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Página 9 |
Boletim da Biblioteca
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Na Biblioteca encontras jornais e revistas que
proporcionam uma informação rápida sobre
assuntos variados: "Super Interessante",
"Informática", "National Geographic",
"Visão", "Auto Foco", "Jornal
de Letras", etc. |
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Neste número, trazemos
textos de José Luís Peixoto, de que falámos nas
páginas 2 e 7. Que eles cumpram a sua “missão” :
levar-nos a ler, ou a reler, este jovem escritor
português. |
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o tempo, subitamente
solto pelas ruas e pelos dias, como a onda de
uma tempestade a arrastar o mundo, mostra-me o
quanto te amei antes de te conhecer. eram os
teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a
tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu
rosto. era a tua pele. antes de te conhecer,
existias nas árvores e nos montes e nas nuvens
que olhava ao fim da tarde. muito longe de mim,
dentro de mim, eras tu a claridade. |
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na hora de pôr a mesa, éramos
cinco: o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e
eu. depois a minha irmã mais velha casou-se.
depois a minha irmã mais nova casou-se. depois,
o meu pai morreu. hoje na hora de pôr a mesa,
somos cinco, menos a minha irmã mais velha que
está na casa dela, menos a minha irmã mais nova
que está na casa dela, menos o meu pai, menos a
minha mãe viúva. cada um deles é um lugar vazio
nesta mesa onde como sozinho, mas irão estar
sempre aqui. na hora de pôr a mesa, seremos
sempre cinco. enquanto um de nós for vivo,
seremos sempre cinco. |
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«...O amor é o
sangue do sol dentro do sol. A inocência
repetida mil vezes na vontade sincera de desejar
que o céu compreenda. Levantam-se tempestades
frágeis e delicadas
na respiração vegetal do amor. Como uma planta a
crescer da terra. O amor é a luz do sol a beber
a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer
coisa profunda. O amor é o sentido de todas as
palavras impossíveis. Atravessar o interior de
uma montanha. Correr pelas horas originais do
mundo. O amor é a paz fresca da combustão de um
incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro
dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a
deslizar como um rio. À tarde, o sol como uma
certeza. O amor é feito de claridade e da seiva
das rochas. O amor é feito de mar, de ondas na
distância do oceano e da areia eterna. O amor é
feito de tantas coisas opostas e verdadeiras.
Nascem lugares para o amor e, nesses jardins
etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o
rosto suavemente.»
Uma Casa na
Escuridão |
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Escola Secundária José Estêvão |
Endereços:
Da página da Escola:
http://esje.edu.pt
Do blog da Biblioteca:
http://domuslibrorum.blogspot.com
Ficha Técnica:
Coordenação:
José Manuel Caseiro
Redacção e edição: Fátima Nunes; Luzia
Blard; Susana Santos
Colaboração: José Manuel Caseiro, Maria
Manuel Rocha, Aurélio Fernandes, Jeanette Conceição,
Ana Paula Tribuzzi, Henrique
de Oliveira |
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