Consideram-se
dentro da categoria de programas de edição gráfica aqueles que se destinam à
criação, edição e tratamento de imagens. E nesta categoria estão
compreendidos não só aqueles programas relativamente simples para desenho,
como ferramentas mais sofisticadas para edição e tratamento de imagens.
Desde
os primeiros programas produzidos na década de 1980 para os primeiros
computadores domésticos, caso dos Spectrum, Amstrad, Atari, etc., até aos dias
de hoje, a evolução é enorme.
Os
primeiros programas, embora simples, permitiam-nos a criação de imagens agradáveis
e úteis, para ilustração de trabalhos. Outras rotinas escritas em basic
permitiam, mediante alteração das variáveis, produzir efeitos visuais por
vezes verdadeiramente espectaculares.
Actualmente,
os computadores permitem criar verdadeiros universos virtuais, tridimensionais,
nos quais podemos virtualmente passear, admirando obras de arte e monumentos
actualmente desaparecidos, deambular em espaços que só existem no universo
digital.
Os
modernos jogos de computador, destinados a máquinas potentes, que fazem as delícias
de jovens de várias idades, além dos aspectos lúdicos, que prendem os
jogadores pelo dinamismo da acção e os obriga a reflexos altamente afinados,
apresentam uma faceta que é remetida, normalmente, para segundo plano. Se
utilizarmos esses jogos e prestarmos a devida atenção àquilo que eles
realmente encerram, verificaremos que os cenários virtuais onde decorre a acção
constituem autênticas obras de arte, que merecem uma observação detalhada,
pelo realismo que encerram, mas sobretudo pela beleza. Isto só é possível
porque as equipas que produzem esses jogos são constituídas por especialistas
de diversas áreas, entre as quais as ligadas à arte da computação gráfica e
às artes em geral.
Experimentem,
por exemplo, um jogo como UNREAL. Eliminem as criaturas hostis e, depois,
aproveitem para explorar os ambientes onde decorre a acção. Irão deparar com
cidades espaciais, com catedrais decoradas com vitrais de grande beleza, tão frágeis
e perecíveis como os de vidro e chumbo, se quiserem experimentar atingi-los com
qualquer projéctil. Todos estes cenários virtuais só existem porque foram
utilizados programas sofisticados de produção de imagens e houve artistas plásticos
que anteriormente os conceberam.
A
evolução técnica no campo da produção de imagens, de cenários e de
personagens virtuais constitui actualmente um sério risco para os actores de
carne e osso. É actualmente possível produzir filmes sem necessidade deles,
utilizando, inclusive, a imagem e as características de actores célebres há
muito desaparecidos do nosso convívio em corpo e alma.
Mas
estamos a voar por céus demasiado altos. Desçamos à terra. Voltemo-nos para
coisas mais chãs, isto é, mais planas, mais acessíveis, mais terra a terra,
retomando as interrogações tão úteis, porque nos ajudam a reflectir:
- A
utilização de programas de edição gráfica poderá ser útil para os nossos
alunos? Que programas poderão ser utilizados? E com que objectivos?
Peguemos
nas perguntas tendo em conta uma sequência
mais lógica, até porque a primeira não poderá ter outra resposta que
não seja a afirmativa. E isto porque todos os programas, sejam eles quais
forem, todos podem ser úteis para os nossos alunos. E para nós também. A
questão mais importante é saber quando e como utilizá-los.
Comecemos
pela questão primordial: - Que programas existem actualmente que nos possam ser
úteis?
Eles
são muitos. E todos eles com potencialidades espantosas. Uns melhores do que
outros neste ou naquele aspecto. Mas todos úteis. E todos exigindo uma prévia
experimentação pelos utilizadores.
O
mais simples e económico de todos, porque não é necessário adquiri-lo, vem
geralmente com todos os sistemas operativos do Sr. Bill Gates, desde que começou
a substituir o MS-DOS pelas janelinhas que já nos são familiares, ou seja,
desde o Windows 3.1 até ao actual XP com que ultimamente os computadores vêm
dotados.
Nos
primeiros tempos, o Paint era um programa fraquito, que então substituíamos
por outros mais eficientes, como o PainBrush, ou, melhor ainda, um Micrograph
Designer, um Publisher’s Paintbrush, ou um Corel Draw, então ainda na versão
3 ou 4.
Actualmente,
o Paint é já uma ferramenta evoluída, com utilidade bastante para que não
deva ser menosprezada, desempenhando utilíssimas funções, ao lado de
programas mais sofisticados como um PSP (Paint Shop Pro), um Adobe, um Corel
Draw ou um Picture Publisher. Nós conservamos no computador, como já
anteriormente referimos, apenas o PSP e o Picture Publisher, da Micrograph. Mas
não será destes que iremos agora falar. Iremos limitarmos ao programa mais
simples, mas nem por isso menos útil, que vem com os sistemas operativos
Windows. Vamos limitar-nos ao Paint da Microsoft.
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