BOLETIM   CULTURAL   E   RECREATIVO   DO   S.E.U.C.  -   J.  ESTÊVÃO


PÁGINA 1
Editorial
Alcino Carvalho
PÁGINA 2
Um presépio humano
Bartolomeu Conde
PÁGINA 3
Contos tradicionais portugueses
PÁGINA 4
A reforma do
SEUC
João Paulo
PÁGINA 5
Isto de Tradi-
ções e...

Henrique Oliveira
PÁGINA 6
Cenários de
Violência
Isabel Bernardino
PÁGINA 7
Plantas carní-
voras
João Paulo
PÁGINA 8
Receitas para
o fígado
H.J.C.O.
PÁGINA 9
Sebastião da
Gama
Paula Tribuzi
PÁGINA 10
Aveiro, de vila
a cidade
Claudete Albino
PÁGINA 11
Hora do
Recreio
PÁGINA 12
Fac-símile da 1ª página
 

Isto de tradições e...
São Martinho

                                                                                                                        Henrique J. C. de Oliveira

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Isto de tradições já não é o que era, ouve-se por vezes dizer. Todavia, na Secundária José Estêvão, como se pode comprovar pela cíclica notícia que tem vindo a sair no número de Dezembro do “Alternativas”, a tradição parece ter ganho raízes, raízes já bem fundas e grossas, tanto mais que ela tem vindo a manter-se a dobrar. E a dobrar porquê? Muito simplesmente porque a tradição nesta escola tem bis. Em vez de uma, há sempre duas celebrações: uma, à noite, para toda a escola (alunos, funcionários e professores); e outra de dia, para o pessoal auxiliar e professores. Seria mais agradável que a tradição diurna fosse idêntica à nocturna, ou seja, que nela estivessem também associados os alunos. Mas uma coisa é festejar o Santo entre um número relativamente reduzido, outra é com largas centenas de pessoas.

Embora também nós tenhamos bisado a tradição, a verdade é que apenas temos em nosso poder a comprovação visual relativamente ao ensino recorrente. Dos momentos de convívio são as imagens que ilustram este texto. Mas como nem só de imagens vivem os registos das tradições, vamos aproveitar para reflectir um pouco acerca da tradição do São Martinho. Não vamos agora rever a vida do santo. Se é isso que gostariam de ler, consultem o jornal de há um ano. Lá encontrarão o texto com a vida dele. E se estão muito intrigados a perguntar-nos como é isso possível, porque já não têm acesso ao jornal, nós acrescentamos que não têm razão para isso. Graças às modernas tecnologias, muitos jornais escolares evoluíram e já estão disponíveis no espaço virtual, graças ao projecto Prof2000 e à carolice dos líderes e professores que os fazem e os colocam em formato electrónico na Internet. Se querem mesmo conhecer a história do senhor São Martinho, procurem o jornal na secção de jornais escolares do espaço «Aveiro e Cultura». E poderão fazer também como nós: pesquisar na Internet acerca do santo. Foi graças a isto que pudemos dispor do material para a nossa reflexão. Em que consiste, é o que vão passar a ler, se quiserem continuar na nossa companhia.

É sabido que o São Martinho é uma tradição bastante festejada em diversas localidades de Portugal. Cada roca com seu fuso, cada terra com seu uso — diz-nos o ditado. E como as tradições costumam estar espelhadas nos ditados populares, procurámos saber em que medida a tradição oral regista o evento. Procurámos provérbios em que entrasse o nome do santo. Obtivemos uma longa listagem. Uma listagem que, ainda que avultada, não constitui mais do que uma série de variações ao mesmo tema, isto é, os provérbios são frequentemente os mesmos, variando apenas em alguns pormenores. E são precisamente esses pormenores que deram origem à nossa reflexão, porque são eles que nos mostram que, sendo a tradição mantida em várias zonas de Portugal, ela varia em função dos acepipes e costumes de cada região.

Quando analisámos a primeira listagem obtida, começámos por considerar como errónea a repetição frequente do mesmo provérbio, apenas pelo facto de mudar, por exemplo, a forma de introduzir o complemento circunstancial de tempo. Vejamos um caso concreto. Entre o registo «No São Martinho fura o teu pipinho» e «No dia de São Martinho fura o teu pipinho» ou «Pelo São Martinho fura o teu pipinho», não existe a mais pequena diferença semântica. Estamos na presença do mesmo provérbio. E casos como este são frequentes noutros provérbios em que a única diferença está, por exemplo, em os nomes virem ou não precedidos de determinantes.

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1 Editorial  -  2 Um presépio humano  -  3 Contos tradicionais  -  4 Reforma do SEUC
5 Tradições e S. Martinho  -  6 Cenários de Violência  -  7 Plantas carnívoras  -  8 Receitas para o fígado
9 Sebastião da Gama  -  10 Aveiro, de vila a cidade  -  11 Hora do Recreio  -  12 Fac-símile


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