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ESCOLA
SECUNDÁRIA DE
JOSÉ ESTÊVÃO |
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Nesta
edição:
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Boletim da
Biblioteca |
Ano III, N.º 5 |
Fevereiro a Março de 2008 |
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B |
oletim
–
publicação periódica que constitui o órgão de divulgação
de uma entidade.
In: Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea |
Primavera! O dia 21 de Março chegou, mas o vento frio e
as nuvens escuras não nos deixam festejá-la: onde está o
sol que torna as cores mais vivas e o sorriso das
pessoas mais aberto? Esperava-o para se juntar às
árvores e à poesia... Sim, é o Dia da Árvore e o Dia da
Poesia! |
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Não é estranha esta associação
árvore (natureza) / poesia; encontrámo-la sempre nos textos
poéticos de todas as épocas: lembro-me da natureza
confidente e amiga na poesia medieval, com as ”flores do
verde pino” a quem se pergunta pelo amado ausente, as
”avelaneiras floridas” sob as quais dançam as raparigas...
Recordo, na lírica de Camões, os “verdes campos” que lembram
os olhos verdes da amada, os ”alegres campos” e as “claras e
frescas águas de cristal” que já não conseguem alegrar o
coração saudoso... Do romântico Almeida Garrett ficou o
simbolismo das rosas, das flores em geral... Em Cesário
Verde, o “ramalhete rubro de papoulas” completa o encanto de
uma pequena “aguarela em verso”; no poema “De tarde”,
Eugénio de Andrade interroga-se se o ser amado é “fonte ou
brisa ou mar ou flor” e por isso chama-lhe apenas “amor” e
de alguém diz que “ervas nasciam dos passos, cresciam
troncos dos braços quando os erguia no ar”... Sophia de
Mello Breyner diz cheirar “a terra as árvores e o vento que
a Primavera enche de perfumes” e, com o título “As rosas”,
escreve: “Quando à noite desfolho e trinco as rosas / É como
se prendesse entre os meus dentes / Todo o luar das noites
transparentes, / Todo o fulgor das tardes luminosas, / O
vento bailador das Primaveras, / A doçura amarga dos
poentes, / E a exaltação de todas as esperas.”
Neste número do Boletim, celebramos a poesia com textos da
professora Maria Manuel Rocha e de José Luís Peixoto.
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