Henrique J. C. de Oliveira, Computador e Ensino, Viseu, 2003.

5Entrada do computador no ensino

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Quando é que o computador começou a entrar no ensino como recurso educativo?

 

Para responder a esta pergunta, vamo-nos socorrer do texto criado em 1994/95 para uma tese de mestrado relacionada com os meios audiovisuais na escola portuguesa e na qual, além dos conceitos básicos sobre a imagem, suas características, classificações e funções, o autor nos apresenta, de maneira sistematizada e concisa, as principais concepções pedagógicas, bem como a evolução da comunicação pela imagem e dos recursos que lhe andam associados, desde as origens até quase ao final do século XX. É um trabalho cuja leitura aconselhamos a quem se interessa por esta problemática e que está, desde há um ano, à disposição de toda a comunidade de língua portuguesa, graças ao contributo do projecto Prof2000. O link para consulta é:

 - hjco/auditese

 

Vejamos o que nos é dito acerca do computador no ensino, na parte relativa à evolução da comunicação pela imagem no século XX.

 

Além de nos referir as potencialidades pedagógicas do computador, diz-nos que ele «começou a ser encarado como máquina com potencialidades para o ensino a partir dos anos 50 (1950), altura em que psicólogos americanos «behavioristas»  (Skinner, Holland, Crowder) dão forma ao chamado ensino programado».

 

É-nos aqui chamada a atenção para o facto de que o chamado «ensino programado», ao contrário do que habitualmente se pensa, não nasceu com os computadores. Segundo Paul Saettler[1], os antecedentes do ensino programado encontram-se entre os sofistas, na antiga Grécia, e em Coménio. E, mais próximo de nós, o primeiro pedagogo a utilizar materiais didácticos que «anteciparam os modernos conceitos de ensino programado» foi MARIA MONTESSORI. {Acerca de Maria Montessori Link }

 

Durante a Segunda Guerra Mundial, Sidney L. Pressey desenvolveu sistemas de treino militar, entre 1940 e 1950, cujas características anteciparam as bases do ensino programado.

 

As primeiras máquinas de ensino surgem em 1965. Uma delas, a Autotutor Mark II, utilizava registos em microfilmes, havendo uma bateria de botões que permitia aos alunos seleccionar entre uma e oito respostas. Também em 1965 é criada a máquina MITSI, que apresentava estímulos auditivos e visuais e permitia aos alunos escrever num ecrã.

 

Mas as máquinas com uma componente informática, ou seja, já com características que deixavam adivinhar os actuais computadores, só surgem em 1967-68, com as experiências de Feuerzeug e Papert, tendo em vista a utilização por crianças do SISTEMA LOGO.

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[1]  Vd. SAETTLER, Paul - A History of instructional technology, N. Y., McGraw-Hill, 1969, pp. 250-267.

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