|
Quando
se fala de carnívoros, pensa-se imediatamente em
animais. Todavia, o alimento à base de carne não
é exclusivo dos animais. Na natureza não há
exclusivos, porque atributos predominantes em
algumas espécies podem encontrar-se, por vezes,
noutras totalmente diferentes. |
Há
plantas que, se não se deliciam com um bom bife
ou um peru recheado ou um pato com laranjas, vão
procurar os seus nutrientes não à terra, mas
devorando pequenos animais. São as chamadas
plantas carnívoras. E algumas delas, na luta pela
sobrevivência, chegaram mesmo a desenvolver
estratégias predatórias: “esperam”
pacientemente e depois atacam sem dó nem piedade,
digerindo insectos, vermes e larvas. |
O adjectivo
carnívoro formou-se com a ajuda do verbo latino “vorare”,
cujo sentido é “comer”. Associa-se a esse termo a
ideia de um ser perigoso, um predador monstruoso, o que
tem fomentado a imaginação humana: plantas de grande
porte – o que não é a realidade – e com aspecto
assombroso, que até devoram seres humanos. É o que
vamos encontrar num filme hoje considerado clássico,
intitulado «A Pequena Loja dos Horrores», em que uma
planta, antes enfezada e dando sinais de estiolamento,
se desenvolve e cresce a partir do momento em que o seu
dono a alimenta, inicialmente com gotas de sangue dele
próprio; posteriormente, levando-a a devorar pessoas.
Contudo, se é
fundamental a imaginação, a criatividade e a
curiosidade na investigação científica, também o é
a objectividade e a racionalidade.
QUAL A RAZÃO QUE
LEVA ESTAS PLANTAS A SEREM CARNÍVORAS?
Qualquer planta é
um ser fotoautotrófico, porque utiliza a luz (fotões)
para a síntese de compostos orgânicos a partir do
dióxido de carbono e da água captados do meio.
As plantas
carnívoras vivem num meio — pântanos, lodaçais…
— em que o solo é deficitário no elemento azoto.
Este facto leva-as a necessitarem de se alimentar de
alguns animais, tendo em vista compensar essa carência
do solo.
Por um processo de
digestão extracelular, estas plantas degradam os
animais que capturam do meio, usando variadas
estratégias: a Drósera, também conhecida por “orvalhinha”,
tem pêlos compridos nas folhas, onde os insectos ficam
presos; a Dioneia tem as folhas transformadas em dois
lóbulos, em cujos bordos crescem bicos que, quando
estimulados, leva a que a folha feche; e, no centro,
glândulas com néctar são os chamarizes que atraem os
insectos para a morte.
O azoto é
fundamental para que as plantas sintetizem as proteínas
e os ácidos nucleicos. Destes, é de referir o DNA, a
molécula da hereditariedade, que comanda todo o
funcionamento de qualquer ser vivo… Atrevo-me a usar a
seguinte metáfora: «o DNA
é o software de qualquer ser vivo».
João Paulo C. Dias
SOLUÇÕES DOS
PASSATEMPOS
Palavras Cruzadas
Horizontais
:
1.Évora; coura 2.oro; res 3.geo; mel; ant 4.asa 5.Seia;
Sado 6.amainar 7.puma; lima 8.cha 9.rim; aos; aves
10.tua; dei 11.ofega; anaus