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Boletim da Biblioteca    

     
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Nem na aparência Peixoto é “banal” (numa perspectiva claramente estereotipada) – tatuagens e “piercings” marcam-lhe o corpo; “é uma necessidade de mudar alguma coisa em mim próprio”. Quando a jornalista o confronta com a permanência, o trabalho e a dor que essas marcas representam, Peixoto responde:

«Um livro é mais permanente que uma tatuagem. Um livro começa a fazer parte de uma pessoa a partir do momento em que é escrito, de uma maneira que é irreversível.»

«Acredito muito nas coisas que dão trabalho. (...) O trabalho traz dignidade para quem o exerce. (...) eu tenho prazer com o trabalho.»

   

«(...) tudo o que vale a pena é doloroso. [Escrever] “não é como comer algodão doce na Feira Popular. Isso é uma recompensa. Escrever tem o esforço e a recompensa, como todas as coisas que são efectivamente reais. O prazer depende do esforço.»

Sobre o seu processo criativo explica:

»Adoro ter um romance em construção. Tem alguma coisa a ver com gravidez, no sentido de ser um período de gestação. Quando escrevo um romance, o meu espaço é muito maior, sinto-me mais amplo, tenho mais alternativas, mais possibilidades. (...) Há sempre um mundo que anda connosco. Se fechar os olhos ele está aqui. Faço parágrafos nos pensamentos. É uma coisa esotérica. E isso não acontece porque nasci assim, mas porque comecei a olhar o mundo dessa maneira cada vez mais, até ser assim.»

«Se calhar, acho que posso continuar a trabalhar até sempre... Não sei.»

Eu quero ler sempre José Luís Peixoto!

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