mais acessíveis, mais terra a terra, retomando as interrogações tão úteis, porque nos ajudam a reflectir:  

 

- A utilização de programas de edição gráfica poderá ser útil para os nossos alunos? Que programas poderão ser utilizados? E com que objectivos?

 

Peguemos nas perguntas tendo em conta uma sequência  mais lógica, até porque a primeira não poderá ter outra resposta que não seja a afirmativa. E isto porque todos os programas, sejam eles quais forem, todos podem ser úteis para os nossos alunos. E para nós também. A questão mais importante é saber quando e como utilizá-los.

 

Comecemos pela questão primordial: - Que programas existem actualmente que nos possam ser úteis?

 

Eles são muitos. E todos eles com potencialidades espantosas. Uns melhores do que outros neste ou naquele aspecto. Mas todos úteis. E todos exigindo uma prévia experimentação pelos utilizadores.

 

O mais simples e económico de todos, porque não é necessário adquiri-lo, vem geralmente com todos os sistemas operativos do Sr. Bill Gates, desde que começou a substituir o MS-DOS pelas janelinhas que já nos são familiares, ou seja, desde o Windows 3.1 até ao actual XP com que ultimamente os computadores vêm dotados.

 

Nos primeiros tempos, o Paint era um programa fraquito, que então substituíamos por outros mais eficientes, como o PainBrush, ou, melhor ainda, um Micrograph Designer, um Publisher’s Paintbrush, ou um Corel Draw, então ainda na versão 3 ou 4.

 

Actualmente, o Paint é já uma ferramenta evoluída, com utilidade bastante para que não deva ser menosprezada, desempenhando utilíssimas funções, ao lado de programas mais sofisticados como um PSP (Paint Shop Pro), um Adobe, um Corel Draw ou um Picture Publisher. Nós conservamos no computador, como já anteriormente referimos, apenas o PSP e o Picture Publisher, da Micrograph. Mas não será destes que iremos agora falar. Iremos limitarmos ao programa mais simples, mas nem por isso menos útil, que vem com os sistemas operativos Windows. Vamos limitar-nos ao Paint da Microsoft.

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